Manchetes dos jornais de domingo 17-09-2023

Manchetes dos jornais de domingo 17-09-2023

 

Edição de Chico Bruno

Manchetes dos jornais de domingo 17-09-2023


Valor Econômico – Não circula aos sábados, domingos e feriados

FOLHA DE S.PAULO – 61% veem elo de militares com irregularidades sob Bolsonaro

O GLOBO – Delações fazem 10 anos com desafio de avançar em condenações

O ESTADO DE S.PAULO – Desigualdade resiste em polos atratores de investimento público 

CORREIO BRAZILIENSE – Médico do DF e mais 13 morrem em queda de avião

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

Datafolha - Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado apontou que 61% dos eleitores brasileiros acreditam que oficiais das Forças Armadas estiveram envolvidos em irregularidades durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para 25% os militares não estiveram envolvidos e 14% dizem não saber. A crença no envolvimento de militares é maior entre pessoas que dizem estar informadas sobre o caso de joias dadas à Presidência da República que são foco de investigação de um suposto esquema de negociação ilegal que envolve militares como o ex-ajudante de ordens e tenente-coronel Mauro Cid. Dos 77% que dizem conhecer o caso, 65% acreditam que militares e estão envolvidos em irregularidades, enquanto 24% acham que não. O índice vai a 69% entre os mais ricos, com renda mensal acima de 10 salários mínimos, e a 70% entre moradores do Nordeste, reduto eleitoral do PT. A pesquisa também fez um recorte entre petistas e bolsonaristas: 84% dos apoiadores do atual presidente Lula veem envolvimento militar, enquanto 52% dos apoiadores de Bolsonaro o descartam. O Datafolha ouviu 2.016 pessoas última terça e quarta-feira em 139 cidades. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Delação faz aniversário - O instrumento da delação premiada completou dez anos novamente como objeto de controvérsia jurídica, ao mesmo tempo que retoma protagonismo na política nacional. A decisão do ministro Dias Toffli de anular as provas do acordo de leniência da Odebrecht parece selar a frustração dos processos judiciais da Lava Jato, operação que marcou o ápice do uso das delações no país e o período no qual elas foram mais criticadas. Na mesma semana, o acordo fechado entre o tenente-coronel Mauro Cid a a PF pode ajudar a esclarecer as principais acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Procuradores, advogados e juízes analisam o instrumento e o desafio de aprimorar seu uso para que seja efetiva a ferramenta de investigação e punição de crimes, sem ferir o direito dos acusados.

Atração de investimentos - Durante uma semana, o Estadão percorreu 2,3 mil km , passando por cidades do DF, GO e TO. Elas formam um entroncamento de grandes investimentos nas últimas décadas no centro do Brasil, a partir de projetos de integração nacional e expansão da fronteira agrícola. Mas a desigualdade social continua visível. Em 2020, o País era o terceiro mais desigual entre 50 países pesquisados pelo Banco Mundial. No ano seguinte, na comparação com 18 nações, subiu para primeiro. "Os impostos desfizeram o que o Bolsa Família fez", afirma Marcelo Neri, economistas da FGV.

Tragédia - Doze turistas e dois tripulantes morreram num acidente de avião em Barcelos (AM). O grupo, que saiu de Manaus, ia fazer pesca esportiva no Rio Negro. Entre as vítimas, está o renomado médico Roland Montenegro Costa, que atuou no Hospital de Base de Brasília. O dono do clube de pesca para onde os turistas iam, Anízio Marreco, afirmou que há mais de 20 anos o cirurgião frequentava o município. Natural de Viana (MA), Montenegro era cidadão honorário de Brasília, desde 2005, pela dedicação e defesa da Saúde no DF. Também morreu Gilcrésio Salvador de Medeiros (o Gil da Pousada), proprietário da Pousada Serra da Mesa, em Niquelândia (GO). Uma chuva intensa atingia a região no momento da tragédia.
[08:29, 17/09/2023] Celso Tesoureiro Ppl Sp: RESUMO DE DOMINGO, 17/09/2023 - 2ª parte

