Líder metalúrgico convida CNI e filho de Jango para debater saídas para a crise

Líder metalúrgico convida CNI e filho de Jango para debater saídas para a crise

Hora do Povo

 

Líder metalúrgico convida CNI e filho de Jango para debater saídas para a crise

 Por   Publicado em 5 de novembro de 2021

O líder metalúrgico José Pereira, membro da Executiva Nacional da Força Sindical, que realiza encontros para discutir “um novo projeto de desenvolvimento para o país”, convidou para a próxima rodada dois vértices da política brasileira: Rafael Lucchesi, Diretor de Educação e Tecnologia da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que reúne os maiores empresários do país, e João Goulart Filho, como é conhecido João Vicente, o filho de Jango, presidente deposto pelo golpe militar de 1964.

Lucchesi é Diretor Geral do poderoso SENAI (Serviço Nacional de Apredizagem Industrial) e Diretor Geral do SESI (Serviço Social da Indústria). João Vicente é membro da Comissão Política do PCdoB e, com Pereira, foram do PPL, Partido Pátria Livre, que em 2018 incorporou ao PCdoB.

 

Para Pereira, que nos últimos 20 anos foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, cidade da região metropolitana de São Paulo, o momento exige “unir opostos”, que lideranças nacionais que olham o Brasil “por ângulos diferentes” sentem à mesa, que “encontremos saídas para o país“.  O encontro será virtual, dia 9 de novembro, às 10h.

Segundo Pereira, “o Brasil vive o maior desemprego de sua história. O emprego informal também bate recorde. A inflação rompeu a marca de dois dígitos e atingiu 10,4%. Para os pobres é o dobro. O feijão aumentou 69%, o arroz 61%, a carne 40%, o gás de cozinha 30%, a gasolina 73%, e por aí vai”. Afirmou que “existe uma combinação perversa entre recessão, provocada por uma queda vertiginosa do poder de compra dos trabalhadores, com inflação, que arrocha mais outro tanto do salário”.

Na avaliação do dirigente sindical, devemos debater “com base em nossa própria experiência”. Citou que “de 90 para cá, o Brasil cresceu numa média de 2% ao ano, mas, de 1930 a 1980, crescemos 7% ao ano”. A diferença é que de 1990 até hoje “fomos o paraíso do neoliberalismo, do Estado mínimo, do tripé macro-econômico – meta de inflação, câmbio flutuante e superávit primário – e dos juros altos para atrair o capital especulativo”. Já no primeiro período o desenvolvimento “foi puxado pelo investimento público em infraestrutura, apoio às empresas nacionais e a criação de uma rede de defesa do poder de compra dos trabalhadores, com a CLT, a Justiça Trabalhista e os sindicatos com direito à contribuição dos trabalhadores”, concluiu.