Manchetes de domingo 1º de maio. Dia do trabalhador 

Manchetes de domingo 1º de maio. Dia do trabalhador 

Edição de Chico Bruno  

 

Manchetes de domingo 1º de maio. Dia do trabalhador 

Valor Econômico – Não circula hoje

 

FOLHA DE S.PAULO – Com polarização, PF redobra segurança de presidenciáveis

 

O GLOBO – Juro, guerra e eleição fecham Bolsa a empresas brasileiras

 

O ESTADO DE S.PAULO – Brasil montou rede de espiões na Argentina na Guerra das Malvinas

 

CORREIO BRAZILIENSE – Projeto une moradores e PM na segurança das quadras

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Tensão eleitoral - A polarização eleitoral entre Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a perspectiva de uma disputa acirrada levaram a Polícia Federal a reforçar o esquema de segurança de candidatos à Presidência para este ano. Até 2018, a PF fazia a proteção dos candidatos com base em lei e portaria sucinta do Ministério da Justiça, que tratava genericamente da necessidade de a corporação proteger aqueles que disputassem o Palácio do Planalto. Após o pleito, marcado pela facada a Bolsonaro e ameaças à campanha de Fernando Haddad (PT), a polícia editou instrução normativa específica para a segurança dos candidatos à Presidência com diretrizes que devem ser seguidas pelos agentes e com recomendações claras aos políticos que vão concorrer. Para esta eleição, a polícia vai fazer uma análise de perigo sobre cada campanha, avaliando os aspectos que envolvem cada presidenciável. A partir disso, a PF vai definir o tipo e o tamanho de equipe que será colocada para cada um, num nível de risco de 1 a 5. A metodologia que será utilizada prevê critérios objetivos para justificar o número de pessoas envolvidas na segurança de político. Mais de 300 policiais estarão envolvidos no processo. Outra medida prevista na instrução normativa que foi publicada estipula que os candidatos devem avisar suas agendas com 48 horas de antecedência para que os policiais possam analisar a periculosidade de cada evento e fazer varreduras em determinados locais, se necessário.

 

Sem IPO - O país pode terminar 2022 sem nenhuma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações, devido à instabilidade dos cenários global e brasileiro, pontuados pela guerra na Ucrânia, alta dos juros e eleição presidencial. A seca persiste há oito meses, e 22 empresas já desistiram. Abrir o capital na Bolsa é uma das maneiras que as firmas tem de levantar recursos para crescer, gerando empregos. Por isso, analistas acreditam que a "janela fechada" do mercado de capitais pode retardar a retomada da atividade econômica.   

 

Malvinas - O governo militar brasileiro montou na Argentina, em 1982, na Guerra das Malvinas, uma “Rede de Busca de Informações” sobre o confronto com o Reino Unido, segundo documentos das Forças Armadas guardados no Arquivo Nacional, informam Marcelo Godoy e Wilson Tosta. Papéis mostram que espiões aproveitaram o pouso de bombardeiro britânico no Rio para abrir e estudar um míssil antirradar. Parte dos documentos foi localizada por João Roberto Martins Filho, da Universidade Federal de São Carlos, que em junho lançará o livro O Brasil e a Guerra das Malvinas: entre dois fogos. A história dessas ações brasileiras na guerra pode ser reconstituída com base nos papéis enviados recentemente ao Arquivo Nacional. Outra parte foi localizada por João Roberto Martins Filho, professor de Universidade Federal de São Carlos, que está lançando o livro O Brasil e a Guerra das Malvinas: Entre Dois Fogos (Alameda, 318 págs). Martins Filho pesquisou ainda nos arquivos britânicos e do Itamaraty. O Estadão teve acesso aos documentos e ao livro, que será lançado em junho. Nos documentos do Estado-Maior das Forças Armadas fica claro que o objetivo do esquema montado na Argentina – quase um mecanismo de espionagem, envolvendo adidos e oficiais do Brasil que faziam cursos em escolas castrenses argentinas – era burlar a censura da ditadura local que, ironicamente, é criticada pelos brasileiros em relatório. 

