Manchetes de domingo 30-01-2022
Notícias copiladas dos maiores jornais nacionais.
Edição de Chico Bruno
Manchetes de domingo 30-01-2022
Valor Econômico – Com crise do clima, agro dará contribuição menor ao PIB
O ESTADO DE S.PAULO – Projeto para 3 megausinas na Amazônia avança após 10 anos
CORREIO BRAZILIENSE – Crianças em perigo na internet
O GLOBO – Endividado, brasileiro já deixa de pagar luz e gás
FOLHA DE S.PAULO – Efeitos persistentes atingem 43% das crianças com Covid
Destaques de primeiras páginas e do editor
Abaixo do esperado pelo agro - Com o excesso de chuvas em algumas regiões e seca em outras, a contribuição da agropecuária para o PIB do país _ vista como um dos pilares da atividade para 2022 _ deve ficar abaixo do esperado. Apesar da previsão de desempenho positivo para o setor, após a queda projetada para o número oficial em 2021, os problemas climáticos têm levado a revisões nas estimativas de crescimento econômico. A mudança na estimativa do BNP Paribas para o PIB em 2022 de +0,5% para -0,5%, contempla o PIB agropecuário saindo de 5,0% para cerca de 1,5%, diz Gustavo Arruda, chefe de pesquisa para a América Latina. Ele calcula que a agropecuária tirou, diretamente, 0,2 ponto percentual de sua projeção para o PIB nacional. Somando efeitos indiretos - tratores, por exemplo, têm peso importante na produção de veículos - o impacto negativo estaria mais perto de 0,3 ponto. O Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre) ajustou a previsão para o PIB de 0,7% para 0,6%, entre outras razões, por causa da revisão na agropecuária, de 5% para 3,5%. O Barclays, que rebaixou seu PIB nacional em 2021 de 4,5% para 4,3%, diz monitorar riscos negativos, mas manteve a previsão de 0,3% para 2022. O economista-chefe no país, Roberto Secemski, cita “condições extremas de calor e seca no Sul do Brasil ameaçando a produção de soja e milho, que normalmente lideram os ganhos agrícolas no primeiro trimestre de cada ano”. O Itaú Unibanco reviu a previsão de alta do PIB agropecuário de perto de 5% para algo entre 1% e 2,5%, mas, segundo o economista Luka Barbosa, a projeção de -0,5% para o Brasil continua válida.
Megausinas - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu aval para a Eletrobras e sua subsidiária Eletronorte darem continuidade ao plano de construir três grandes hidrelétricas na Bacia do Rio Tapajós. A agência aprovou o pedido das estatais de elaborar os estudos de viabilidade técnica e econômica das usinas de Jamanxim, Cachoeira do Caí e Cachoeira dos Patos, cuja produção de energia somaria cerca de 2,2 mil megawatts, o suficiente para abastecer mais de 3 milhões de famílias. Um ponto crucial do levantamento, que poderá ser feito até o fim de 2023, é a viabilidade ambiental das barragens. Cogitadas há mais de uma década, elas teriam impacto sobre áreas de conservação e terras indígenas num dos pontos mais preservados da Amazônia. Com a demora, grupos privados franceses deixaram o Consórcio Tapajós.
Pedófilia - A prisão de dois homens com vasto material de pornografia infantil, nesta semana, mostra os riscos a que crianças e adolescentes estão expostos ao acessarem livremente a web, até mesmo em jogos on-line. Ontem, um servidor do Senado foi preso, no Riacho Fundo, com 2 mil arquivos de imagens, algumas de sexo explícito. Em Águas Lindas (GO), na segunda-feira, outro pedófilo foi indiciado por ameaçar e exigir das vítimas fotos e vídeos íntimos. Ele as atraía no game Free Fire. Polícia e especialistas alertam que pais e responsáveis precisam ficar atentos ao uso da internet pelas crianças.
Endividamento do povão - Contas básicas como luz, gás e telefone já representam 23,9% das dívidas dos brasileiros, levando a risco de corte de fornecimento. Esse grupo está atrás apenas do volume de endividamento com cartões de crédito e bancos (27,7%). O Mapa da Inadimplência do Serasa mostra que 63,9 milhões fecharam o ano de 2021 como devedores, 2,6 milhões a mais que no ano anterior. Na Light , o calote na conta de luz subiu de 4,5% na pré-pandemia, para 7,5%. As concessionárias oferecem desconto de até 95% e parcelamento do débito em 24 meses.
