PF ENCONTRA NA CASA DE TORRES MINUTA PARA BOLSONARO MUDAR RESULTADO DA ELEIÇÃO

PF ENCONTRA NA CASA DE TORRES MINUTA PARA BOLSONARO MUDAR RESULTADO DA ELEIÇÃO

INVESTIGAÇÃO DA PF

PF ENCONTRA NA CASA DE TORRES MINUTA PARA BOLSONARO MUDAR RESULTADO DA ELEIÇÃO

 

A Polícia Federal (PF) encontrou na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres uma minuta, que é uma proposta de decreto antes da publicação, para que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) instaurasse um estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo da ação era reverter o resultado do segundo turno da eleição presidencial em que o presidente Lula (PT) foi o vencedor.

Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o documento foi encontrado no armário do ex-ministro durante a busca e apreensão realizada na última terça-feira (10) . A PF ainda investiga as circunstâncias da elaboração do documento golpista.

A minuta inconstitucional teria sido elaborada após a realização das eleições. O objetivo do documento seria investigar hipotéticos casos de abuso de poder, suspeição de medidas ilegais da presidência do TSE antes, durante e depois do processo eleitoral. Fontes ouvidas pelo jornal dizem que o documento cita o “reestabelecimento imediato da lisura e correção da eleição de 2022”.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que preside o TSE, determinou, nesta semana, a prisão de Anderson Torres. O aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro era o secretário de Segurança do Distrito Federal (DF) durante os atos golpistas realizados no último domingo (8). O agora ex-secretário estava de férias nos Estados Unidos, assim como Bolsonaro, durante os atos.

 

Anderson Torres: documento seria “triturado”

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, disse, pelo Twitter, que havia em sua casa uma pilha de documentos para descarte. A minuta golpista, segundo ele, teria sido encontrada pela PF entre esses documentos. “Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP [Ministério da Justiça e Segurança Pública]. O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá”.

“No cargo de ministro da Justiça, nos deparamos com audiências, sugestões e propostas dos mais diversos tipos. Cabe a quem ocupa tal posição, o discernimento de entender o que efetivamente contribui para o Brasil”, justificou Anderson.

Aliado do ex-presidente Bolsonaro, que contestou durante todo o mandato o sistema eleitoral brasileiro, Anderson disse que o documento foi vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas, segundo ele, falaciosas. “Fomos o primeiro ministério a entregar os relatórios de gestão para a transição. Respeito a democracia brasileira. Tenho minha consciência tranquila quanto à minha atuação como ministro”, completou.

O atual ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que não cabe a ele julgar o ex-ministro sobre seus atos. Para isso, de acordo com ele, existem a Polícia Federal, o Ministério Público e o Poder Judiciário.

“A única coisa que posso afirmar à população brasileira é que se um dia alguém me entregar um documento como este será preso em flagrante porque se trata de um documento criminoso. É um crime contra o Estado Democrático Brasileiro”, afirmou o ministro.

 

 

AUTORIA

Tércio Amaral

TÉRCIO AMARAL Tércio Amaral. Editor. É jornalista formado pela Unicap, com mestrado e doutorado em História (UFPE). Atuou no Diários Associados como repórter e editor de política. Foi coordenador de comunicação no Ministério da Educação e tem passagem por assessoria de comunicação do Congresso Federal.

[email protected]