Manchetes de domingo (25/07/2021)

Notícias dos maiores jornais e veículos de comunicação do país

Manchetes de domingo (25/07/2021)

 

Edição: Chico Bruno

Manchetes de domingo (25/07/2021)

Notícias dos maiores jornais e veículos de comunicação do país

 

 

 

O ESTADO DE S.PAULO – Partidos elevam verba para fundações, que são menos fiscalizadas

Partidos políticos estão destinando parcelas cada vez maiores da verba do Fundo Partidário para as fundações mantidas por eles mesmos – as legendas recebem bilhões de reais para operar e fazer campanhas. Em 2019, em média, 22% das despesas dos partidos foram para as fundações. Em 2020, foram 28%. Neste ano, a média chega a 39%, segundo dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral, cujo Sistema de Prestação de Contas Anual não divulga o gasto dessas instituições, obrigatório por lei. Toda legenda precisa ter uma e destinar ao menos 20% dos recursos do fundo. O objetivo das fundações deveria ser capacitar integrantes sobre políticas públicas, mas nos últimos anos gastos sem relação a funções educativas foram investigados. Desde 2019, as fundações receberam R$ 414 milhões das legendas. Há partidos que chegam a mandar para as fundações mais da metade de suas despesas, como PSC, Progressistas e PSL.

FOLHA DE S.PAULO – Inflação e desemprego tiram arroz e feijão do prato do brasileiro

A alta dos preços combinada com o desemprego recorde já priva o prato do brasileiro mais pobre da refeição-símbolo do país, o arroz com feijão. Óleo de soja, feijão e carne foram trocados por banha de porco, lentilha e ovo por causa da inflação, que afetou o custo dos alimentos. O arroz quebrado assumiu o lugar do padrão. Frutas e verduras já haviam sido retiradas do cardápio. Em seguida, as pessoas em situação de insegurança alimentar abdicaram da carne e dos laticínios, segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Com o desemprego em 14,7% no trimestre encerrado em abril e a redução do auxílio emergencial, o consumo de carne bovina teve queda de 40% em cidades como Cuiabá, tendo sido trocada por frango. Em todo o país, a adoção de ovos na dieta cresceu 9%. As classes D e E passaram a comer mais apresuntados, empanados e pães industrializados. Pesam ainda no orçamento dos mais pobres a disparada de 24% do preço do gás de botijão nos 12 meses até junho e salto na conta de luz de 14%. Para a fatia da população que ganha menos de R$ 1.650,50, a faixa de renda mensal mais baixa, a inflação foi de 9,2% no período, a maior variação para um grupo de renda entre todos os pesquisados pelo Ipea.   

CORREIO BRAZILIENSE – O desafio das crianças na volta às aulas presenciais –

Depois de quase um ano e meio de confinamento, alunos das escolas privadas e públicas devem voltar a ocupar as salas de aula, os corredores e os pátios das escolas. Retornam para uma outra escola, marcada pelas regras do uso de máscaras e do distanciamento social. Mas especialistas afirmam que o ensino presencial é fundamental para que aconteça o desenvolvimento físico, emocional e social dos estudantes. Eles dão dicas para que a transição ocorra sem maiores transtornos. É preciso proporcionar momentos de fala, de escuta e de brincadeiras direcionadas, que não exigem muito contato físico, propõe a psicóloga Rayanne Linhares.

O GLOBO – No Congresso, 81% das parlamentares já foram alvo de violência política

Oito em cada dez deputadas federais e senadoras já sofreram algum tipo de violência política de gênero em seus mandatos, revela enquete de O Globo respondida por 73 das 90 parlamentares. Mais da metade delas foi alvo de ataques dentro do próprio Congresso Nacional. Nos diversos espectros ideológicos, colhem-se relatos de assédio moral e sexual, interrupção constante de fala, limitação da atividade parlamentar, racismo e, nas redes, ameaças de estupro e morte. Mais de um terço delas já foi chamada de louca. Projeto aprovado no Senado cria regras para coibir essas agressões. 

Notícia do dia: Em 2017, quando ainda era um partido nanico, o PSL havia destinado à então Fundação Abraham Lincoln um total de R$ 1,8 milhão, 22% de sua cota do Fundo Partidário. No ano passado, após virar a segunda maior bancada do Congresso, com a eleição do presidente Jair Bolsonaro, os repasses do partido à fundação, agora Índigo (Instituto Inovação e Governança), saltaram para R$ 23,9 milhões – um aumento de 1.228% em quatro anos. O Índigo ocupa uma sala no quinto andar de um prédio comercial próximo da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. É o mesmo edifício que abriga a sede do PSL. Não há placas na porta da fundação e seu site tem inscrições abertas para três cursos à distância voltados às eleições de 2020: “Liberdade Econômica”, “Curso Básico para Prefeitos” e “Formação Intensiva de Vereadores”. Na área de publicações, o site mantém uma descrição da página com a frase “Lorem ipsum”, um texto usado por diagramadores que não quer dizer nada, escrito para depois ser preenchido com frases reais. Ao ser questionada sobre quais atividades realizou de 2019 para cá, o Índigo enviou uma nota com a seguinte informação, sem mais detalhes: “Especificamente em relação a esta Fundação Índigo, nos anos de 2019 e 2020 foram realizados investimentos na sua área-fim com o desenvolvimento de projetos, especialmente aqueles voltados à área de transferência de conhecimentos”.

