Manchetes dos jornais de domingo 11-06-2023

Manchetes dos jornais de domingo 11-06-2023

Edição de Chico Bruno 

 

Manchetes dos jornais de domingo 11-06-2023

Valor Econômico – Não circula hoje

 

O GLOBO – Investimento público em mobilidade cai à metade em uma década

 

O ESTADO DE S.PAULO – Tribunais gastam R$ 3,5 bi com venda de parte das férias de juízes

 

FOLHA DE S.PAULO – Centrão usa verbas de estatal para apoiar a oposição em 2024

 

CORREIO BRAZILIENSE – Retratos de um milagre

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Mobilidade rejeitada - Dez anos depois das manifestações de 2013, detonadas pela tarifa dos ônibus em São Paulo, o investimento público em mobilidade urbana caiu a menos da metade, diz estudo do economista Claudio Frischtak. Se R$ 8,6 bilhões já eram insuficientes naquele ano, a cifra de R$ 4,1 bilhões de 2022 evidencia o atraso das cidades brasileiras, onde trabalhadores perdem horas diárias em trajetos desconfortáveis, prejudicando, também, a produtividade da economia. No último ano de Bolsonaro, a verba para transporte coletivo foi cerca de 10% dos subsídios a montadoras e combustíveis que tiveram continuidade no governo Lula.  

 

Férias compradas - Levantamento do Estadão com base em dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aponta que tribunais brasileiros desembolsaram pelo menos R$ 3,5 bilhões desde setembro de 2017 com a compra de férias de juízes, desembargadores e ministros de cortes superiores. Parte dos magistrados abre mão  do período de 60 dias de descanso, privilégio da categoria, para elevar seus ganhos mensais, o que extrapola o teto constitucional de R$ 41,6 mil. O Brasil tem cerca de 18.000 magistrados. O número de pagamento das férias vendidas pela categoria cresceu 74% em quatro anos.

 

Recursos públicos - Em cidades pequenas e médias do Nordeste, o centrão e aliados estão apoiando rivais do PT com a destinação de verbas da estatal Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba). O órgão é dominado pelo centrão, que negocia seu apoio ao governo Lula e quer tomar o Ministério da Saúde para si, há anos. No governo Jair Bolsonaro (PL) a estatal virou um balcão, no qual políticos negociam emendas. A Codevasf foi criada há 50 anos para projetos de irrigação no semiárido, mas o governo Jair Bolsonaro (PL) a transformou em "loja de políticos", pela qual congressistas usam emendas para comprar máquinas, veículos, equipamentos e obras de pavimentação e direcionam produtos para seus redutos eleitorais. O diferencial sob a gestão Lula é a maior proporção de doações a entidades privadas e menor a prefeituras, aumentando assim o risco de irregularidades. No geral, as entidades representam 361 de 604 doações feitas pela Codevasf neste ano. As beneficiadas vão desde filantrópicas religiosas até associações de garimpeiros.

 

Milagre amazônico - Depois de sobreviverem a um acidente aéreo que matou a mãe e de passarem 40 dias perdidas na selva colombiana, quatro crianças se recuperam em um hospital de Bogotá e não correm risco de morrer. Os avós de Lesly, 13 anos; Soleiny, 9; Tien, 5; e Cristin, 1, revelaram em detalhes com exclusividade ao Correio, o drama das últimas semanas e o reencontro. Militares e indígenas que encontraram os irmãos, na sexta-feira, anunciaram o fim das buscas repetindo a palavra “milagre” quatro vezes. O presidente Gustavo Petro visitou os pequenos e abraçou Fidencio Valencia, avô dos meninos.

