Manchetes  de domingo 24-04- 2022

As mais recentes notícias para nossos leitores, dos maiores jornais do Brasil.

Manchetes  de domingo 24-04- 2022
 

Edição de Chico Bruno  

 

Manchetes  de domingo 24-04- 2022

Valor Econômico – Não circula hoje

 

FOLHA DE S.PAULO – Bolsonaro turbinará Auxílio Brasil em campanha de TV 

 

O GLOBO – De volta às raízes, a alegria do samba 

 

CORREIO BRAZILIENSE – GDF abre concursos públicos para 8,5 mil vagas

 

O ESTADO DE S.PAULO – Delatores da Lava Jato querem anular acordos e reaver multas

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia 

 

Vão turbinar o Auxílio - A taxa de reprovação a Jair Bolsonaro (PL) entre as pessoas que recebem o Auxílio Brasil levou o núcleo da campanha do presidente a estabelecer como prioridade medidas para melhorar a avaliação do mandatário nesse grupo. A estratégia será intensificar a marca do programa em inserções na televisão e em outdoors nas regiões mais críticas. Aliados de Bolsonaro identificaram que no Nordeste e em Minas Gerais, principalmente, a marca do Bolsa Família ainda é muito forte. Além disso, integrantes do PL afirmam que pesquisas encomendadas pelo partido também mostram que uma faixa dos que recebem o benefício não atrela o pagamento dos R$ 400 ao governo federal, mas sim a gestões estaduais e municipais. Envolvidos na campanha bolsonarista dizem ainda haver uma parcela de beneficiários que percebeu redução nos valores pagos pelo governo, que chegaram a R$ 600 na época do auxílio emergencial. Na TV, a campanha aposta em destacar o programa em 40 peças nacionais e 40 estaduais —nas quais o presidente também deve aparecer. Elas serão veiculadas em junho. A primeira inserção ficou pronta na última semana e chegou a ser aprovada pelo núcleo de campanha do presidente. Após o jornal O Globo divulgar antecipadamente o conteúdo do vídeo na última quarta-feira (20), aliados avaliaram que foi perdido o elemento surpresa das inserções e cogitavam uma mudança no material. A mensagem de exaltar o programa social e focar o Nordeste na peça é clara. Determinado trecho diz: "Quando fizemos o auxílio de, no mínimo, R$ 400, foi pensando na vida", em referência ao auxílio emergencial.

 

Aviso aos concurseiros - Na semana do aniversário de 62 anos de Brasília, quem ganhou presentes foram os concurseiros. Apenas na última quarta-feira, o Governo do Distrito Federal autorizou três concursos aguardados por quem deseja ingressar na carreira pública. São eles: agente de custódia da Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Instituto de Previdência (Iprev). Ao todo, são oferecidas 591 vagas, imediatas e para cadastro reserva, com estabilidade. As remunerações variam entre R$ 5.108,08 a R$ 11.654,95, para bombeiros. O concurso da Polícia Civil já havia sido autorizado extraoficialmente em agosto de 2021, mas a portaria autorizativa ainda estava pendente de publicação. Do quantitativo de vagas, 150 serão destinadas à carreira de agente de custódia da Polícia Civil; 356 vagas são para o Corpo de Bombeiros do DF e 85 para analista previdenciário do IPrev. Além destes, o DF tem outros certames importantes já autorizados. A Polícia Militar também recebeu aval recentemente para dois concursos para a corporação, que totalizam 2.146 vagas, sendo 2.100 para a carreira de soldado e 46 para oficiais. Outro concurso muito aguardado e que está em an damento é o da Secretaria de Educação do DF. A seleção vai oferecer 776 vagas imediatas e 3.104 para cadastro de reser va para a carreira de professor de educação básica; 20 vagas imediatas e 80 para cadastro de reserva para pedagogo-orientador educacional; e 16 vagas imediatas e 258 para cadastro de reserva na carreira de analista de gestão educacional. A remuneração inicial para o professor que trabalha 20 ho ras por semana é de R$ 2.983,69, mais gratificações. Já para os docentes com jornada de 40 horas, a remuneração inicial é de R$ 5.370,64, mais gratificações.

