Manchetes de domingo 07-11-2021

Melhores notícias do domingo, de grandes jornais nacionais

Manchetes de domingo 07-11-2021

Editado por Chico Bruno

 

Manchetes de domingo 07-11-2021

CORREIO BRAZILIENSE – Lágrimas e música na despedida

 

Cerca de 100 mil fãs enfrentaram o forte calor da capital goiana para dar o último adeus a Marília Mendonça, morta num trágico acidente quando ia fazer um show em Caratinga (MG). A reportagem do Correio acompanhou o velório, que teve também a presença de parentes e artistas emocionados. Do mais humilde ao famoso, todos tinham uma palavra de carinho para a rainha da sofrência. Com um violão na mão, e afinado, Gustavo Lacerda, de 14 anos, cantava música de Marília na fila de espera. Dentro do Goiânia Arena, estrelas do sertanejo, como Luíza Sonza, Maiara e Maraisa também davam voz a sucessos da artista. Após o velório, Gustavo Lima se juntou aos artistas que acompanharam a família da cantora no caminhão dos bombeiros que conduziu o cortejo até o cemitério Parque Memorial. O corpo de Marília foi enterrado sob aplausos.

 

FOLHA DE S.PAULO – Economia debilitada será a herança de Bolsonaro em 2023

 

Quem assumir a presidência do Brasil em 2023, seja Jair Bolsonaro reeleito ou não, terá de lidar com uma herança que inclui piora do ambiente interno de negócios, da imagem internacional do país e dos principais indicadores da economia. Pelas projeções, praticamente todo o quadro macroeconômico estará inferior aos números do governo Michel Temer (MDB). Será um cenário de juros, inflação, desemprego e endividamento mais elevados, com nível de atividade, investimentos estrangeiros e câmbio mais fracos. Haverá uma ligeira melhora nos dados de déficit público, mas ainda distante da promessa de campanha de colocar as contas no azul. Já o dólar deve passar de R$ 3,87 ao fim de 2018 para R$ 5,50 no ano que vem. Outro indicador relevante, o desemprego subiria de 11,6% para 12,2%, níveis historicamente elevados. Para o diretor da IFI (Instituição Fiscal Independente), Felipe Salto, o furo no teto de gastos lembra práticas do governo Dilma Rousseff (PT). "Estamos assistindo, estritamente sob esse aspecto fiscal, a um filme repetido", afirma. “A herança será a pior possível.”

 

O GLOBO – Disparos em massa podem ser comprados até nas redes 

 

Proibido pelas regras do WhatsApp, alvo do Tribunal Superior Eleitoral e na mira do Congresso, que discute torná-lo ilegal, o envio automatizado de mensagens é oferecido livremente e a preços acessíveis na internet. Empresas se apresentam em páginas e anúncios no Facebook e Instagram, que pertencem a mesma controladora do aplicativo. Por facilitar a disseminação de fake news, a prática é uma das principais preocupações do TSE para 2022. A Corte vai cobrar das plataformas um código de conduta nas redes e endurecer as regras.

 

O ESTADO DE S.PAULO – Situação fiscal e crise fazem investidor externo sair do País

 

A maior aversão a riscos, combinada com a expectativa de subida de juros nos EUA e preocupações quanto à crise fiscal no Brasil, fez com que a participação do País nas carteiras de investidores estrangeiros chegasse à mínima histórica. Considerando os fundos dedicados aos mercados emergentes, o Brasil representa 5,1% desses investimentos, informam Fernanda Guimarães e Altamiro Silva Junior. No auge, em 2011, essa participação chegou a 16,4%. Nos fundos globais, que compram ações em todo o mundo, a fatia brasileira é de 0,23%.

 

Os destaques de primeira página e do editor

 

1,2 milhão de testes para vencer estão estocados - O Ministério da Saúde armazena cerca de 1,2 milhão de testes do tipo RT-PCR para Covid que perdem a validade durante o mês de novembro. Considerados de "padrão-ouro" para diagnóstico, os exames podem ser incinerados se não forem usados nas próximas semanas. Cerca de 250 mil testes expiram em 18 de novembro. Outro lote, de 942 mil unidades, vence no dia 27. Estes produtos estão avaliados em R$ 42,1 milhões e chegaram há mais de quatro meses no ministério. No fim de 2020 o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) virou alvo de críticas por estocar cerca de 7 milhões de exames com validade curta. O ministério esconde os dados de estoques dos insumos do SUS. A Folha revelou que vacinas, testes e medicamentos avaliados em R$ 243 milhões venceram no armazém do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP). A curta validade dos exames do tipo RT-PCR preocupa gestores do SUS. O volume de exames guardados em Guarulhos e os prazos de validade foram levantados pela Folha com base em documentos internos do Ministério da Saúde e confirmados por integrantes da pasta.

