Manchetes dos jornais de domingo 24-03-2024

Manchetes dos jornais de domingo 24-03-2024

Edição de Chico Bruno

 

Manchetes dos jornais de domingo 24-03-2024

Valor Econômico – Não circula hoje

 

O ESTADO DE S.PAULO – Saída de investidores estrangeiros tira da Bolsa R$ 21 bi no ano

 

FOLHA DE S.PAULO – Oposição a descriminalizar a maconha cresce no Brasil

 

CORREIO BRAZILIENSE – Mais destruição e mortes no Rio e no Espírito Santo

 

O GLOBO – 'Distribuidoras' de energia solar já abastecem dois milhões de clientes

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Fuga de dinheiro - Os investidores estrangeiros já retiraram R$ 21,2 bilhões da Bolsa de Valores desde o começo de 2024. No trimestre atual, se esse cenário permanecer, o mercado de ações do País caminha para colher o pior desempenho para o período, desde 2020, quando a economia global começou a ser chacoalhada pela pandemia de covid e a saída de recursos somou R$ 64,3 bilhões. Em 2024, são dois os grandes vetores que explicam esse comportamento dos investidores internacionais. O mais importante tem a ver com o cenário externo e as mudanças na expectativa do mercado para o rumo das taxas de juros nos Estados Unidos. Em menor grau, pesam também as tentativas mais claras do governo brasileiro de interferência na economia. Na virada do ano, os investidores se mostraram otimistas e chegaram a prever seis cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos. Mas esse cenário foi sendo abandonado conforme os números divulgados apontavam para uma economia mais forte do que o esperado, o que indica um caminho mais difícil para o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) levar a inflação para a meta de 2%.

 

País conservador - Cresceu o percentual de brasileiros que dizem ser contra a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal, segundo pesquisa Datafolha realizada nesta semana. Informados de que o STF (Supremo Tribunal Federal) está julgando um caso que pode deixar de tratar como crime a posse de pequenas quantidades da droga, 67% disseram ser contra a proposta. No levantamento anterior, realizado em setembro de 2023, esse percentual era de 61%. Do outro lado, 31% dos entrevistados nesta semana apoiam a descriminalização, índice abaixo dos 36% que responderam, no ano passado, que o porte de maconha deveria deixar de ser crime. Na pesquisa mais recente, outros 2% não sabem ou preferiram não responder. O Datafolha entrevistou 2.002 pessoas maiores de 16 anos, nos dias 19 e 20 de março, em 147 municípios de todo o Brasil. A margem de erro para o total da amostra é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. O instituto aponta que a oposição à descriminalização cresceu mais entre grupos que, em setembro de 2023, mostravam-se inclinados a uma posição liberal sobre o tema. É o caso dos jovens de 16 a 24 anos, segmento no qual a opinião contrária à descriminalização passou de 46% para 55%. Na faixa seguinte, de 25 a 34 anos de idade, esse índice foi de 56% para 65%.

 

Clima ruim - No Rio de Janeiro e Espírito Santo, os óbitos chegaram a 12. Em meio à tragédia causada pelas chuvas, uma criança, de 4 anos, foi resgatada com vida em Petrópolis (RJ). Lula oferece ajuda.

 

Energia - A energia solar distribuída está ganhando destaque em todo o mundo, e o Brasil não é exceção. Atualmente, existem mais de dois milhões de consumidores residenciais e comerciais que se utilizam de instalações de geração distribuída (GD) solar no país, principalmente em São Paulo, Minas e Rio. A maior parte das instalações de GD solar no Brasil é residencial, com 1,75 milhões de sistemas instalados, beneficiando 2,22 milhões de clientes. Isso totaliza uma capacidade de 12,1 GW de energia solar gerada por residências 

 

Racha atrasa avanço de PEC das Igrejas - A desejada aproximação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os evangélicos está sendo dificultada pelo grupo que ainda apoia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Esse naco bolsonarista não está satisfeito com as negociações para a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) das Igrejas, e a divisão entre os evangélicos pode dificultar o avanço da mudança que prevê mais benefícios fiscais aos templos religiosos, onerando cada vez mais os cofres públicos. Conforme dados da Receita 

Federal na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano, a renúncia fiscal prevista para entidades sem fins lucrativos, incluindo igrejas, soma R$ 40,2 bilhões — o quarto maior gasto tributário do Orçamento. Essa isenção fiscal só fica atrás do Simples Nacional, de R$ 118,8 bilhões; da agricultura e da agroindústria, de R$ 57,1 bilhões; e dos rendimentos isentos e não tributáveis do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), de R$ 51,1 bilhões. 

