Manchetes de domingo 26-06-2022
Manchetes e notícias dos maiores jornais brasileiros. (Copilação)
Resumo de domingo, 26 de junho de 2022
Edição de Chico Bruno
Manchetes de domingo 26-06-2022
Valor Econômico – Não circula hoje
O GLOBO – Policiais de 24 estados e do DF são réus por tortura
O ESTADO DE S.PAULO – Oferta de carro elétrico e híbrido chegará este ano a 100 modelos e venda sobe 57%
FOLHA DE S.PAULO – Para 4 em 10, governo incita ilegalidade na Amazônia
CORREIO BRAZILIENSE – “A Lava-Jato é pai e mãe desta situação a que chegamos”
Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia
Assustador - Levantamento nos Tribunais de Justiça de todo o país mostra que 194 policiais militares, civis ou penais foram acusados de tortura desde junho de 2017, o que dá uma média de de um agente processado a cada dez dias. Dezoito deles foram condenados. A prática é alvo de ações judiciais em 24 estados e no Distrito Federal, sendo que Ceará, Rio e São Paulo registram o maior número de casos.
Boa notícia - De forma lenta, mas constante, os modelos eletrificados – elétricos e híbridos – conquistam consumidores que querem um carro menos poluente, buscam nova tecnologia ou apenas gostam do veículo, informa Cleide Silva. De janeiro a maio, a venda de elétricos e híbridos cresceu 57,7% no País ante o mesmo período de 2021. Já o mercado de automóveis e comerciais leves caiu 18%. Embora a venda de eletrificados em números absolutos seja ainda pequena (16,4 mil veículos em 5 meses) e represente só 2,3% do total do segmento, o Brasil tem 70 modelos e deve ficar próximo de 100 até o final do ano.
Incentivo a violência - Aproximadamente 4 em cada 10 brasileiros pensam que o governo de Jair Bolsonaro (PL) mais incentiva do que combate ilegalidades na Amazônia como a ação de caçadores e pescadores irregulares, a invasão de terras indígenas, o desmatamento e o garimpo clandestino. Pesquisa Datafolha feita na quarta (22) e quinta-feira (23) mostrou que fica entre 39% e 43% a parcela que tem essa opinião. Uma fatia que vai de 31% a 35% considera que a gestão federal mais repreende que estimula essas ações. Para 49%, O governo Jair Bolsonaro (PL) fez menos do que poderia para investigar os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips no Amazonas. Na avaliação de 47%, o caso vai prejudicar severamente a imagem internacional do Brasil. Segundo o instituto, 44% acham que as mortes vão prejudicar em muito as iniciativas de preservação.
Gilmar Mendes acusa - Decano do Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes culpa a operação que desmontou o bilionário esquema de corrupção na Petrobras e levou o ex-presidente Lula à cadeia pela destruição do sistema político brasileiro e pelo atual cenário de polarização e radicalismo. “Na medida em que você elimina as forças políticas tradicionais, dá ensejo ao surgimento de novas forças”, afirma. Ele acredita que por trás do trabalho liderado pelo então juiz Sergio Moro havia um projeto de poder. “Hoje, estou absolutamente convicto disso”, declara. Na entrevista, o magistrado, que está completando 20 anos na corte, diz não ver ameaça ao processo eleitoral. E fala, também, sobre o inquérito das fake news e os ataques que, segundo ele, colocaram o STF na condição de “bode expiatório”.