[11/6 08:05] Celso Tesoureiro Ppl Sp: Resumo de domingo, 11/06/2023 - 2ª parte

 

Jornadas de junho no arraial de Brasília - As próximas semanas prometem agitar Brasília, apesar de uma parcela importante dos políticos darem atenção às bases eleitorais na temporada de festas juninas. No Congresso, há expectativa em torno da sabatina de Cristiano Zanin no Senado, possivelmente em 21 de junho. Em que pesem as críticas direcionadas ao gesto do presidente Lula de indicar seu advogado pessoal para a instância máxima da Justiça, a boa relação entre o Planalto e o Senado deve garantir o caminho de Zanin ao STF. Mas é no Judiciário, mais uma vez, que podem ocorrer fatos impactantes. No dia 22, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julga ação que pode tornar Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. O caso remete à famigerada reunião promovida no Palácio da Alvorada com embaixadores, em julho de 2022. Na ocasião, o ex-presidente atacou o sistema eleitoral, em clara afronta institucional. Nos bastidores, é dada como certa a condenação de Bolsonaro. A decisão do TSE tem peso para sacramentar um movimento iniciado por Bolsonaro antes mesmo de abandonar a Presidência da República, em dezembro de 2022. Após a derrota nas urnas, ele rejeitou qualquer iniciativa de liderar a oposição ao governo Lula. A punição é um alívio temporário para os petistas — afinal, a Justiça no Brasil tem suas reviravoltas —, mas pouco diminui as dificuldades políticas do atual governo.

 

É a economia - Nos próximos dias, também existem questões relevantes a se observar na área econômica. O arrefecimento da inflação sugere uma possível mudança 

de postura do Banco Central (BC) na definição da taxa básica de juros. Mas analistas consideram improvável que o Comitê de Política Monetária reduza a Selic (em 13,75%) na reunião marcada para 20 e 21 de junho. O resultado político da visão econômica do BC é conhecido: há forte possibilidade de ressurgirem ataques contra Roberto Campos Neto, que se tornou alvo preferencial dos petistas para escamotear as lacunas do Arcabouço Fiscal encaminhado ao Congresso. Por fim, e voltando ao Supremo, a agenda de costumes também tem seu destaque nas jornadas de junho. No dia 21, os integrantes da Corte de Justiça vão se debruçar sobre o porte de drogas para consumo próprio. Três ministros já votaram pela descriminalização, particularmente em relação à maconha, com as devidas ressalvas. A ver.

 

A cabeça da serpente - O Supremo acolheu a denúncia contra mais 70 participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro. Assim, chega a 1.246 o total de réus pelos ataques contra os Poderes da República. É preciso lembrar, porém, que essa leva diz respeito principalmente aos extremistas que estiveram presencialmente no quebra-quebra. Falta identificar e punir os financiadores e mentores da trama, alguns com amplo acesso ao Palácio do Planalto. Eis um ponto a ser esclarecido nos inquéritos do STF e da CPMI.

 

Deputado diz que faria tudo de novo - O deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil-GO) afirmou, ontem, que “faria tudo de novo”, depois que admitiu ter participado do acampamento de apoiadores de Jair Bolsonaro na frente do quartel do Exército em Goiânia. Ele justificou que compareceu às reuniões — que pediam um golpe militar para que o ex-presidente fosse mantido no poder — para ajudar a “alimentar” famílias, idosos e crianças. “Se isso for crime, realmente mereço ser preso. Minha ajuda se estendeu enquanto eu estava no quartel, em Goiânia. Dali para frente, não havia mais sentido!”, afirmou, por meio de nota. Na terça-feira, o parlamentar afirmou, em discurso na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que “deveria estar preso” por ter financiado acampamentos contrários ao resultado da eleição presidencial vencida por Luiz Inácio Lula da Silva. Ribeiro afirmou que deu dinheiro, água e comida para os participantes das manifestações a favor de Bolsonaro. Na sexta-feira, a defesa do deputado protocolou uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar um “eventual pedido de prisão preventiva” pela Polícia Federal (PF). A ação está com o ministro Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito dos atos antidemocráticos.