 

União de esforços - O combate à criminalidade é atribuição das forças de segurança. Cabe à Polícia Militar fazer o patrulhamento das regiões administrativas do Distrito Federal, por meio de rondas, 24 horas por dia. E a participação da população nesse trabalho está trazendo mais tranquilidade à Asa Sul e à Asa Norte, por meio do programa Policiamento Vizinhança e Rede de Vizinhos Protegidos. O projeto conta com o monitoramento civil dos moradores dos dois bairros para garantir o sossego das quadras. E a interação, feita por meio do WhatsApp e reuniões presenciais, tem dado bons resultados. Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que houve queda nas ocorrências de roubo a veículo e furto a pedestre entre 2019 e 2021. O contato com os grupos permite aos vizinhos identificar situações suspeitas e reportá-las rapidamente à PM.

 

Em pré-campanha, Mourão intensifica agendas oficiais no RS - O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), intensificou a agenda no Rio Grande do Sul desde fevereiro, quando anunciou que concorrerá a uma vaga no Senado pelo Estado. De lá para cá, ele marcou presença em 35 compromissos oficiais como vice-presidente. Nestas viagens, esteve em 11 cidades gaúchas, visitando obras de hospitais, estradas, aeroportos e em eventos com empresários. Boa parte das agendas ocorreu às sextas-feiras, como no dia 18 de fevereiro, quando ele foi à abertura da Festa da Uva. Como comparação, no mesmo período do ano passado, Mourão participou apenas de dois eventos no Estado, em Porto Alegre e em Pelotas. Antes mesmo de oficializar o intento de se lançar candidato, entre novembro e janeiro, Mourão já estava mais presente no Estado. Ele foi a oito eventos, boa parte com divulgação nos canais oficiais da Vice-Presidência. Mesmo em Brasília, as agendas com lideranças políticas gaúchas se tornaram numerosas. Nos últimos três meses, Mourão fez 15 reuniões com 32 autoridades do Estado em seu gabinete, onde também deu entrevistas a veículos de imprensa locais. Procurada, a Vice-Presidência não se manifestou.

 

Calculadora - O placar de Gilberto Kassab, do PSD, dá até agora dois estados a favor do apoio a Lula no 1º turno (Amazonas e Bahia) contra sete pela liberação para que cada diretório escolha seu preferido (RJ, PR, RS, AP, PA, AL e MT). O Ceará optou por Ciro Gomes.

 

Críticas e gafe de Lula - Em evento, ontem, na Vila Brasilândia, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disparou críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e cometeu uma gafe ao comentar que o chefe do Executivo não tem sentimento. “Temos um presidente que não derramou uma lágrima pelas vítimas da covid ou com a catástrofe que houve em Petrópolis (RJ). Ele não gosta de gente, gosta de policial. Ele não gosta de livros, gosta de armas”, disparou. Lula também chamou Bolsonaro de “Zé Ninguém, que só sabe contar mentiras” e não conhece a palavra solidariedade. “Ele só conhece o ódio. Ódio contra a mulher, contra o negro, contra o PT, contra o LGBT, contra o quilombola e, agora, contra a Suprema Corte”, enfatizou. O petista criticou o indulto dado por Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), um dia após o parlamentar ser condenado a mais de oito anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Ao invés (sic) de visitar uma cadeia e dar indulto a quem merece indulto, ele dá para um amigo seu que tinha cometido a barbaridade de ofender a Suprema Corte.” Ao falar das eleições de outubro, Lula frisou que o voto é “um ato revolucionário” e que, neste ano, ele deve ser usado para “mandar esse cidadão viver com os filhos dele onde ele quiser, e deixar o povo brasileiro em paz”. De acordo com o presidenciável, “metade da inflação” enfrentada hoje pelo brasileiro é culpa do governo, responsável pelas políticas de energia e combustível. “Somos o terceiro maior produtor de alimentos do mundo. Não tem explicação ter gente passando fome no Brasil”, destacou. Ontem, o diretório nacional do PSol oficializou apoio a Lula. Foram 35 votos favoráveis e 25 contrários. Para o presidente nacional da sigla, Juliano Medeiros, a união da esquerda em torno da candidatura do ex-presidente é “sem dúvida, a melhor tática para derrotar Bolsonaro”. Na quinta-feira, a Rede também oficializou apoio ao petista. 

