Manchetes dos jornais  de domingo – 25/05/2025 

  Manchetes dos jornais  de domingo – 25/05/2025 

Resumo de domingo – 25/05/2025           

 

          

 

Edição de Chico Bruno     

 

  Manchetes dos jornais  de domingo – 25/05/2025                                                  

CORREIO BRAZILIENSE – Dupla vitória brasileira em Cannes                

 

                  O ESTADO DE S. PAULO – Países relatam temor por estrutura e cogitam até desistir da COP30              

 

                        FOLHA DE S. PAULO – Seis maiores estatais ampliam suas verbas patrocínios sob Lula                          

 

                                O GLOBO – Haddad: ‘IOF foi debatido na mesa do Lula, cabe a ele convocar ministro’        

 

                            Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes do dia 

 

Cinema nacional em destaque - Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho recebem o prêmio de Melhor ator e de Melhor diretor pelo filme O agente secreto durante a 78ª edição do Festival de Cannes. Essa é a primeira vez que um ator brasileiro sai vitorioso na importante premiação. Já Kleber se junta a Glauber Rocha, Melhor diretor de 1969. “Meu país, o Brasil, é um país cheio de beleza e poesia. Estou muito orgulhoso de estar aqui esta noite”, discursou o cineasta pernambucano. Ele representou Wagner, que não compareceu à cerimônia. “Gostaria de estar aí com todos vocês, mas estou aqui sozinho tomando uma taça de vinho, em Londres”, disse o baiano, em locação na Inglaterra, durante videochamada com a imprensa internacional. A Palma de Ouro de Melhor filme ficou com Un simple accidente, do iraniano Jafar Panahi. 

 

Alarde da imprensa – Representantes da China, Reino Unido, Alemanha, Noruega e Dinamarca expressaram reservadamente ao governo brasileiro temores sobre a infraestrutura da COP30, em novembro, em Belém (PA), e falaram até em desistência. A principal preocupação, com hospedagem, consta de telegramas trocados entre o Itamaraty e embaixadas brasileiras em diversos países. As mensagens trocadas em janeiro e abril foram obtidas pelo Estadão via Lei de Acesso à Informação. Em nota o Palácio do Planalto e o governo do Pará afirmam atuar em parceria para ampliar a opções de hospedagem. O estado cita o incentivo à reforma de hotéis, adaptação de escolas e vagas em navios.  

 

Verbas para patrocínios - As seis maiores estatais controladas pelo governo federal ampliaram suas verbas de patrocínio no terceiro mandato do presidente Lula (PT). Os contratos assinados por Petrobras, Caixa, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Correios e BNDES se aproximaram da marca de R$ 1 bilhão no ano passado. A verba subiu em todas as seis empresas federais de maior faturamento. O valor total, com correção pela inflação, passou de R$ 351,5 milhões em 2023 para R$ 977,6 milhões em 2024. A alta corresponde a mais de 250% de um ano para outro. Os patrocínios das estatais também cresceram em relação a 2022, último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), quando foram contratados R$ 275,8 milhões, também em valores corrigidos. A gestão do ex-presidente foi marcada por um corte abrangente de despesas dessas empresas. Patrocínios esportivos contribuíram para a ampliação da verba em 2024, ano das Olimpíadas de Paris, mas não puxaram a alta sozinhos. Todas as empresas analisadas tiveram aumentos em outras áreas, como cultura e eventos. As empresas afirmam que a definição dos patrocínios segue critérios técnicos, atende a estratégias de mercado e tem respaldo na legislação. O maior aumento relativo de verba de 2023 para 2024 ocorreu nos Correios. Os contratos passaram de R$ 3,5 milhões, em valores corrigidos, para R$ 33,8 milhões. No último ano do governo Bolsonaro, essa verba era de apenas R$ 300 mil. 