Covid afeta crianças - Quatro em cada dez crianças e adolescentes avaliados em estudo do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo continuam sofrendo efeitos prolongados da Covid nas 12 semanas seguintes à infecção. Eles relatam dor de cabeça (19%), cansaço (9%), dispneia (8%) e dificuldade de concentração (4%). Dores musculares e nas articulares, além de má qualidade do sono, também foram relatadas (4%). No total, 43% delas manifestaram sintomas persistentes. O Hospital Infantil Sabará, de São Paulo, também está avaliando a persistência de sintomas da Covid em crianças internadas na instituição durante a pandemia, mas o trabalho ainda está em andamento. No Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR), a maior instituição pediátrica do país que atende SUS, foi criado um ambulatório cardiológico para acompanhar os casos de miocardite após a fase aguda da Covid. Ao menos sete estados brasileiros estão com uma ocupação de mais de 80% dos leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) pediátricos para o tratamento de crianças com Covid-19. Em três estados, a ocupação dos leitos infantis atingiu o patamar de 100%, caso de Mato Grosso do Sul, Maranhão e Rio Grande do Norte. Outros quatro enfrentam cenário crítico, com ocupação de mais de 80%: Ceará, Bahia, Pernambuco, Goiás.
Anvisa deve liberar uso de autoteste na sexta - A diretoria colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve aprovar na próxima sexta-feira (28) o uso do autoteste de Covid-19 no Brasil. No último dia 19, a agência decidiu por 4 votos a 1 adiar a decisão e pedir mais dados para o Ministério da Saúde. A pasta comandada pelo ministro Marcelo Queiroga enviou na noite desta terça-feira (25) uma nova nota técnica com proposta de política pública para utilização do exame. No documento, a pasta apontou que o produto deve servir como ferramenta de triagem da Covid-19. A tendência é que o uso do autoteste seja liberado agora pela agência, segundo integrantes da Anvisa que acompanham a discussão.
Além de amortecedor, para-raio do Posto Ipiranga' - Ciro Nogueira assumiu uma função inédita na chefia da Casa Civil: além de se anunciar como amortecedor de Bolsonaro, agora diz que se tornou para-raio do ministro da Economia, Paulo Guedes. Expoente do Centrão e responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso, o presidente licenciado do PP ganhou neste mês o poder de definir a destinação do Orçamento do governo neste ano eleitoral. Antes, a chave dos cofres públicos ficava somente nas mãos de Guedes, o "Posto Ipiranga" do presidente que se desgastava com a classe política quando se opunha à gastança desenfreada. Em paralelo a isso, Nogueira acumula outro papel: encabeçar o projeto de reeleição de Bolsonaro. Uma parte dessa missão envolve construir palanques nos estados. A outra está ligada a reverter a liderança do ex-presidente Lula nas pesquisas eleitorais. Não por acaso, o ministro passou a elevar os decibéis dos ataques contra o pré-candidato do PT, a quem apoiou em 2018. — As pessoas pensam no Lula de 2002. Se você for comprar um celular para a sua filha, você vai comprar um celular de 2002 ou de 2022? Aquilo já passou. O Lula que está vindo aí não é o Lula para enfrentar a miséria e a fome. É o Lula para trazer de volta a Gleisi e o José Dirceu, essas pessoas que fizeram tanto mal e quebraram as estatais do nosso país — afirma Nogueira, que também critica o ex-ministro da Justiça Sergio Moro: — O Moro é um conflito ambulante. O Moro, quando era juiz, queria ser político. Virou político e quer permanecer juiz. É uma pessoa com conflitos. Tenho minhas dúvidas se ele vai permanecer até o final.
Moro diz que recebeu muito menos que os milhões especulados - O ex-juiz Sergio Moro (Podemos) diz ao Painel que ganhou da consultoria Alvarez & Marsal valores "muito distantes" dos milhões de reais que são especulados. "Não chega nem perto", afirma ele, que promete revelar a cifra na sexta-feira (28). "Vou mostrar que não há nada de irregular". Um ponto que ele deve citar é que a área da consultoria em que atuava era totalmente separada da que lidava com empresas investigadas na Lava Jato, inclusive com outro CNPJ. Moro deve gravar um vídeo sobre o assunto. Aliados sugerem que ele compare o que ganhou da consultoria com a remuneração de Lula por palestras com empresas, mas isso ainda não está decidido. "Ainda estamos definindo como vai ser", diz.
PT afirma que não dará holofotes a ex-juiz - Após Sergio Moro (Podemos) afirmar em suas redes sociais que o ex-presidente Lula mandou o PT desistir do pedido de CPI para investigar seus recebimentos da consultoria americana Alvarez & Marsal, a ordem no PT é não dar holofote ao ex-juiz. Em postagem no Twitter, Moro disse que Lula "arregou" ao pedir para o partido desistir por ter "medo das verdades incômodas que iriam surgir". "Ele quer holofotes, não vamos dar a ele", disse ao Painel o secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, ao ser questionado sobre a postagem. Já entre parlamentares do PT, o entendimento é que Moro percebeu que está estagnado e tenta polarizar com Lula para angariar apoio de antipetistas e subir nas pesquisas intenção de voto. Nesse cenário, dizem os petistas, a melhor tática é ignorar o ex-juiz para que ele continue estacionado e se torne inviável como terceira via.