 

Delações anuladas - A série de derrotas impostas pelo STF à Operação Lava Jato, com soltura de réus, levou delatores ao arrependimento. Eles cogitam pedir anulação de ações penais, além de pôr em xeque acordos celebrados na Justiça, informa Luiz Vassallo. Executivos de empreiteiras, doleiros e políticos reclamam de pesadas multas impostas pela Receita com base nas próprias confissões. Paira ainda a sensação entre eles de que são os únicos punidos enquanto réus delatados ficam livres de punição. Na visão de especialistas, se os colaboradores obtiverem êxito, há brecha para devolução de multas já pagas.

 

Investimento público volta ao foco dos candidatos à Presidência - Patinando nos patamares mais baixos da história e com viés de queda para os próximos anos, os investimentos públicos entraram definitivamente no foco dos programas econômicos em elaboração pelos candidatos à presidência da República – mesmo na equipe de Jair Bolsonaro, que sempre defendeu os investimentos privados como a solução para a melhora estrutural da economia. As propostas são diferentes, mas em comum há a necessidade de aumentar os gastos públicos principalmente na infraestrutura, para elevar a competitividade e o crescimento do País. Lideranças do setor produtivo também discutem com as campanhas a necessidade de reforço nesse ponto para o próximo governo. Dados do Observatório de Política Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), que serão publicados nesta segunda-feira, mostram que o investimento do governo totalizou no ano passado 1,84% do PIB. É o segundo menor índice, atrás apenas de 2017 (1,75% do PIB). O indicador vem desde 1947, e inclui dados do governo central, Estados, municípios e as estatais federais. Em 2021, os investimentos das estatais atingiram o menor valor da série histórica. Já os investimentos dos Estados apresentaram recuperação, enquanto os da União estão em queda – nunca ficaram tão baixos por tanto tempo.

 

Graça envolveu núcleo militar e líderes do Centrão - A decisão do presidente Jair Bolsonaro de partir para o enfrentamento contra o Supremo Tribunal Federal para defender um deputado bolsonarista envolveu tanto assessores do núcleo militar do governo quanto aliados do Centrão. Generais que despacham no Palácio do Planalto desde o início incentivaram Bolsonaro a editar o decreto com o objetivo de perdoar Daniel Silveira (PTB-RJ). Já o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, expoente da ala política, a princípio defendeu uma solução via Congresso, mas passou a também dar respaldo à medida mais dura, que ganhou o apoio de líderes de partidos da base após a sua publicação. Hoje, todos descartam qualquer possibilidade de o indulto individual (graça) concedido a Silveira ser derrubado no Parlamento. A ideia de Nogueira era deixar para a Câmara o desgaste de derrubar ao menos em parte as punições impostas a Silveira, mas Bolsonaro viu no episódio uma forma de enviar um “recado” à Corte, principalmente ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso e seu alvo preferencial no Supremo. Como mostrou O GLOBO, o presidente e seus aliados mais próximos tinham o indulto como opção caso alguma das investigações em curso no STF atingisse seus filhos, em especial o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Para tomar a decisão, Bolsonaro ouviu auxiliares oriundos da caserna, críticos a decisões recentes do STF, como a que proibiu a posse de Alexandre Ramagem no comando da Polícia Federal, em abril de 2020. Um dos militares consultados foi o ex-ministro Walter Braga Netto, que é general da reserva e atualmente atua como assessor da Presidência, além de ser o mais cotado para ocupar o posto de vice na chapa à reeleição do presidente. Também fazem parte do grupo dos que foram consultados os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral), ambos igualmente generais. A redação final do decreto foi fechada numa reunião na manhã de quinta-feira no Palácio da Alvorada com a presença dos ministros Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União) e Célio Faria Júnior (Secretaria de Governo), do secretário para Assuntos Estratégicos, Flávio Rocha, e do subchefe de Assuntos Jurídicos, Pedro Cesar Sousa. Próximo a Bolsonaro, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jorge Oliveira foi outro a participar do encontro.