 

Fuxicos econômicos - Tão logo anunciou um congelamento de R$ 31,3 bilhões em gastos públicos, na última quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisou lidar com uma turbulência: o decreto que aumentou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) chacoalhou o mercado. Sob pressão, o chefe da equipe econômica buscou a opinião de conselheiros próximos e convocou uma reunião virtual com o seu time. Após debater o impasse, decidiu voltar atrás e retomar a isenção de investimentos no exterior feitos por fundos brasileiros, cuja taxação tinha sido interpretada por agentes financeiros como uma tentativa de controle de capital. A confusão foi além da Faria Lima e também atingiu o governo. Integrantes do Palácio do Planalto criticaram reservadamente Haddad por não ter discutido uma estratégia de comunicação para evitar ruído. Ao GLOBO, o ministro da Fazenda afirma que a medida foi debatida “na mesa do presidente Lula”, que “convoca os ministros que ele considera pertinentes para o caso”. O chefe da equipe econômica diz ainda que a “regularização do IOF está sendo estudada há bastante tempo” e destaca que está “sempre reavaliando medidas regulatórias” da pasta. 

 

Lula quer controle das redes - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem que é preciso regulamentar as redes sociais, dias após o tema voltar à atenção pública por conta de uma fala da primeira-dama Janja da Silva sobre o TikTok, na China. O chefe do Executivo participou do lançamento de um programa para recuperação do solo em propriedades da agricultura familiar, no Mato Grosso, mas aproveitou seu discurso para cri ticar opositores, rebater a divulgação de notícias falsas nas redes e criticar o preço do gás — prometendo gratuidade para as famílias de menor renda nos próximos meses. “É preciso que a gente discuta, no Congresso Nacional, a responsabilidade de a gente regular o uso das empresas nesse país. Não é possível que tudo tenha controle, menos as empresas de aplicativos”, enfatizou o presidente. Ele argumentou que o bullying praticado contra jovens nas redes pode causar sérios prejuízos psicológicos e recordou que o governo decidiu proibir o uso de celulares nas escolas. Além disso, afirmou que a discussão política nas redes é baseada na divulgação de mentiras e disse que fará viagens a partir do próximo mês para tentar combater as notícias falsas sobre o governo. 

 

Recado - O apelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela regulação das redes sociais joga pressão sobre a oposição, em boa parte contrária a medidas de controle no ambiente digital. Forma-se também uma expectativa na comissão da Inteligência Artificial recém-instalada na Câmara dos Deputados.  

 

Relação saudável - Após determinar, em todo o país, limites no uso de telefones celulares nas escolas, o governo federal quer avançar em medidas que estimulem uma relação saudável de jovens com o mundo digital. Uma das iniciativas é a cartilha Uso inteligente de tecnologia, uma parceria entre o Ministério da Saúde e outras pastas.  

 

Fora da escola - Para o coordenador-geral de Desinstitucionalização e Direitos Humanos do Ministério da Saúde, João Mendes de Lima Júnior, é preciso ir além do ambiente escolar. “Entendemos que é necessário, além de apresentar propostas que limitem o uso dos equipamentos, orientar sobre a melhor forma de fazer o uso disso. A questão não está somente nas escolas, o uso dos smartphones e outros equipamentos digitais acontece no dia a dia e fora ambiente escolar, talvez de forma até mais intensa”, disse à coluna. 

 

 Hora da mudança - De amanhã até sexta-feira, o brasiliense terá a oportunidade de encaminhar sugestões para melhorar o sistema penitenciário. A consulta pública faz parte do Plano Nacional Pena Justa, iniciativa do Conselho Nacional de Justiça que busca o cumprimento de mais de 300 metas até 2027. Constam entre os objetivos a garantia dos direitos humanos à população prisional, melhorias na infraestrutura e otimização de recursos. 

 

Inconstitucional - O Plano Nacional Pena Justa é uma resposta à determinação do Supremo Tribunal Federal de se enfrentar o “estado de coisas inconstitucional” nas prisões brasileiras. Em 2023, a Corte entendeu haver violações sistemáticas e persistentes de direitos fundamentais no sistema prisional. A elaboração de um plano distrital obedece à ordem de se estabelecer um conjunto de medidas em cada unidade da Federação.  

 

Vai no CNJ - Mais informações sobre o Plano Pena Justa estão disponíveis no portal do Conselho Nacional de Justiça.  

 

É Pernambuco! O presidente do PT e senador Humberto Costa é nascido em Campinas (SP), mas não conteve o orgulho pernambucano com a premiação de Kleber Mendonça Filho, em Cannes, como melhor diretor pelo filme O Agente Secreto. Em uma rede social, Costa escreveu “O coração de todo pernambucano agora”, com a imagem do cineasta subindo ao palco para ser laureado na França e mandando um abraço a todos do Recife.  