Silêncio de Pacheco em janeiro foi combinado - O presidente do PSD, Gilberto Kassab, diz que o sumiço de Rodrigo Pacheco (MG) em janeiro foi acertado com o partido. "O senador Pacheco foi lançado candidato a presidente e está avaliando nesse mês de janeiro, para anunciar sua decisão em fevereiro ou março", afirma Kassab. O silêncio do presidente do Senado num momento em que outros candidatos estão com agenda cheia gerou especulações de que ele desistirá de disputar o Planalto. Segundo Kassab, haverá uma decisão conjunta do partido com o senador. "Minha opinião é que será candidato, mas não posso falar por ele", diz. O ex-prefeito de SP reiterou que o partido terá candidato à sucessão de Jair Bolsonaro, e rejeita falar sobre plano B. "Pacheco é meu plano A, B e C", afirma.
Em pré-campanha, Tebet visitará favela de Paraisópolis - A presidenciável Simone Tebet (MDB-MS) fará neste sábado (29) uma visita à favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, acompanhada do prefeito da capital, Ricardo Nunes, seu colega de sigla. A ideia é tratar do tema de reurbanização de favelas. No dia anterior, Tebet estará em Itapetininga, no interior de SP, com a prefeita Simone Marquetto, também do MDB, para tratar de pautas da população feminina, entre outros temas. A senadora, que ganhou projeção na CPI da Covid, tem começado a percorrer diversos estados, tentando popularizar seu nome para a disputa presidencial. Apesar disso, vários partidos cortejam o MDB para compor uma coligação. Um deles é o PSDB, que sonha em ter Tebet como vice na chapa do governador de São Paulo, João Doria.
Governadores prorrogam congelamento do ICMS sobre combustíveis - Os governadores decidiram prorrogar por 60 dias o congelamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que se encerraria em 31 de janeiro. Em nota, eles também cobram do governo Jair Bolsonaro (PL) a mudança na política de paridade internacional nos preços dos combustíveis, praticada pela Petrobras. A nota atribui a necessidade de prorrogação ao "fim da observação do consenso e a concomitante atualização da base de cálculo dos preços dos combustíveis, atualmente lastreada no valor internacional do barril de petróleo". Diz ainda que essa decisão será tomada "até que soluções estruturais para a estabilização dos preços desses insumos sejam estabelecidas. Entre os signatários, há desde opositores abertos de Bolsonaro, como o pré-candidato a presidente João Doria (PSDB-SP) e governadores nordestinos, até aliados, como Claudio Castro (PL-RJ) e Romeu Zema (Novo-MG). Os governadores e Bolsonaro vêm travando um cabo de guerra com relação ao preço dos combustíveis, que tem registrado sucessivas altas.
Zerar tributos federais sobre combustíveis pode custar R$ 130 bi - A intenção do presidente Jair Bolsonaro (PL) de zerar tributos federais sobre combustíveis e energia elétrica pode gerar uma fatura de quase R$ 130 bilhões em renúncias de receitas e juros da dívida pública. O cálculo foi feito pelo economista Gabriel Leal de Barros, sócio da RPS Capital, a pedido da Folha. Ao abrir mão de arrecadação em um cenário de contas públicas no vermelho, o presidente faz o país se endividar ainda mais para arcar com o custo da política. A emissão dessa dívida seria feita mediante pagamento de juros aos seus investidores. Sem qualquer redução de tributos, o governo já prevê um rombo de R$ 79,3 bilhões neste ano. O país acumula sucessivos déficits desde 2014. O corte de tributos faz parte dos planos de Bolsonaro para reduzir o preço dos combustíveis no ano em que buscará a reeleição. O presidente, seus auxiliares políticos e até integrantes da equipe econômica demonstram preocupação com o risco de a inflação ter um novo pico no terceiro trimestre de 2022 –justamente no auge da campanha eleitoral.
Dívida pública federal passa de R$ 5,6 tri - A dívida pública federal deve ficar entre R$ 6 trilhões e R$ 6,4 trilhões em 2022, após fechar o ano passado em R$ 5,6 trilhões, prevê o Tesouro Nacional. O crescimento nominal de até 14% no estoque (após um avanço de 12% em 2021) é projetado enquanto o mercado espera o crescimento dos juros e monitora tanto as eleições como o risco fiscal decorrente de medidas em discussão no governo, o que deixa investidores mais cautelosos. No conjunto, o cenário pressiona os custos com a dívida pública –que estão em trajetória de elevação desde meados do ano passado. O Tesouro reconhece as pressões sobre o custo em 2022 e diz que pode até alterar a estratégia durante o ano para enfrentar eventuais volatilidades, mas destacou que até o fim de janeiro já terá em caixa todos os recursos necessários para honrar seus compromissos para o ano. O Tesouro possuía R$ 1,2 trilhão em seu "colchão de liquidez", como é chamada a reserva de recursos, ao fim de dezembro de 2021. Isso significa que, mesmo em um cenário extremo em que investidores não queiram comprar papeis do país, ainda haveria R$ 1,2 trilhão para honrar compromissos da dívida pública –que, segundo o Tesouro, corresponde ao valor necessário para refinanciar os vencimentos deste ano e bancar despesas do Orçamento.