Em busca do protagonismo global - Em mais um périplo global, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou, ontem, em Nova York, para participar da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Com o tema “Paz, Prosperidade, Progresso e Sustentabilidade”, o encontro reúne os líderes mundiais de 193 países para discutir os principais desafios globais. Na terça-feira, o chefe do Executivo fará o tradicional discurso de abertura do encontro. Será a oitava vez que o presidente Lula abrirá a Assembleia. Especialistas apontam que a ida do chefe do Executivo ao encontro retoma a participação ativa do Brasil nos fóruns multilaterais, onde o presidente deverá tratar de assuntos como o combate à fome e à desigualdade, guerra da Rússia na Ucrânia, Saúde, transição energética, desenvolvimento sustentável, reforma da governança global, além de aproveitar a ocasião para reverter a imagem do país pós-Jair Bolsonaro (PL), principalmente, em relação ao meio ambiente. Durante o encontro nos Estados Unidos, a agenda de Lula prevê reuniões bilaterais com o presidente norte-americano, Joe Biden, no dia 20. De acordo com o Itamaraty, os dois presidentes devem anunciar um plano em defesa da criação de vagas de trabalho decente ao redor do mundo, com apoio da Organização Internacional do Trabalho(OIT). O petista também terá bilaterais com o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz; o residente da Palestina, Mahmoud Abbas; e o diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom. A Saúde, que sofreu retrocessos, principalmente durante a pandemia de covid-19, será um dos eixos tratados na Assembleia onde o Brasil deverá ampliar a área de atuação. Serão três encontros sobre o tema, com a presença da ministra Nísia Trindade, que informou ao Correio, na semana passada, sobre os encontros. Ela acompanhará o presidente Lula na agenda em NY e no encontro com Adhanom. Além da prevenção, prontidão e resposta a pandemias, com a negociação de um acordo internacional para estabelecer regras de cooperação, vão conversar sobre experiências como a praticada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil e o combate à tuberculose.

Em Cuba, chamego sem cobranças aos devedores - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu Cuba e chamou de “ilegal” o embargo econômico dos Estados Unidos à ilha. O petista, que vai se encontrar com o presidente norte-americano, Joe Biden, nesta semana em Nova York, condenou a inclusão de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo, mas evitou cobrar formalmente o país caribenho da dívida com o Brasil. “Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa. E até hoje é vítima de um embargo econômico ilegal. O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral. Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo”, afirmou Lula, ontem, na reunião de cúpula do G77 + China. Em 2009, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o governo brasileiro emprestou US$ 658 milhões (R$ 3,2 bilhões) para financiar obras no Porto Mariel. Cuba interrompeu o pagamento das parcelas da dívida em 2018, sob alegação de que não tem recursos para quitar a dívida, que gira em torno de R$ 2,5 bilhões. Nesse período, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu a política de embargo ao país. A crise se intensificou nos anos seguintes, em consequência da pandemia de covid-19, que resultou no enfraquecimento do turismo — importante atividade econômica cubana. Além de criticar o embargo a Cuba, Lula voltou a cobrar dos países ricos o prometido financiamento de projetos nos países em desenvolvimento, que possibilitem o enfrentamento das mudanças climáticas, provocadas, historicamente, pelos países industrializados. Após o evento, Lula teve uma reunião bilateral com o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel. Havia a expectativa de que os dois presidentes tratassem, nesse encontro, da renegociação da dívida da ilha com o Brasil. Mas, segundo interlocutores, o tema não entrou na pauta, uma vez que o assunto está sendo discutido entre técnicos que levantam o valor do passivo. Antes de embarcar para Nova York, Lula ainda fez uma rápida visita a Raul Castro.