Caçadores da 3ª dose de vacina sob investigação - Enquanto 45% da população brasileira tem apenas a primeira dose contra a Covid, Ministérios Públicos de ao menos sete estados acompanham casos de pessoas que burlaram o processo de vacinação e tomaram uma terceira aplicação. Secretarias de Saúde de outros quatro estados relatam tentativas e casos de pessoas “revacinadas” após as duas doses de praxe. O número pode ser maior, pois muitas denúncias não chegam aos órgãos de saúde e menos ainda às instâncias encarregadas de investigar e punir as irregularidades. Após os sommeliers de vacina e dos fura-fila, os “caçadores da terceira dose” são mais um desafio à campanha brasileira contra a Covid-19. São pessoas que dizem não se sentir seguras com apenas duas doses e buscam um “reforço”. Para órgãos de Justiça, isso é crime. O ato pode ser enquadrado como tentativa de fraude e estelionato. As punições podem incluir multa e até prisão. Um dos estados com mais casos conhecidos é Minas Gerais, onde o Ministério Público entrou com ação contra um casal de Belo Horizonte que foi imunizado três vezes. Depois de tomarem duas doses de CoronaVac na capital, eles viajaram para Rio Novo, onde têm uma fazenda e foram revacinados, com uma dose da Pfizer. O MP quer impedir que o casal tome a segunda dose da Pfizer, ou a primeira de algum outro imunizante, sob pena de multa de R$ 1 milhão. A Promotoria de Minas também abriu investigação contra pessoas que teriam tomado quatro doses em Viçosa. Um homem recebeu duas doses da CoronaVac na cidade, depois viajou para o Rio, onde tomou uma dose da AstraZeneca, e por fim foi à Divisão de Saúde da Universidade Federal de Viçosa, onde recebeu uma dose da vacina da Pfizer. A mulher dele teria feito o mesmo.

Oeste da Bahia ostenta ‘bolhas de riqueza’ - Foi nos anos 1980 que o preço baixo das terras e a promessa de expansão da produção agrícola atraíram muitos brasileiros para o Oeste da Bahia. João Antônio Franciosi foi um deles. Trocou o Rio Grande do Sul pela paisagem ensolarada de Mimoso do Oeste em 1986, quando o povoado era só um aglomerado de casas com um posto de gasolina a caminho de Barreiras. A pouca estrutura e o solo difícil foram desafios. Franciosi conta que quase metade dos que chegaram com ele quebraram sem conseguir colher, mas ele prosperou. Em três décadas, a família dele foi de 300 hectares para os mais de 70 mil hectares cultivados hoje. Quem se adaptou, como ele, viu a agricultura transformar a região, que hoje concentra algumas das cidades que integram a lista dos 50 municípios agrícolas mais ricos do país. Luís Eduardo Magalhães, Barreiras, Correntina e São Desidério formam um corredor de forte expansão do agronegócio no Matopiba — como é chamada a região formada por Tocantins e partes de Maranhão, Piauí e Bahia, a mais nova fronteira agrícola do país —, com destaque sobretudo para a produção de algodão e soja. Com a alta do dólar e dos preços das commodities com a recuperação de grandes economias após o baque da Covid, sobretudo da China, essa região da Bahia passa pela crise praticamente imune aos seus efeitos. As cidades baianas visitadas pelo GLOBO, que eram marcadas pela pobreza há pouco tempo, somam R$ 6,9 bilhões em produção agrícola. E o valor deve aumentar. Segundo o Ministério da Agricultura, a produção de grãos no Oeste da Bahia cresceu 29,7% nos últimos quatro anos. A pasta prevê alta de mais 30% até 2030.