 

Caso Daniel Silveira expõe declínio do PTB - Em seu gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual Campos Machado é enfático: “Acabou o trabalhismo. Pode mudar de nome”. O homem que foi por 32 anos seguidos o líder da bancada do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) resume assim a situação da sigla criada em 1945, sob a inspiração de Getúlio Vargas. Hoje no Avante, Machado deixou a legenda em razão da guinada bolsonarista patrocinada pelo seu então presidente, Roberto Jefferson. O movimento rompeu com um recente passado pragmático, que trocava apoio por cargos em governos tucanos ou petistas. Esse processo levou à maior crise da história do PTB. O partido tem atualmente apenas cinco representantes no Congresso – três deputados e dois senadores. E pode ficar menor ainda, pois o deputado Daniel Silveira foi condenado à perda do mandato pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se da menor bancada de sua história. Em 1962, a sigla chegou a ser a segunda maior no Congresso, com 104 cadeiras. Dissolvida pelo regime militar em 1965, ela voltou em 1980 e foi uma das cinco primeiras registradas com o fim do bipartidarismo, ao lado do PMDB, PDS, PT e do PDT. Era dirigida por Ivete Vargas, que ganhou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a disputa pela legenda com Leonel Brizola. Ivete ainda buscou um entendimento, mas a carta do ex-governador, lida pelo jornalista Doutel de Andrade, no Rio, após o julgamento, selou a divisão. Brizola chamava de “esbulho” a decisão, que entregava a legenda a “um pequeno grupo de oportunistas subservientes ao poder”. E resolveu fundar o PDT. Para Ivete, o PTB teria a cara do povo brasileiro: “patriota, nacionalista, popular, largadão, sem exageros ideológicos, sem sectarismos”. A deputada morreria em 1984. “Ela foi precursora da mentalidade do Centrão, do que era chamado de clientelismo moderno”, disse a socióloga Maria Victoria Benevides. Nos anos 1980, a legenda atraiu políticos como Jânio Quadros, Affonso Camargo Neto, Gastone Righi e Francisco Rossi e empresários como Antonio Ermírio de Moraes. Chegou a eleger 38 deputados, quatro senadores e dois governadores em 1990, o melhor resultado na Nova República. 

 

Governo quer Auxílio Brasil no cartão - O Ministério da Cidadania está em plena negociação com a Caixa Econômica Federal para emitir novos cartões a serem enviados aos cerca de 18 milhões de beneficiários do Auxílio Brasil. A medida incluiria os que hoje recebem por meio do cartão onde se lê Bolsa Família, programa lançado no governo do PT e que foi encorpado e renomeado sob Jair Bolsonaro. A iniciativa tende a impulsionar um dos carros-chefes do presidente na tentativa de angariar votos em regiões onde o rival Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem vantagem, como no Nordeste. O principal obstáculo é a falta de orçamento do Cidadania para bancar a emissão e pagar a Caixa pelo serviço de enviar os cartões aos beneficiários. No mês passado, a pasta pediu R$ 670 milhões ao Ministério da Economia para os novos cartões. Mas com a necessidade de garantir R$ 1,7 bilhão para o reajuste de servidores, a pasta disse não. As negociações com a Caixa, porém, continuaram. Uma discussão é o pacote de serviços. Se o cartão tiver chip, por exemplo, fica mais caro. Procurados, Cidadania não comentou e a Caixa informou que está em tratativas, mas que as informações são com o governo. Não é só para isso que o Cidadania precisa de dinheiro. A CGU e o TCU querem que a pasta recupere os cerca de R$ 7 bi que ainda faltam em benefícios do Auxílio Emergencial pagos irregularmente. O ministério avalia contratar uma empresa especializada em cobrança, que cobra 15% do valor arrecadado.

 

Resta o Congresso - Juristas e advogados que passam o fim de semana debruçados sobre a graça que o presidente Jair Bolsonaro concedeu a Daniel Silveira (PTB-RJ) e se preparam para a batalha jurídica que vem pela frente avaliam que não há muito o que fazer, em relação à prerrogativa presidencial. A concessão da graça é atribuição privativa do presidente da República. E há várias manifestações de ministros do próprio Supremo neste sentido sobre indultos, que também valem para a situação individual do deputado. Uma delas diz, por exemplo, que o poder do indulto é tão amplo que o plenário do STF decidiu que “não se reclama o trânsito em julgado” da condenação, conforme caso relatado pelo ministro Sepúlveda Pertence. Logo, resta punir Daniel com a perda do mandato. Da parte dos atuais ministros do Supremo Tribunal Federal, a maioria evita se pronunciar abertamente sobre o indulto concedido a Daniel Silveira porque está tratando de recuperar a antiga máxima “juiz fala nos autos”. Afinal, caberá ao STF se pronunciar, diante da enxurrada de ações contra o ato do Presidente da República.