Governo chega ao “ponto de virada” - Com o julgamento dos acusados pelos atentados de 8 de janeiro em curso, o governo começa a perceber que a defesa da democracia deixará de ser o principal ponto de suporte do presidente Lula. Acabou-se a desculpa de que as coisas demoram a acontecer porque a transição foi difícil, veio a tentativa de golpe e não foi possível colocar o governo em voo de cruzeiro. Daqui por diante, a ideia é mostrar que a economia dá sinais de melhora, que Lula inseriu o Brasil com o pé direito e altivez no cenário internacional, está trabalhando em prol da transição energética, da defesa da “floresta em pé” e defende os mais pobres. As linhas gerais dessa transição — de um discurso de defesa da democracia para o de ações sociais e ambientais — serão apresentadas no discurso na Assembleia Geral da ONU, terça-feira. Quanto à seara política, a preparação para o ano eleitoral para a disputa das prefeituras, que começa agora, haverá um empurra-empurra entre os aliados mais ao centro e aqueles mais à esquerda. Porém, as apostas são as de que esse estica-e-puxa para as eleições municipais, ainda que provoque solavancos, não resultará numa dispersão generalizada. É que, mesmo os partidos mais à direita, hoje não têm muito para onde ir, uma vez que Jair Bolsonaro, embora detentor de algo em torno de 25% dos votos nacionais, tem um grande calvário pela frente, por causa da delação de Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens. Se Lula souber jogar e a economia não descarrilhar, seus ministros acreditam que o céu continuará estrelado para o petista no futuro próximo, mesmo após essa fase em que o discurso de risco à democracia perderá força.

Pausa para um cafezinho - O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, participou ontem da festa de aniversário da padaria Cinco Estrelas, que completou 29 anos desde a fundação de sua primeira unidade, no Guará. Alckmin é conhecido no meio político por suas visitas regulares a padarias, desde, pelo menos, sua gestão como governador de São Paulo. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços compareceu ao local acompanhado da esposa, Lu Alckmin, cumprimentou, tirou fotos com os presentes e fez uma breve pausa para um cafezinho. A padaria celebrou seus 29 anos com um bolo de 29 quilos, servido a todos que compareceram. Ao Correio, Alckmin comentou sobre a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Cuba, onde participou da reunião de líderes do G77 — coalizão de economias em desenvolvimento — e à Nova York, onde participará da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a partir de terça-feira (19). Comentando a fala de Lula em defesa da regulamentação das plataformas digitais, o presidente em exercício frisou que isso “é um problema do mundo inteiro” e que é preciso regular para garantir a liberdade de expressão sem excessos. “Esse é um problema do mundo inteiro. É importante ter reulação. Você garantir liberdade de expressão, mas fazê-lo com responsabilidade. Não estimular mentiras, fake news, injúria e desinformar as pessoas. É possível fazê-lo respeitando a total liberdade de expressão, mas com responsabilidade. É uma segurança para a sociedade”, respondeu Alckmin, após ser questionado sobre a fala de Lula, no G77, defendendo também a regulamentação.

Caso romântico - Diego Pupe, ex-assessor de Jair Renan Bolsonaro — filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e chamado pelo pai de filho "04"—, prestou depoimento ontem à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) dentro das investigações que estão sendo feitas no âmbito da Operação Nexum, que teve o filho do ex-presidente como alvo, em 24 de agosto. Diego Pupe admitiu à reportagem ter tido um relacionamento amoroso com Jair Renan por um ano. Pupe ficou na sede da PCDF, em Brasília, por mais de duas horas, na manhã de quinta-feira (14/9). O ex-assessor preferiu não contar detalhes sobre a sua ida à polícia, mas disse que sua contribuição pode ter sido importante para as investigações. O filho '04' do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de busca e apreensão pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/Decor). “Contribuí com muitas perguntas feitas pelos delegados, e respondi de forma positiva o que eu sabia. Foi um longo depoimento, com pouco mais de duas horas. Espero tê-los ajudado, mas não posso contar porque é sigiloso”, relatou, ao Correio. De acordo com as investigações, a operação, que mirou um esquema de estelionato, apura crimes contra a fé pública e associação criminosa, tendo como principal alvo Maciel Carvalho, que é ligado à família Bolsonaro e chegou a advogar para Jair Renan. Carvalho chegou,  inclusive, a registrar um boletim de ocorrência em nome de Renan quando a casa em que ele morava, no Lago Sul, foi pichada. À reportagem, Diego Pupe contou ter conhecido Jair Renan em uma festa promovida por ele, em 2021. Logo após, começou a trabalhar com o filho '04' do ex-presidente da República. Segundo ressaltou, nunca recebeu nenhum valor por isso. "Ele foi em um evento meu e, logo em seguida, comecei a trabalhar com ele. Nunca recebi nenhum valor para exercer a função de assessor do Renan. Foi sempre algo de boa vontade minha", disse. Com 211 mil seguidores no Instagram, Pupe interage bastante com as pessoas e não esconde ser homossexual e apoiador do ex-presidente. O ex-assessor cita que a relação de trabalho entre os dois [ele e Jair Renan] se encerrou em julho do ano passado, mas não quis explicar o motivo. Admite que, antes disso, os dois tiveram um relacionamento amoroso. "Tivemos um ano de relacionamento amoroso, mas é algo que eu não quero expor muito. Desde a repercussão, ele não me procurou, porque sabe que o que vivemos foi real", disse, à reportagem. "Caso venha a público desmentir, posso comprovar tudo o que estou dizendo. Tenho prints, mensagens, tudo que possa quebrar a narrativa dele, mas precisaria consultar minha assessoria jurídica", complementou, por ligação telefônica. Nesta sexta-feira, 15, o filho 04 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi às redes sociais se manifestar. Publicou um story no qual se lê: “Se um dia me ver agarrado com um macho, pode ter certeza que é briga" 