 

Frevo francês - Por sinal, a meca do cinema na Europa se rendeu à energia pernambucana desde o início do festival. Ficará guardada na memória a imagem de Wagner Moura, também premiado em Cannes, dançando frevo na cerimônia de abertura.  

 

Ainda estamos aqui - Assim como ocorreu com Ainda estou aqui, o cinema brasileiro ganha reconhecimento internacional com um filme que retrata dramas humanos em meio a um regime opressor. É a contribuição da arte nacional para um tema que até hoje aguarda uma reparação completa pela sociedade. 

 

Lula de volta ao ringue da política - O presidente Lula anunciou que pretende assumir diretamente a comunicação do governo em resposta aos ataques da oposição e às trapalhadas ocorridas nos últimos meses. Ao participar de um evento no Mato Grosso, o chefe do Planalto disse estar na hora de “fazer política” para rebater uma suposta onda de mentiras, fake news e canalhice que estaria varrendo o país. Talvez seja um movimento necessário o chefe do Planalto assumir a defesa de seu governo, especialmente após as ausências nas recentes crises. Lula demitiu Lupi no dia 2, antes de viajar à Rússia e à China, mas a medida foi insuficiente para conter os estragos provocados pelo escândalo do INSS. E, na sexta-feira, o governo ficou novamente mal na foto após a péssima repercussão das mudanças no IOF, anunciadas pelo Ministério da Fazenda. Ao avisar que vai voltar à refrega política, Lula mais uma vez reforça a ideia de que ele, e não o governo, é que merece a confiança do eleitor. Essa estratégia antecipa o que pode ocorrer em 2026, quando os brasileiros terão de escolher entre a continuidade de uma administração que acumula erros e acertos, ou uma nova possibilidade no campo da direita, sob a influência do inelegível Jair Bolsonaro. 

 

Governo quer que centrista moderado presida CPMI - O governo Lula defende que a presidência da CPMI do INSS fique com o maior bloco partidário no Senado, hoje formado por MDB, União, Podemos e PSDB, com 25 membros. O argumento é de que essa previsão é regimental, embora também haja diversos precedentes em que a regra não foi seguida no passado. A ideia é indicar um representante moderado do centrão para o posto, barrando a possibilidade de que seja um bolsonarista. Entre os autores do requerimento da comissão está Damares Alves (Republicanos-DF). Já a relatoria ficaria com a Câmara dos Deputados, podendo caber a um representante da esquerda não-petista. A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) vem sendo mencionada, mas seu nome desagrada ao Palácio do Planalto, pela conhecida independência da parlamentar. 

 

De bíblia à lei anti-ouruam - Fora do governo federal, a direita brasileira fortalece pautas bolsonaristas em câmaras municipais e assembleias para preparar terreno para 2026. Projetos como escolas cívico-militares e homenagens a Bolsonaro ganham força, impulsionados por líderes locais. A estratégia se concentra em mobilização cultural e digital, com foco em prefeituras e legislativos estaduais, visando criar uma agenda política e fortalecer a base para futuras eleições. 

 

Eventos cristãos entram na mira do MP e dos tribunais - Eventos cristãos com altos gastos públicos estão sob escrutínio de tribunais de contas e Ministério Público no Brasil. Prefeituras alocaram mais de R$ 13,8 milhões para tais eventos, muitas vezes sem licitação, gerando questionamentos sobre transparência. Casos em estados como RJ, RN e MA revelam a tensão entre apoio cultural e proselitismo. Especialistas destacam a falta de regulamentação, enquanto cidades como Carmo do Rio Claro defendem a legitimidade do incentivo cultural. 

 

Relatos ao STF enfraquecem defesa de Bolsonaro - Depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas enfraquecem a defesa de Jair Bolsonaro, confirmando reuniões onde se discutiram medidas para reverter o resultado das eleições de 2022. Os relatos de Baptista Junior e Freire Gomes detalham discussões sobre instrumentos jurídicos e ameaças de prisão, sugerindo envolvimento de Bolsonaro em uma trama golpista, segundo avaliação de ministros do STF. 

