Manchetes dos jornais de domingo 05-11-2023

Manchetes dos jornais de domingo 05-11-2023

 

Edição de Chico Bruno

 

Manchetes dos jornais de domingo 05-11-2023

Valor Econômico – Não circula hoje 

 

FOLHA DE S.PAULO – SP conta 6 mortes e 2 milhões sem luz um dia após temporal

 

O ESTADO DE S.PAULO – Demanda por ônibus elétricos estimula o setor automotivo

 

O GLOBO – A glória eterna

 

CORREIO BRAZILIENSE –  Mesmo no prejuízo, BRB paga dividendos a acionistas

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Tempestade paulista - A tempestade registrada no estado de São Paulo na tarde desta sexta-feira (3) deixou 3,7 milhões de clientes sem luz. Após 24 horas sem energia, o fornecimento havia sido normalizado para 1,7 milhão (46%) deles, e mais de 2 milhões ainda seguiam sem energia. Seis pessoas morreram. Os dados da falta de energia constam de um relatório divulgado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), às 16h deste sábado (4). A Enel é a concessionária que concentrava o maior número de clientes sem energia. Ao todo, segundo a agência, a companhia teve 1,7 milhão de clientes sem luz e apenas 200 mil tiveram a energia restabelecida –1,5 milhões ainda seguiam no escuro. A previsão da empresa é que a situação seja completamente normalizada apenas na próxima terça (7). Sem energia, moradores de São Paulo procuraram shoppings e cafés para conseguir carregar os celulares. Os dados divulgados pela Enel, no entanto, divergem do boletim da Aneel. A concessionária informa que 2,1 milhões tiveram energia interrompida e 550 mil já foram restabelecidos —nem a agência nacional, nem a empresa prestadora do serviço souberam explicar a discrepância nos dados. O governo do estado de São Paulo, no início da noite deste sábado, ainda divulgou um terceiro número levando em conta todas as concessionárias. De acordo com a gestão de Tarcísio de Freitas, foram 3,3 milhões de clientes que ficaram sem luz, 1,2 milhão que teve a energia restabelecida e 2,1 milhão que ainda está sem energia.

 

Os elétricos - O projeto da Prefeitura de São Paulo de ter 2,6 mil ônibus elétricos em circulação na cidade até o fim de 2024 movimenta empresas do segmento. Algumas estão ampliando a capacidade produtiva, anunciaram contratações e investimentos para produção local. Os novos ônibus não emitem CO2 e substituirão 20% da frota a diesel que fazem o transporte público hoje, mas custam o triplo Outras cidades do País também estão testando veículos elétricos para modernizar suas frotas. São Paulo já recebeu 50 ônibus elétricos em setembro, fruto de parcerias entre Eletra, responsável pela instalação dos sistemas elétricos de tração e integração, Mercedes-Benz e Scania (chassis) e Caio (carrocerias). A previsão inicial era de 1 mil unidades neste ano, mas a maior parte deve ficar para 2024. Um dos motivos pode ser a falta de componentes enfrentada, por exemplo, pela Caio. A fábrica da chinesa BYD em Campinas (SP) está em obras para aumentar a capacidade produtiva, principalmente com a aquisição de equipamentos e novo layout do prédio. Segundo a São Paulo Transportes (SPTrans), a frota da cidade é formada por 11,9 mil ônibus.

 

De azarão a campeão - A história do título do Fluminense, conquistado neste sábado, na vitória por 2 a 1 (1 a 0, na prorrogação) sobre o Boca Juniors, no Maracanã, também narra a trajetória do responsável pela maior glória do tricolor em mais de 120 anos. O jovem John Kennedy, autor do gol decisivo, estava distante do clube que o projetou para o futebol no começo do ano. Sob as mãos de Fernando Diniz, teve seu recomeço e agora completa o retorno triunfal. O camisa 9 fez gol em todas as fases de mata-mata do torneio. Nas oitavas, sacramentou a classificação contra o Argentinos Juniors. Nas quartas, abriu o caminho para vitória contra o Olimpia, no Paraguai. Na semifinal, iniciou a remontada histórica de seis minutos, contra o Internacional, que colocou o Fluminense na decisão contra o Boca. Desta vez, não foi titular, entrou durante o jogo. Mas a grande novidade que Diniz implantou neste meio de temporada tricolor precisava ser o nome do título. E assim o fez. Quando entrou em campo, no lugar de Ganso, parecia que o Maracanã todo sabia que seria ele a definir essa decisão. Era uma questão apenas de saber qual momento do jogo. Mas esse momento parece ter sido uma eternidade. Horas antes de a bola rolar, as torcidas já ocupavam seus lugares no Maracanã. Ao Sul, um mar tricolor que ondulava com as bandeiras e faixas nas cores verde, grená e branca entoava o hino que embalou o Fluminense nesta Libertadores. “Vamos tricolores, vamos ganhar a Libertadores”. Era um misto de crença e vontade no mais alto volume para atrair o sonhado título.