Violência de gênero atinge 81% das parlamentares no Congresso - Faz sete meses que Vivi Reis (PSOL-PA) deixou a suplência para se tornar deputada federal. Uma das primeiras frases que ouviu, logo ao ser anunciada, foi que deveria ter o mesmo “fim” que Marielle Franco, vereadora assassinada a tiros em 2018. Dentro da Câmara, onde frequentemente responde que não é assessora de outro deputado, a parlamentar lembra que já foi chamada de “menina” em reunião de líderes, teve falas interrompidas e viu um colega insinuar que ela não era “mulher completa” porque não tinha filhos. O cenário descrito pela deputada tem nome: violência política de gênero. Segundo levantamento do GLOBO, oito a cada dez parlamentares já sofreram ataques desse tipo. Na semana passada, o Senado aprovou um projeto de lei para combater a prática. Ainda falta sanção presidencial.

Partidos de base resistem a se unir a Bolsonaro e filhos - O presidente Jair Bolsonaro completou, no início do mês, a marca de 600 dias sem estar filiado a um partido e segue enfrentando obstáculos no caminho para encontrar uma sigla que aceite abrigá-lo na disputa pela reeleição, em 2022. No caso do PP, destino que ganhou força após a escolha do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para o comando da Casa Civil, alianças regionais aparecem como entraves. Outros partidos avaliados pelo chefe do Executivo e seu entorno também apresentam barreiras, casos de Republicanos, PL e PSL. O roteiro atípico de um ocupante do Planalto que não consegue um partido para se filiar existe desde 12 de novembro de 2019 (623 dias atrás), quando Bolsonaro deixou o PSL para, em tese, criar seu próprio projeto partidário. Como a iniciativa do Aliança pelo Brasil não foi adiante, restaram as tentativas — frustradas — de ingresso no Patriota. O partido enfrentou um racha interno, seguido de uma disputa jurídica, após mudanças no estatuto para receber o presidente. Na semana passada, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) disse que a presença de Nogueira no Palácio do Planalto facilitaria o ingresso do pai no PP. Parlamentares do partido ouvidos pelo GLOBO, no entanto, avaliam que não será simples construir um consenso para que Bolsonaro dispute a reeleição pela sigla. Parte das lideranças do PP já se prepara para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pelo Palácio do Planalto no ano que vem. Há resistências ao nome de Bolsonaro em estados do Nordeste, como Bahia, Maranhão, Pernambuco e Paraíba. Integrantes do PP dizem ainda que é muito improvável que o presidente consiga controlar estruturas regionais, como desejava fazer com o Patriota. Os outros dois principais partidos da base de apoio a Bolsonaro no Congresso seguem sem se movimentar para recebê-lo. A interlocutores, o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, afirma que a sigla não deseja filiar Bolsonaro e contenta-se em apoiá-lo e ter espaço no governo com o Ministério da Cidadania, que tem João Roma à frente. Ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, o Republicanos chegou a filiar dois filhos de Bolsonaro (Flávio e Carlos), mas a relação desandou — o senador, inclusive, já deixou a sigla. O partido considerou que foi pouco ajudado nas eleições de 2020 em Rio e São Paulo, quando Marcelo Crivella e Celso Russomanno, respectivamente, foram derrotados. Já a igreja acha que o Planalto foi omisso na crise que a instituição enfrenta em Angola. Já o PL de Valdemar Costa Neto anda insatisfeito com o baixo respaldo dado para a ministra Flávia Arruda, da Secretaria de Governo. Em outro foco de resistência, Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara, é opositor de Bolsonaro e tem sinalizado a favor do impeachment do presidente.

Férias do 04 - Casa de veraneio à beira-mar em Porto de Galinhas (PE), com dois pavimentos, sete quartos (três suítes), piscina e demais comodidades disponíveis para até 20 pessoas. Foi neste local, apelidado de "Casa dos Sonhos", que Jair Renan, filho de Jair Bolsonaro, ficou no início deste mês por um período de seis dias vagando pelo Nordeste. O diário no espaço custa R$ 2,5 mil. Mas o jovem não teve que pagar um centavo. Motivo de cortesia? Uma troca fechada com a administração do site. Os responsáveis dizem que renunciaram uma noite à estada de Jair Renan em troca de uma mala direta endereçada a seus 502.000 seguidores. Na mesma viagem, Zero Quatro esteve em Recife e Maragogi (AL). Neste último destino, fez propaganda para o hotel Areias Belas, que prefere não informar se fechou a associação nesse mesmo regime - lá, a diária dos quartos de frente para o mar, semelhante à de Jair Renan, não custa menos mais de R$ 500 na atual temporada. Aos 23 anos, Jair Renan é investigado desde março pela PF por tráfico de influência, sob suspeita de ter aproveitado a proximidade do pai com o governo para lucrar com sua própria empresa de eventos. A Bolsonaro Jr. Eventos e Mídias tem, entre seus projetos, um camarote no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O espaço havia sido divulgado nas redes sociais, mas sumiu delas após o início das apurações.