Governabilidade de Lula agita PT - Ao lado de reconduzir o ex-presidente Lula para o Palácio do Planalto, o PT elencou como prioridade eleger uma bancada expressiva de deputados federais de esquerda para dar sustentabilidade ao eventual novo mandato do petista. A ideia é conquistar mais do que as 54 cadeiras obtidas pelo partido em 2018 e, por meio de uma federação com PSB, PV e PC do B, garantir que a base governista seja maioria ou se aproxime disso na Câmara Federal. Para isso, a estratégia do PT é apostar tanto no resgate de políticos experientes como em nomes populares conectados com a juventude e a diversidade. Além da questão da governabilidade, a eleição para as 513 vagas da Câmara dos Deputados se tornou crucial para todas as legendas por causa da distribuição dos fundos eleitoral e partidário e devido à cláusula de desempenho. O tamanho de cada bancada partidária eleita para a Câmara é um parâmetro para a distribuição desses fundos. O fundão eleitoral, orçado em R$ 4,9 bilhões até agora, foi criado em 2017, após o STF (Supremo Tribunal Federal) proibir o financiamento de campanhas por meio de doações de empresas. O número de deputados eleitos por cada partido também determina o tempo de propaganda eleitoral na TV e rádio. Por isso, quanto maior a bancada, mais acesso uma sigla tem à verba para campanha e à exposição de seus candidatos. A Câmara é ainda o fator predominante na cláusula de desempenho, regra que visa sufocar e extinguir partidos de aluguel ou sem representatividade expressiva.
David Miranda diz que esquerda imita bolsonarismo - O deputado federal David Miranda (RJ) compara os ataques que vêm sofrendo da esquerda desde que anunciou sua saída do PSOL rumo ao PDT, para apoiar o presidenciável Ciro Gomes, às táticas do bolsonarismo. Com a decisão, ele se distancia da pré-campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "É realmente muito triste ver militantes de esquerda adotando as mesmas táticas do bolsonarismo, inclusive disseminação de fake news, e comentários de viés racista e homofóbico muitas vezes. Nos faz pensar que talvez não seja apenas a direita que possua um gabinete do ódio", afirma ele. O parlamentar, que assumiu a cadeira com a renúncia de Jean Wyllys (então no PSOL, hoje no PT) no início de 2019, tornou pública a decisão de mudar de partido no último sábado (22). Uma das razões citadas por ele foi a tendência do PSOL de se aliar a Lula na corrida ao Planalto. Miranda diz que desde então vem recebendo ataques virtuais, direcionados também a seu marido, o jornalista Glenn Greenwald. Uma das teses difundidas por detratores é a de que ele deveria estar alinhado ao antigo detentor do mandato, que trocou o PSOL pelo PT para apoiar o ex-presidente.
Funeral de Olavo de Carvalho reúne ex-ministro e blogueiro foragido - O escritor Olavo de Carvalho foi sepultado na tarde desta quarta-feira (26), após uma cerimônia restrita a familiares e amigos em um cemitério de Petersburg, no interior da Virgínia (EUA). O funeral começou às 15h (17h em Brasília). Cerca de 30 pessoas estiveram presentes, incluindo o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster, o ex-ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e o blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça no Brasil. Santos teve a prisão e a extradição decretada em 5 de outubro, por causa de um inquérito que apura a existência de uma milícia digital para atacar a democracia e as instituições. Henri Carrieres, genro de Olavo e funcionário da embaixada brasileira em Washington, também esteve presente. A imprensa foi impedida de acompanhar o funeral dentro do cemitério por um segurança. A Folha seguiu do lado de fora —o local tem muros baixos, com alguns trechos quebrados. A cerimônia, celebrada por um padre, foi realizada ao ar livre, sob uma tenda azul, e a maioria dos participantes não usava máscaras —o governo da Virgínia recomenda o uso da proteção em funerais. O funeral durou cerca de 40 minutos e a família não presenciou o momento do enterro. Um segurança disse que esse é procedimento normal e que cabe aos parentes decidir acompanhar ou não a descida do caixão.