[5/11 09:22] Celso Tesoureiro Ppl Sp: RESUMO DE DOMINGO - 05/11/2023 - 2ª PARTE 

 

Câmara técnica sobre reforma do Estado terá duração de um ano - A câmara técnica criada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir temas como a reforma administrativa terá duração de um ano, podendo ser prorrogada em caso de necessidade. Ligada ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o Conselhão, a Câmara Técnica de Transformação do Estado terá um caráter abrangente de discussão sobre o futuro do serviço público, segundo o secretário-executivo, Paulo Pereira. "É uma câmara para discutir a transformação do Estado de forma ampla, não se restringe à reforma administrativa. E a ideia é que seja focada em sugestões práticas", diz Pereira. O órgão terá 33 integrantes, entre membros do Conselhão, convidados e participantes de cinco ministérios (Gestão, Planejamento, Fazenda, Desenvolvimento e Relações Institucionais). No documento interno sobre a criação da câmara, há três subgrupos, focados em combate à desigualdade no serviço público, produtividade e acesso ao cidadão. O ponto mais controverso dentro da discussão do funcionamento do Estado é a reforma administrativa, defendida por setores do Congresso e com apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ela prevê, por exemplo, mais critérios para a demissão de servidores públicos. Já o governo rejeita a proposta em discussão na Câmara e defende que mudanças se concentrem na reestruturação de carreiras e limite aos supersalários.

 

Marido despacha sem cargo no gabinete da senadora - Marido da suplente do ministro Flávio Dino (Justiça) no Senado, o deputado estadual licenciado Othelino Neto (PC do B-MA) recebe prefeitos e vereadores no Congresso, despacha com ministros da Esplanada e acompanha a esposa, a senadora Ana Paula Lobato (PSB), até mesmo no plenário. Secretário de representação institucional do Maranhão em Brasília, Othelino exibe nas redes sociais as agendas que cumpre direto do gabinete da esposa, no 16º andar do Senado Federal.

 

Saída de Braga Netto da disputa do Rio evidencia dificuldade do PL - Com planos de eleger mais de mil prefeitos em 2024, o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda patina para montar palanques em pelo menos nove das 15 capitais onde indicou a intenção de lançar candidaturas. Nas cidades dos três maiores colégios eleitorais do país, apenas em Belo Horizonte há consenso sobre lançar o deputado estadual Bruno Engler. Já em São Paulo e no Rio a sigla ainda bate cabeça sobre o melhor nome a menos de um ano da disputa. Na capital fluminense, berço político do bolsonarismo, o PL precisou rever sua estratégia após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenar o general Walter Braga Netto à inelegibilidade na semana passada. O ex-ministro da Defesa era o mais cotado para tentar evitar a reeleição do atual prefeito, Eduardo Paes (PSD). Apesar de lideranças do partido defenderem o nome do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) na disputa, ainda não há acordo para que ele seja mesmo o candidato. Filho mais velho do ex-titular do Planalto, o senador Flávio Bolsonaro afirmou ao jornal “Folha de S.Paulo” que o “martelo não está batido”, citando outros parlamentares que poderiam carregar a bandeira do bolsonarismo na eleição municipal, como o senador Carlos Portinho e o deputado Luiz Lima. O próprio Flávio tentou se viabilizar como candidato na cidade no início do ano, mas a iniciativa foi barrada pelo seu pai, que vê com mais simpatia a permanência do filho no Senado. 