Lira manobra para turbinar o orçamento secreto em 2023 - O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), articula uma manobra para manter o controle do orçamento secreto em 2023, independentemente do resultado da eleição para o Palácio do Planalto. A estratégia envolve o manejo de uma cifra estimada em R$ 19 bilhões para verbas de emendas parlamentares, no ano que vem, e foi planejada pelo Centrão para garantir o poder sobre os recursos orçamentários no caso de eventual vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa de outubro. A cúpula da Câmara se movimenta para embutir na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 ou em resolução do Congresso uma regra que obriga o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e o relator da LDO a assinarem as indicações das emendas do orçamento secreto. Hoje, apenas o relator-geral do Orçamento tem essa função. Os dois políticos que devem entrar agora no processo são aliados do atual governo e podem garantir a Lira a administração dos recursos. A ideia é que esse sistema continue em operação mesmo se o presidente Jair Bolsonaro (PL) for derrotado nas urnas e ainda que Lira não seja reeleito para comandar a Câmara. O deputado está em campanha para ser reconduzido ao cargo, em fevereiro, e oferece aos aliados justamente a liberação desse dinheiro. O perfil de quem estará à frente do Orçamento do próximo ano explica o movimento de Lira. O relator-geral é o senador Marcelo Castro (MDB-PI). Aliado de Lula, Castro será o responsável por carimbar as emendas de 2023. Já o presidente da CMO, deputado Celso Sabino (UniãoPA), é próximo ao Palácio do Planalto e foi escolhido a dedo por Lira. O senador Marcos Do Val (Podemos-ES), relator da LDO, tem perfil governista e foi convencido de que as novas regras darão transparência ao processo, alvo do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal de Contas da União (TCU).
Embalados para a Câmara - O PT tem olhado para os índices de Lula nas pesquisas com atenção especialmente voltada à Câmara dos Deputados. A perspectiva do partido, hoje, é de aumento da bancada em todos os estados. Em 2019, mesmo com a onda pró-Bolsonaro e Lula preso, o PT elegeu 54 deputados (hoje tem 56), a segunda maior bancada, perdendo apenas para o PSL do chefe do Executivo. Agora, com Lula solto e liderando a corrida presidencial, as contas internas apontam 80 deputados, uma bancada que não existe atualmente na Casa. O maior partido, o PL de Bolsonaro, tem 77. Os petistas fazem o seguinte cálculo, tomando por base São Paulo, o maior colégio eleitoral: lá, Fernando Haddad, em 2019, obteve 19% dos votos no primeiro turno, e, ainda assim, o PT fez nove deputados federais no estado. Agora, Lula ultrapassa os 30% das intenções de voto em São Paulo em todas as pesquisas. Daí, os petistas calculam que podem chegar a eleger entre 11 e 15 federais. E tem mais: se fizer a maior bancada, vai ser difícil o PT abrir mão de presidir a Câmara. Por isso, Arthur Lira (PP-AL) está hoje tão focado na própria eleição, sem descuidar dos demais estados onde o Centrão que o apoia é forte. Essa será a primeira disputa depois da eleição deste ano.
No dia da prisão de Milton Ribeiro, governo pagou R$ 1,8 bilhão em emendas - No dia da prisão de Milton Ribeiro, na tarde da última quarta, o governo Bolsonaro fez o pagamento de R$ 1,8 bilhão em emendas de relator, o chamado orçamento secreto. O dinheiro foi repassado a redutos de políticos da base aliada para bancar gastos na área da Saúde. Pouco mais de R$ 7 bilhões estão prometidos para até o fim desta semana, segundo técnicos envolvidos no trâmite orçamentário. A torneira foi aberta em meio a uma crise que acerta em cheio o presidente, mas também tem relação com o calendário eleitoral. Como a legislação veda transferências a partir do dia 2 de julho, o governo tem só até sexta-feira para irrigar prefeituras de aliados que poderão ajudá-lo na campanha eleitoral. Embora quem comande os pagamentos sejam as cúpulas da Câmara e do Senado, a manobra tem a digital do governo. Para fazer pagamentos tão elevados em um prazo tão curto, o Ministério da Economia teve que ampliar limites financeiros que os ministérios são autorizados a gastar e, para isso, uma edição extra do Diário Oficial saiu na sexta à noite. Arthur Lira (PP-AL) carimbou neste ano, até agora, 75 emendas no valor de R$ 134 milhões para saúde em cidades de Alagoas. Outro que já garantiu acesso à verba foi o líder Ricardo Barros (PP-PR) que até sexta indicou R$ 32,2 milhões. Embora o STF tenha determinado transparência total sobre quem são os parlamentares que apadrinham essas verbas, R$ 2,6 bi estão saindo dos cofres da União sem a informação - elas estão sendo atribuídas a “usuários externos”.