TSE define tempo de propaganda política - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu o tempo da propaganda partidária gratuita em rádio e televisão para o primeiro semestre de 2022. Os partidos com mais minutos de antena no primeiro semestre de 2022 serão o PL, do presidente Jair Bolsonaro, o PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de DEM, MDB, PDT, PP, PSB, PSD, PSDB, PSL e Republicanos, cada um com 20 minutos e 40 inserções. De acordo com a Corte eleitoral, os partidos DC, PMN, PTC e Rede elegeram candidatos em 2018, mas não cumpriram o critério de percentual mínimo de votos ou mínimo de propaganda partidária. Por isso, ficarão de fora das transmissões. A portaria que regulamenta o tema foi publicada nesta terça-feira e apresenta os critérios que foram aplicados para a distribuição dos 305 minutos de veiculação que foram disponibilizados aos 23 partidos que cumpriram os requisitos para utilizá-los em até 610 inserções durante o período. Para a distribuição do tempo de antena, foram consideradas a cláusula de desempenho nas eleições de 2018 e aspectos da Lei das Eleições, como a quantidade de deputados federais eleitos em 2018, desconsideradas as trocas de legendas que tenham ocorrido; as eventuais retotalizações de eleições para a Câmara dos Deputados que tenham sido feitas por decisão da Justiça Eleitoral; e os efeitos das fusões e incorporações de partidos que tenham ocorrido nesse período. Segundo o TSE, os partidos que terão acesso ao tempo de rádio e TV poderão exibir peças de propaganda que "difundam os ideais partidários; transmitam mensagens aos filiados sobre a execução do programa e a realização de eventos da legenda; divulguem a posição da agremiação em temas políticos ou de interesse da sociedade; incentivem a filiação partidária; e promovam a participação de mulheres, jovens e negros na vida política do país".
Autorizado aumento de cerca de 33% para o piso de professores - O presidente Jair Bolsonaro autorizou o Ministério da Educação a conceder"máximo possível" de aumento para o piso de professores. O GLOBO apurou que o reajuste deverá ficar perto dos 33%. A questão opôs o governo federal e governadores e prefeitos, que afirmam que esse aumento irá pressionar as contas de estados e municípios. Com o reajuste liberado pelo presidente Bolsonaro, o piso salarial de professores deverá ir de R$ 2886 para cerca de R$ 3800. A decisão de Bolsonaro contraria também uma recomendação do Ministério da Economia, que tinha sugerido um aumento bem menor, de 7,5%. Mais cedo, a apoiadores no Palácio da Alvorada, o presidente confirmou a apoiadores que daria o maior reajuste permitido pela lei, apesar da oposição de governadores. — Eu vou seguir a lei. Governadores não querem os 33%, tá? Eu vou dar o máximo que a lei permite, que é próximo disso, ok? — disse Bolsonaro. A polêmia gira em torno da mudança legislativa no financiamento da educação, realizado no ano passado, com a aprovação do novo Fundeb, o fundo de manutenção da educação básica. A regra antiga vinculava o reajuste deprofessores à variação do ICMS, arrecadado por estados. Em 2021, a arrecadação desse tributo aumentou consideravelmente, o reajuste previsto seria de 33,23%. O temor de prefeitos e governadores é que o aumento pressione demais os cofres públicos e, possivelmente, leve a problemas para fechar as contas. Além disso, pode motivar outras categorias (como policiais e bombeiros) a pressionarem por um mesmo patamar de reajuste, o que gera um efeito cascata sobre as contas locais.
Fux cancela retorno presencial ao STF - O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, decidiu nesta quarta-feira (26) cancelar o retorno presencial às sessões da corte, devido à elevação dos índices de transmissão e contaminação pela variante Ômicron da Covid-19. Fux autorizou a prorrogação, até o fim de fevereiro, de uma portaria que libera o trabalho remoto excepcional na corte. Essa portaria é de 8 de janeiro e valia até o fim deste mês. Com a prorrogação, o tribunal irá realizar as primeiras sessões deste ano de forma virtual, como vinha sendo até novembro do ano passado. Uma dessas sessões é a que abre os trabalhos regulares do Judiciário este ano, na próxima terça-feira (1º). Ela será realizada de maneira totalmente remota, segundo nota divulgada pelo Supremo. Até o fim de fevereiro, Fux irá reavaliar a possibilidade de prorrogação dessa portaria. Desde novembro, o STF havia retomado as sessões presenciais, após ter adotado o modelo remoto pouco depois do início da pandemia, em abril de 2020.
Avião dos EUA chega a MG com 90 menores entre 211 deportados - Pelo menos 90 crianças e adolescentes brasileiros foram deportados dos EUA em um voo que chegou ontem a Belo Horizonte com 211 imigrantes ilegais. A Polícia Federal está investigando como as crianças, com no máximo 10 anos, entraram ilegalmente em território americano. O desembarque foi acompanhado pelos juizados da Infância e da Juventude de Pedro Leopoldo e de Belo Horizonte. O objetivo é verificar se as crianças viajaram acompanhadas do pai ou da mãe. Caso não estejam com seus responsáveis legais, o caso poderá ser tratado como tráfico de menores. Segundo a BH Airport, concessionária que administra o aeroporto de Belo Horizonte, o caso de ontem é o maior número de deportados em um único voo para Confins desde 2019. Em maio, os EUA enviaram ao Brasil o primeiro voo fretado para deportar brasileiros desde o início do governo de Joe Biden. Em setembro, os EUA pediram que o governo brasileiro aceitasse três voos semanais de deportados. O Brasil concordou com dois. A nova periodicidade estava prevista para entrar em vigor em outubro. O Itamaraty explicou, na época, que o objetivo era reduzir o tempo de permanência dos brasileiros em centros de detenção americanos, especialmente durante a pandemia.