 

O tempo corre para a reforma tributária - Aprovada com grande entusiasmo em dezembro de 2023, a reforma tributária entrou em compasso de espera nesta etapa da regulamentação. A previsão era o Ministério da Fazenda enviar até abril projetos de lei complementares dos itens considerados essenciais para a reforma, como a unificação de impostos e o Fundo de Desenvolvimento Regional. Esperam-se que os grupos de trabalho apresentem uma proposta ao ministro Haddad antes do feriado de Páscoa. Na semana passada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que, a preços de hoje, é possível votar a regulamentação da reforma tributária até junho. Mas cobrou o calendário de Haddad. Nos próximos meses, há uma expectativa de votar ao menos a regulamentação da CBS (federal) e do IBS (estados e municípios). Isso viria em um único projeto de lei. Para além disso, o cenário se torna mais incerto. O problema dos adiamentos é que eles avançam no calendário eleitoral. Em abril, por exemplo, se encerra a janela partidária. E, depois, vem a desincompatibilização. Em junho, ocorrem as festas de São João, às vésperas das eleições municipais. É certo que haverá dificuldade de quórum em Brasília. O tempo passa...

 

Gilmar sai em defesa de Moraes - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu a atuação do colega Alexandre de Moraes em inquéritos que correm na Corte. De acordo com o magistrado, as alegações de que Moraes estaria atuando de forma parcial, ou seja, com interesses pessoais, não procedem, pois o ministro começou a ser alvo de ataques justamente durante a condução dos procedimentos que estão em andamento. Mendes lembrou que as investidas contra o colega tiveram início com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que atualmente é um dos investigados por tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro. “Ele (Alexandre Moraes) já era relator desses processos desde o começo e, talvez, por conta disso, ele estaria sendo atingido. Por isso, ele começou a ser xingado. Xingado, inclusive, naquelas manifestações do 7 de setembro pelo (então) presidente da República. Veja, se ele foi xingado pelo presidente da República, ele está impedido de julgar o presidente da República? O próprio interessado causou esse impedimento”, disse Mendes.

 

Dado oficial mostra que é preciso conter gastos - Com o bom resultado da arrecadação no primeiro bimestre, o governo ganhou tempo para evitar um expressivo e imediato bloqueio de gastos orçamentários, rechaçado pelo Planalto. Ainda assim, o quadro geral não inspira confiança nas chances de que seja mantida e cumprida a meta de zerar o déficit federal neste ano. Após várias iniciativas para fechar brechas tributárias e elevar impostos, a coleta da Receita atingiu R$ 469,5 bilhões na soma de janeiro e fevereiro, 8,8% acima do contabilizado no período em 2023, já descontada a inflação.  desempenho da economia até aqui é um fator positivo, com geração de emprego e renda, além da disseminação de algum crescimento em comércio e serviços, o que favorece a arrecadação. Nada disso é suficiente, contudo, quando se observam os dados do relatório bimestral de aco mpanhamento do Orçamento, divulgado na sexta-feira (22), e as simulações para os anos seguintes. O documento estima déficit primário (sem incluir despesas com juros) de R$ 9,3 bilhões neste ano, o equivalente a 0,1% do PIB. Tal patamar é compatível com a meta fiscal, um intervalo de saldo zero a um déficit de 0,25% do produto.

 

Leilões - O Ministério de Portos e Aeroportos e a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) publicarão até a primeira semana de abril os primeiros editais de concessão para unidades portuárias deste ano. A pasta é chefiada por Silvio Costa Filho. Serão seis leilões de arrendamento, com duração de 10 anos cada, sendo quatro deles no porto do Recife, um no Rio de Janeiro e outro no Rio Grande do Sul. O Executivo prevê um investimento de R$ 90 milhões durante a vigência das concessões.