 

Temer deve apoiar Bolsonaro em segundo turno contra Lula - O ex-presidente Michel Temer (MDB) tem dito que não vai se manter neutro em caso de segundo turno entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Concretizado esse cenário, ele deverá declarar apoio ao atual presidente.

 

Temer tem apontado dois motivos para isso. O principal é que Lula e o PT já prometeram desfazer algumas das principais medidas aprovadas no governo do ex-presidente, que ele considera serem parte fundamental de seu legado, como o teto de gastos e a reforma trabalhista.O ex-presidente Michel Temer (MDB) tem dito que não vai se manter neutro em caso de segundo turno entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Concretizado esse cenário, ele deverá declarar apoio ao atual presidente. Temer tem apontado dois motivos para isso. O principal é que Lula e o PT já prometeram desfazer algumas das principais medidas aprovadas no governo do ex-presidente, que ele considera serem parte fundamental de seu legado, como o teto de gastos e a reforma trabalhista.

 

Encerramento do 'Máscara Negra' com banda e arriamento da bandeira - O diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes de Oliveira, vai fazer uma cerimônia de encerramento das atividades do Máscara Negra, edifício que foi a sede da corporação por mais de 40 anos, em Brasília. O espaço já foi desocupado em março, mas o evento está marcado para 29 de abril. A solenidade terá o "arriamento" da bandeira nacional e da Polícia Federal, além de apresentação da Banda de Música do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e um coquetel para os funcionários. Por muito tempo o órgão avaliou alternativas para abrigar em um mesmo edifício todos os setores de direção. Optou por alugar, ao custo anual de R$ 17 milhões, três torres de um prédio de escritórios no centro da capital do país. De acordo com a polícia, o Máscara Negra seguirá sob seus cuidados –o edifício integra a lista de bens da União. Passará por reforma pois não conta, por exemplo, com escada de emergência. Posteriormente, será definido o que funcionará nele.

 

Anitta bloqueia ex-ministro Salles - O ex-ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) foi bloqueado nas redes sociais pela cantora Anitta, após ter publicado vídeo em que critica a artista por ter defendido o uso do verde e amarelo da bandeira brasileira. Segundo Salles, a defesa da bandeira não pode ser feita "com letras esquisitas, danças imorais, uma série de coisas que são absolutamente incompatíveis com o verdadeiro valor da família, com os valores conservadores, com o que é o espírito do brasileiro", diz Salles no vídeo, enquanto são mostradas imagens de Anitta. Ele é pré-candidato a deputado federal pelo PL de São Paulo. Anitta costuma criticar o governo de Jair Bolsonaro (PL) em declarações públicas, e por isso se tornou alvo de defensores do presidente.

 

Bolsonaristas não têm autorização para 1º de Maio na Paulista - A Prefeitura de São Paulo e o Governo de São Paulo afirmaram ao Painel que não foram procurados pelos movimentos bolsonaristas que têm anunciado que farão um ato na avenida Paulista no domingo (1º), em defesa de pautas conservadores e da liberdade do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), beneficiado por um decreto de perdão presidencial. A realização de manifestações, eventos e atos na capital exige aviso prévio à gestão municipal ou ao governo de São Paulo. Como mostrou a coluna, a manifestação ocorrerá a 3 km do ato marcado pelas centrais sindicais em comemoração ao Primeiro de Maio, na praça Charles Miller, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Prefeitura de SP diz que só recebeu solicitação para o evento da esquerda, há cerca de 60 dias. Os bolsonaristas dizem ter autorização da Polícia Militar. No entanto, a Secretaria de Segurança Pública de SP afirma que não foi comunicada por eles. "A SSP esclarece que não foi comunicada a respeito da manifestação na avenida Paulista, no domingo (1º)", diz a pasta, em nota.