PF libera em média 419 armas por dia para civis - A Polícia Federal liberou a civis o equivalente a 419 armas de fogo por dia no País no primeiro semestre deste ano. A quantidade, que totalizou 76.329 novas armas em circulação, representa crescimento de 67% ante os primeiros seis meses do ano passado. É a maior taxa em pelo menos 13 anos, demonstrando a alta vertiginosa sentida sob a gestão Jair Bolsonaro, defensor de maior acesso a armas. A elevação nas concessões destinadas a cidadãos comuns foi notada em todos os Estados. O crescimento desse tipo de registro mais que dobrou em São Paulo e outros oito Estados. Os dados foram obtidos junto à PF pela agência Fiquem Sabendo, especializada no acesso a informações públicas. Em números absolutos, Minas (10.916), Rio Grande do Sul (8.499) e Santa Catarina (6.460) lideram as licenças no primeiro semestre. Em termos proporcionais à população, Rondônia (16,9 novas armas por 10 mil habitantes), Mato Grosso (15,8) e Acre (12,8) estão na frente. Os números dizem respeito a armas concedidas na categoria “cidadão”, que representa civis que buscam a autorização para arma própria, geralmente com intuito de defesa pessoal. Armas concedidas a órgãos de segurança pública ou ao Judiciário são contabilizadas em outras categorias pela PF.

Pela 4ª vez, atos pedem impeachment de Bolsonaro - Manifestantes se reuniram em protestos contra o presidente Jair Bolsonaro, na manhã deste sábado (24), em capitais como Rio de Janeiro, Salvador, Recife, São Luís e Teresina. Os protestos fazem parte de uma série de manifestações pelo impeachment do presidente realizadas nos últimos dois meses com organização de sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda. À tarde, houve manifestação em São Paulo e em Brasília. A quarta manifestação convocada por opositores desde maio teve adesão menor na capital paulista do que o ato anterior, no início do mês, a exemplo do que ocorreu também na manifestação organizada em Brasília. Em meio à pandemia da Covid-19, o ato na avenida Paulista mais uma vez teve cenas de aglomeração. Houve distribuição de máscaras de proteção e álcool em gel. Assim como no protesto anterior, de 3 de julho, houve confronto entre grupos e policiais neste sábado. A Campanha Nacional Fora Bolsonaro afirma que os atos ganharam capilaridade pelo país, com 509 manifestações no Brasil e no exterior, reunindo 600 mil pessoas.

Kassio Nunes Marques pede que colunista da Folha seja investigado - O ministro Kassio Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal), acionou a PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o professor de direito constitucional da USP Conrado Hübner Mendes, colunista da Folha. Em ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras, Kassio anexou texto de autoria de Conrado e afirmou que ele fez afirmações “falsas e/ou lesivas" à sua honra, o que, na visão dele, podem configurar os crimes de calúnia, difamação e injúria. O magistrado solicitou ao chefe do Ministério Público Federal a “apuração e responsabilização criminal do(s) autor(es) do fato”. O documento foi encaminhado à PGR em junho. A Procuradoria deu andamento ao caso e repassou a representação à Polícia Federal. Kassio anexou no ofício à PGR o artigo “O STF come o pão que o STF amassou”, publicado em abril e no qual colunista abordou a decisão do ministro que liberava a realização de cultos, missas e demais celebrações religiosas no país, em meio a medidas restritivas para a Covid-19. A decisão acabou, na prática, sendo derrubada pelo plenário do STF posteriormente, por 9 votos a 2.

Biden pode ter mais sucesso em Cuba que Obama - Arturo Valenzuela foi o principal nome do Departamento de Estado americano para América Latina no início do governo Barack Obama. Como secretário-assistente de Estado, encarregado do Hemisfério Ocidental, ajudou nos planos para a reaproximação entre Estados Unidos e Cuba à época, sob o mantra de que era preciso estabelecer laços diretos com o povo da ilha comunista, sem tirar a pressão do regime. Em entrevista à Folha, Valenzuela afirma que o novo contexto de efervescência social no país confere ao presidente Joe Biden mais chances de sucesso em sua abordagem sobre Havana, caso retome ou reformule medidas implementadas por Obama. Segundo ele, atualmente professor emérito da Universidade Georgetown, Biden não considera acabar com o bloqueio econômico sobre Cuba, mantendo e até ampliando sanções sobre o regime. Ele também deve apostar na ligação direta com a população e o setor privado da ilha, prestigiando figuras de oposição e incentivando manifestações, como as de 11 de julho. Assim, diz o especialista, misturando recompensa e retaliação, o governo americano espera que o povo cubano tenha mais força para brigar pela transição democrática. "Quanto maior a liberalização, o povo cubano fica menos dependente do governo e, portanto, com mais capacidade de atacar por conta própria." Na quinta-feira (22), Biden mostrou que seguirá justamente este roteiro. Em nota, o presidente americano disse que os EUA estavam ao lado dos "bravos cubanos que saíram às ruas para se opor a 62 anos de repressão do regime comunista" e impôs sanções a membros do governo cubano, que, segundo a Casa Branca, são responsáveis por oprimir os manifestantes nos maiores protestos vistos na ilha nas últimas décadas.