Lula descarta Dilma em eventual governo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) peca ao não ter o ‘jogo de cintura’ necessário para lidar com a política. Para Lula, falta a ela, que foi escolhida pessoalmente pelo petista para disputar sua sucessão em 2010, “paciência que a política exige”. A declaração foi dada durante entrevista à Rádio CBN Vale, de São José dos Campos, interior de São Paulo, após questionamento sobre o papel da petista em sua campanha. “O tempo passou. Tem muita gente nova no pedaço. Eu pretendo montar um governo com muita gente nova, importante e com muita experiência. A Dilma, tecnicamente, é uma pessoa inatacável, que tem uma competência extraordinária. Na minha opinião, a companheira Dilma erra na política. Ela não tem a paciência que a política exige que a gente tenha para conversar e atender as pessoas mesmo quando você não gosta que a pessoa está falando. Nisso, cometemos um equívoco pela pressão em cima dela”, disse sinalizando que não deve trazê-la para algum cargo no governo caso seja eleito em outubro. Antes de qualquer discussão sobre participar ou não de um eventual novo governo petista, o papel de Dilma na campanha do Lula tem sido questionado sobretudo depois da ausência da ex-presidente no jantar promovido pelo Prerrogativas, coletivo de advogados autodenominados “progressistas” e “antilavajatistas”, em dezembro de 2021. Foi o primeiro encontro público entre Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB e cogita filiar-se ao PSB, entre outros partidos, para disputar a vice-presidência na chapa com o petista. Na época, o ocorrido gerou especulações de que o PT estaria tentando "esconder" a ex-presidente para evitar desgastes à campanha presidencial este ano. Ela foi alvo de impeachment em 2016 e a condução da política econômica em seu governo também é contestada.
Lideranças do MBL seguem Moro e se filiam ao Podemos - O Movimento Brasil Livre (MBL) consolidou o apoio ao pré-candidato à Presidência Sérgio Moro e iniciou a migração de suas lideranças ao Podemos, partido que abriga o ex-juiz na corrida presidencial. O deputado estadual Arthur do Val, a coordenadora do MBL Adelaide Oliveira e o vereador de São Paulo Rubinho Nunes participaram da filiação à legenda nesta quarta-feira, 26, todos com objetivo de disputar um cargo na Câmara. O deputado federal Kim Kataguiri assinou a ficha de forma simbólica enquanto aguarda alternativa para deixar o DEM antes da janela partidária. Arthur do Val, pré-candidato ao governo de São Paulo, afirmou que o MBL vai trabalhar “noite e dia” para impulsionar a candidatura de Moro e disse que a “terceira via” nasceu em São Paulo. Também estiveram presentes no evento o ex-ministro de Jair Bolsonaro, general Santos Cruz, filiado ao Podemos em novembro, a presidente do partido, a deputada Renata Abreu, e o deputado federal André Janones (Avante). Em um clima semelhante ao último evento do MBL, quando Moro já havia sido apresentado como o “próximo presidente do Brasil”, o ex-juiz foi ovacionado pelos presentes no Teatro Renaissance, em São Paulo. O pré-candidato criticou o PT e voltou a apresentar uma pauta anticorrupção e disse “não poder perder São Paulo” na corrida eleitoral. “A gente precisa colocar nossa bandeira aqui no Estado de São Paulo”.
Aras nega alinhamento a Bolsonaro e ataca relatório - O procurador-geral da República, Augusto Aras, reagiu nesta quarta-feira, 26, ao relatório da Transparência Internacional que o acusa de ‘alinhamento’ ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Em nota institucional, o PGR classifica o documento como uma ‘tentativa irresponsável’ de ataque e diz que exerce um cargo ‘de natureza jurídica, e não de viés político’. Também afirma que os argumentos da ONG são ‘ultrapassados’ e que a entidade presta um ‘desserviço à população’. “Ao contrário do que afirmam os autores do estudo, não existe ‘alinhamento sistemático do procurador-geral da República, Augusto Aras, com o presidente da República’, mas sim um trabalho que respeita a Constituição, as leis, o devido processo legal e não pratica a exploração midiática de casos em apuração”, diz no texto. A publicação da Transparência Internacional, disponibilizada ontem ao público, diz que houve uma ‘retração histórica’ da Procuradoria-Geral da República no controle dos atos do governo. O documento aponta ‘inação’ de Aras e manifesta preocupação, sobretudo, com o risco de engavetamento das provas reunidas na CPI da Covid. Aras pediu providências a partir do relatório final da comissão parlamentar e, até o momento, não há denúncia formalizada contra autoridades do governo. A investigação é sigilosa.
