“O bolsonarismo se alastrou e usa todos instrumentos para instalar o caos”, diz ex-comandante da PM
Na reserva, o ex-comandante da Glauco Carvalho afirmou que “o bolsonarismo se alastrou” na Polícia Militar (PM).
“O bolsonarismo se alastrou e usa todos instrumentos para instalar o caos”, diz ex-comandante da PM
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Caique Lima-
Na reserva, o ex-comandante da Glauco Carvalho afirmou que “o bolsonarismo se alastrou” na Polícia Militar (PM).
Segundo ele, os apoiadores e aliados do presidente “usam de todos os instrumentos para instalar o caos”.
Carvalho cita Eduardo Bolsonaro, que vive incentivando “insubordinação” dos PMs contra o governador João Doria:
“O bolsonarismo não tem institucionalidade, ele não tem limites, e tenta destruir todos os valores da instituição. É o que tem de mais indecente na vida pública do País”.
Ao Estadão, o ex-comandante do Policiamento da Capital afirmou que a culpa da bolsonarização das tropas é do presidente:
“O grande problema que temos é que temos um presidente que, para permanecer no poder, prega a desinstitucionalização das organizações do estado, como as Polícias Militares, as Forças Armadas, o Ministério Público e a Justiça”.
Sobre o coronel da PM afastado por João Doria
Aleksander Lacerda, coronel que comandava uma tropa de cerca de 5 mil homens, foi afastado após convocar “amigos” para o ato golpista de 7 de setembro.
Glauco Carvalho concorda com o afastamento do PM, mas diz que a punição deve ir além:
“Ele tem de ser severamente punido sob o ponto de vista administrativo e sob o ponto de vista penal-militar. Se não, vamos instalar a balbúrdia na instituição”.
O ex-comandante defende que a punição deve ser pública para dar o exemplo.
“A tropa precisa ver que o bumbo bate no pé direito. O procedimento administrativo tem de ser célere. Fosse em outras épocas, ele estaria preso hoje ou amanhã para dar exemplo para a tropa”, argumenta.
Carvalho aponta que as tropas estão insatisfeitas com as recentes gestões tucanas.
No entanto, afirma que a manifestação política deve ocorrer através do voto, como cidadãos:
“A democracia não implica em libertinagem, em falar o que você pensa e acha sobre autoridades constituídas ocupando uma das funções mais importantes que a instituição tem: o comando de área de grandes efetivos”.