 

Somente a esquerda - A Executiva Nacional do PSOL deve aprovar na próxima segunda-feira (25) uma diretriz sobre alianças na eleição municipal que veta acordos com partidos que apoiaram o governo de Jair Bolsonaro (PL). Isso excluiria legendas de direita, como PL, PP e Republicanos, mas também outras mais ao centro, que deram apoio congressual ao governo, como MDB, PSDB, Podemos e União Brasil.Na prática, as alianças autorizadas serão apenas com partidos de esquerda: a federação PT-PC do B-PV, o PSB e o PDT. Na próxima quarta-feira (27), o tema será debatido pela direção da federação que o PSOL mantém com a Rede.

 

Mico - Movimentos de esquerda fazem neste sábado (23) uma série de atos dispersos pelo país, convocados em resposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas que acabaram esvaziados em meio ao distanciamento do governo Lula (PT) e ao racha na visão de partidos e militantes sobre a pertinência da mobilização. Os protestos foram anunciados por partidos e entidades após ato no mês passado que reuniu uma multidão na avenida Paulista, em São Paulo, a favor de Bolsonaro, investigado pela Polícia Federal no inquérito que apura uma tentativa de golpe. Os temas da manifestação da esquerda acabaram sendo pulverizados, incluindo a lembrança aos 60 anos do golpe militar (tema que Lula tem defendido esquecer para não irritar militares) e pedido de que não haja anistia para golpistas. Havia manifestações programadas para 22 cidades no Brasil e no exterior. As da manhã, em capitais como Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Campo Grande e Recife, já indicavam que a adesão seria baixa, com a presença de dezenas a centenas de pessoas. Nas duas principais manifestações, à tarde, em Salvador e em São Paulo, a presença foi um pouco maior, mas muito longe de concentrar multidões com milhares de pessoas, como já ocorreu em atos anteriores da própria esquerda. Em Salvador, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o senador Jaques Wagner (PT), que eram esperados, acabaram não comparecendo. Lula também não participou de nenhuma manifestação e a deixou de lado também em redes sociais. 

 

Bolsonaro e Michelle cobram na Justiça que Lula se retrate - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro acionaram a Justiça após a Presidência da República encontrar todos os 261 bens do patrimônio do Palácio da Alvorada que estavam desaparecidos. O suposto sumiço dos móveis foi motivo de críticas do presidente Lula (PT) e da primeira-dama, Janja. Na ação, Bolsonaro e Michelle pedem retratação de Lula e uma indenização de R$ 20 mil a ser direcionada ao Instituto Carinho, que acolhe crianças em situação vulnerável na capital federal. A retratação, segundo o pedido, deve ser "na mesma proporção do dano que realizou: a) mediante coletiva de imprensa oficial no Palácio da Alvorada, b) perante o veículo de comunicação GloboNews, e, c) nos canais oficiais de comunicação do governo federal". O processo foi apresentado na sexta-feira (22) e tramita no Juizado Especial Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

 

Autoridades adotam atalho para emagrecer - Acostumadas a longas negociações, com idas e vindas que demandam paciência, autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário abriram mão da espera e adotaram um atalho para chegar mais rápido a um desejo pessoal comum: o emagrecimento. Um novo remédio, com uso ainda extraoficial para a perda de peso, virou assunto nas salas do poder, em uma febre que tem percorrido os corredores de Brasília de forma mais veloz que as fofocas políticas. Crítico ferrenho de médicos que receitavam cloroquina contra os efeitos da Covid-19, o senador Omar Aziz (PSD-AM) flexibilizou o posicionamento sobre os parâmetros técnicos na corrida pelos quilos a menos. Ouviu do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do líder do União Brasil na Casa, Elmar Nascimento (União-BA), elogios sobre uma caneta que promete milagres. Adotou as injeções de Mounjaro e diz ter perdido 25kg em pouco mais de três meses. — Procurei vários médicos e todos falaram que eu podia tomar. Com 65 anos, para emagrecer desse jeito, só correndo dez quilômetros por dia, o que não consigo — relata o parlamentar, que diz não ter sentido nenhum efeito colateral. O remédio tem a tirzepatida como princípio ativo e foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de diabetes tipo dois no ano passado, mas ainda não chegou ao país. A reguladora ainda analisa a indicação do medicamento para perda de peso — este tipo de uso segue o que na medicina é conhecido como “off label”, fora da bula. A tirzepatida é uma substância semelhante à semaglutida, presente nos medicamentos Ozempic e Wegovy. Apesar de ambos serem usados também por pacientes que desejam emagrecer, o Ozempic ainda não tem aval da Anvisa para esta finalidade, enquanto o Wegovy já ganhou o sinal verde, mas ainda não é vendido no Brasil. Hoje, a aquisição do Mounjaro é feita em locais como Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e Japão, além de países da Europa. Nos EUA, onde pode ser encontrado em farmácias, um ciclo da injeção, composto por quatro doses, custa por volta de US$ 1 mil, aproximadamente R$ 5 mil na cotação de sexta-feira, para clientes sem plano de saúde.