 

Facebook vê violência em seu site, mas não prioriza Brasil - Um relatório interno do Facebook recomenda que a empresa investigue a grande circulação de conteúdo violento na plataforma e em seu aplicativo de mensagens WhatsApp no Brasil. De acordo com o texto, a percepção no país é a de que a circulação de conteúdo violento é muito maior no Facebook e no WhatsApp do que em plataformas como Instagram, TikTok e Twitter. "Precisamos examinar seriamente por que a violência explícita continua a ter um alcance maior no Facebook e no WhatsApp no Brasil", recomenda o documento. A informação consta dos chamados Facebook Papers, relatórios internos encaminhados à Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e fornecidos ao Congresso americano pelos advogados de Frances Haugen, ex-funcionária da empresa. A Folha faz parte do consórcio de veículos de mídia que teve acesso a esses papéis, que foram revisados pelos advogados e tiveram trechos ocultados. O Facebook recentemente mudou o nome da empresa que reúne suas plataformas para Meta. O documento aponta que, no Brasil, também existe a percepção de que desinformação, linguagem política incendiária, bullying e exploração de crianças são problemas muito maiores no Facebook do que em outras plataformas. A empresa recomenda que uma equipe investigue "por que o alcance [de conteúdo de exploração infantil] é maior [no Facebook] do que em outras plataformas no Brasil e na Colômbia". Uma das principais críticas feitas ao Facebook é que a empresa negligencia a moderação de conteúdo em países vistos como menos importantes que os EUA, o Reino Unido e nações da União Europeia. Outro documento tornado público por Haugen e obtido pela Folha mostra que o Facebook, apesar das promessas de combate à desinformação que pode ameaçar eleições, ainda resiste a pagar o preço político para aplicar suas regras.

 

Reforma administrativa deve ficar para 2023 - Parlamentares ligados ao governo já não têm mais esperanças de que serão aprovadas as reformas propostas por Jair Bolsonaro e que tramitam no Congresso. A administrativa foi aprovada por comissão especial da Câmara no final de setembro e aguarda deliberação no Plenário. A do imposto de renda, aposta inicial de Paulo Guedes (Economia) para compensar a criação do Auxílio Brasil, travou no Senado –que, por isso, passou a ser alvo de críticas abertas de Arthur Lira (PP-AL). No mês passado, durante entrevista, o presidente Bolsonaro disse que, caso não fossem aprovadas em 2021, as reformas ficariam para 2023. Líderes governistas e a equipe econômica já afirmam que será esse o cenário. 

 

Líderes do governo falam em crise se decisão do STF contra emendas não cair - Lideranças ligadas ao governo no Congresso dizem que a decisão liminar da ministra Rosa Weber, do STF, de suspender a execução das chamadas "emendas de relator" é uma interferência no Legislativo. Eles afirmam esperar que a medida seja derrubada no plenário da corte. Caso não caia, dizem, uma crise institucional deve se impor. O entendimento dos parlamentares é o de que as emendas estão relacionadas a interesses de grande número de deputados, que vão se unir contra o bloqueio. "O STF não pode virar instância recursal pra quem perde votação no parlamento", diz o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), que costuma se opor ao governo, mas desta vez concorda com os líderes da situação. Lideranças de oposição na Câmara, por outro lado, receberam com empolgação a decisão de Rosa Weber, Para o segundo turno da PEC dos Precatórios, avaliam políticos, o cenário se torna mais otimista para quem está contra. Sem a possibilidade de oferecer recompensas aos deputados em forma de emenda, as barganhas por votos devem estagnar, dizem. "Primeiro, porque o que foi prometido em primeiro turno não poderá ser entregue. Segundo, porque as promessas de segundo turno não poderão ser cumpridas", diz Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição.

