Manchetes de domingo

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Manchetes de domingo

Resumo de domingo - 12 de novembro de 2022 

 

Edição de Chico Bruno  

 

Manchetes de domingo

 

 

CORREIO BRAZILIENSE – Partido de Bolsonaro abre portas a radicais

 

FOLHA DE S.PAULO – Crise faz de classe C frustrada motor para o bolsonarismo

 

O ESTADO DE S.PAULO – Com dinheiro em caixa, Nunes prevê R$ 4,6 bi para mobilidade

 

O GLOBO – Plano de Lula em aceno ao agro terá garantia de preço e crédito

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Portas escancaradas - O PL espera que o presidente da República comande a oposição ao governo do PT e ajude a liderar e controlar a extrema direita bolsonarista, que se recusa a reconhecer o resultado das urnas e promove bloqueios em estradas, provocando transtornos pelo país. “Esse é um dos principais motivos que eu vejo da entrada do Bolsonaro (na sigla), de ele poder trabalhar pelo partido, que tenha o controle desse pessoal”, afirma o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto. O dirigente diz que os radicais são bem-vindos. “Sempre convivi com eles. Podem ficar, com o maior prazer”, enfatiza. Em Brasília, a sede do gabinete provisório da nova gestão vive queda de braço por espaço político entre os partidos da base de Lula.

 

Classe C bolsonarizou - Análise do resultado da eleição de 30 de outubro sugere que a classe C foi crucial para a votação expressiva de Bolsonaro, que acabou perdendo para Lula por apenas 2,1 milhões de votos, margem mais apertada em pleitos presidenciais desde a redemocratização. Com poucas exceções, estados onde a classe C é relativamente maior deram mais votos ao presidente. Na contramão, onde a classe D/E predomina, Lula se saiu melhor. Especialistas em classes sociais e em ciência política dizem que é possível inferir que membros da classe C demonstraram maior preferência por Bolsonaro por conta de seu discurso pró-empreendedorismo e defesa de um Estado que interfira menos na vida das pessoas. "Dados da POF [Pesquisa de Orçamentos Familiares, do IBGE] mostram que, na classe C, 60% dos trabalhadores têm renda variável, com predominância na informalidade. O discurso do presidente por um Estado que não deve atrapalhar tem mais aderência nesse pessoal batalhador. Eles acreditam em progredir mais por méritos próprios", afirma Maurício de Almeida Prado, antropólogo e diretor-executivo da Plano CDE. Segundo Prado, pesquisas qualitativas revelam que esse segmento tem um discurso mais individualista, e guarda um sentimento de insatisfação alimentado pela combinação de crise econômica no biênio 2015-2016, baixo crescimento desde então e escândalos de corrupção nos governos do PT. O sociólogo e cientista político Antonio Lavareda lembra que "Nos últimos anos, houve também uma relação causal na cabeça de muitos eleitores entre a corrupção apontada pela Lava Jato e o empobrecimento da sociedade. Essa é a grande explicação para a força do bolsonarismo."

 

Caixa cheia - Até o fim de seu mandato, em 2024, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) planeja executar em São Paulo um pacote de obras viárias avaliado em pelo menos R$ 4,6 bilhões. A ideia de transformar a cidade em um canteiro de obras trará melhorias para a capital e é acompanhada por um cálculo eleitoral: Nunes pretende disputar a reeleição. Com um caixa de R$ 32,6 bilhões, a Prefeitura pleneja tirar do papel projetos como a ampliação da Marginal Pinheiros e a construção de corredores rápidos de ônibus, além de pontes, viadutos e túneis. São 20 ações de mobilidade, a maioria na zonal sul, reduto político de Nunes. O prefeito, no entanto, nega interesse eleitoral em iniciar as obras no terceiro ano de mandato. "Essas são demandas antigas da cidade", afirmou.  

 

Aceno ao agronegócio - O governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva vai montar um plano de financiamento, garantia de preços mínimos e expansão para o agronegócio, setor do qual o PT busca se reaproximar após as eleições. São avaliadas a cobrança de juros mais baixos para agricultores com produção ambientalmente sustentável, a ampliação do atual Plano de Safra, orçado em R$ 341 bilhões, e a retomada dos estoques reguladores de alimentos, que ajudam a melhorar os preços para produtores. A gestão petista também estuda a conversão de áreas de pastagem degradadas em zonas de cultivo para agricultura, para conter o desmatamento.

 

A dúvida sobre o Brasil na COP27 - Nesta viagem que o presidente Lula fará para participar da Conferência Mundial do Clima, a COP27, ele deixará claro que, a partir de janeiro, a preservação ambiental terá outro peso entre as prioridades governamentais. Especialistas, porém, têm alertado para um outro aspecto que o futuro governo ainda não se posicionou, a questão da energia, com destaque ao futuro da Petrobras. No governo Lula, houve um primeiro momento de atenção às energias renováveis e menos poluentes, caso do etanol, mas, com a descoberta do pré-sal, tudo mudou e o país passou a apostar novamente no combustível fóssil. Agora, em plena COP27, será uma oportunidade de Lula apontar para que lado deseja seguir. O receio de muitos estudiosos nessa área é que, mais uma vez, o governo se volte à exploração de petróleo, sem muito espaço para investimento e desenvolvimento de energia limpa. Há quem esteja preocupado com a possibilidade de, nas discussões da transição, prevaleça a visão sindicalista sobre o papel da Petrobras. Quanto antes o futuro governo esclarecer que perfil vai dominar, se o sindical ou o ambiental, melhor. Afinal, não dá para ficar com o discurso de proteção e investimento na Amazônia e, paralelamente, usar e abusar do combustível fóssil.

