Manchetes dos jornais de domingo 27-10-2024
Resumo de domingo - 27/10/2024
Edição de Chico Bruno
Manchetes dos jornais de domingo 27-10-2024
O ESTADO DE S.PAULO – Clima, educação e segurança, desafios para o novo prefeito
O GLOBO – Pesquisas indicam força da máquina e da direita no país
FOLHA DE S.PAULO – Na véspera do 2º turno, Nunes tem 57%, e Boulos, 43%, diz Datafolha
CORREIO BRAZILIENSE – Fim de ano traz 450 mil vagas temporárias, 6,2 mil no DF
Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia
Desafios - Com 9,3 milhões de eleitores, São Paulo vai às urnas neste domingo, 27, para escolher quem irá administrar a cidade pelos próximos quatro anos. Ricardo Nunes (MDB), que assumiu em 2021, após a morte de Bruno Covas (PSDB), aparece como favorito nas últimas pesquisas de opinião pública. De outro lado, Guilherme Boulos (PSOL) faz sua segunda tentativa de chegar à Prefeitura, mas agora em um cenário diferente: com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o primeiro turno e uma estrutura partidária robusta. Independentemente do vencedor, o próximo prefeito enfrentará desafios complexos que a maior metrópole da América Latina apresenta. Dentre as questões mais urgentes destacadas por especialistas ouvidos pelo Estadão estão a melhoria da aprendizagem, a adaptação da cidade às mudanças climáticas e a revitalização do centro, que deixou de ser frequentado por uma parcela da população nos últimos anos. Entre tantos temas que merecem a atenção do próximo gestor, a educação ocupa posição de destaque. Além da educação, outra área que exigirá atenção da próxima gestão é a segurança, consolidada nas pesquisas de opinião como a principal preocupação dos paulistanos nesta eleição. Mudanças climáticas: assunto que pautou segundo turno é tema urgente.
Uso da máquina - Se a alta taxa de reeleição de prefeitos, a capilaridade do Centrão e predomínio da direita sobre a esquerda foram algumas tônicas do primeiro turno, 15 capitais voltam hoje às urnas com tendências de reforçar esse cenário, mas também com outras respostas a dar. Caso os seis prefeitos que disputam votos hoje vençam, o atual pleito será o de segundo com maior índica de reeleição na História. Com mais candidatos no segundo turno, a direita registra em algumas cidades uma disputa entre nomes de alas mais tradicionais e outros ligados ao bolsonarismo. Já o PT tem chances de voltar a vencer pelo menos em uma capital, o que reduziria a sensação de derrota que restou de sua performance há três semanas.
Datafolha - Na véspera do segundo turno, Ricardo Nunes (MDB) tem 57% dos votos válidos, contra 43% de Guilherme Boulos (PSOL), mostra nova pesquisa Datafolha. A diferença vem caindo lentamente. No levantamento anterior, divulgado na quinta-feira (24), o emedebista tinha 58%, e o psolista, 42%. O Datafolha entrevistou 2.052 eleitores sexta e sábado. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Os votos válidos excluem os votos branco e nulos e são os considerados pela Justiça Eleitoral. Considerando os votos totais, Nunes tem 48%, ante 37% de Boulos. Outros 12% pretendem votar em branco ou nulo e 3% estão indecisos. Entre os eleitores que têm opção de voto, incluindo branco ou nulo, 89% estão totalmente decididos, e 11% ainda podem mudar de ideia. Segundo a pesquisa, 22% têm pouca ou nenhuma vontade de comparecer às urnas, enquanto 43% manifestam muita vontade.
Trabalho temporário - A projeção para a contratação de funcionários em eventos comerciais e festas nos últimos meses de 2024, como a Black Friday e o Natal, foi feita pela Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF). Segundo o presidente da Asserttem, Alexandre Leite Lopes, a taxa de efetivação desses profissionais após o término do contrato é de 20%. Nesta edição, especialistas dão dicas sobre como os candidatos podem impressionar os recrutadores e conquistar uma vaga, além de orientações sobre os contratos, direitos desses trabalhadores e as obrigações das empresas.