Eduardo põe padrinho de casamento em cargo de chefia de ministério - O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) emplacou um padrinho de casamento em cargo de confiança no Ministério das Comunicações, comandado pelo ministro Fábio Faria. Servidor de carreira do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e até então coordenador-geral de Administração do órgão, Luiz Henrique Trombetta Barbosa passará a despachar como chefe de gabinete na Secretaria de Comunicação Institucional (Secoi). Vinculada à Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), a Secoi é a área responsável por gerenciar o relacionamento do governo com formadores de opinião nacionais e internacionais, bem como por divulgar programas e ações do governo. A nomeação foi oficializada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 25. “Vou trabalhar com o Mateus Colombo Mendes”, disse Barbosa ao Estadão, em referência ao chefe da Secoi. Em seguida, afirmou que não poderia dar mais detalhes e desligou o telefone. Questionado sobre sua formação acadêmica e se tem expertise para ocupar o cargo no Ministério das Comunicações, ele bloqueou o contato da reportagem no WhatsApp. O currículo de Barbosa apresentado ao governo federal não traz nenhuma experiência ligada à área de comunicação. As únicas experiências profissionais têm relação com atuação administrativa no poder público e com advocacia. Quanto à fluência em idiomas, ele informou que possui “nível básico” de inglês e espanhol. Barbosa é técnico administrativo do Ibama desde 2013. Em setembro do ano passado, foi alçado à Coordenação-Geral de Administração, cargo de confiança que tem salário bruto de R$ 11,7 mil, segundo informações do Portal da Transparência. Agora, será alocado na área de comunicação do governo em cargo semelhante. A chegada de um servidor ligado à família Bolsonaro à comunicação do governo ocorre no momento em que o comitê de campanha do presidente Jair Bolsonaro, que pretende disputar a reeleição, estuda ajustes nas estratégias eleitorais.
CGU ignora pedidos de Guedes para revelar indicações políticas - Além de desafios econômicos e ambientais, o governo brasileiro precisará enfrentar barreiras políticas para conquistar uma vaga na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo que reúne países desenvolvidos. Desde o ano passado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta convencer a Controladoria-geral da União (CGU) a criar um sistema que revele o “padrinho” de indicados para cargos de confiança no governo com o argumento de que é preciso se adequar aos padrões da entidade. Contudo, diante de pressões políticas, principalmente do Centrão, o órgão de fiscalização ignorou a sugestão até agora. A abertura do processo de entrada do Brasil na OCDE, com sede em Paris, foi aprovada anteontem. Outros cinco países disputam a vaga: Argentina, Peru, Croácia, Bulgária e Romênia. Para conquistar a cadeira, o País precisará aderir a 251 instrumentos de gestão governamental, que são estipulados pela organização. Na recomendação da entidade sobre “boas práticas para a integridade pública” são sugeridos aos países que adotem formas de “evitar o favoritismo e o nepotismo”, de proteger a administração pública “contra interferências políticas indevidas e mitigar riscos de abuso de posição e falta de conduta”. Ainda que não mencione diretamente a publicidade das indicações políticas, o grupo também solicita que as nações assegurem “um sistema justo e aberto para recrutamento, seleção e promoção, com base em critérios objetivos e em um procedimento formalizado”.
Lula admite dialogar com Centrão - Líder de pesquisas de intenção de voto para as eleições de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem feito movimentos para a formação de uma ampla aliança, para além da esquerda. Conforme enfatiza o petista, a união com diferentes espectros políticos são fundamentais para a governabilidade, caso assuma novamente o comando do país. Em entrevista, ontem, à Rádio CBN do Vale do Paraíba, ele disse não ver problemas, por exemplo, em negociar com o Centrão, grupo político que, hoje, dá sustentação ao governo do presidente Jair Bolsonaro. “Você negocia com a direita, você negocia com a esquerda e com o centro. Você negocia com católico, evangélico e ateu. É necessário negociar com quem tem mandato para poder aprovar as coisas que precisam ser aprovadas”, argumentou. “Eu não vejo problema em conversar com o Centrão.” Ele pregou o amplo diálogo: “Convencendo as pessoas, aceitando sugestões e propostas de mudanças. É assim que se dá o jogo político no planeta Terra onde existe democracia”. Lula ressaltou, porém, a necessidade de “renovar” o Congresso Nacional com a eleição de políticos mais “progressistas” e ligados a pautas sociais. Apesar de admitir conversar com o Centrão, se eleito, ele frisou não querer ser refém do Parlamento. “Nós precisamos eleger deputados que tenham uma visão mais social e mais humanista do país. Não podemos ter um Congresso que transformou o presidente (Bolsonaro), um boquirroto que falou besteiras na campanha eleitoral, em refém”, criticou.