 

Bolsonaro enfrenta campo minado no centrão - Sem filiação partidária há dois anos, quando deixou o PSL em novembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro terá que superar uma série de entraves e campos minados para se filiar ao PP, ao PL ou ao Republicanos. Bolsonaro negocia com os três maiores partidos do centrão e tem até março para definir a legenda na qual concorrerá à reeleição. Mas quer uma definição ainda este ano, ganhando tempo para organizar a sua base de apoiadores. Depois de negociar com PP e PL, o presidente incluiu nesta semana o Republicanos no rol de possíveis destinos quando afirmou na Itália que iria decidir entre "três namoradas". Nesta sexta-feira (5), em solenidade no Paraná, voltou a citar a trinca do centrão. "Eu estou na iminência de decidir. Tem três partidos me namorando. Por enquanto, sou bonito. Não sei amanhã. Mas tenho que negociar para os outros dois não darem pancada em mim", afirmou o presidente, sinalizando um caminho de obstáculos, barganhas e muita negociação até a decisão. Um dos entraves é a oposição de diretórios estaduais alinhados a outros presidenciáveis, como o ex-presidente Lula (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e os tucanos João Doria e Eduardo Leite. Também há resistência em acolher nomes ligados ao bolsonarismo hoje dispersos em outros partidos. A oposição acontece sobretudo em estados menores, onde nomes ligados a Bolsonaro entrariam em competição direta com caciques locais na disputa pela Câmara dos Deputados.

 

Planalto vê Moro sem base política para ameaçar Bolsonaro - Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dizem que a eventual entrada do ex-ministro Sergio Moro na corrida eleitoral de 2022 deverá ter impacto sobre a chamada terceira via, mas sem força suficiente para romper a esperada polarização com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Primeiro titular da Justiça no governo Bolsonaro e ex-juiz da Lava Jato, Moro planeja se filiar ao Podemos na quarta (10). Ele sinalizou a aliados que pretende entrar na disputa pelo Palácio do Planalto. Apesar de Moro ter aparecido em pesquisas recentes, bem posicionado entre os nomes da chamada terceira via —em alguns cenários com 8% das intenções de voto—, conselheiros de Bolsonaro destacam que ele ainda está longe do patamar do presidente e de Lula. O atual desempenho de Moro nas pesquisas se deve, segundo aliados de Bolsonaro, a eleitores que ainda identificam no ex-juiz da Lava Jato um símbolo do combate à corrupção. Esses mesmos aliados, porém, ressaltam que Moro deve ter pouco espaço para crescer. O principal argumento é que o ex-juiz dificilmente conseguirá construir uma aliança partidária com congressistas e prefeitos que lhe dê sustentação para avançar na disputa. Uma das consequências, dizem assessores palacianos, é que Moro não deve ter acesso a um tempo de televisão competitivo.

 

Desembargador que livrou Lira de virar ficha-suja é alvo da PF - O desembargador responsável pela decisão que salvou a carreira política de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, é alvo de uma investigação da Polícia Federal sobre irregularidades no Judiciário de Alagoas. Policiais federais fizeram buscas na quinta-feira (4) no gabinete de Celyrio Adamastor Tenório Accioly, desembargador do Tribunal de Justiça, em Maceió. Segundo a PF, houve 15 mandados de busca expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), que tem a prerrogativa de julgar magistrados de segundo grau. Lira não foi alvo da operação, batizada de Pecunia non olet ("O dinheiro não tem cheiro", em latim). A PF diz que são investigados supostos crimes de corrupção e advocacia administrativa. O caso, porém, tramita sob sigilo. De acordo com a polícia, a investigação aponta que agentes públicos e advogados fizeram a intermediação do retardamento de julgamento e de decisões relacionadas a uma empresa da área de educação em troca de pagamentos. Mandados foram cumpridos em Alagoas e no Paraná. Foi ele que, em 2018, assinou individualmente um despacho que liberou a candidatura de Lira, ao suspender efeitos de condenação cível decorrente da Operação Taturana, que abordava desvios na Assembleia Legislativa de Alagoas nos anos 2000. Lira e outros ex-colegas de Assembleia estão condenados por improbidade administrativa em segunda instância desde 2016 por causa de desvios na Casa. Com isso, passaram a ser considerados fichas-sujas e não poderiam mais disputar eleições. Porém, decisão proferida por Adamastor, a cinco meses da eleição de 2018, concedeu o efeito suspensivo a três dos condenados, liberando candidaturas. Em relação a Lira, o argumento foi o de que ele poderia sofrer "danos irreparáveis" caso fosse impedido de participar das eleições antes do julgamento final de seus recursos. O Ministério Público recorreu, mas o STJ à é poca rejeitou rever a medida do desembargador. O deputado foi reeleito, e, em fevereiro deste ano, assumiu a presidência da Câmara. Adamastor já havia expedido voto favorável a Lira ao participar do julgamento do mérito da ação de improbidade, no TJ. O magistrado foi o único que decidiu pela absolvição, em um placar de 4 a 1. Na ocasião, aceitou argumento de Lira de que a citação do réu no processo tinha sido irregular, comprometendo seu direito de defesa. A condenação de Lira em Alagoas agora está prestes a ser anulada. Projeto de lei sancionado no fim de outubro mudou as regras da Lei de Improbidade Administrativa, flexibilizando as punições e permitindo o benefício a quem já era réu. A proposta foi votada no Congresso por mobilização do próprio Lira.