 

Hospitais federais do Rio têm histórico de mau uso de verbas - Gargalo que recentemente elevou a pressão sobre a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e gerou cobranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à auxiliar, a gestão dos hospitais federais do Rio tem histórico de dificuldades administrativas e de suspeitas de corrupção. Casos envolvendo o mau uso de recursos públicos já levaram as unidades de saúde, em diferentes governos, a entrar na mira do Tribunal de Contas da União (TCU), da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Congresso. Uma nota técnica coordenada por Alexandre Telles, demitido por Nísia do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), e que embasou uma intervenção da pasta nos hospitais já enfatizava a “tarefa desafiadora” de manter uma rede “que carrega anos de descasos”. Somam-se a isso, conforme o documento ressalta, as inúmeras suspeitas de irregularidades, como sobrepreços e direcionamento de licitações. Antes da atual crise, que já levou a trocas em cargos de confiança da estrutura do Ministério da Saúde, o ápice recente da exposição de supostas irregularidades se deu na CPI da Covid, em 2021, no governo Jair Bolsonaro. O relatório da comissão apontou cerca de R$ 125 milhões sob suspeita em contratos firmados na pandemia, com 37 empresas envolvidas em áreas diversas da gestão hospitalar. As investigações levaram à demissão do então superintendente do ministério no Rio, o militar da reserva George da Silva Divério, nomeado pelo ex-ministro Eduardo Pazuello (PL-RJ), hoje deputado federal. A apuração apontou “prática frequente” de celebração de contratos por meio de dispensa de licitação e o posterior aumento de valor “possivelmente por meio da formalização de aditivos, alguns dos quais para inclusão de serviços não contemplados no objeto do contrato”.

 

De olho em candidatura ao Planalto - O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), se movimenta para viabilizar sua candidatura à Presidência da República em 2026. Nas últimas semanas, o desejo já manifestado de representar a oposição bolsonarista ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva se converteu em atuação objetiva, com acenos à direita e conversas de bastidores. Como obstáculo, ele enfrenta uma resistência nada simples: a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O maior exemplo de gesto ideológico foi a ida a Israel, na semana passada — uma forma de se contrapor a Lula no embate do petista com o governo daquele país sobre o conflito em Gaza. Em fevereiro, também chamou atenção a presença de Caiado no ato da Avenida Paulista em que Bolsonaro buscou demonstrar força política enquanto era cercado pelas investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado. Além das aparições públicas, Caiado vem marcando conversas reservadas com profissionais do marketing político e de empresas de pesquisa a fim de entender a conjuntura e balizar a empreitada eleitoral. O principal articulador é o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, vice-presidente do União Brasil, que já sondou um marqueteiro com experiência em campanhas presidenciais e estaduais. — Pré-candidato de oposição não pode se dar o luxo de começar a campanha no ano eleitoral. Tem que discutir os temas que estão preocupando os brasileiros. O governo está errando muito — disse Caiado ao GLOBO.

 

Disputa silenciosa - Alvo de críticas por causa da piora dos índices de avaliação do governo revelada pelas pesquisas, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) sofre com divisão interna e vê uma disputa pelo controle dos perfis pessoais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais. A pasta também é uma das áreas com maior influência da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. Após o sinal de alerta com a queda da popularidade, o marqueteiro Sidônio Palmeira, que fez a campanha de 2022, entrou em campo. Segundo levantamento do Datafolha divulgado na quinta-feira, o índice dos que avaliam a gestão federal como ruim ou péssima passou de 30% para 33% desde o fim de 2023. Em reunião ministerial, Lula se mostrou preocupado e cobrou dos auxiliares mais efetividade na comunicação. Integrantes do governo afirmam, de forma reservada, que há uma relação tensa dos secretários José Chrispiniano (Imprensa) e Ricardo Stuckert (Produção e Divulgação de Conteúdo Audiovisual), próximos a Lula, com a também secretária Brunna Rosa (Análise, Estratégia e Articulação), ligada a Janja. Os problemas entre eles tiveram início ainda na campanha.