Protesto incendeia o Borba Gato - A estátua do bandeirante Borba Gato foi incendiada no início da tarde deste sábado (24), em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. O fogo foi controlado pouco depois.

De acordo com nota da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a polícia busca imagens e outras informações que possam ajudar "na identificação e localização dos autores do ato de vandalismo". O que já se sabe é que, por volta das 13h30, um grupo desembarcou de um caminhão e espalhou pneus na avenida Santo Amaro e em torno do monumento, ateando fogo logo depois. Um movimento chamado Revolução Periférica assumiu a autoria do incêndio. Policiais militares e bombeiros chegaram na sequência, controlaram as chamas e liberaram o tráfego. O ato terminou sem feridos nem detidos. Após o fogo ser controlado, pessoas favoráveis e contrárias à ação foram até perto do monumento. Carros que passavam pelo local se manifestaram de forma crítica ao vandalismo.

O semipresidencialismo no Brasil é um salto no escuro - O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa quebrou um silêncio de quatro anos sem dar entrevistas para conversar sobre a possibilidade de adoção do semipresidencialismo no Brasil. Ele vem acompanhando o debate com preocupação e contrariedade. Acredita que mudar o regime de governo para combater crises é uma “aventura” e que os paralelos feitos com o sistema francês não fazem sentido no Brasil. Lá, afirma ele, o semipresidencialismo foi adotado para corrigir um sistema parlamentarista que era uma “balbúrdia”. Barbosa defende o presidencialismo e diz que o sistema, adotado no Brasil há mais de um século, vem sendo aprimorado. Conferiu estabilidade por longo período ao país —e tem o condão de contornar crises mais graves, como uma eventual aventura autoritária do atual governo. O debate sobre o semipresidencialismo ganhou corpo recentemente, com apoio de ministros do Supremo Tribunal Federal como Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, de intelectuais e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Joyce dá nomes de suspeitos que podem tê-la agredido - Após acordar ferida em seu apartamento funcional na Asa Norte e identificar seis lesões na face e nas costelas, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) pediu abertura de investigação sobre o caso. A parlamentar suspeita que uma terceira pessoa tenha entrado no apartamento, onde ela estava com o marido, o neurocirurgião Daniel França, e provocado as agressões. As diligências, de acordo com a congressista, estão sendo conduzidas pela Polícia Legislativa e pelo Ministério Público. Em entrevista ao Correio, Joice diz ser alvo de ameaças pelas redes sociais e de insinuações indiretas sobre sua segurança. Revela, também, que um desafeto tem acesso fácil ao prédio onde ela mora. No entanto, afirma não haver sinais de invasão no apartamento e não descarta que as fraturas tenha sido causadas por uma queda.

Destaques

Integralistas se filiam ao PTB - O PTB, presidido pelo bolsonarista Roberto Jefferson, abriu as portas para que integralistas disputem as próximas eleições. O integralismo é um movimento de extrema-direita de inspiração fascista criado por Plínio Salgado em 1932, dois anos após encontro com Benito Mussolini na Itália, e é caracterizado por um nacionalismo autoritário, pela defesa de valores religiosos e tradicionais e pela rejeição da democracia liberal. Em junho, líderes da Frente Integralista Brasileira se filiaram ao partido e fizeram reunião na sede paulista do PTB com Jefferson na qual manifestaram pretensões eleitorais para 2022 e 2024. Ironicamente, o PTB tem ligação histórica com Getúlio Vargas, tido como inimigo dos integralistas por tê-los reprimido depois do levante de 1938. Segundo relato na página da Frente Integralista Brasileira, Jefferson disse na reunião que teve integralistas em sua família em Petrópolis, cidade na qual o movimento teve peso na década de 1930 e que recebeu congresso integralista em 1936. "Com estes atos [de filiação], consolida-se o PTB como importante opção para membros do movimento que queiram disputar as eleições de 2022 e de 2024, tendo diversas lideranças do movimento em todo o Brasil manifestado interesse em seguir este caminho", diz o texto na página da FIB. Moisés José Lima, presidente nacional da FIB, e Lucas Carvalho, secretário geral, agora fazem parte do PTB.