 

PT cria rusgas internas - De olho em abreviar o prazo para definição de candidaturas às eleições municipais e, assim, evitar que disputas internas se arrastassem até meados de 2024, o PT acabou abrindo, desde já, divergências entre lideranças petistas e com partidos aliados. A estratégia de escolha acelerada dos nomes que concorrerão às prefeituras virou foco de insatisfação em capitais como Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre e Salvador. Pela legislação eleitoral, os partidos só precisam definir candidatos nas convenções, em geral, cerca de três meses antes da eleição. No caso do PT, uma resolução publicada pelo diretório nacional em setembro determinou que as instâncias municipais busquem consensos até este mês. Onde não houver unanimidade ou apoio de no mínimo dois terços do diretório local a um nome, o partido orientou ou que se faça prévias ou se resolva com algum tipo de votação interna. O prazo-limite para a votação final, nesse caso, é 15 de abril do ano que vem. Dirigentes petistas argumentam que a antecipação do calendário é necessária porque o PT precisará entrar em acordo, depois, com PCdoB e PV, partidos com os quais forma uma federação. Por outro lado, a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, já declarou em encontros com correligionários que gostaria de evitar debates partidários acalorados e prolongados neste início de governo Lula, para impedir que o partido transmita uma imagem de divisão e fragilidade. Com esse argumento, a legenda adiou para 2025 as eleições de seus diretórios nacional e estaduais, que seriam realizadas até o fim deste ano. 

 

Embates do MST com Lula se repetem com governadores petistas - Correligionários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os governadores de Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí equilibram pratos na relação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ao mesmo tempo em que são alvos de representantes do agronegócio. Embora os chefes do Executivo tenham políticas alinhadas às causas do movimento, foi nos estados deles onde houve a maior investida dos sem-terra desde janeiro, que promoveram uma série de invasões para reivindicar assentamentos. Na outra ponta, o agro cobra mais investimentos públicos. Incluído na lista de estados escolhidos pelo MST para ocupações, o Rio Grande do Norte soma pelo menos nove invasões promovidas pelo movimento entre janeiro e outubro. Em uma das ocasiões, o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Natal, chegou a ser ocupado. A governadora Fátima Bezerra, que fez acenos ao trabalhadores sem terra que incluíram postagens de apoio durante a CPI do MST, não foi poupada de críticas e é cobrada por mais investimentos na reforma agrária. Do outro lado, Fátima também é alvo de queixas do agronegócio. Grande parte se deve à tramitação na Assembleia Legislativa de uma proposta que visa a manter o ICMS em 20%, o que atingiria o setor. O governador baiano Jerônimo Rodrigues também não foi preservado dos atos do MST. Durante o Abril Vermelho, mês em que o movimento promoveu uma série de protestos, a Bahia foi palco de três ocupações, causando constrangimento para o governo. A relação mais desgastada, contudo, é com representantes do agronegócio. Rodrigues viveu um episódio tenso na semana passada, quando a pasta da Agricultura de seu governo cancelou a Feira Nacional da Agropecuária. Políticos da oposição chegaram a pedir a exoneração do secretário Wallison Tum. Na Câmara, o deputado Capitão Alden (PL) insinuou que o evento não teria sido cancelado se fosse do MST: — Se alguém tinha alguma dúvida sobre a falta de comprometimento do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, com o agronegócio, agora ficou clara a posição dele. A Fenagro não será realizada este ano e deixará de movimentar no estado mais R$ 100 milhões em negócios — disparou o parlamentar em plenário. O governador justificou que o setor deveria arcar com os custos de sua própria feira. Dias depois, o Rodrigues compareceu a um evento da Central de Movimentos Populares, escalonando a tensão. O cenário é semelhante no Ceará. O estado é foco do MST, apesar de o governador Elmano Freitas promover ações como um convênio entre o estado e o movimento de R$ 1,5 milhão, destinados a realização de uma feira pró-reforma agrária. Por isso, na Assembleia Legislativa, Elmano foi alvo de duras críticas. — O PT governa para os coleguinhas, para os amiguinhos, para as patotas. O que o governo estadual está fazendo? Dinheiro para o MST. Isso é um tapa na cara dos prefeitos do Ceará — disse Sargento Reginauro (União Brasil).