 

Dino descarta censura a Waters - O ministro da Justiça e Se gurança Pública, Flávio Dino, disse ontem que a pasta tomará todas as medidas para combater qualquer manifestação de apologia ao nazismo. Dino lembrou também que a Constituição não autoriza nenhum tipo de censura prévia. As afirmações vieram em resposta ao pedido da Confederação Israelita do Brasil (Conib) e do Instituto Memorial do Holocausto (IMH), para que governo impeça a entrada e apresentação do músico Roger Waters no Brasil. A turnê mundial de despedida do músico britânico de 79 anos, This is Not a Drill (Isto não é um exercício), com 99 apresentações previstas, terá concertos em Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo. Mas vem causando polêmicas depois de o músico se apresentar com uma fantasia de couro, que lembra os uniformes nazistas da Waffen-SS, milícia racial de apoio ao regime de Adolf Hitler, em maio, em Berlim. Dino afirmou que ainda não recebeu nenhuma petição sobre apologia a nazismo no espetáculo musical. “Quando receber, irei analisar, com calma e prudência, a partir de duas premissas fundamentais.” “Consoante a nos sa Constituição, é regra geral que autoridade administrativa não pode fazer censura prévia, sendo possível ao Poder Judiciário intervir em caso de ameaça de lesão a direitos de pessoas ou comunidades”, disse, em postagem no Twitter.

 

Alckmin vai extinguir cargo ocupado por militares - Geraldo Alckmin (PSB) vai extinguir o cargo de ajudante de ordens da Vice-Presidência, função que é ocupada por militares. O plano é enxugar mais a estrutura do gabinete, já reduzida em 40% desde que ele chegou, além de diminuir o número de militares. Alckmin quer manter no gabinete apenas um representante de cada Força Armada para cuidar das questões de logística, sobretudo de deslocamento. Na prática, no entanto, o vice-presidente continua contando com um auxiliar. Ele trouxe de São Paulo o capitão da PM Pedro Lamoso Júnior, que o acompanha desde que era governador. Hoje, Lamoso ocupa um cargo de assessor especial. Desde que assumiu, Alckmin vem promovendo uma redução dos quadros da Vice-Presidência. Como acumula a função com o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, da Indústria, Comércio e Serviços), alguns postos acabam se sobrepondo. Além disso, o vice herdou uma estrutura bastante militarizada do antecessor, o atual senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Já foram exonerados 11 militares do gabinete de janeiro para cá.

 

Salvador tem pré-campanha com prefeito em busca de marca e PT dividido - A eleição para a Prefeitura de Salvador, terceiro maior colégio eleitoral em disputa em 2024, caminha para reeditar o embate entre PT e União Brasil, partidos que se aproximaram na esfera nacional, mas seguem adversários ferrenhos na Bahia. O xadrez político até a eleição, porém, pode trazer surpresas com as possíveis candidaturas do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e do ex-ministro João Roma (PL), além dos impactos de um PT dividido em uma disputa de bastidores entre aliados do senador Jaques Wagner e do ministro Rui Costa, chefe da Casa Civil do governo Lula (PT). No campo da oposição, a escolha terá a palavra final do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que quer uma única candidatura na base aliada e com a definição de um nome já nos próximos meses. Ao menos oito nomes foram apresentados como possíveis candidatos ao cargo, mas dois despontam com maior visibilidade e estão com pré-campanha nas ruas: o vice-governador Geraldo Júnior e o ex-vereador José Trindade (PSB). Presidente da Conder, estatal do governo responsável por obras de infraestrutura, Trindade tem a seu favor o histórico de oposição nos oito anos como vereador. Mas sua força política vem da proximidade com o ministro Rui Costa. No entorno do senador Jaques Wagner, há uma preferência por apoiar um candidato de outro partido ou nome orgânico do PT, que mesmo em caso de derrota crie uma alternativa para o futuro. Em abril, a direção executiva do PT de Salvador apresentou a socióloga Vilma Reis, o deputado estadual Robinson Almeida e a presidente da Funarte Maria Marighella como pré-candidatos do partido. Outra opção dentro da federação é a deputada estadual Olívia Santana (PC do B). No campo bolsonarista, o pré-candidato é João Roma, ministro da Cidadania no governo Jair Bolsonaro (PL) e candidato a governador derrotado em 2022. Mas há chance de composição com o prefeito Bruno Reis, mesmo com o histórico recente de rusgas entre Roma e ACM Neto.