 

O trio cuida da estratégia da gestão petista nas redes sociais. Chrispiniano e Stuckert são responsáveis, respectivamente, pelo X (ex-Twitter) e pelo Instagram de Lula, enquanto Brunna coordena as contas governamentais.

 

O ministro da Secom, Paulo Pimenta, nega que disputas internas prejudiquem o trabalho. A primeira-dama disse que é “alvo da misoginia e do machismo enraizados na política e reverberados pela imprensa, que tentam tornar as mulheres o elo mais fraco”. Os secretários não comentaram. O colunista Lauro Jardim, do GLOBO, mostrou que Janja atua para transferir o controle das contas pessoais de Lula, hoje com Chrispiniano e Stuckert, para Brunna. O perfil pessoal permite uma atuação política clara, enquanto nas contas institucionais é exigido que seja seguido o princípio da impessoalidade. O antagonismo já foi exposto, inclusive, nas próprias plataformas. Em agosto do ano passado, Janja chegou a criticar nas redes a cor com a qual o vestido que usou na posse de Cristiano Zanin no Supremo Tribunal Federal apareceu em uma imagem. A foto havia sido feita por Stuckert, adepto de uma tonalidade mais azulada em sua produção fotográfica. Pimenta diz que há “um processo permanente de ajuste da atuação nas redes”, mas nega a intenção de alterar os responsáveis pela administração de cada perfil. Janja afirma que é normal ter “opiniões sobre as redes pessoais do marido”, mas que as decisões cabem a Lula e Pimenta.

 

Lira e Renan entram em campo em Alagoas para eleger seus candidatos - Rivais em Brasília, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) já entraram em campo em Alagoas para eleger seus candidatos a prefeito. Atuando de maneira distinta, os dois têm o objetivo comum de ampliar o número de municípios nas mãos de aliados, expandindo as bases eleitorais e já antecipando a campanha de 2026, quando devem se enfrentar na corrida ao Senado. No estado natal, Lira tem trocado o terno por roupas esportivas enquanto acompanha o prefeito de Maceió, JHC (PL), em agendas de inaugurações de obras e outros compromissos mais despojados, como visitas a colônias de pescadores de caranguejo, onde aparece entre sorrisos e cumprimentos aos eleitores. O presidente da Câmara também dedica atenção especial a Barra de São Miguel. O balneário tem 7.944 habitantes, segundo o IBGE, e é comandado pelo pai do deputado, o ex-senador Benedito Lira, que já declarou ser candidato à reeleição. Apesar do tamanho do município, a conquista da prefeitura se tornou uma espécie de questão de honra para os dois lados: Calheiros filiou ao MDB o vice-prefeito, Floriano Melo, na tentativa de tirar o clã de Lira do poder local. Desta forma, espera-se que os dois principais nomes da política alagoana estejam presentes em atividades de campanha em nome do simbolismo desta vitória. Mas, se Renan conseguiu atrair o vice de Barra de São Miguel, Lira e JHC preparam uma resposta na capital. O presidente da Câmara Municipal de Maceió, Galba Netto (MDB), é apontado como o principal nome para vice de JHC. Neste caso, ele deixaria a legenda dos Calheiros para embarcar na empreitada de Lira. Na capital, o nome de Renan é o deputado federal Rafael Brito (MDB-AL). O papel de principal cabo eleitoral da campanha caberá ao primogênito do senador, o ministro dos Transportes, Renan Filho. A estratégia do patriarca dos Calheiros passa por convencer o PT a indicar o candidato a vice. 

 

'Vou subir em palanque adversário - O chefe do Ministério da Previdência Social, o presidente do PDT, Carlos Lupi, destaca as características locais das eleições municipais para justificar que, em algumas cidades, subirá em palanques opostos aos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa por prefeitos, em outubro. No cenário nacional, por sua vez, articula uma federação com o PSDB, antigo rival, e minimiza a aliança com um partido de oposição. Após a reunião ministerial da última segunda-feira, em que o petista cobrou melhorias na comunicação do governo, Lupi concorda que há falhas e que é preciso romper a polarização política: "Todos nós não temos a consciência de que temos que quebrar a bolha.