 

Bolsonaro convoca para atos - Em meio à tensão com o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou um recado a apoiadores que participarão de manifestações do 1º de Maio. “Quem, porventura, for às ruas amanhã (hoje), não para protestar, mas para dizer que o Brasil está no caminho certo, que o Brasil quer que todos joguem dentro das quatro linhas da Constituição. E dizer que não abrimos mão da nossa liberdade”, afirmou, em discurso na ExpoZebu, em Uberaba (MG). “Não será dia de protestos. Será dia de união do nosso povo para um futuro melhor para todos nós.” Atos de bolsonaristas, hoje, terão como foco apoiar o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado à prisão pelo STF e perdoado por indulto concedido pelo chefe do Executivo. Auxiliares do presidente pedem para que ele não participe das manifestações, para evitar tensionar ainda mais as relações com o Judiciário. Também há um temor no Congresso de que ele reedite discursos antidemocráticos e de cunho golpista, como nas manifestações do 7 de Setembro. Até o fechamento desta edição, não havia confirmação da participação do presidente nos eventos. Em aceno ao eleitorado mineiro, Bolsonaro disse que para ser eleito presidente “tem de ganhar em Minas Gerais” e relembrou do atentado que sofreu em Juiz de Fora durante a campanha, sou nascido em São Paulo, criado no Rio de Janeiro, mas renascido em Minas Gerais, um estado que me arrepia, que me orgulha pelo seu povo, sua gente, seu futuro, sua pecuária, sua agricultura e suas Minas Gerais. Uma referência para todos nós. Tanto é verdade que, na política, para ser presidente, tem de ganhar em Minas”, destacou. O evento consta da agenda oficial do presidente e teve transmissão ao vivo pela TV Brasil, do governo federal.

 

Defesa alega defeito em tornozeleira - Em resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) negou que o parlamentar tenha burlado o uso da tornozeleira eletrônica. Segundo os advogados, o dispositivo apresentava problemas, e a troca foi solicitada à Justiça, mas o relator do processo, o ministro Alexandre de Moraes, não teria respondido à demanda. “Portanto, o negligente não foi a defesa muito menos o parlamentar. Foi este relator, quando ignorou, pela ducentésima nonagésima vez, o pedido da defesa, não determinando a substituição imediata do equipamento”, posicionou-se a defesa. 

 

O chamado aos vereadores - A dificuldade em montar as nominatas para a eleição de deputado federal em vários estados está levando os partidos a chamarem os vereadores a concorrer, a fim de ajudar a conquistar vagas. Em São Paulo, por exemplo, onde o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha será candidato a deputado federal pelo PTB, os integrantes de Assembleias Legislativas serão contatados com o seguinte aviso: quem não quiser ajudar agora pode ficar sem o pedaço do fundo eleitoral daqui a dois anos, quando for disputar a própria reeleição. O fim das coligações para a eleição proporcional, porém, já apresenta como resultado positivo a eliminação de candidatos “laranjas”, ou seja, colocados para concorrer apenas para constar. Agora, com a redução do número de candidatos e a obrigação de ter votos, muitos partidos querem distância dos “sem-voto”.

 