‘Viramos um país de ofensas’, diz Barroso - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luís Roberto Barroso foi interrompido enquanto defendia o sistema eleitoral brasileiro durante sua participação no Brazil Forum UK, evento realizado neste fim de semana em Oxford, na Inglaterra. O ministro classificou a possibilidade de retorno do voto impresso como um “abominável retrocesso” quando uma das participantes gritou ser uma “mentira” que os apoiadores da medida defendam a contagem manual dos votos. “Esse é um dos problemas que nós estamos enfrentando no Brasil, um déficit imenso de civilidade”, reclamou o magistrado, após ser interrompido pela segunda vez. “Na minha passagem pelo TSE, tive que lidar com a pandemia, oferecer resistência aos ataques contra a democracia e impedir esse abominável retrocesso que seria a volta ao voto impresso com contagem pública manual, que sempre foi o caminho da fraude no Brasil”, explicava Barroso, quando foi interrompido pela participante e por um homem que estavam na plateia. O ministro disse que as informações contestadas por eles poderiam ser encontradas facilmente na internet. “O discurso oficial era, abro aspas: ‘voto impresso com contagem pública manual’ ponto, fecho aspas”, respondeu o ministro, antes de ser interrompido novamente. Após pedidos de outros participantes por mais respeito ao palestrante, Barroso seguiu com ponderações sobre a necessidade de aumento da diversidade na política e da implementação de um sistema distrital misto. O ministro ainda comentou sobre o desgaste da imagem internacional do Brasil, mencionando a situação da Amazônia e a polarização no debate público. “Precisamos resgatar a civilidade, que é a capacidade de divergir com respeito e consideração pelo outro. Nós viramos um país de ofensas”, afirmou. Após a fala do ministro, os dois participantes voltaram a questioná-lo sobre a proposta de voto impresso, mas a transmissão do evento foi interrompida instantes depois. Em nota, a organização do Brazil Forum UK classificou como “abrupta e ríspida” a interrupção à fala de Barroso. “Felizmente o episódio foi pontual e rapidamente resolvido”, afirma o comunicado.
Presidente do STJ autoriza retomada de processo do TCU contra Deltan - O ministro Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), autorizou neste sábado, 25, a retomada do processo do Tribunal de Contas da União (TCU) que cobra do ex-procurador da República Deltan Dallagnol, que foi coordenador da extinta Lava Jato, e de outros membros da força-tarefa a restituição de valores pagos em diárias e viagens durante a operação. O procedimento havia sido suspenso pela Justiça Federal. Em decisão liminar, o presidente do STJ afirma que a medida impede a “atuação regular fiscalizatória” do TCU e abre precedente para impedir investigações sobre “eventual malversação dos recursos públicos”. “Ao final, pode haver decisão pela regularidade da aplicação dos valores públicos, não havendo, portanto, nenhum prejuízo às partes investigadas, o que legitima o estímulo à apuração devida em prol de toda a sociedade, destinatária final dos serviços públicos executados”, escreveu.
Bolsonaro estava com ministro da Justiça nos EUA quando ligou para Ribeiro - O presidente Jair Bolsonaro (PL) estava em viagem aos Estados Unidos quando, segundo o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, ligou para alertar que ele poderia ser alvo de buscas na investigação sobre o gabinete paralelo de pastores no Ministério da Educação (MEC). Bolsonaro viajou a Los Angeles para participar da IX Cúpula das Américas. Ele também teve um encontro com o presidente americano Joe Biden. O ministro da Justiça, Anderson Torres, estava na comitiva brasileira. A Polícia Federal (PF), responsável pela operação que dias depois chegou a prender Ribeiro, integra a pasta. A PF mantém o ministro informado de suas missões diariamente. A própria agenda oficial de Torres cita a participação no evento.