Crise do governo Bolsonaro impulsiona mexida no tabuleiro - A crise do governo de Jair Bolsonaro, que na semana que passou deu um cavalo de pau na composição política do Planalto, acentuou as composições do presidente e de seus rivais visando as eleições presidenciais de 2022. O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB) e José Luiz Datena (PSL) se movimentam de olho no novo cenário pela deterioração da posição de Bolsonaro. Até Sergio Moro reapareceu em conversas sobre o ano que vem.

Vereador é preso em Curitiba por gritar fora Bolsonaro - O advogado, professor e vereador em Curitiba Renato Freitas (PT) foi detido na noite desta sexta-feira (23) pela Guarda Municipal na capital paranaense. Ele participava de um ato de convocação para as manifestações deste sábado (24) contra o presidente Jair Bolsonaro. Em suas redes sociais, Freitas, 37, afirmou que estava no centro de Curitiba com um megafone gritando “Fora, Bolsonaro” quando foi interpelado por um homem para questionar as críticas ao presidente. O homem teria tentado tomar o megafone das mãos de Freitas e o teria agredido com chutes o vereador. Este revidou e o atingiu o rosto do homem com o megafone. “Ele veio bem louco, querendo me agredir. Fiz assim com o megafone, num ato de defesa, numa reação automática, e bati com o megafone dele. Bateu no rosto, de fato”, afirmou Freitas, em um vídeo publicado em suas redes sociais. Após a confusão, Freitas foi detido pela Guarda Municipal. Cinco guardas derrubaram o vereador no chão e o imobilizaram, enquanto um sexto filmava com um celular a ação. Ele foi algemado, colocado no porta-malas de uma viatura da Guarda Municipal e levado para uma delegacia. Foi liberado após prestar depoimento. Freitas classificou a ação dos agentes como truculenta: “A Guarda Municipal usou uma força desproporcional, excessiva”, afirmou.

Ato contra o presidente resgata bandeira brasileira e camisa da seleção - Antes predominantemente vermelha, a quarta rodada de manifestações contra o governo de Jair Bolsonaro ganhou novas cores na tarde de sábado (24), na avenida Paulista. Faixas, bandeiras do Brasil e camisas da seleção, espécie de uniforme bolsonarista, foram resgatadas pelos participantes. Com duas faixas verdes nas laterais e uma amarela no centro, uma bandeira ocupava meio quarteirão da avenida, via que vem concentrando os atos pró-impeachment. Ela foi estendida logo atrás de um caminhão, estacionado em frente ao Shopping Center 3, que reuniu integrantes de um grupo que se apresenta como Bloco Democrático. Participam desse grupo representantes de partidos como PSDB, PC do B, Cidadania, PSB, PDT, Rede e Solidariedade, além de organizações estudantis e sindicais assim como movimentos liderados pelo Acredito e pelo Agora!. Vice-presidente municipal do PSB, Helvio Moisés, 66, explica que o uso do verde-amarelo foi uma estratégia para contrapor à predominância vermelha nas manifestações. “Quem subtraiu a bandeira para si foi a direita durante as manifestações pró-impeachment da ex-presidente Dilma [que ocorreram em 2016]. Nós precisamos retomá-la já.”

Ministro João Roma abraça bolsonarismo - Cercado de aliados em uma fazenda na cidade de Amargosa, recôncavo baiano, o ministro João Roma ergue o telefone celular e faz uma videochamada com o presidente Jair Bolsonaro, em meados de junho. Vestido uma camisa alvinegra de time de futebol, o presidente desfia platitudes sobre a Bahia e encerra fazendo um vaticínio sobre o seu aliado: “João Roma é o cara, é o futuro da Bahia com toda certeza”. Há cinco meses no comando do Ministério da Cidadania, o deputado licenciado João Roma (Republicanos-BA) está à vontade. No curto período de tempo, saiu da posição de aliado discreto do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), de quem distanciou-se ao assumir o ministério, para protagonista do bolsonarismo na Bahia. Agora, ensaia uma candidatura ao Governo da Bahia no próximo ano. O movimento é incentivado por Bolsonaro e seus filhos, que vislumbram a possibilidade de um palanque forte no estado. Desde que assumiu o cargo, tem recebido caravanas de prefeitos em Brasília e também tem circulado pela Bahia para inaugurar de obras federais, mesmo aquelas que não têm relação direta com sua pasta. Nos últimos 30 dias, passou por oito cidades do interior da Bahia: entregou casas em Paulo Afonso, visitou empresários em Jacobina e Ourolândia, inaugurou a restauração de igrejas em Itaparica e Maragogipe e ainda visitou Lagoa Real, Catu e Ilhéus. O haras Lago Negro, fazenda do ministro em Conceição da Feira, recôncavo baiano, tornou-se uma espécie de quartel-general de seu projeto político. Ali, Roma recebe nos fins de semana prefeitos, deputados e aspirantes a cargos eletivos dos quatro cantos da Bahia.