Disputa acirrada pelo voto evangélico - Pré-candidatos à Presidência da República miram ações para tentar atrair os evangélicos, que representam cerca de um terço do eleitorado do país. Líder das pesquisas de intenção de voto para o pleito de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está de olho no segmento, assim como o vice-líder, o presidente Jair Bolsonaro (PL). Outro que entra na disputa por esse grupo religioso é o ex-ministro Sergio Moro (Podemos). Ele marcou, para o próximo dia 7, um grande evento em Fortaleza, no qual espera reunir pelo menos 200 pastores. A expectativa é de que divulgue uma carta-compromisso para esse público. Além disso, o ex-juiz deve se encontrar com lideranças evangélicas no interior de São Paulo, também na próxima semana. O aceno de Moro a essa ala é uma tentativa de atrair a confiança de um setor que está dividido justamente entre Lula e Bolsonaro. Um levantamento feito pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) mostrou que 34% do grupo religioso disse ter intenção de votar no petista, enquanto 33% afirmaram que optarão pelo atual chefe do Executivo. Já o ex-ministro conta com apenas 7% de intenção de votos dos evangélicos. “Moro vai tentar entrar numa faixa que está muito bem ocupada, tanto por Bolsonaro quanto por Lula. Precisará de uma estratégia muito inteligente para conquistar esse público”, afirmou o cientista político André Cesar, da Hold Assessoria Legislativa. No domingo passado, o site da Igreja Universal do Reino de Deus, liderada pelo bispo Edir Macedo, publicou um texto no qual enfatizou que “um cristão de verdade não pode nem deve compactuar com ideias esquerdistas”. André Cesar destacou a influência de Edir Macedo e de outros líderes no eleitorado evangélico. “Eles são os grandes formadores de opinião e têm muitos instrumentos para isso. Até a própria retórica deles acaba influenciando bastante a decisão de voto do seu rebanho”, frisou.
Hora de bater bumbo - O ministro da Cidadania, João Roma, fará um pronunciamento em cadeia nacional para anunciar as boas novas das áreas sociais do governo. Falará que zerou a fila do Auxílio Brasil e começou a pagar, no mínimo, R$ 400 para os beneficiários do programa. Os números do Auxílio Brasil, aliás, vão funcionar também como cartão de visitas para a candidatura de João Roma ao governo da Bahia, onde disputará uma das vagas de segundo turno com o ex-prefeito de Salvador e seu ex-aliado, ACM Neto, que completou 43 anos ontem. A outra vaga de segundo turno ao governo baiano é do senador Jaques Wagner (PT), ex-governador.
União Brasil prefere aliança à moda antiga com Moro - Ainda que uma parte do União Brasil queira fechar a filiação do ex-juiz Sergio Moro ao partido, deputados vislumbram que será muito mais fácil acertar uma aliança à moda antiga do que receber o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública na legenda ou montar uma federação com o Podemos. Até porque, antes de qualquer decisão, é preciso analisar os quadros estaduais. Em São Paulo, por exemplo, Moro hoje está mais próximo do MBL do que da pré-candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia, a quem o União Brasil pretende apoiar. A prioridade para o União, hoje, é organizar a bancada e as chapas estaduais para deputado federal, além de reeleger os três governadores-candidatos — Ronaldo Caiado (GO), Mauro Mendes (MT) e Coronel Marcos Rocha (RO). Rocha, aliás, receberá o presidente Jair Bolsonaro em 3 de fevereiro e não quer saber de trocar de candidato a presidente da República. Com essa aliança tradicional, Moro pode ficar certo de que a traição correrá solta e cada estado agirá como bem entender.
Ômicron faz empresários pressionarem governo - Representantes do setores de eventos e turismo têm pressionado o governo federal para que edite uma nova medida provisória com regras para o cancelamento de shows, festivais e outras agendas por conta do recrudescimento nos casos de covid-19 no País. Reunião na terça, 25, com os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e João Roma (Cidadania) avançou no tema. O motivo da pressa é que a MP 1.036/2021, que desobrigava empresas de reembolsar consumidores desde que assegurassem a eles o direito de reagendar serviços adiados, caducou em dezembro. O governo manteve os braços cruzados e então uma onda de judicialização passou a ser apontada como realidade. Enquanto a pressão do setor aumenta, entre aliados do governo de Jair Bolsonaro a expectativa é de que o Palácio do Planalto sinalize uma solução para o problema antes da abertura do ano legislativo, na semana que vem. Um dos principais articuladores da nova MP é o deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), que esteve na reunião desta semana. “É uma medida urgente para dar segurança jurídica ao consumidor, ao fornecedor e aos empresários”, disse. Do presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), Doreni Caramoni Júnior: “Vivemos um momento de insegurança causado por um vírus que não é culpa de ninguém. Justamente por isso existe a necessidade de que se regule a situação para evitar uma chuva de judicializações”.