 

Transição anuncia Bela Gil e mais quatro - A transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva oficializou, em edição extra do Diário Oficial da União, mais 44 integrantes da equipe que atuará no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) até a posse do novo governo. Grande parte dos nomes já havia sido anunciada durante a semana pelo coordenador da transição, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). Porém, cinco novos membros constam na lista. A socióloga Margarida Quadros — amiga da futura primeira-dama e também socióloga, Rosângela da Silva, a Janja — comporá o grupo de Direitos Humanos. Luciano Coutinho, ex-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), foi escalado para a equipe de Indústria, Comércio e Serviços. A apresentadora e chefe de cozinha Bela Gil integrará o grupo técnico de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, assim como o secretário executivo do MDB, Reinaldo Takarabe, e o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenador do Centro de Referência em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Ceresan) da instituição, Renato Sérgio Jamil Maluf.

 

Lula faz exames antes da COP27 - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) submeteu-se, ontem, a uma bateria de exames no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Segundo boletim médico, os testes constataram uma inflamação na garganta do petista, decorrente de esforço, e uma pequena leucoplasia — placas de coloração branca, geralmente benignas — na laringe. Também foi ratificada a “completa remissão” do câncer na garganta, diagnosticado em 2011. Lula foi atendido pelos médicos Roberto Kalil Filho (cardiologia), Artur Katz (oncologia clínica) e Rubens Brito (cirurgia geral). Amanhã, Lula embarca para o Egito, como convidado do presidente egípcio, Abdel Fattah El Sisi, para participar da 27ª Conferência do Clima — COP27.

 

Projetos emblemáticos de Bolsonaro serão dor de cabeça - Projetos e obras que se tornaram bandeiras do governo Jair Bolsonaro (PL) e que estão atualmente em andamento serão "abacaxis" para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resolver, com custos financeiros e políticos inevitáveis. As obras da Ferrogrão, que levaria soja do Mato Grosso ao Pará, por exemplo, são apoiadas com entusiasmo pelo agronegócio, mas repudiadas com a mesma intensidade por indígenas e defensores do Meio Ambiente, que a chamam de "nova Belo Monte". Pelas contas do governo, a ferrovia vai custar mais de R$ 21 bilhões. Em artigo publicado no jornal francês Le Monde, em 2021, duas das principais cotadas para comandar o Ministério dos Povos Originários, Sônia Guajajara (PSOL-SP) e Joênia Wapichana (Rede-RR), escreveram que a Ferrogrão pode levar a destruição da floresta a um nível irreversível. Marina Silva (Rede-SP), deputada eleita e que é encarada como possível ministra do Meio Ambiente, também é crítica ferrenha. Por outro lado, Neri Geller (PP-MT) e Carlos Fávaro (PSD-MT), cotados para a pasta da Agricultura, têm promovido o projeto. "Não vejo nada mais sustentável que uma ferrovia para tirar 4.000 caminhões das estradas. Trazendo segurança, menos combustível fóssil sendo queimado, menos pneu sendo gasto", afirmou Fávaro, em julho de 2021, dizendo que o protesto de ambientalistas tinha fundo comercial.

 

PT quer 'festa popular' na posse de Lula - O PT prepara uma "festa popular" para a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro, e espera caravanas de todo o país. Assim como em 2002, deve ser reeditado o esquema de "hospedagem solidária" por militantes que vivem no Distrito Federal. Na semana que vem, haverá uma reunião da equipe de transição de Lula e da direção nacional do PT para organizar os detalhes do evento. A coordenação geral ficará a cargo da futura primeira-dama, Janja. "Mesmo antes de fazermos qualquer planejamento, a militância já está se organizando espontaneamente", disse Sônia Braga, secretária de Organização do PT e uma das responsáveis pelo tema na direção partidária.

 

Sede de site de notícias é atacada a tiros - A sede do site de notícias Rondônia ao Vivo, em Porto Velho (RO), foi atingida a tiros na madrugada deste sábado (12). Janelas e a porta de vidro da parte da frente do imóvel onde funciona a empresa foram estilhaçadas. Um vídeo feito por câmera de segurança mostra um homem se aproximando e disparando contra o local. Ninguém ficou ferido —no momento do ataque não havia pessoas na empresa. O dono do site, Paulo Andreoli, afirmou ter recebido informações de autoridades policiais de que 19 cápsulas de pistola calibre 9 milímetros foram encontradas em frente ao imóvel. Ele disse acreditar que o ataque tenha relação com grupos radicais bolsonaristas da cidade. "Adotamos a postura de chamar de atos antidemocráticos as manifestações de bolsonaristas em frente à 17ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército aqui em Porto Velho", disse. O empresário afirmou que essa decisão teria irritado apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).