Em 1° de maio, Lula critica Bolsonaro e pede regulação para apps

Em 1° de maio, Lula critica Bolsonaro e pede regulação para apps

Em 1° de maio, Lula critica Bolsonaro e pede regulação para apps

Da Redação 

Em ato de centrais sindicais em São Paulo, pré-candidato petista diz que presidente ‘só governa para milicianos’, defende regulamentação do trabalho de entregadores e pede desculpas a policiais por fala de dia anterior

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FOTO: AMANDA PEROBELLI /REUTERS

O ex-presidente Lula discursa em ato do Dia do Trabalhador: ele está em um palco, cercado de outras pessoas, e fala ao microfone com um dos braços levantados. Usa uma camisa azul.
 O EX-PRESIDENTE LULA DISCURSA EM ATO DO DIA DO TRABALHADOR

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou neste domingo, 1º de maio, de evento promovido por centrais sindicais em razão do Dia do Trabalhador, na Praça Charles Miller, em São Paulo, num dia marcado por atos esvaziados que opuseram manifestantes pró e contra o governo. O pré-candidato ao Palácio do Planalto fez críticas diretas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de fascista e genocida. Também disse que o atual mandatário não se reúne com governadores, prefeitos e sindicatos e “só governa para os milicianos dele”.

Líder nas pesquisas de intenção de voto a cinco meses da eleição de outubro, Lula frisou que “ainda não é candidato” e que estava no local para discutir as condições de vida dos trabalhadores. Mas fez uma fala de 15 minutos com tom de campanha, lembrou que a sua candidatura será lançada no dia 7 de maio, e disse que “alguém melhor que Bolsonaro” vai ser eleito em outubro. No Twitter, perfis bolsonaristas reclamaram de possível campanha antecipada.

A fala começou às 16h deste domingo (1°), horas depois do previsto originalmente, na tentativa de evitar um discurso para um público muito pequeno. Lula citou problemas como a alta da inflação, a falta de aumento real do salário mínimo e o desemprego, que ainda atinge 11,9 milhões de pessoas. “Tenho muito orgulho que nós criamos 22 milhões de empregos com carteira assinada no governo do PT , e 90% dos acordos sindicais tiveram aumento real de salário”, falou aos presentes. Dirigentes sindicais, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad também falaram no palco, que teve shows de artistas.

O ex-presidente também direcionou parte da sua fala para o trabalho por aplicativo no país, criticados por não oferecer condições justas de trabalho. Lula declarou que é preciso “regulamentar a vida” das pessoas que exercem suas atividades profissionais por meio dessas plataformas. “Quem trabalha por aplicativo não pode ser tratado como escravo. As pessoas precisam ter acesso à saúde, um programa de assistência social, a seguro quando baterem seu carro, sua moto ou sua bicicleta. E a descanso semanal remunerado. Porque a escravidão nesse país acabou no dia 13 de maio de 1888”, disse.

Além das críticas e pautas sobre trabalho, Lula pediu desculpas por uma fala no sábado (30), em um evento em Brasilândia, zona leste de São Paulo, quando disse que "Bolsonaro não gosta de gente, gosta de policial". A frase foi criticada por bolsonaristas e outros opositores nas redes sociais.

Havia preocupação de que o ato das centrais sindicais pudesse gerar confrontos com um ato bolsonarista que ocorreu simultaneamente na avenida Paulista, mas não foram registradas ocorrências até o fim da tarde de domingo. Os dois eventos estavam esvaziados. Várias capitais registraram atos contra e a favor do governo Bolsonaro – de forma geral, os eventos tiveram pouca adesão.

Pela manhã, o presidente foi até o ato bolsonarista em Brasília, mas não discursou. À tarde, o presidente fez um discurso breve no ato na capital paulista por meio de uma transmissão ao vivo por telão. Ele agradeceu aos presentes e disse que as manifestações dos apoiadores são uma "defesa da Constituição". Em relação às últimas semanas, de crise entre o chefe do Executivo e o Judiciário, e ao tom usado em 7 de setembro de 2021, a fala do presidente foi amena: ele não fez ataques ao Supremo ou ao sistema eleitoral. Participantes dos atos, por sua vez, pediram a destituição de ministros do STF e atacaram o Tribunal Superior Eleitoral.