 

45% dos 'filhos do Bolsa Família' entraram no mercado de trabalho formal - Ao entrar para o Bolsa Família, em 2003, Vera Nuzia Boaventura, 52, não imaginava que o benefício seria o primeiro passo que mudaria para sempre a sua realidade e a de seus quatro filhos. Com o recurso, começou a sobrar um pouco de dinheiro e a auxiliar de limpeza pôde entrar para um curso de informática que a capacitou para um emprego na área de telemarketing. Um novo curso mais tarde levaria a mãe solo da periferia de São Paulo a trabalhar na biblioteca de uma faculdade e três de seus filhos conseguiram bolsas de estudos na instituição. Hoje ela é coordenadora de um Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) na capital paulista. A emancipação do Bolsa Família não ocorreu apenas na casa de Vera Nuzia. Cerca de 5,2 milhões dessa primeira geração de dependentes de famílias do programa, que tinham de 7 a 16 anos em 2005, foram encontrados ao menos uma vez na Rais (pesquisa oficial de mercado de trabalho formal) de 2015 a 2019. Isso significa que 44,7% dos 11,6 milhões de filhos do Bolsa Família acessaram o mercado de trabalho formal no período ao menos uma vez. Os dados são de um estudo exclusivo feito por pesquisadores do IMDS (Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social), em parceria com a consultoria Oppen Social e um pesquisador da FGV EPGE (Escola Brasileira de Economia e Finanças, da Fundação Getulio Vargas). Os pesquisadores cruzaram registros da folha de pagamento do Bolsa Família e da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e puderam não apenas mensurar a emancipação por meio do trabalho com carteira, mas também medir a qualidade do emprego conquistado por eles.

 

Assédio do PL a Nunes não é visto como problema no MDB - As investidas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para atrair o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, para o seu partido não preocupam o MDB, por enquanto. Ao contrário disso, os emedebistas até comemoram internamente que o prefeito tem se tornado mais conhecido. Fazer o nome de Nunes circular e ser lembrado entre os eleitores como candidato viável à reeleição é um desafio real do MDB. Nunes, inclusive, contratou o mesmo marqueteiro do PL, Duda Lima, para ganhar mais visibilidade. Ou seja, os dois partidos estão caminhando juntos e, com a saída do deputado Ricardo Salles (PL) do páreo, deverão se aproximar ainda mais. O MDB aposta que Nunes não vai mudar de legenda e que o Partido Liberal vai compor como vice. “Nem o Tarcísio (governador de SP) entrou no PL para disputar e ganhar a eleição. Por que o Nunes entraria?”, indaga um dos interlocutores do MDB. Ele observa, ainda, que o partido de Bolsonaro se aproxima do atual prefeito justamente para guiar a disputa para o centro, então não faria sentido puxá-lo mais para a direita. Nos bastidores, a cúpula do MDB sabe da importância do partido de Bolsonaro e de Valdemar Costa Neto para impulsionar a tentativa de reeleição de Nunes. Então, embora não admita publicamente, o MDB sabe que se o PL condicionar o apoio à mudança de partido, não restará outra opção para Ricardo Nunes. Qualquer decisão de Nunes passará diretamente pela articulação do presidente do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), responsável por construir o arco de alianças para as candidaturas em 2024. E Baleia afirma que o atual prefeito tem sido cobiçado. “Não só o PL, mas outros partidos gostariam de ter o Ricardo. Ele se mostrou um grande gestor”, disse.