Um governo refém do oportunista Centrão - O governo do presidente Jair Bolsonaro ficou conhecido, entre outras particularidades, por ser estruturado em diferentes alas. Nelas, a disputa por espaço é uma constante. Cada grupo desses, seja ideológico, seja econômico ou militar, teve seus dias de protagonismo, até ser escanteado pela crise da vez, ou “atropelado”, na expressão usada pelo general Luiz Eduardo Ramos, atual chefe da Casa Civil, ao saber que, com outros fardados, estava sendo ejetado da articulação política. A partir de agora, a relação com o Congresso estará nas mãos dos caciques dos partidos que compõem o Centrão, a mais nova ala desta gestão, mas uma velha conhecida nos bastidores das negociações do poder em Brasília. A saída do general Ramos da Casa Civil, na minirreforma ministerial que Bolsonaro deve formalizar nesta semana, é o desfecho mais recente dessa disputa por espaços dentro do governo. O militar será substituído no cargo pelo presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), uma das principais lideranças do Centrão — bloco que, em troca de cargos e outras benesses da máquina pública, deu também sustentação a governos anteriores, como os dos então presidentes Michel Temer (MDB), Dilma Rousseff (PT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ao longo de todo esse tempo, o Centrão vem atuando como o fiel da balança na relação do Congresso com o Executivo. Sua atuação foi determinante, por exemplo, para manter ou tirar presidentes do cargo, aprovar ou rejeitar reformas e estabelecer o ritmo da pauta de votações, principalmente quando o governo tem dificuldades em construir uma base parlamentar.

Se Bolsonaro não mudar, reeleição fica difícil - Parafraseando o recado já desmentido pelo ministro da Defesa, general Braga Netto, de que, sem voto impresso, não tem eleição em 2022, os aliados do presidente do PP, Ciro Nogueira, têm dito em conversas reservadas que a ida do presidente do Progressistas para a Casa Civil precisará vir acoplada a uma mudança de hábito do presidente da República. Ciro não vai ouvir os desaforos que Luiz Eduardo Ramos ouvia quando as coisas não iam bem, tampouco suportará ver o bolsonarismo raiz criticando o Centrão dia e noite. Se o presidente já disse que era do Centrão, é hora de os seus mais fiéis escudeiros respeitarem os aliados. Os deputados do PP têm dito que não dá para os bolsonaristas sentarem-se à mesa, fecharem acordos e depois irem às redes sociais criticar o que foi feito, caso, por exemplo, do Fundo Eleitoral. Também não dá para colocar a culpa no Congresso pelas dificuldades que o governo enfrenta, seja em termos de gestão da pandemia, seja em votações no Parlamento. Ciro tem tempo para reorganizar essa base, porque, como tem mandato até 2027, não precisará deixar o cargo para concorrer a um novo mandato no ano que vem. Resta saber se Bolsonaro e a bancada do bolsonarismo raiz estão dispostos a parar de tentar desgastar os aliados do Centrão, ainda mais no ano eleitoral. Se a convivência nessa grande “família” ficar insustentável, quem vai perder é o presidente.

E o Crivella, hein? - Lá se foi um mês e nem uma resposta sobre a agrément da África do Sul para que Marcelo Crivella (foto) seja embaixador por lá. No Itamaraty, há quem diga que o embaixador Sérgio Danese vai permanecer onde está e muito bem, obrigado. No governo, só se ouve um “deixa quieto”.

Renda e saúde: a ‘vida real’ nas redes sociais - Enquanto “influenciadores” bolsonaristas e parte da direita gastam o dedo nas redes sociais promovendo “o voto impresso”, a opinião pública sem militância partidária parece estar atenta a uma agenda “vida real”, muito além das polêmicas geradas por Jair Bolsonaro. O tema saúde foi o segundo mais comentado na semana passada, sustentado por referência positiva às vacinas: 84% de apoio. Renda/salário foi o terceiro assunto mais debatido. Das manifestações sobre o tema, 94,47% são do público em geral não militante. Os dados são da agência .MAP. A polêmica do voto impresso dominou o debate, mas, quando somados os comentários favoráveis sobre uma votação auditável e impressa, 64,98% são de influenciadores digitais de direita, 19,87% de políticos e partidos de direita e apenas 4,87% do público geral de direita. Mais. A preocupação dos brasileiros com assuntos da economia, captada pelo levantamento, indica que “o governo terá de se debruçar para muito além da simples criação do novo Ministério do Trabalho”, avalia Heron do Carmo, economista e consultor da .MAP. A .MAP, agência de análise de dados e mídia, avaliou um universo de 1,4 milhão de posts no Twitter e Facebook, diariamente. O recorte desse levantamento foi a semana passada, até a quinta-feira, 22, epicentro da polêmica do voto impresso após reportagem do Estadão ter revelado pressão de Braga Netto sobre o Congresso.