 

Bolsonaro chama Omar Aziz de 'cara de capivara' - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou neste sábado (6) o senador Omar Aziz (PSD-AM) de "cara de capivara" e afirmou que a única acusação relevante da CPI da Covid teri a sido classificá-lo de motoqueiro. "A única acusação bombástica da CPI do Omar Aziz foi a de que temos um presidente que é motoqueiro. Aquele cara de capivara me chamando de motoqueiro, me acusou como se eu fosse ficar indignado. Pode falar motoqueiro ou motociclista. Eu sei o que é liberdade sobre duas rodas", disse. O relatório final da CPI, no entanto, aponta que há provas de que o governo Jair Bolsonaro foi omisso e escolheu agir "de forma não técnica e desidiosa" no enfrentamento da pandemia. A declaração do presidente foi dada durante um evento com apoiadores no Centro de Eventos de Ponta Grossa, no Paraná. Bolsonaro havia acabado de participar de uma motociata, que começou às 10h na cidade de Piraí do Sul. Cerca de 90 moto clubes confirmaram presença no evento. Levantamento feito pela Folha mostrou em setembro que as motociatas do presidente já custaram R$ 2,8 milhões aos cofres públicos. O valor é referente a cinco viagens convocadas pelo mandatário.

 

'Bolsonaro abre a boca para jogar fezes', diz Aziz - Depois de ser chamado de "cara de capivara" por Jair Bolsonaro (sem partido) neste sábado, o senador Omar Aziz (PSD-AM) rebateu que o presidente "abre a boca para jogar fezes". "Uma pena que o Brasil seja governado por esse tipo de gente. O sentimento que eu tenho nesse momento, além de preocupação, é de pena com quem está passando fome e dificuldade", afirmou Aziz ao UOL. Segundo o parlamentar, Bolsonaro seria "aquele carioca que tira proveito de funcionários do próprio gabinete". A declaração faz referência a um suposto esquema de rachadinha (crime de peculato) no gabinete do presidente quando ainda exercia a função de deputado federal. Para Aziz, a imprensa brasileira "não deveria mais dar importância" às declarações do presidente Bolsonaro. "Depois que os cientistas brasileiros se recusaram a receber a comenda científica, a imprensa não deveria mais dar trela para esse sujeito", afirmou ao UOL.

 

Moro cria dificuldade para Bolsonaro – A provável entrada de Sérgio Moro na pré-campanha presidencial fez estrategistas dos principais partidos reverem suas projeções para o mapa eleitoral de 2022. De imediato, é consenso que o ex-juiz da Lava Jato deixou a luta pela populosa região Sudeste, onde pesquisas mostra haver mais espaço para uma terceira via, ainda mais renhida. As primeiras sondagens também indicam que, uma vez na estrada, Moro pode tirar votos do presidente no Sul. Como consequência desse estreitamento de pista, Jair Bolsonaro terá de melhorar seu desempenho em outras regiões, especialmente no Nordeste, o que ajuda a explicar a ação pesada do Planalto e dos governistas para aprovar o Auxílio Brasil.

