João Vicente Goulart na Federação Unica dos Petroleiros (FUP)

Queridos lutadores, companheiros e camaradas de luta pela PETROBRAS,Parodiando um dos ícones do trabalhismo no Brasil, eu digo que também venho de longe.

João Vicente Goulart na Federação Unica dos Petroleiros (FUP)

João Vicente Goulart na Federação Unica dos Petroleiros (FUP)

 

Queridos lutadores, companheiros e camaradas de luta pela PETROBRAS, parodiando um dos ícones do trabalhismo no Brasil, eu digo que também venho de longe.

A luta pelo Brasil é, e sempre foi em minha vida, uma busca permanente do sonho vivo que nossas utopias são as forças matrizes que nos mantém vivos.

De um exílio prolongado que aos sete anos me retirou de minha terra no golpe de 1964.

A luta dos petroleiros e da Petrobras, estavam nos motivos desse desterro. A encampação das refinarias privadas e outorga do monopólio á Petrobras, tanto da extração quanto do refino, foram uma das medidas das “Reformas de Base”, que o Governo João Goulart, decretou como necessidade ao desenvolvimento nacional, tornando-se estas um dos motivos do golpe de estado que levou o Brasil a vinte e um anos de ditadura.

O que vivenciamos no momento político nacional é mais uma vez um grande risco as instituições democráticas deste país. Vivemos sob permanentes ameaças reverberadas pela maior autoridade da Republica, desde os discursos do "cercadinho" até os palanques do 7 de setembro, sob os aplausos, golpistas e dissimulados, ora não tanto, de outras autoridades, incluindo aí inclusive, a ameaça velada de nossas forças armadas.

 Vemos no retrovisor a história; os mesmos golpistas, abutres expondo suas garras aterradoras para estabelecer o medo, único recurso que lhes resta, para amedrontar nosso povo, nossos trabalhadores.

Entre outros alvos desses abutres, está, como sempre esteve, a nossa PETROBRAS, maior empresa do país e que já esteve, em 2007, como a quarta maior do Mundo, em valor de mercado.

Essa luta nunca cessará, basta olharmos a história para vermos que estas aves de rapina sempre estiveram e sempre estarão presentes, e são os mesmos reencarnados, que levaram o presidente Getúlio, ao extremo sacrifício de morrer em holocausto do povo brasileiro.

Desde 1939 quando jorrou petróleo em Lobato, bairro de Salvador até a promulgação da lei 2004 em 3 de Outubro de 1953,foram percorridos 14 anos  de muita luta contra a resistência  dos interesses das multinacionais de petróleo, oligopólio que continha  95% da distribuição de todos os combustíveis no Brasil, os mesmos interesses de hoje, apenas em parte, transvestidos em “mercado”, para surrupiar nossas esperanças de desenvolvimento.

Apesar das forças de Resistência, foi graças a mobilização popular em torno do governo Vargas, contando com entidades civis, intelectuais, profissionais liberais, militares, militantes comunistas e heróis nacionais como Felicíssimo Cardoso, Horta Barbosa que a campanha do “PETROLEO É NOSSO”, foi vitoriosa e figura até hoje como um grito de independência e soberania nacional.

Até a criação da PETROBRAS em 1953, éramos 95% dependentes dos combustíveis importados. Após sua criação, a Petrobras se voltou prioritariamente para a construção de refinarias, visando a autossuficiência no refino, a autossuficiência nos combustíveis. Além da Refinaria de Mataripe, então do CNP, já em 1956 deu partida ao processamento da refinaria de Cubatão, em São Paulo e daí em uma sequência de montagens de novas refinarias, atingiu a autossuficiência no refino, não dependendo mais de nenhuma importação de combustíveis.

Mas como disse, a luta é permanente. Obtida essa vitória, contrária aos interesses de um Brasil desenvolvido e independente, as refinarias foram relegadas a um segundo plano de importância na programação de investimento da Companhia, sendo sucateadas ao invés de ampliadas, para atender a demanda nacional do refino de combustíveis.

Não bastasse, para infelicidade da nação, deu-se em 2006,no governo Temer, o estabelecimento do PPI (preço de paridade de importação) que é calculado a partir do maior preço vigente no mercado internacional, sendo portanto, estabelecido um preço que pode estar realmente mais caro do que de fato seja, já que há diferenças de preços entre os petróleos  (BRENT e WTI) em função do grau API de cada tipo destes petróleos.

Somos autossuficientes na produção de Petróleo, nossos preços equivalentes para os combustíveis, poderão se no máximo, serem a média ponderada dos custos em nossas refinarias e os combustíveis eventualmente importados. 

Entendo que a nossa luta pela preservação das instituições democráticas, pela preservação das conquistas da nação brasileira, como por exemplo a Petrobras, deve se inspirar nesses nossos heróis da luta pelo “PETROLEO É NOSSO”. O Petróleo é nosso e sempre será, e brademos também, A PETROBRAS É NOSSA e sempre será.

Sigamos o exemplo de uma luta pacifica, MAS MANTENHAMOS MOBILIZADAS AS NOSSAS FORÇAS através dos nossos sindicatos, fortalecendo-os, unindo-nos em torno de uma causa nobre, com a meta sempre dirigida, ao Brasil de todos os brasileiros, contra o imperialismo e em prontidão permanente na defesa das nossas riquezas nacionais.

Devemos nos negar a provocações, que continuarão a vir, continuarão a testar a nossa democracia, buscando que nossas reações  sejam intempestivas, mas nos encontrarão unidos em não alimentar o tumulto, que não nos interessa neste momento para justificar a violência contra os direitos estabelecidos, contra nossos trabalhadores que tentam sobreviver, mas que levam na alma a luta nacional contra o entreguismo, e em suas consciências a dignidade e honra de defender nossa soberania.

 Vamos sim nos mobilizar, repito, organizadamente com os instrumentos legais que possuimos, para enfrentarmos qualquer tentativa de ruptura da democracia, pela qual tanto lutamos para reconquistá-la, sem medo de ameaças, sem medo de dar a vida nesta luta, pela qual tantos mártires tombaram, no longo caminho de uma pátria solidaria e independente.

Viva a Petrobrás, brasileira, estatal e a serviço do povo desta Nação!!!