Centrão caminha para se manter firme no jogo - Os partidos e analistas políticos de Brasília aguardam apenas o resultado de hoje das 51 cidades em que há segundo turno para fechar o ranking dos partidos nos municípios com mais de 200 mil eleitores. O PL de Jair Bolsonaro caminha para liderar essa lista, chegando a 18 cidades, mas quem tem mesmo a força, se conseguir se unir, serão os partidos do centro — União Brasil, PSD, MDB, PP, Republicanos e PSDB. O União Brasil deve fechar essa corrida com 15 cidades, o PP, com 11; e o PSD, 12, assim como o MDB. O Podemos, 8; e o Republicanos, 7. O PT de Lula não figura nessa listagem. Esses números indicam um Centrão encorpado na volta dos trabalhos do Congresso Nacional na semana que vem, para negociar com o governo. Sem os partidos de centro, não haverá meios de o presidente Lula e sua equipe econômica conseguirem aprovar as propostas no Parlamento. A conjuntura indica que cabe ao governo ir com muita calma e, de preferência, não se meter na disputa pela presidência da Câmara. Quem conhece o jogo considera que é melhor o petista esperar para recolher depois os feridos e negociar de cabeça erguida com o vitorioso.
Arestas por aparar - Ainda que saia como grande vitorioso na eleição da capital, o governador Tarcísio de Freitas (SP) terá trabalho para curar cicatrizes deixadas com partidos de seu potencial arco de alianças para a reeleição ou a disputa presidencial em 2026. Há insatisfação nas cúpulas de legendas como PP e União Brasil com o comportamento dele na eleição, visto como pouco solidário em diversas cidades. O presidente do PP, Ciro Nogueira, disse ao Painel que ficou "extremamente decepcionado" com o governador. Mesmo no Republicanos, sua legenda, existem reclamações sobre a omissão do chefe do Executivo em campanhas de cidades importantes do estado como Santos e Sorocaba, nas quais ele não quis bater de frente com o PL.
Dirigente do MDB rebate Janja - Presidente do diretório do MDB na cidade de São Paulo, Enrico Misasi reagiu ao vídeo em que a primeira-dama, Janja, e outras apoiadoras de Guilherme Boulos (PSOL) citam o Boletim de Ocorrência registrado pela primeira-dama, Regina Nunes, contra o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), em 2011. O dirigente fez referência às acusações de violência doméstica contra Luís Cláudio, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra uma ex-namorada. "Ricardo e Regina já explicaram, inúmeras vezes, a discussão por mensagens de 13 anos atrás. Janja poderia aproveitar o vídeo e contar o que o enteado dela fez em abril", declarou Misasi, citando o mês em que a acusação veio à tona. Regina posteriormente recuou das acusações contra o prefeito e hoje nega que tenha sido vítima de ameaças. Já o BO contra o filho de Lula foi arquivado pela Polícia Civil por falta de provas.
Fuad tem 53% dos votos válidos em BH - Na véspera da eleição de segundo turno em Belo Horizonte, o atual prefeito Fuad Noman (PSD) aparece com 53% das intenções de votos válidos, à frente do deputado estadual Bruno Engler (PL), com 47%. É o que aponta pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (26). No levantamento anterior, de quinta-feira (24), o nome do PSD aparecia com 54% dos votos válidos, contra 46% do adversário. O Datafolha ouviu 1.674 eleitores da capital mineira na sexta e sábado. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Fernandes (51%) e Leitão (49%) têm empate técnico em Fortaleza - Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (26) mostra os candidatos Evandro Leitão (PT) e André Fernandes (PL) tecnicamente empatados na véspera do segundo turno da disputa pela Prefeitura de Fortaleza. André registrou 51% das intenções de votos válidos, ante 49% de Evandro. A pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais. Levando em conta os votos totais, o candidato bolsonarista registrou 47%, das intenções de voto contra 45% do petista na pesquisa estimulada. A pesquisa ainda apontou que 5% dos eleitores indicaram votar branco ou nulo. Outros 3% se disseram indecisos ou não responderam. Em comparação com pesquisa anterior, os dois candidatos oscilaram dois pontos para cima.