 

Fachin inicia transição para assumir o Supremo - O ministro Edson Fachin inicia a transição para assumir a presidência do STF, substituindo Luís Roberto Barroso. Fachin, que foi presidente do TSE e criticou a falta de regulamentação das redes sociais, deve manter sua postura institucional em meio a ataques ao Judiciário. Ele deixará a relatoria da Lava-Jato, que passará a Barroso. A expectativa é que Fachin conduza julgamentos importantes, incluindo a "uberização". 

 

Eleições internas do PT têm rachas em 18 estados - O PT enfrenta divisões internas em 18 estados antes das eleições de 2026, com impasses na escolha de lideranças regionais e na formação de chapas para o Senado e governos estaduais. As disputas refletem interesses variados, como no Paraná, onde Arilson Chiorato e Zeca Dirceu se confrontam, e no Ceará, com Luizianne Lins e José Guimarães. A situação é tensa também na Bahia, Pernambuco e Mato Grosso do Sul, influenciando alianças e estratégias futuras. 

 

Último governador tucano deve se filiar ao PP - O governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), está prestes a se filiar ao PP, seguindo o exemplo de outros líderes tucanos que abandonaram o partido. A articulação, liderada pela senadora Tereza Cristina, busca também apoio do PL para a reeleição de Riedel em 2026. Enquanto o PSDB tenta uma fusão com o Podemos e uma possível federação com o Republicanos, o movimento de Riedel pode deixar o partido sem governadores estaduais. 

 

Mulher de Tarcísio amplia atuação política - Cristiane Freitas, primeira-dama de São Paulo, tem ampliado sua atuação política como presidente do Fundo Social, tornando-se o rosto de ações sociais e de capacitação no estado, alinhadas ao governo de Tarcísio de Freitas. Com um aumento significativo no orçamento do Fundo, Cristiane se destaca nas redes sociais, o que pode fortalecer Tarcísio nas eleições de 2026. Enquanto isso, Regina Nunes, primeira-dama de São Paulo, foca na causa animal. 

 

Deputados de SP enviam R$ 30,4 milhões em emendas para outros Estados - Deputados federais de São Paulo destinaram mais de R$ 30,4 milhões em emendas parlamentares para fora do Estado em 2024. Desde o início do mandato, em 2023, os repasses interestaduais já somam cerca de R$ 55 milhões. Ao todo, 22 parlamentares paulistas enviaram recursos para outros Estados nesse período. Embora não seja ilegal, a prática contraria o discurso de representatividade adotado pelos próprios congressistas, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão. A ampliação desse tipo de repasse também entrou no radar do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu essa manobra para as emendas Pix, modalidade que permite transferência direta de recursos públicos sem transparência. Um dos casos mais emblemáticos dessa prática é o do deputado Tiririca (PL). Apesar de eleito por São Paulo, ele direcionou R$ 9,8 milhões para outros Estados em 2024. Outros R$ 25 milhões a que tinha direito foram destinados ao Estado que o elegeu. O levantamento do Estadão, com base na plataforma Central das Emendas, considerou apenas emendas individuais, incluindo a modalidade Pix, que foram empenhadas, ou seja, que já tiveram o pagamento autorizado pelo governo. Por definição, esse tipo de emenda foi criado para atender demandas locais, sob o argumento de que os parlamentares conhecem de perto as necessidades da própria base eleitoral. 

 

 

 

Rueda vê Lula ‘cansado e analógico’ - Mesmo sem abrir mão dos ministérios que ocupa no governo Lula, o União Brasil dá passos cada vez mais largos para abandonar o petista no palanque em 2026. Em almoço com representantes de diversas empresas essa semana, o presidente da sigla, Antonio de Rueda, revelou as ambições da federação com o PP: lançar 17 candidaturas a governos estaduais, eleger 140 deputados e mais de 20 senadores. Rueda disse que a União Progressista também não abrirá mão de estar na chapa presidencial, como titular ou vice, e concluiu deixando clara sua preferência: “Na esquerda temos um jogador titular, que é o Lula. Está cansado, tem um perfil mais analógico. Na centro-direita temos Romeu Zema, Caiado, Bolsonaro, Ciro Nogueira , enfim.” A prioridade da federação agora são os arranjos estaduais. O primeiro está fechado em São Paulo, maior colégio eleitoral, onde o PP filiou Guilherme Derrite e está de braços dados com Tarcísio de Freitas. Minas é considerado o mais difícil no União Brasil e ficará por último.