 

Centrão respalda Bolsonaro no Congresso - Líderes do centrão dizem ver a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de perdoar a pena do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) como um ato jurídico incontestável e defendem que qualquer disputa sobre esse entendimento deve ser tratada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e não pelo Congresso. A avaliação se dá em meio a ações apresentadas para tentar sustar, via projeto de decreto legislativo, os efeitos da graça concedida pelo presidente da República ao bolsonarista. Também foram protocoladas ações junto ao Supremo contra o perdão a Daniel Silveira. Eles dizem que a concessão da graça é prerrogativa do presidente da República. Portanto, o perdão seria um "ato perfeito juridicamente" e constitucionalmente dentro das regras do jogo. Com isso, o Congresso não teria que se meter na controvérsia. Os deputados argumentam que qualquer discordância deve ser levada ao Supremo para que a corte avalie a questão. No entanto, lembra um deles, Bolsonaro usou voto do ministro Alexandre de Moraes sobre abrangência do indulto para conceder a graça ao bolsonarista —o julgamento em questão tratava do indulto natalino coletivo. 

 

Presos na Lava Jato voltam às urnas  - O ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves passou 328 noites na prisão. O ex-senador Gim Argello ainda mais, 1.159. Livres por diferentes motivos de processos judiciais da Lava Jato, a partir de 2023 a meta deles é voltar a exercer mandato no Congresso Nacional, onde talvez tenham a companhia de algozes como Deltan Dallagnol e Sergio Moro. Assim como os dois, outros políticos que foram presos na operação deflagrada em Curitiba e em desdobramentos articulam a volta às urnas na eleição em outubro. O caso mais notório é o do ex-presidente Lula (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto à Presidência depois de ter ficado um ano e sete meses detido no Paraná. Também devem retornar às urnas o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PTB-SP), o ex-deputado federal Luiz Argôlo (MDB-BA), além do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) e do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB).

 

Fragilidade institucional gerada por indulto é ferida de morte, diz empresário - O perdão da pena concedido por Bolsonaro ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) deve ser uma preocupação para a sociedade em geral e também para o empresariado, na opinião do empresário Horacio Lafer Piva. Ele afirma que a notícia do indulto correu rapidamente entre investidores, mas a fragilidade institucional é uma preocupação que supera os fatores econômicos. "A questão institucional é uma ferida de morte. Isso afeta negócio, afeta a vida das pessoas, a imagem do Brasil lá fora", diz. O empresário, que em 2021 foi um dos signatários do grande manifesto em defesa das eleições e participou de protesto de rua contra Bolsonaro, diz que há vários grupos da sociedade, incluindo empresários, em debates sobre o cenário eleitoral com intenção de voltar a se manifestar. Por ora, a ideia é esperar o dia 18 de maio, quando é prometido o anúncio da candidatura da terceira via. Todo mundo está contendo um pouco a ansiedade, mas com dificuldade, porque há uma exasperação, uma intenção muito clara de alguma manifestação", diz.

 

Brasil independente encolhe em 200 anos e segue sem rumo - Nas celebrações dos 200 anos de sua independência, o Brasil está menor, em termos econômicos relativos ao mundo, e menos otimista quanto a seu futuro do que estava cem anos atrás, no primeiro centenário. Os dois séculos como país independente foram marcados por uma economia fechada, patrimonialista e excessivamente dependente do Estado, o que nos levou ao quadro de estagnação que perdura há 40 anos. Em 7 de setembro de 2022, o Brasil chegará aos 200 anos de sua independência de Portugal menor, em termos econômicos e relativos ao mundo, do que na comemoração de seu primeiro centenário. Em 1922, enquanto realizava-se impressionante exposição internacional no Rio de Janeiro, então capital federal, e discutia-se em profundidade o futuro, o país se preparava para crescer rapidamente, consolidando-se, nos anos 1980, como uma das dez maiores economias do mundo. O bicentenário, entretanto, ocorre em contexto de estagnação que perdura há quatro décadas e de encolhimento relativo do país na economia global. Não há projeto de longo prazo e estão praticamente exauridas as condições demográficas que impulsionaram grande parte dos avanços no século 20.

