Chefes das Forças Armadas estiveram em reunião golpista de Bolsonaro

Chefes das Forças Armadas estiveram em reunião golpista de Bolsonaro

Guilherme Amado

Chefes das Forças Armadas estiveram em reunião golpista de Bolsonaro

Chefes do Exército e da Aeronáutica e secretário-geral da Marinha estavam em meio a ministros de Bolsonaro na reunião com dinâmica golpista

 

Reprodução/ PF

Imagem colorida de Bolsonaro durante reunião com ministros em julho de 2022 - Metrópoles

reunião com dinâmica golpista que embasou a operação da Polícia Federal contra Bolsonaro e seus aliados contou com a participação dos militares que chefiavam o Exército e a Aeronáutica e com o então secretário-geral da Marinha, cargo de destaque no Almirantado.

Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército; Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica; e Marcelo Francisco Campos, ex-secretário-geral da Marinha, foram ao encontro ocorrido no dia 5 de julho de 2022. Todos estavam à frente dos cargos, na ocasião.

 

A presença dos três militares consta na agenda da Presidência da República divulgada naquela data. O vídeo com a íntegra da reunião foi encontrado pela PF nos arquivos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência. É possível ver, no início da filmagem, que Freire Gomes, Baptista Júnior e Francisco Campos estão sentados entre os ministros do governo Bolsonaro.

A reunião ministerial no Palácio do Planalto durou das 8h30 às 11h30 de 5 de julho de 2022. O então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, disse que o ministério estava em “linha de contato com o inimigo”, em referência à comissão eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral.

O general Augusto Heleno, que chefiava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e tinha sob o ministério a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), disse que se “tiver que virar a mesa é antes das eleições”, e que era preciso agir “contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas”.

Bolsonaro endossou o argumento de Heleno e afirmou: “Nós não podemos deixar chegar as eleições e acontecer o que está pintado. Vocês estão vendo agora que eu acho que chegaram à conclusão. A gente vai ter que fazer alguma coisa antes”.