Manchetes dos jornais de domingo 18-08-2024
Edição de Chico Bruno
Manchetes dos jornais de domingo 18-08-2024
O ESTADO DE S.PAULO – Silvio Santos (1930-2024) Morre o gênio da TV brasileira
CORREIO BRAZILIENSE – O homem que fez o Brasil sorrir e cantar
FOLHA DE S.PAULO – Morre Silvio Santos, 93, mito da TV
O GLOBO – Falta de mão de obra eleva salários, mas trava expansão de negócios
Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia
O apresentador de todos os brasileiros - Em seis décadas de televisão, o carioca Silvio Santos acompanhou as mudanças do país e conseguiu se manter relevante como nenhum outro apresentador fez durante tanto tempo. O criador do SBT e de programas inesquecíveis e de bordões que atingiram todas as classes sociais morreu ontem, aos 93 anos, depois de 17 dias internado. As filhas do fundador do SBT revelaram desejo de Silvio Santos em relação a sua morte: que fosse levado direto para o cemitério. "Ele pediu para que assim que ele partisse, que o levássemos direto para o cemitério e fizéssemos uma cerimônia judaica. Ele pediu para que não explorássemos a sua passagem. Ele gostava de ser celebrado em vida e gostaria de ser lembrado com a alegria que viveu", informou a família Abravanel na nota. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou neste sábado (17) luto oficial de três dias no país pela morte do apresentador.
Refrescando a memória - A capacidade de comunicação e carisma de Silvio Santos levaram o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, a fazer questão de ir até lá explicar o Plano Real. A presença de personalidades na política em programas de auditório era uma raridade à época. Fernando Henrique foi o primeiro ministro da Fazenda a ir ao palco de Silvio Santos.
Setores diversos da economia estão com dificuldades de achar profissionais, mesmo pagando mais, relatam as empresas ao GLOBO. Com taxa de desemprego em patamar historicamente baixo, o país vive o que os economistas chamam de pleno emprego, quando a falta mão de obra tende a elevar salários e a pressionar a inflação, por que os negócios não conseguem aumentar a oferta de produtos e serviços e podem repassar maior custo para os preços. Faltam tantos pedreiros e auxiliares de limpeza quanto engenheiros civis e cozinheiros. O agronegócio sofre igualmente. A baixa qualificação da mão de obra impede a absorção dos 7,5 milhões de brasileiros que ainda buscam vagas.
O embate entre Musk x Moraes - A rede social X, do empresário Elon Musk, acusou o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de ameaçar de prisão seus funcionários e por isso anunciou o fechamento do escritório no Brasil. O anúncio foi feito neste sábado (17) pela própria rede X, antigo Twitter. A empresa afirma na postagem que vai encerrar suas operações no país, em decorrência da ação do ministro, mas que a rede social continuará disponível para os brasileiros. O STF foi procurado pela reportagem no início da tarde deste sábado (17), mas ainda não se pronunciou sobre o caso.
Leia a íntegra do comunicado do X - "Noite passada, Alexandre de Moraes ameaçou nosso representante legal no Brasil com prisão se não cumprirmos suas ordens de censura. Ele fez isso em uma ordem secreta, que compartilhamos aqui para expor suas ações. Apesar de nossos inúmeros recursos ao Supremo Tribunal Federal não terem sido ouvidos, de o público brasileiro não ter sido informado sobre essas ordens e de nossa equipe brasileira não ter responsabilidade ou controle sobre o bloqueio de conteúdo em nossa plataforma, Moraes optou por ameaçar nossa equipe no Brasil em vez de respeitar a lei ou o devido processo legal. Como resultado, para proteger a segurança de nossa equipe, tomamos a decisão de encerrar nossas operações no Brasil, com efeito imediato. O serviço X continua disponível para a população do Brasil. Estamos profundamente tristes por termos sido forçados a tomar essa decisão. A responsabilidade é exclusivamente de Alexandre de Moraes. Suas ações são incompatíveis com um governo democrático. O povo brasileiro tem uma escolha a fazer - democracia ou Alexandre de Moraes."
Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, é preso - Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no escândalo do desvio de recursos da Petrobras, Renato Duque, ex-diretor de Serviços da empresa, foi preso ontem na cidade de Volta Redonda (RJ). Ele era considerado foragido desde que a Justiça Federal do Paraná decretou sua prisão, no último 12 de julho. Duque foi preso por agentes da Polícia Federal e sua condenação se deu no âmbito da Operação Lava-Jato. A PF divulgou que informações compartilhadas e um trabalho da inteligência, a partir do Núcleo de Capturas da instituição, possibilitaram a localização do ex-diretor da estatal. Em nota, a corporação informou que Duque foi encaminhado ao sistema prisional, “onde permanecerá à disposição da Justiça”. A decisão que determinou seu retorno à prisão foi assinada pela juíza substituta Carolina Moura Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba.
Um teste para Ricardo Nunes - As manifestações convocadas para pressionar o Congresso a promover a abertura de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes servirão como uma espécie de “prova dos nove” para os candidatos apoiados pelo bolsonarismo. Em São Paulo, no próximo domingo, eles esperam a presença do prefeito-candidato, Ricardo Nunes. Em Belo Horizonte, o 7 de Setembro será a oportunidade de Bruno Engler, considerado “bolsonarista raiz”, “colar” sua imagem à de Jair Bolsonaro. A capital de Minas foi escolhida para reunir o maior número de bolsonaristas, porque é o estado onde Rodrigo Pacheco tem sua carreira política. Saia justa: o prefeito de São Paulo ficará entre a cruz e a espada, uma vez que o MDB não apoia impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal e nem pretende entrar em campanhas nesse sentido.