Dirceu volta a fazer política e prega união com centro e igrejas - No momento em que as pesquisas indicam alta intenção de voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as eleições de 2022, o ex-ministro José Dirceu, todo-poderoso no início do primeiro governo petista, retomou as articulações políticas e tem realizado encontros com sindicalistas, prefeitos e caciques partidários. Nos últimos meses, Dirceu se reuniu com a cúpula da Força Sindical, com o ex-presidente José Sarney (MDB), com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e com o prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior, entre outros. Além disso, recentemente, o ex-ministro da Casa Civil participou de atos contra o presidente Jair Bolsonaro em Brasília e em São Paulo. Na última semana, anunciou que entrou para o TikTok, aplicativo de vídeos curtos. Dirceu está com os direitos políticos suspensos por causa das condenações judiciais que o enquadram na Lei da Ficha Limpa e, por isso, não pode disputar eleições. Apesar de manter contato com as mais diferentes figuras do PT, o ex-ministro, segundo petistas, não tem mais o capital político interno que já teve. Ainda assim, é uma figura respeitada. Um líder de outro partido avalia que Dirceu ainda influencia posições assumidas pelo PT. No fim do ano passado, quando tentava obter o apoio dos petistas par sua candidatura à Presidência da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) procurou o ex-ministro. Ao GLOBO, Dirceu disse que faz “visitas para agradecer o apoio e solidariedade” que recebeu no período em que esteve preso. — Não tenho mandato nem sou da direção do PT e não tenho delegação para tanto — afirmou. Na conversa com a cúpula da Força Sindical, em São Paulo, no dia 13, aconselhou os dirigentes a buscarem alianças fora do campo da esquerda nas manifestações contra o governo. Enfatizou a necessidade de união das forças democráticas para retirar Bolsonaro da Presidência e disse que as eleições são assunto para 2022. Segundo o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, Dirceu defende uma mobilização que inclua partidos de centro, adversários como o PSDB, o movimento estudantil e entidades como a OAB.

Cinco investigações da Lava Jato miram Ciro Nogueira - Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a Casa Civil, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) é alvo de cinco investigações originadas na operação Lava-Jato, sendo duas delas sigilosas e que ainda não tinham vindo à tona. Um dos casos apura se o parlamentar recebeu pagamentos da OAS em troca do apoio a uma medida provisória em tramitação no Senado. A outra apuração busca saber se ele exerceu influência na liberação de um financiamento para a Engevix na Caixa Econômica Federal. Ciro Nogueira nega, por meio de sua defesa, que tenha envolvimento em irregularidades. Das outras três investigações instauradas nos últimos anos contra Nogueira, a Procuradoria-Geral da República já apresentou duas denúncias contra o parlamentar: uma o acusa de receber propina de R$ 7,3 milhões da Odebrecht em troca de apoio no Congresso Nacional e outra, de obstruir investigações ao atuar para mudar o depoimento de um ex-assessor do PP que estava colaborando com a Justiça. Esses dois casos ainda não foram julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ciro Nogueira ainda é alvo de um inquérito da PF que apura propina do grupo J&F para comprar o apoio do PP à reeleição de Dilma Rousseff e já está em fase de conclusão. O GLOBO teve acesso a detalhes dos dois inquéritos inéditos, que estão sob sigilo na Polícia Federal. O mais recente deles foi aberto em outubro do ano passado e tem como relator o ministro Edson Fachin, do STF. A investigação apura se o então presidente da OAS Léo Pinheiro acertou com Ciro Nogueira o pagamento de R$ 1 milhão no ano de 2014 por meio de doações oficiais em contrapartida ao apoio dado pelo parlamentar em uma medida provisória de 2013 que alterou a legislação tributária em relação a cobranças sobre empresas. Ao assinar um acordo de delação premiada, homologado pelo Supremo Tribunal Federal, Léo Pinheiro confirmou que a cúpula da OAS mantinha uma relação próxima com Ciro Nogueira. A PF tomou um novo depoimento do colaborador no último mês de abril para saber mais detalhes do caso. Segundo o empreiteiro, quem intermediou as tratativas foi Eduardo Cunha, que estava à frente da negociação da medida provisória no Congresso. "Houve o café da manhã na casa de Ciro Nogueira, no qual foi acertado o pagamento de R$ 1.000.000,00, que foram em duas parcelas de R$ 500.00,00 ao partido", afirmou em seu depoimento, para depois completar. “O depoente esclarece que a ordem era doar para o partido, porque ele havia proibido o caixa dois na empresa, pois já estava em curso a Lava-Jato", disse Léo Pinheiro.