Marqueteiro quer ‘desavermelhar’ PT - O vermelho não deve sumir, mas pode perder a preponderância para o verde e amarelo. O discurso, hoje voltado às bases, como movimentos sociais e sindicatos, deve mudar e fazer acenos, também, ao empresariado. Sócio de empreendimentos de cifras milionárias e ligado a políticos de centro-direita do PSDB e do União Brasil, o publicitário Sidônio Palmeira – recém-contratado – quer dar à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um tom que amplie seu alcance para além dos militantes, grupo que considera “fechado” e “à esquerda”, segundo apurou o Estadão. Sidônio foi escolhido semana passada para assumir a campanha petista ao Planalto. O publicitário sabe que o percurso rumo ao centro para atrair os “não convertidos” tem de passar pelo aval do ex-presidente e não pode ser radical. Amigos próximos afirmam que, além de deixar o PT “menos vermelho”, Sidônio deve buscar mais apelo emocional na campanha. Trata-se de uma mudança de rumos em relação ao trabalho de Augusto Fonseca, seu antecessor na função e demitido pela cúpula do partido na semana passada, sob críticas. Sidônio chega com o apoio, sobretudo, do senador Jaques Wagner (PT-BA), para quem fez a campanha eleitoral vitoriosa de 2018. O parlamentar também passará a ser coordenador de Lula em 2022. O publicitário havia participado da licitação que levou à escolha de Fonseca. O ex-ministro chegou a propor que ambos dividissem o comando da comunicação. Sidônio não aceitou. Nascido em Vitória da Conquista (BA), Sidônio tem 63 anos e é formado em Engenharia pela Universidade Federal da Bahia, mas nunca exerceu a profissão. Militou no movimento estudantil. Sua primeira campanha foi para a ex-prefeita de Salvador Lídice da Mata (PSB), nos anos 1990. À época, enfrentou forte oposição de Antonio Carlos Magalhães. Ao longo dos anos, Sidônio cultivou forte amizade com ACM Neto, de quem é sócio em um fundo imobiliário. Também é amigo e sócio da irmã do ex-prefeito de Salvador Renata Magalhães e do deputado João Gualberto (PSDB) em outra empresa de investimentos em imóveis. Em março, a sociedade arrematou por R$ 9,2 milhões o Palácio dos Esportes, edifício do governo da Bahia. O prédio abriga a sede da Federação Bahiana de Futebol, entre outras entidades. Será transformado em um hotel. A relação de Sidônio com o esporte é mais profunda. Torcedor fanático do Bahia, integrou o movimento de democratização do clube, que permitiu a eleição de presidentes por voto direto de torcedores e foi assessor da presidência do “Esquadrão de Aço”. 

 

'Presidirei todas as sessões' - O presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, Aluisio Mendes (PSC-MA), diz que presidirá todas as sessões, restringindo o espaço para o vice, Daniel Silveira (PTB-RJ), ter ingerência sobre o colegiado. "Como temos uma comissão que funcionará por pouco tempo, pretendo presidir todas as sessões até o recesso branco", diz ele, em referência ao período da campanha eleitoral, em que o Congresso fica esvaziado. Menos de uma semana após ser perdoado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), Silveira foi eleito vice-presidente da comissão na quarta-feira (27) em votação que demorou para ser concluída pela dificuldade de conseguir o quórum para eleger a chapa. "O Daniel Silveira é uma questão do partido dele. Se me fosse perguntado, eu teria uma outra opção. Mas o PTB é o dono da vaga, e até onde eu sei, o deputado está no pleno gozo das suas prerrogativas", afirma Mendes.

 

Doria foi vítima da máquina de moer reputações dos bolsonaristas - Publicitário da campanha presidencial de João Doria (PSDB), Lula Guimarães, 54, diz que seu cliente ainda não decolou nas pesquisas por ter sido vítima da "máquina de moer reputações" bolsonarista. Ele enxerga, no entanto, uma janela de oportunidade para o crescimento de uma terceira via, em razão do que considera ser uma certa fadiga da população com o cenário de polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). "A exaustão da polarização pode ser a mola para que os candidatos da terceira via possam significar alguma esperança", afirma, em entrevista à Folha. Na última terça-feira (26), começaram a ir ao ar as primeiras inserções de TV do PSDB, que mostram Doria como uma alternativa de centro e alguém com a marca da competência, que devem ser os dois principais motes da pré-campanha do ex-governador. Veterano de campanhas tucanas, Guimarães trabalhou com o próprio Doria na vitoriosa eleição para a Prefeitura de São Paulo em 2016. Em suas peças publicitárias reside a maior esperança do candidato de ganhar pontos que permitam que seu projeto sobreviva aos questionamentos dentro do próprio partido. O publicitário afirma também que Bolsonaro e Lula são equivalentes na falta de eficiência econômica, mas diferentes na política.