 

Braga Netto faz ‘estágio’ para ser vice de Bolsonaro - Provável vice na chapa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), o agora assessor da Presidência Walter Braga Netto continua ocupando espaços de destaque nas agendas do chefe de Executivo federal, embora não integre mais o primeiro escalão do governo. Além de atuar como um dos principais conselheiros do presidente no episódio envolvendo o indulto a Daniel Silveira (PTB-RJ), ele tem sido presença frequente no palco dos eventos do Palácio do Planalto, lugar reservado normalmente a ministros e chefes de Poderes, assim como nas viagens oficiais. Nessas ocasiões, tem recebido afagos públicos de Bolsonaro. Braga Netto deixou o Ministério da Defesa no dia 31 de março. A legislação determina que pré-candidatos a cargos eletivos são obrigados a deixar postos de chefia na máquina pública até seis meses antes da eleição. Antes, ele já havia sido chefe de Casa Civil. Ao sair da Esplanada, porém, Braga Netto recebeu um cargo de assessor especial. Desde então, despacha numa sala do terceiro andar do Palácio do Planalto, a pouco metros do gabinete presidencial, o que lhe garante um acesso mais frequente a Bolsonaro do que o de alguns ministros de Estado. Durante as cerimônias no Planalto, Braga Netto tem lugar cativo no palco, sempre próximo ao chefe. O mesmo ocorre com frequência no avião presidencial. No posto de assessor, o general já acompanhou Bolsonaro em três viagens, para o Rio de Janeiro, Cuiabá e Rio Verde (GO). Na prática, segundo avaliam interlocutores da Presidência, o período de Braga Netto como assessor tem servido como um “estágio” para o pré-candidato a vice, e, ao que parece, vem sendo aprovado até aqui. Na terça-feira passada, num evento em comemoração ao Dia do Exército, o homem de confiança ganhou destaque no discurso do presidente, que não lhe economizou elogios. — Orgulho também grande pela missão que, tenho certeza, Deus me deu de estar à frente do Executivo federal e poder, juntamente com os meus 23 ministros, com os meus comandantes de Forças, bem como com meu eterno amigo, general Braga Netto, colaborar nas políticas para bem servir o nosso Brasil.

 

Lula desiste de revogação e propõe revisar a reforma trabalhista - Apesar das cobranças de partidos aliados, entre eles o próprio PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não incluirá em seu programa de governo a bandeira da revogação da reforma trabalhista. O petista deve optar pelo caminho da “revisão” do pacote implantado no governo Michel Temer, com foco, a princípio, em três pontos principais: mudança das regras para o trabalho intermitente; garantia de direitos para profissionais que fazem entregas ou transporte de passageiros por aplicativos; e possibilidade de os sindicatos determinarem em assembleia com seus filiados as suas fontes de recursos. Em discursos e entrevistas nos últimos meses, Lula tem deixado claro os problemas que, em sua visão, existem nas mudanças da legislação trabalhista em vigor em 2017. Ao participar de um encontro com sindicalistas no último dia 14, o petista disse não querer “voltar ao que era antes”. No mesmo encontro, o ex-presidente afirmou que a jornada intermitente faz “com que o trabalhador não tenha direito”. Por esse modelo, que passou a ser permitido após a reforma, o empregado pode ter carteira assinada como uma empresa, mas só trabalha quando é convocado. A hora-trabalho deve ser equivalente ao salário-mínimo, mas, se não houver convocação suficiente, ao fim do mês, o total a ser recebido pode ser inferior ao piso. Na última terça-feira, em entrevista a uma rádio do Tocantins, Lula voltou a dizer que o trabalho intermitente foi um dos problemas da reforma trabalhista.

