Pai de Gabriela Hardt é suspeito de roubar tecnologia da Petrobrás e vendê-la no exterior

Pai de Gabriela Hardt é suspeito de roubar tecnologia da Petrobrás e vendê-la no exterior

Pai de Gabriela Hardt é suspeito de roubar tecnologia da Petrobrás e vendê-la no exterior

Ação de Jorge Hardt e outras três pessoas resultou em investigações sobre pirataria industrial, uso indevido de documentos secretos e venda de tecnologia de transformação de xisto

www.brasil247.com - Gabriela Hardt e fachada da Petrobras

Gabriela Hardt e fachada da Petrobras (Foto: Enéas Gomez/Divulgação | REUTERS/Sergio Moraes)

 

247 - Pai da juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro (União Brasil-PR) na Lava Jato,  Jorge Hardt Filho está envolvido em um esquema de roubo de tecnologia da Petrobrás, a Petrosix, para lucrar no exterior, conta o jornalista Leandro Demori.

O engenheiro químico obteve “documentos classificados como corporativos, reservados e confidenciais” da Petrobrás. O material acessado por Jorge Hardt e três funcionários aposentados, segundo a reportagem, resultou em uma trama que “descambaria em investigações sobre pirataria industrial, uso indevido de documentos secretos, armações contra a petroleira e uma tentativa de vender um processo de transformação do xisto que seria uma cópia do Petrosix”.

Substituindo Moro, Gabriela Hardt foi responsável pelos processos da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba. A atuação de Jorge Hardt no esquema, porém, passou incólume pelos responsáveis pela operação. “A Engevix, para a qual Jorge Hardt trabalhou, teve seus negócios revirados pelos investigadores da Lava Jato. Foi Gabriela Hardt que determinou, por exemplo, a prisão de José Dirceu por acusação de ter recebido propinas da própria Engevix que empregou seu pai. O caso da Petrosix, no entanto, passou em branco pelos olhos sempre atentos de Curitiba”.

Conforme a denúncia, o acesso de Jorge Hardt às dependências da Petrobrás foi autorizado em abril de 2007, quando trabalhava para a consultoria Tecnomon. Contratada pela SIX, a Tecnomon participava de um projeto de modernização da estatal. “Pouco mais de um ano depois, Jorge Hardt foi novamente contratado por uma empresa privada, desta vez a Engevix, empreiteira que ficou famosa por ser uma das investigadas durante a operação Lava Jato – seus diretores e o próprio presidente foram presos sob ordens do então juíz Sérgio Moro. O nome de Jorge Hardt está em destaque em outro Documento Interno do Sistema Petrobrás, emitido em fins de setembro de 2008. (...) Em junho de 2008, a estatal assinou um contrato com a Engevix para tentar negociar o Petrosix em outros países. Foi graças a esse contrato que Hardt e os demais tiveram acesso aos documentos internos da empresa que contavam todos os segredos da tecnologia. O contrato de 18,2 milhões de dólares determinava que a Engevix levaria o Petrosix para ser negociado no Marrocos, nos Estados Unidos e na Jordânia. Um trecho do contrato mostra que Hardt foi escalado para o time da empreiteira”, ressalta Demori.

Em setembro de 2012, contudo, “o gerente geral da SIX, Jose Alexandrino Machado, marcou uma reunião de urgência com seus gerentes executivos. Na conversa, Machado mostrou slides de outra empresa, a Irati Energia, controlada pelo grupo Forbes & Manhattan. Machado alegava que a Irati – formada por ex-funcionários da SIX – estava divulgando no mercado global ser detentora de uma tecnologia que, nas palavras dele, era uma ‘Petrosix melhorada’”.

Ainda segundo a reportagem, ao menos seis componentes indispensáveis para a transformação de xisto estavam protegidos legalmente dentro do arcabouço tecnológico da Petrosix. Em novembro de 2012, a Petrobrás abriu uma investigação interna para apurar a pirataria industrial “No relatório, a Petrobrás salientou ainda que os contratados da Engevix João Carlos Gobbo, Jorge Hardt Filho e João Carlos Winck foram as pessoas que tiveram acesso às informações usadas ilegalmente pela Forbes & Manhattan”.

Apesar disso, “dois meses antes de deixar o poder, no entanto, Jair Bolsonaro não apenas ignorou a recomendação da própria Petrobrás de nunca mais fazer negócios com os canadenses, como vendeu a Petrobrás Six justamente para eles, a mesma Forbes & Manhattan que tentou passar a perna na estatal durante anos. A Forbes pagou cerca de R$ 200 milhões pela fábrica, o equivalente a apenas um ano de lucro da SIX – e levou junto a tão cobiçada tecnologia Petrosix”.