Presidente evita falar sobre ex-ministro em Marcha para Jesus - O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou do evento religioso Marcha para Jesus neste sábado, 25, em Balneário Camboriú (SC). No primeiro discurso público aos evangélicos após a prisão de Milton Ribeiro, ele não deu sua versão para o telefonema em que o ex-ministro e pastor presbiteriano cita que teria sido alertado pelo presidente dos riscos de uma operação de busca e apreensão. Em vez disso, aproveitou a recente polêmica em torno da legalização do aborto para reforçar a polarização contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro definiu as eleições deste ano como uma “briga do bem contra o mal”. Aproveitando o caráter religioso do evento, mencionou as chamadas “pautas de costumes” para demarcar posição contra o PT. Afirmou, ainda, que a cidade de Balneário Camboriú, comparada por ele a Dubai, pode “perder a pompa se a bandeira do País for pintada de vermelho”. “Um lado defende o aborto, o outro é contra; um lado defende a família, o outro quer cada vez mais desgastar os seus valores; um lado é contra a ideologia de gênero, o outro é favorável; um lado quer que seu povo se arme, para que cada vez mais se afaste a sombra daqueles que querem roubar essa nossa tão sagrada liberdade; e eu tenho dito: povo armado jamais será escravizado”, disse o presidente.
Tensão institucional - O presidente Jair Bolsonaro volta a sacudir o coreto, depois da deflagração do caso envolvendo o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e, com ele, a investigação que se desenha sobre uma suspeita de que o chefe do Executivo teria alertado o ex-integrante do governo sobre a busca e apreensão. As declarações de ontem, em Santa Catarina, foram devidamente registradas. Bolsonaro voltou a mencionar as quatro linhas da Constituição e concluiu: “Tenham certeza de que, se preciso for, e cada vez mais parece que será preciso, tomaremos decisões que devem ser tomadas”. O mundo político, porém, se divide a respeito das declarações presidenciais. Os aliados acham que é apenas uma forma de jogar cortina de fumaça sobre as suspeitas de interferência na PF. Aliás, muita gente ligou os pontinhos: Bolsonaro teve a conversa reservada com Alexandre de Moraes, no jantar de Arthur Lira para Gilmar Mendes, justamente no dia em que a PF prendeu Milton Ribeiro.
Falta de cadastro é nó para auxílio a caminhoneiros - Técnicos do governo Jair Bolsonaro (PL) correm para conseguir colocar de pé o auxílio previsto para compensar caminhoneiros pelo aumento dos combustíveis, uma das principais apostas eleitorais do presidente. Ao contrário do Auxílio Gás e da ampliação do Auxílio Brasil, programas já existentes, o auxílio para caminhoneiros não tem nenhuma regulamentação, a começar pela definição de quem poderia ser beneficiado. O Cadastro Único do Ministério da Cidadania, que analisa as condições socioeconômicas para estabelecer quem se enquadra nos critérios para os programas do governo, não tem informações sobre estes trabalhadores. Uma das possibilidades em discussão é fazer parcerias com cooperativas que poderiam auxiliar a identificar quem teria direito ao benefício de R$ 1.000. Além disso, não há tempo hábil para emissão de cartões para o pagamento. Técnicos já falam em um "Pix Caminhoneiro". Há pressa porque o relator da PEC 16/2022, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) prometeu apresentar seu parecer na segunda-feira para a medida ser votada já na semana que vem. O Congresso também corre contra o relógio para viabilizar a medida antes do recesso parlamentar.
Datafolha: Ciro lidera segunda opção de voto, seguido por Lula - Terceiro colocado na última pesquisa Datafolha sobre a disputa pela presidência da República, o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, é o favorito na segunda opção de voto dos eleitores. Ao mesmo tempo, a maior parte de seu eleitorado diz que ainda pode mudar de voto. Segundo o levantamento, 70% de todos os entrevistados dizem que estão totalmente decididos sobre seus candidatos, enquanto 29% dizem que ainda podem mudar. Nesse universo de pessoas que não descartam migrar de voto, Ciro é visto como alternativa por 22% dos eleitores. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece em segundo lugar com 18%, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) em terceiro, com 14%. Nesse cenário, o pedetista atrai votos de eleitores de Lula (40%) e de Bolsonaro (26%).