15 de novembro, dia de “comemorar” o 1º golpe dos militares no Brasil

15 de novembro, dia de “comemorar” o 1º golpe dos militares no Brasil

15 de novembro, dia de “comemorar” o 1º golpe dos militares no Brasil

Por que os militares tiveram sucesso no golpe que derrubou a monarquia.

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1 – Ideais republicanos chegavam ao Brasil a partir da França, com a ideologia do positivismo, que se baseia na ordem social e no progresso científico. O positivismo não era apenas uma corrente filosófica, mas também uma teoria política e uma ideologia.

2 – O Brasil amargava uma crise econômica que se arrastava desde 1870, devido a dívidas motivadas pela guerra contra o Paraguai.

3 – Os militares reclamavam do imperador Dom Pedro II por não terem recebido o reconhecimento esperado pela vitória.

4 – O imperador Dom Pedro II estava muito doente, e os militares não queriam a princesa Isabel como sucessora do trono porque ela era casada com um francês, o conde D’Eu, figura que também já havia criado conflitos com os militares na Guerra do Paraguai. Diziam que ele promoveu massacres no comando da guerra. O conde que era genro de Dom Pedro II substituiu Duque de Caxias, que havia se retirado da guerra, argumentando que era um soldado, não um assassino.

5 – A Lei Áurea, de 1888, que aboliu oficialmente a escravidão, foi assinada pela princesa Isabel, na ocasião regente do Império, em virtude da viagem de seu pai D. Pedro II à Europa para tratar da saúde. A lei deixou o império em crise com a libertação dos mais de 700 mil escravos. Eram muitos os escravos desempregados, doentes e sem casa para morar. Na verdade, jogaram os escravos para morar em favelas, sem empregos para os mais frágeis; muitos que não conseguiram empregos por sua condição debilitada e idade vieram a falecer.

6 – Com a crise financeira e a falta de reconhecimento para com os militares, o ambiente ficou propício, e eles aproveitaram a fraqueza da administração do país diante do quadro crítico que se encontrava.

7 – Os antigos escravizadores, em geral, donos das grandes fazendas de café, aderiram aos militares com seus “ideais republicanos” para destituir a família real. Na verdade, eles queriam ser indenizados pela perda do capital que tinham. Mas sabe-se que foram eles próprios, que apoiaram a assinatura da Lei Áurea, em função de que metades dos escravos estavam dando prejuízo. Muitos estavam velhos, doentes, não davam lucro na produção das fazendas e ainda viviam em casas e com comida fornecidas por seus donos.

8 – Ruy Barbosa, ministro da economia, havia criado uma portaria que não permitia a indenização aos ex-donos de escravos, e essa foi mais uma causa para os escravagistas apoiarem os militares, com esperanças de receberem uma indenização com a república instalada. Fato que não acabou ocorrendo, não só por conta da “portaria de Ruy”. Também porque os novos tempos da República começaram tumultuados, e até a lista aduaneira, que comprovaria a propriedade dos escravos, havia sido destruída dentro do Ministério da Economia, para o bem das contas do estado brasileiro.

9 – Em 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro saiu de sua casa no Rio de Janeiro, próximo à Central do Brasil, para proclamar a República, acompanhado por uma tropa de cerca de mil militares. Deodoro, que já tinha liderado o motim contra o primeiro-ministro, era oficialmente um traidor do Império àquela altura, então seria até preso se não acabasse com a monarquia de uma vez.

Por fim, a república brasileira expulsou Dom Pedro II e sua família do país.

Depois da expulsão, Dom Pedro II escreveu:

“Resolvo, cedendo ao Império das circunstâncias, partir com toda a minha família amanhã, deixando esta pátria de nós estremecida. Conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo ardentes votos por sua grandeza e prosperidade.”

No dia 16 de novembro, quando foi decidido que a família imperial deveria deixar o Brasil, Deodoro se recusou a ir dar o recado pessoalmente, mesmo depois que o imperador pediu para vê-lo. Ele teria dito o seguinte:

“Se eu for até lá, o velho chora, eu choro, e tudo estará perdido. Não vou!”

Comecei está opinião. apontando a influencia do positivismo na construção da república, – que foi uma doutrina filosófica de grande relevância ao longo do século XIX -, e com 

com ela termino dizendo que:

Um dos sinais mais evidentes da vitória do positivismo, é a inscrição “Ordem e Progresso”, que os republicanos determinaram que aparecesse na tarja branca da nossa bandeira. Que é uma espécie de emenda a frase originalmente cunhada pelo próprio Auguste Comte, que desenvolveu a doutrina do positivismo:

“O amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”.

“Ordem e Progresso”

Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo