Presidente do México sugere desmontar Estátua da Liberdade se Assange for condenado nos EUA
O presidente Andrés Manuel Lopez Obrador disse mais uma vez que estava disposto a fornecer asilo a Julian Assange
Presidente do México sugere desmontar Estátua da Liberdade se Assange for condenado nos EUA
O presidente Andrés Manuel Lopez Obrador disse mais uma vez que estava disposto a fornecer asilo a Julian Assange
(Foto: Reuters)
Sputnik - O presidente mexicano, Andrés Manuel Lopez Obrador, disse mais uma vez que estava disposto a fornecer asilo a Julian Assange, acrescentando que levantaria o caso durante sua reunião com Joe Biden na próxima semana.
"A Estátua da Liberdade deve ser desmantelada se o fundador do WikiLeaks Julian Assange for condenado nos Estados Unidos", disse o presidente mexicano Andrés Manuel Lopez Obrador durante uma entrevista coletiva na segunda-feira.
"Se ele for levado aos Estados Unidos e receber a sentença máxima, [sentenciado à] morte na prisão, deve ser lançada uma campanha para desmantelar a Estátua da Liberdade em Nova York que foi oferecida pelos franceses, porque não será mais um símbolo de liberdade", explicou o presidente.
Obrador acrescentou que levantaria o caso de Assange durante suas conversas com Joe Biden em Washington na próxima semana.
No mês passado, Obrador disse que estava disposto a fornecer ao fundador do WikiLeaks um asilo no México, e enfatizou que ele chamaria Biden para retirar as acusações contra Assange durante sua reunião.
"Julian Assange é o melhor jornalista de nosso tempo no mundo e ele tem sido tratado de forma muito injusta, pior que um criminoso. Isto é uma vergonha para o mundo", disse ele, acrescentando que seu apelo para que as acusações fossem retiradas desapontaria os falcões americanos, mas insistiu que "a humanidade deve prevalecer".
O presidente mexicano apelou anteriormente para o ex-presidente Donald Trump para retirar as acusações contra o jornalista australiano.
Obrador também disse estar desapontado com a decisão do Ministro do Interior do Reino Unido, Priti Patel, de dar luz verde à extradição de Assange para os EUA, onde ele enfrenta até 175 anos atrás das grades sob a Lei de Espionagem.
O WikiLeaks considerou o movimento como "um dia negro para a liberdade de imprensa e para a democracia britânica", chamando Patel de "cúmplice dos Estados Unidos em sua agenda para transformar o jornalismo investigativo em uma iniciativa criminosa".
"Qualquer pessoa neste país que se preocupe com a liberdade de expressão deveria se envergonhar profundamente de que o ministro do Interior tenha aprovado a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, o país que planejou seu assassinato", declarou a organização.
A defesa de Assange já recorreu da decisão.
No ano passado, relatórios surgiram detalhando alegados complôs em 2017 para sequestrar ou assassinar o fundador do WikiLeaks, quando ele estava há cinco anos em seu asilo político dentro da embaixada do Equador em Londres. Na época, a equipe de Assange esperava que a revelação ajudasse a não ter o editor extraditado para os EUA.
No entanto, em abril de 2022, um juiz britânico aprovou a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, deixando a decisão final para o governo. Em maio, a defesa de Assange apresentou uma representação a Patel para bloquear sua extradição.
Assange é acusado pelos EUA de múltiplas acusações de suposta espionagem e hacking, o que resultou na publicação de documentos classificados pelo WikiLeaks expondo os crimes de guerra dos EUA no Afeganistão e Iraque. Os advogados da editora WikiLeaks argumentam que ele poderia enfrentar até 175 anos de prisão se fosse condenado nos Estados Unidos.
Assange permaneceu na embaixada do Equador em Londres de 2012 a 2019 em meio a temores de que as autoridades britânicas o extraditassem para os EUA. Quando o Equador revogou seu status de asilo em 2019, a polícia britânica o prendeu, arrastando-o à força para fora da embaixada. Ele cumpriu uma pena de 11 meses por quebrar as condições de fiança em um caso anterior, no qual foi acusado de agressão sexual na Suécia. Estocolmo abandonou a investigação sobre as alegações de agressão sexual em novembro de 2019 porque já havia passado muito tempo.
Desde 2019 ele está detido na prisão de segurança máxima de Belmarsh enquanto sua extradição era considerada pelos tribunais.