 

Câmara e Senado fora de sintonia - As disputas políticas voltadas às eleições presidenciais de 2022 atingiram em cheio o alinhamento que vinha sendo demonstrado, desde o início do ano, entre os comandos das duas Casas do Congresso. Reclamações públicas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), contra a atuação do Senado escancaram uma crise instalada na cúpula do Legislativo, no momento em que o país necessita da aprovação de projetos destinados à recuperação da economia. Eleitos para as chefias das duas Casas com o apoio do Planalto, em fevereiro, Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já não demonstram a mesma sintonia dos tempos em que concediam coletivas de imprensa juntos para anunciar, entre outras metas comuns, a aprovação das reformas administrativa e tributária em 2021. O ano chega ao fim sem as reformas, e o prazo para aprová-las em 2022, ao lado de outros projetos importantes, será muito curto, em razão das atividades eleitorais dos parlamentares em seus redutos políticos.A lua de mel entre os dois começou a azedar depois que o presidente do Senado oficializou, em abril, a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que havia sido criada para apurar ações e omissões do governo federal na pandemia da covid-19. O senador desagradou a base governista, embora tenha apenas cumprido uma determinação do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e repetido que era contrário ao funcionamento de uma CPI no meio da grave crise enfrentada pelo país.

 

Ideia de "fatiar" a Petrobras - O presidente Jair Bolsonaro reafirmou a apoiadores, ontem, a intenção de “fatiar” ou até “privatizar” a Petrobras. A estatal entrou na mira do chefe do Executivo por causa da alta no preço dos combustíveis, que tem sido alvo de reclamações da população e também contribui para a aceleração da inflação. “Sabemos da inflação, do aumento de combustíveis. Sabemos, a Petrobras é independente, infelizmente independente. E nós estamos buscando uma maneira de, da nossa parte, ficar livre da Petrobras. Fatiá-la bastante, quem sabe partir para a privatização. Mas sei que isso demora”, disse Bolsonaro. O presidente participou de uma passeata de motociclistas em Ponta Grossa (PR) e, ao fim do trajeto, discursou ao lado da prefeita da cidade, Elizabeth Schmidt (PSD). A declaração de Bolsonaro vem um dia depois de a companhia informar ao mercado que o governo negou a existência de qualquer recomendação de inclusão da privatização da Petrobras no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Em 25 de outubro, notícias sobre supostos estudos do Ministério da Economia para vender ações da Petrobras, abrindo mão do controle da companhia, levaram a uma alta expressiva na cotação das ações em bolsa. No mesmo dia, a Petrobras informou ao mercado ter questionado o governo sobre a existência desses estudos.

 

Cientistas condecorados por Bolsonaro fazem renúncia coletiva à honraria - Vinte e um cientistas condecorados pelo governo com a Ordem do Mérito Científico assinaram uma carta aberta em que renunciam à honraria concedida. De acordo com o texto, eles afirmam terem tomado a atitude após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinar novo decreto no dia 5 de novembro excluindo dois nomes da lista de cientistas homenageados, os de Adele Benzaken e Marcus Lacerda. Em carta enviada ao ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, na sexta-feira, o epidemiologista Cesar Victora, que está entre os que renunciam à honraria, recusou a condecoração oferecida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro na Ordem de Mérito Cientifíco. Victora seria promovido ao título de grão-Cruz — ele já havia recebido a honraria em 2018, no governo Michel Temer. Lacerda foi um dos primeiros pesquisadores a fazer um estudo demonstrando a ineficácia da cloroquina no tratamento contra a Covid-19. Já Benzaken ocupava o cargo de diretora do departamento de HIV/Aids do Ministério da Saúde, mas foi exonerado no início do governo Bolsonaro. Benzaken alegou na época que a demissão foi causada por uma cartilha destinada para homens trans. A carta crítica também a "forma pela qual o negacionismo em geral, as perseguições a colegas cientistas e os recentes cortes nos orçamentos federais para a ciência e tecnologia tem sido utilizados como ferramentas para fazer retroceder os importantes progressos" da comunidade científica brasileira.

 