 

As diferenças do ‘companheiro’ Alckmin com os discursos do PT - Já aprovado pela direção nacional do PT como pré-candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB) trocou as críticas de outrora por elogios ao mais novo “companheiro”, cujos governos são agora descritos como “exemplos de responsabilidade fiscal”. Num passado recente, no entanto, Alckmin defendeu teses econômicas que vão de encontro a premissas petistas. As diferenças se dão principalmente em temas como privatizações e o tamanho do Estado, Petrobras e a política de preços de combustíveis. Nas últimas semanas, Alckmin tem feito gestos para influenciar o programa de governo de Lula, mas diz a pessoas próximas que suas pautas não colidem com as petistas. Ainda que adote cautela e evite entrevistas e falas públicas que possam ser alvo de setores mais radicais do PT, os traços liberais de Alckmin nos últimos anos contrastam com o discurso de Lula e com documentos da sigla sobre políticas públicas. Um dos pontos que evidenciam a distância entre o pensamento de Alckmin e o PT é a política de preços dos combustíveis no país e a possibilidade de o governo interferir na Petrobras. Como candidato em 2018, Alckmin disse ao GLOBO que “os preços dos derivados de petróleo no Brasil devem refletir os preços internacionais”. Na ocasião, o ex-tucano defendeu a venda de refinarias da Petrobras “para permitir competição, acabando com o monopólio estatal do refino”. O argumento usado por Alckmin à época se opõe ao discurso atual do PT e de Lula. O ex-presidente tem atacado a política de paridade internacional, que atrela o valor da gasolina ao dólar, e defende a retomada das refinarias para reduzir as importações de gasolina feitas pelo país. “Tem que mudar essa política de paridade de preços, tem que retomar as refinarias e parar de importar gasolina”, disse Lula, em entrevista no mês passado. O último plano de governo do então candidato petista a presidente de 2018, Fernando Haddad, adotou tom semelhante e diz que a política de preços de combustíveis seria reorientada. “Essa mudança tem por objetivo garantir um preço estável e acessível para os combustíveis”, diz o texto do programa de Haddad. Outro exemplo de discordância na economia é a visão de que é preciso reduzir o peso e o tamanho da máquina pública. O plano de governo de Alckmin registrado na Justiça Eleitoral há quatro anos mencionava a estratégia de “privatizar estatais” para liberar recursos e aumentar a eficiência da economia. A divergência é explícita se comparada ao Plano de Reconstrução e Transformação Nacional, apresentado pela Fundação Perseu Abramo (FPA), ligada ao PT, em setembro de 2020. Lá, o partido se opõe a privatizações como medida para conter gastos e “implantar um estado mínimo que não funcionou em lugar nenhum”. Em outro trecho do documento, o PT afirma que é preciso interromper “a atual política de desestatizações, desinvestimentos e privatizações” e indica rever a privatização da Embraer feita em 1994, considerada exitosa por especialistas da área. Possíveis dissonâncias em relação à visão econômica de Lula ganharam atenção, nas últimas semanas, quando Alckmin propôs ações de desburocratização para melhorar a competitividade do país no exterior.

 

Eduardo ataca irmãos Weintraub por criticarem indulto a Silveira - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), ofendeu o ex-assessor da Presidência Arthur Weintraub e o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, nesta sexta-feira, depois que os irmãos criticaram o indulto a Daniel Silveira (PTB-RJ), parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a oito anos e nove meses de prisão. Abraham Weintraub se filiou ao Partido da Mulher Brasileira (PMB) para disputar o governo de São Paulo. O candidato de Bolsonaro é o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (PL). “A gente tá (na) guerra e o cara me falando em precedente, como se nunca um corrupto tivesse recebido indulto e agora o instrumento tenha sido utilizado para seu fim: soltar um inocente. E quem fala são os irmãos que saíram do país para se livrar desta perseguição. São uns filhos de uma puta! Desculpa, mas não há outra palavra”, escreveu o deputado de São Paulo em sua conta no Twitter.Embora Eduardo repreenda os irmãos por terem saído do país, Abraham Weintraub foi para os Estados Unidos após deixar o ministério da Educação, em junho de 2020, para ocupar um cargo de diretor-executivo do conselho do Banco Mundial indicado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. Na época, o ex-titular da pasta era alvo de uma série de polêmicas envolvendo o governo federal, especialmente depois de ter defendido a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e os chamado de vagabundos em vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. A publicação de Eduardo Bolsonaro com ofensas aos ex-aliados do mandatário foi feita em resposta a uma fala de Arthur Weintraub que mencionava a criação de "precedentes" a partir do indulto dado a Silveira.

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