 

‘A direita brasileira deu resposta saudável à crise democrática’ - Steven Levitsky consagrou-se internacionalmente ao lado de Daniel Ziblatt, ambos professores da Universidade de Harvard, ao publicarem “Como as democracias morrem” na esteira da crise política provocada por Donald Trump. Agora, cinco anos depois e com o republicano fora da presidência, eles retomam a parceria no livro “Como salvar a democracia”, que será lançado no Brasil nas próximas semanas pela editora Zahar. Nele, fazem uma análise dos renovados riscos democráticos para os Estados Unidos — onde a obra recebeu o título “Tirania da minoria”, em tradução livre — e para o mundo. Levitsky, que concentra sua pesquisa também na América Latina, falou ao GLOBO. O senhor afirma em seu novo livro que a crise democrática brasileira dá sinais de estar sendo superada. Por quê? "Os brasileiros responderam à sua crise democrática melhor que os americanos. Particularmente a direita brasileira teve uma resposta mais saudável à crise democrática do (ex-presidentre) Jair Bolsonaro do que a direita americana. Todas as principais figuras da direita brasileira aceitaram o resultado na noite da eleição e foram muito rápidas e duras ao denunciar a violência cometida no 8 de Janeiro, muitos inclusive apoiaram a investigação parlamentar sobre o que ocorreu — que é muito diferente do que os republicanos fizeram nos EUA. E, claro, a decisão judicial de impedir que Bolsonaro dispute a próxima eleição é controversa, mas a maioria dos políticos de direita aceitou e a considerou legítima".

 

‘Não é porque sou mulher do presidente que vou falar só de batom’ - "Você fica aqui, atrás do presidente”, ouviu a primeira-dama Rosângela da Silva de duas senhoras do cerimonial do Parlamento português, durante um evento em Lisboa, em abril. “Não, amor, eu não fico atrás do presidente. Sempre fico ao lado dele”, corrigiu Janja, de 57 anos, segurando firme nas mãos de Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto acompanhava seus passos na cerimônia. Desde então, o gesto tem se repetido. Desembarcando do avião presidencial ou em solenidades, Janja quer estar ao lado do presidente, nunca atrás. Nem sempre, porém, tem seu desejo atendido. Em entrevista a ELA, concedida numa terça-feira no Palácio da Alvorada, em Brasília, a primeira-dama falou sobre a vontade de ter um gabinete formal no Palácio do Planalto, onde o presidente despacha. Esse plano foi descartado por conselheiros de Lula que viram risco de atrair a fúria da oposição. Janja contesta a decisão: “A primeira-dama dos Estados Unidos tem um gabinete oficial. Ela tem agenda, tem protagonismo e ninguém questiona isso. Por que o Brasil questiona? Por que aqui tudo parece mais difícil?”. Em quase duas horas de conversa, a socióloga paranaense também falou sobre os desafios de ampliar a presença feminina na política e o incômodo ao ver reuniões em Brasília dominadas por homens. Em dez meses no poder, Lula demitiu três mulheres que ocupavam postos-chaves — Daniela Carneiro do Ministério do Turismo, Ana Moser do Ministério dos Esportes e Rita Serrano da presidência da Caixa Econômica Federal — para abrigar outros nomes indicados por caciques do Congresso. “Não é porque eu sou mulher do presidente que vou falar só de batom”, desabafa, antes de dizer que prefere ser chamada de “você” em vez de senhora. Entusiasta do design nacional, Janja fez questão de escolher cada um dos looks que usaria neste ensaio e revelou, em primeira mão, que está organizando um evento de moda e empreendedorismo com a modelo britânica Naomi Campbell. Da posse de Lula à coroação do rei Charles III, as peças usadas pela primeira-dama são pensadas: “Na coroação, disseram que eu estava vestida de abóbora. Aquele vestido era da cor da campanha contra a exploração sexual infantil. É óbvio que eu quero passar uma mensagem”. 

 

PP de Ciro Nogueira vai ao STF contra governo Lula por Orçamento da saúde - O senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra o governo Lula — do qual seu partido faz parte — após o Executivo conseguir autorização do Congresso para, na prática, gastar menos com saúde. Ciro quer derrubar esse dispositivo. Por articulação do Executivo, os parlamentares aprovaram uma lei que estabelece a receita estimada na Lei Orçamentária de 2023 como base de cálculo para o piso de gastos com saúde. Na avaliação dos advogados do PP, a Constituição, no entanto, estabelece que os recursos mínimos devem ser calculados considerando a receita efetiva, e não a prevista no Orçamento. A lei aprovada pelo Congresso, portanto, seria inconstitucional e precisa ser derrubada pelo STF, argumenta Ciro. O orçamento deste ano reservava R$ 168 bilhões para a saúde, mas o piso para o ano havia subido para R$ 189 bilhões em setembro, após uma atualização nos cálculos de receita corrente líquida do País. Como o governo não tem espaço fiscal acomodar mais R$ 21 bilhões no Orçamento, recorreu à manobra junto aos parlamentares.