Lira ‘garantiu’ emendas, diz marido de deputada - Poucas horas após a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, que foi concluída na madrugada de quinta, e de contrariar a posição de seu partido, a deputada Daniela do Waguinho (MDB-RJ) foi recebida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tratar da destinação de verba ao município de Belford Roxo, sua base eleitoral. Quem admitiu o propósito da reunião, em que houve uma “garantia” para o envio de recursos, foi o marido da parlamentar e prefeito da cidade, Waguinho (PSL). O prefeito divulgou um vídeo nas redes sociais após participar da conversa no gabinete do presidente da Câmara. Lira foi um dos principais fiadores da PEC aprovada no dia anterior, ocasião em que monitorou e cobrou o voto de seus pares. — Estou em Brasília, no gabinete da minha querida e amada esposa, Daniela do Waguinho. Vim despachar as emendas para a nossa querida Belford Roxo. Inclusive, também estou aqui porque, além de Belford Roxo, ela está ajudando várias outras cidades do Rio de Janeiro — relatou Waguinho. Em seguida, o prefeito citou o acordo político firmado com Lira. — O trabalho está sendo muito bom. Hoje estivemos com o deputado Arthur Lira, que garantiu mais recursos, a pedido da deputada de Belford Roxo. E para outras cidades do Rio. Antes da votação, em reunião da bancada do MDB, deputados decidiram votar contra a PEC. Enquanto 13 deputados da legenda seguiram a orientação, 10 se manifestaram de forma contrária, entre eles Daniela. Outros 10 não sequer marcaram posição, o que contribuiu para minar o apoio ao governo. O texto foi aprovado em primeiro turno por 312 votos, com uma estreita margem de quatro votos a mais do que o necessário.

 

Mourão amplia conversas por eleição no Rio - De olho no eleitorado bolsonarista e também com acenos à terceira via, o vice-presidente Hamilton Mourão caminha para uma possível participação na corrida eleitoral fluminense. O general, que também está pensando em concorrer ao Senado no Rio Grande do Sul, vem construindo pontes com aliados e potenciais opositores do governador do Rio Cláudio Castro (PL), que ainda tenta atrair o apoio dos eleitores do presidente Jair Bolsonaro. O foco na eleição do Rio tem sido estimulado por interlocutores de Mourão e políticos fluminenses, em meio à percepção de que Castro até agora não conseguiu consolidar o voto bolsonarista no estado.

 

Nota de R$ 200 teve campanha mais cara do que prevenção da Covid - Nos dois anos marcados pela pandemia Covid-19, a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) do governo Jair Bolsonaro gastou mais na divulgação da cédula R$ 200 do que em anúncios sobre a prevenção do coronavírus. O levantamento realizado pelo GLOBO com base nos pagamentos da SECOM em 2020 e 2021 mostra que a publicidade da nova nota foi o sexto grande investimento no período, por trás dos anúncios de agenda positiva, economia de água, combate ao Aedes aegypti e a própria campanha de vacinação. O Planalto desembolsou R$ 18,8 milhões com a divulgação na nova votação de R$ 200. Por outro lado, as propagandas sobre o cuidado a ser tomado durante a pandemia – como o uso de gel de álcool e máscaras – custaram R$ 14,4 milhões. Após um ano e dois meses de emissão, a nota representa 1,11% de todas as cédulas em circulação no país, de acordo com o sistema de administração do meio circulante. É menos do que as notas R 1 em cédula de circulação que deixaram de ser produzidas. - Um dos fatores que explicam a baixa circulação da nota R 200 é o uso de outras tecnologias. Nesse período, muitas transações começaram a ser feitas digitalmente, como a do Pix, disse o economista Joelson Sampaio, da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV).

 

Pacheco surge como novo alvo do bolsonarismo digital - Redes bolsonaristas em aplicativos de mensagens estabeleceram um novo alvo a seguir: o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Antes pouco notado por grupos que reúnem apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em aplicativos de mensagens como WhatsApp e Telegram, o parlamentar entrou na rota de teorias da conspiração, notícias falsas, ataques e memes espalhados pela Internet. O GLOBO seguiu cinco grupos fechados no WhatsApp e cinco abertos no Telegram, onde as menções de Pacheco dispararam nos últimos três meses. A entrada do parlamentar no radar dos militantes digitais coincide com a expectativa de sua candidatura à presidência e sua filiação ao PSD. Ao contrário dos confrontos nas redes sociais, Pacheco mantém suas contas no Twitter e Instagram fechadas. No Grupo B — o Telegram 38 — com mais de 40 mil membros — do total de mais de 400 mensagens já enviadas citando Pacheco, 101 ocorreram nos últimos três meses. Se antes seu nome aparecia no grupo geralmente nas manchetes de notícias sobre o Senado, a partir de agosto ele se tornou alvo de ataques e mensagens conspiratórias que circulam em correntes e se estendem a outros grupos – tanto no Telegram quanto no WhatsApp. Uma dessas mensagens diz que ele faria parte de um plano do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, de banir Bolsonaro em 2022 e eleger Lula.