Censura à imprensa é o maior perigo para estabilidade da democracia na América Latina
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Censura à imprensa é o maior perigo para estabilidade da democracia na América Latina
Poucas ações despertam maior temor nos círculos políticos e econômicos como o exercício de um jornalismo crítico e independente
CAROLINA VÁSQUEZ ARAYADiálogos do Sul
Poucas ações despertam maior temor nos círculos políticos e econômicos como o exercício de um jornalismo crítico, independente, ético e sem compromisso algum com esses setores. Por isso é que as reações viscerais de certos governos atolados na corrupção tenham aumentado até transformar o desempenho jornalístico em um severo risco de perseguição, assédio e, em muitos casos, morte daqueles que se atreveram a transpassar a linha daquilo que toleram as máfias no poder.
Existe uma sutil diferença entre a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. Isso, devido a que a primeira se refere a um direito individual reconhecido em todo o mundo por meio de tratados e convenções; e a segunda – ou seja, a liberdade de imprensa – inclui em seu conceito o direito soberano dos povos a serem informados com veracidade e amplitude sobre todo ato, decisão e compromisso daqueles que possuem o timão da vida institucional e jurídica de suas nações e sobre os acontecimentos de interesse social e cultural.
Portanto, os ataques perpetrados pelos setores mais poderosos em nossos países contra essas liberdades, já consagradas em seus respectivos textos constitucionais, é uma violação e um delito cometido contra a própria base do sistema democrático que juraram respeitar.
Durante as recentes décadas, observou-se também, como a maioria dos meios de comunicação de massa – em sua qualidade de empresas e totalmente alheios ao seu espírito jornalístico – adotaram os planos do setores mais poderosos e agem como um ente político e um reprodutor de consignas e falsidades com relação aos mais amplos setores da sociedade.