Termômetro eleitoral - Importante termômetro para medir as chances de reeleição de governantes, a série histórica de avaliação de prefeitos nas capitais brasileiras coloca alguns candidatos em posições confortáveis este ano. Outros, como Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo e Fuad Noman (PSD) em Belo Horizonte, ainda estão abaixo do patamar mínimo que foi necessário para reconduções desde 2004. Durante o processo eleitoral, postulantes à reeleição costumam dar um “boom” na popularidade por causa do espaço que têm para enaltecer os feitos da gestão. Se os comandantes das capitais paulista e mineira precisam ligar o alerta, Eduardo Paes (PSD) está na média do Rio: com 46% de de ótimo ou bom, registra patamar parecido com o que foi necessário para Cesar Maia se reeleger em 2004, e próximo ao que ele mesmo tinha quando conseguiu um segundo mandato em 2012. No Recife, João Campos (PSB) nada de braçada. O filho do ex-governador Eduardo Campos tem avaliação bem acima da de qualquer outro prefeito no período considerado no levantamento.
Clãs que, geração após geração, chefiam cidades - Pouco após a chegada dos portugueses, a Coroa decidiu repartir o território brasileiro em 15 capitanias hereditárias, cuja posse, por determinação do rei, era transmitida de pai para filho. Passados quase 600 anos, o panorama não mudou tanto assim em municípios país afora onde o poder vem sendo mantido nas mãos da mesma família, geração a geração, por décadas ou até séculos — um domínio que, diante da pujança de cada clã na política local, pode se estender nas eleições de outubro. É o caso de Tauá, no Ceará, onde cinco gerações dos Gomes de Aguiar vêm se revezando na prefeitura. Ou de Maringá, no Paraná, onde Silvio Barros II (PP) tentará voltar ao posto que já foi do pai, do irmão e dele próprio no passado — conheça essas e outras histórias nesta reportagem. Para especialistas, as cidades hereditárias 2.0 são, justamente, um reflexo da formação colonialista do Brasil. Um fenômeno que a antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz chama de “familismo”, originado nas elites rurais e, mais tarde, transpassado às urbanas.
'É possível corrigir emendas para que haja transparência' - Chefe do órgão responsável por fiscalizar a aplicação dos recursos públicos federais, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, se une ao grupo de autoridades que defendem mudanças no sistema destinação de emendas de comissão — que não identifica o autor da indicação da verba. Em entrevista, Dantas atribui a falta de transparência a um provável descuido do Congresso e diz que a Corte de Contas pode atuar para corrigir eventuais “distorções”. A opacidade nos repasses de recursos indicados por deputados e senadores conflagrou uma crise entre os Três Poderes na semana passada. Ao falar da relação com o governo Lula, Dantas minimiza a “guerra fria” com a Advocacia-Geral da União (AGU) após criar um órgão de mediação de acordos no TCU e diz que decisões recentes que contrariaram o Planalto não representam qualquer tipo de recado.
Bolsonaro trava embate com aliados em seis capitais - Principal nome da direita no país, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o seu partido, o PL, estarão em lados opostos ao de candidatos apoiados por ex-ministros de seu governo ou por governadores aliados em seis capitas do país nas eleições deste ano. A falta de alinhamento tem provocado insatisfação entre os chefes dos executivos estaduais e parlamentares, que veem a divisão como um enfraquecimento do campo político. A maioria dos aliados de Bolsonaro evita expor mal-estar com o ex-presidente, mas não esconde queixas sobre o caminho tomado nas eleições municipais. Eles também reclamam dos bolsonaristas que participaram dos acordos nas cidades. — Como o ex-presidente Bolsonaro tem uma capacidade e um carisma capaz de mobilizar milhares de pessoas, os seus representantes estaduais acham que são herdeiros deste espólio e constroem candidaturas excluindo aliados — afirma o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Seu candidato em Goiânia, capital do estado, é Sandro Mabel (União Brasil), que terá Fred Rodrigues (PL) como adversário nas urnas. Em algumas das capitais, o próprio Bolsonaro se envolveu para colocar o PL contra o nome apoiado por aliados. Em Campo Grande (MS), por exemplo, o ex-presidente levou seu partido a apoiar o deputado federal Beto Pereira (PSDB), que concorre contra a atual prefeita Adriane Lopes (PP), candidata da senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP). Bolsonaro também estará em posição oposta a um ex-ministro na capital do Piauí, Teresina (PI). O senador Ciro Nogueira (PI), que chefiou a Casa Civil no governo passado, não conseguiu fechar o apoio do PL ao seu candidato, o ex-prefeito Silvio Mendes (União). O partido do ex-presidente apoia a reeleição de Doutor Pessoa (PRD). Na mesma linha, Bolsonaro será adversário de um antigo aliado em Belo Horizonte, capital de Minas. O PL vai concorrer com Bruno Engler, e o Novo, do governador Romeu Zema, estará na vice de Mauro Tramonte (Republicanos).
Galho dentro - Com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de suspender a execução de emendas parlamentares impositivas até que haja maior transparência, integrantes do governo Lula (PT) trabalham em uma contraproposta que atenue a crise entres os Poderes. Técnicos propõem que só valha a partir de 2025 parte das regras a serem aplicadas, por determinação do ministro Flávio Dino, às chamadas "emendas Pix". Esse tipo de emenda tem baixa transparência, pois não é necessário apontar para qual área ou projeto será destinada a verba —aplicada diretamente no caixa das prefeituras. A apresentação dessa contraproposta ainda depende do aval do presidente Lula. As sugestões devem ser apresentadas em reunião ministerial na segunda-feira (19).