Venezuela diz que Lula mentiu sobre acidente doméstico - O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou neste sábado (26) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mentiu sobre o acidente doméstico que o impediu de ir à cúpula do Brics, na Rússia, para não ir ao evento. O aliado de Nicolás Maduro não apresentou provas. Procurado, o Itamaraty informou que não vai comentar a declaração. - "Fontes diretas e próximas do Brasil me informam que o presidente Lula da Silva manipulou um suposto acidente para usá-lo como álibi para não comparecer à recente cúpula do Brics", disse Saab. "O que circulou fortemente como rumor, infelizmente parece ser confirmado por um vídeo divulgado ontem, onde se vê o presidente Lula são, em pleno uso de suas faculdades e agindo com total cinismo." O vídeo mencionado por Saab é o da primeira aparição pública do presidente brasileiro, nesta sexta (25), seis dias após a queda. Na agenda, que ocorreu no Palácio do Planalto, o chefe do Executivo apareceu com os pontos que precisou levar na cabeça.
Zanin atende PGR - O ministro Cristiano Zanin atendeu a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e determinou que inquéritos sobre suspeitas de vendas de decisões judiciais relacionadas ao lobista Andreson de Oliveira Gonçalves passem a tramitar no STF (Supremo Tribunal Federal). Após essa decisão, o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Francisco Falcão mandou ao Supremo os autos relacionados à investigação que provocou o afastamento de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. As decisões e os inquéritos estão sob sigilo.
'A esquerda poderia ter usado as eleições para ressuscitar' - Professor titular do Departamento de Filosofia e do Instituto de Psicologia da USP e suplente de deputado federal pelo PSOL em São Paulo, Vladimir Safatle escreveu há quatro anos análise no “El País” intitulada “Como a esquerda brasileira morreu”. No início do ano, ao lançar seu mais recente livro, “Alfabeto das colisões” (Ubu), expandiu a reflexão sobre o tema e discutiu, na imprensa e em fóruns públicos, a relevância e as consequências das inflexões recentes do flanco progressista. Ao GLOBO, Safatle afirma que “a esquerda perdeu oportunidade de ressuscitar nas eleições municipais”. E que, independentemente dos resultados, o pleito de hoje dá a “dimensão da aceitação de seu suicídio”.
Rodrigo e Jordy travam embate com apoio de Lula e Bolsonaro - Quinto maior colégio eleitoral do Estado do Rio, com 410.038 eleitores, Niterói, na Região Metropolitana, volta às urnas hoje para definir quem governará o município a partir de 1º de janeiro de 2025. A disputa na cidade será entre o ex-prefeito Rodrigo Neves (PDT) e o deputado federal Carlos Jordy (PL), que protagonizam uma eleição polarizada. Apenas Niterói e Petrópolis, na Região Serrana, terão segundo turno entre os 92 municípios fluminenses. Com dois mandatos à frente do Executivo municipal, Rodrigo Neves é o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do atual prefeito Axel Grael (PDT) nas urnas, enquanto o adversário Carlos Jordy conta com a bênção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu filho senador, Flávio (PL-RJ), na tentativa de virar a disputa em um reduto tradicionalmente de esquerda. Com 136.064 votos, o correspondente a 48,47% dos votos válidos, o pedetista emplacou uma vantagem expressiva no primeiro turno em relação ao candidato do PL, que obteve 99.920 votos, ou 35,59%. Em meio à polarização da eleição no município, Jordy, conhecido pela proximidade com Bolsonaro e um histórico de ataques a adversários, procurou moderar o tom ao longo do segundo turno. Por outro lado, Rodrigo dobrou a aposta na polarização entre direita e esquerda e buscou o apoio de Lula em Brasília, que sinalizou para investimentos federais na cidade.