Brasileiros se dividem sobre militar no governo - Objeto de discussão desde que Jair Bolsonaro (PL) coalhou seu governo com figuras egressas da caserna, algumas delas do serviço ativo, a presença de militares no Executivo divide os brasileiros. Para 48%, fardados não deveriam integrar administrações civis, enquanto 47% acham o contrário. Os dados são da mais recente pesquisa do Datafolha, que ouviu 2.016 pessoas nos dias 12 e 13 deste mês em 139 cidades. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos.

Para 68%, Bolsonaro sabia da venda das joias; 52% veem crime - Levantamento feito pelo Datafolha aponta que 68% dos brasileiros consideram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento da venda ilegal de joias que lhe haviam sido presenteadas por autoridades sauditas, e 52% acreditam que ele cometeu crime. Já 17% afirmam que o ex-mandatário não sabia do assunto, e 15% não souberam opinar. Avaliaram que Bolsonaro não cometeu crime 38% dos 2.016 ouvidos nos dias 12 e 13 deste mês, e 10% disseram não saber. A margem de erro do levantamento é de dois pontos, para mais ou para menos.

Geddel tenta angariar apoio do PT ao MDB na eleição de Salvador - Impossibilitados de concorrer a cargos eletivos após serem condenados por lavagem de dinheiro e associação criminosa, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e seu irmão, Lúcio Vieira Lima, têm trabalhado para o MDB nos bastidores da política baiana. De olho em 2024, os dois tentam convencer o governador Jerônimo Rodrigues (PT) a apoiar seu vice, Geraldo Júnior (MDB), na disputa pela prefeitura de Salvador no ano que vem. Geddel e Lúcio veem a disputa como uma possibilidade de satisfazer seus planos políticos de ampliar o espaço político do MDB no estado. O partido, além do vice-governador, tem duas pastas no primeiro escalão de Rodrigues - Infraestrutura Hídrica e Saneamento e Administração Penitenciária. O governador criou um conselho político que vem discutindo quais candidatos apoiará no estado no ano que vem. Além dos emedebistas, foram ouvidos representantes de outros partidos de base (PT, PSB, PSD e Avante). Lúcio e Geddel demonstram preocupação em vencer o grupo político do ex-prefeito ACM Neto, que duelou com o PT no estado nas últimas décadas. Ao contrário do grupo de Jerônimo, a candidatura carlista já é certa : apoio à reeleição de Bruno Reis, da União Brasil, partido que tem ACM Neto como cacique no estado. Com o movimento de Reis definido, os irmãos pressionaram o governador a fazer a escolha até outubro. O argumento é que é preciso tempo para construir a candidatura, já que a concorrência está trabalhando nisso.