Manchetes de domingo 17-07-2022 

Manchetes de domingo 17-07-2022 

Edição de Chico Bruno  

 

Manchetes de domingo 17-07-2022 

 

Valor Econômico – Não circula

 

O GLOBO – Permissão para compra de armas cresce 1.451% desde 2018

 

FOLHA DE S.PAULO – Brasil fica mais pobre sob Bolsonaro

 

O ESTADO DE S.PAULO – Verba pública banca luxos de dirigentes e líderes de partidos

 

CORREIO BRAZILIENSE – Ibaneis e Arruda embolados na disputa pelo GDF

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

É muita arma - Três anos depois do início da flexibilização da posse de armas no país, o Brasil inflou o potencial de acesso a armamentos por cidadãos comuns, chegando hoje a 46 milhões de permissões de compra concedidas a caçadores e atiradores. Este é o total de armas que, após mudanças recentes na legislação, podem ser adquiridas por membros dessas categorias, que também tiveram crescimento de pessoas registradas. O cenário revela que hoje há 605,3 mil pessoas — se incluídos também os colecionadores —, que têm carteirinhas ativas para acesso a armamento, inclusive pesado, e munição. Isso é mais do que o total do efetivo de PMs em ação no país, que hoje chega a 406,3 mil agentes, ou de militares em serviço, que somam 357 mil pessoas nas Forças Armadas. O contingente total de CACs — caçadores, atiradores e colecionadores — triplicou desde 2019. Com isso, hoje já são 1,25 milhão de registros ativos. O número supera o de pessoas autorizadas a ter arma porque cada integrante das três categorias pode ter um registro sobreposto. Ou seja, um caçador também pode ser atirador ou colecionador, por exemplo. Outro aspecto preocupante é que o total de armas autorizadas para cada registro aumentou desde 2018. Um caçador pode ter até 30 armas e um atirador esportivo, 60, depois que uma série de restrições para compra foram derrubadas.

 

Estamos mais pobres - O Brasil ficou mais pobre durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), e não apenas por causa da Covid ou da Guerra da Ucrânia. Quando assumiu, em um cenário de economia ainda fragilizada pela recessão dos anos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), o presidente fez escolhas. Reduziu investimentos públicos, avançou pouco na agenda de reformas e travou o Bolsa Família, deixando a fila do programa crescer. Com a crise social se agravando a três meses da eleição, presidente e aliados encampam uma PEC para distribuir R$ 41,2 bilhões em auxílios. Para tirar da frente a Lei Eleitoral, que só permite algo assim em ambiente de exceção, o pacote inclui que Bolsonaro assine um decreto para colocar o Brasil em um estado de emergência que não existe.​ O PIB (Produto Interno Bruto) per capita, indicador que mostra a produção da riqueza dividida pelo número de habitantes, fechou o ano passado em US$ 7.500 (R$ 41 mil). São cerca de US$ 5.726 (R$ 31 mil) menos que o pico, registrado em 2011. O valor atual equivale ao patamar de 2007. Em 2018, último ano do governo Temer, o indicador estava em US$ 9.151,40 (R$ 49 mil). Dados relativos à renda média do brasileiro também mostram esse empobrecimento. O rendimento médio caiu de R$ 2.823 no início de 2019 para R$ 2.613 no trimestre de março a maio deste ano, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mesmo antes da pandemia, esse valor já vinha caindo: no trimestre de dezembro de 2019 a fevereiro de 2020, o rendimento médio do brasileiro estava em R$ 2.816.

 

Mordomia partidária - Nos últimos anos, montantes cada vez mais expressivos de dinheiro público foram depositados nas contas dos partidos políticos brasileiros. Uma dessas fontes é o Fundo Partidário, um aporte anual do Tesouro para as legendas que tem por objetivo, na letra da lei, custear o funcionamento das agremiações. Na prática, porém, serve também como reserva para bancar luxos e privilégios de dirigentes e líderes das siglas. As prestações de contas de 2021, apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dão uma clara ideia da falta de parcimônia no gasto dos recursos. Levantamento feito pelo Estadão encontrou despesas milionárias com voos de jatinhos e hotéis. O PDT, por exemplo, gastou quase R$ 30 mil para enviar seu presidente, Carlos Lupi, e outro filiado ao encontro da Internacional Socialista, realizado em um resort em Cancún. Conforme os documentos apresentados pela sigla trabalhista, a dupla chegou dois dias antes e retornou três dias depois do evento da esquerda no Caribe, realizado na primeira quinzena de outubro. Os partidos prestaram contas no ano passado de pelo menos R$ 18 milhões com hospedagens e passagens aéreas para seus dirigentes e filiados, além de R$ 3,1 milhões em despesas com jatinhos. A reabilitação dos direitos políticos do ex-presidente e pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, após a anulação das condenações do petista na Lava Jato, movimentou os recursos do Fundo Partidário da sigla com uso de jatinhos. Os voos tiveram a presença da socióloga Rosângela da Silva, mulher de Lula, assessores e seguranças. A informação foi antecipada pelo site Metrópoles, e confirmada pelo Estadão. Do total de gastos com jatos informados ao TSE, R$ 2,1 milhões serviram às campanhas dos deputados Arthur Lira (Progressistas-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara. O tour de Lira passou por 27 cidades, percorridas em 31 voos de jatinho, pelo valor de R$ 1,1 milhão, em um Cessna, avaliado em US$ 7 milhões em valor de mercado. Estavam na lista de habilitados a viajar no jato executivo seis correligionários do parlamentar e políticos de outras legendas, como os deputados Marcelo Ramos (PSD-AM), Hugo Leal (PSD-RJ), Celso Sabino (União-PA), Elmar Nascimento (União-BA), Luis Tibé (Avante-MG), Luis Miranda (Republicanos-DF) e Silas Câmara (Republicanos-AM).

 

Pesquisa candanga - Pesquisa realizada pelo Instituto Quaest aponta que o governador Ibaneis Rocha (MDB) tem 28% das intenções de voto e o ex-governador José Roberto Arruda (PL), 25%. De acordo com o levantamento encomendado pelos Diários Associados, o quadro está tecnicamente empatado, considerando que a margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com margem de confiança de 95%. Para o Senado, a deputada federal e ex-ministra Flávia Arruda lidera com folga. Ela tem entre 36% e 41% das intenções de votos a depender dos cenários avaliados.

 

No DF: Bolsonaro tem 36% e Lula, 32% - Pesquisa realizada pelo Instituto Quaest, encomendada pelos Diários Associados, aponta o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 36% das intenções de voto entre os eleitores do Distrito Federal. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 32%. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. Ciro Gomes (PDT) aparece com 9%. Os demais candidatos estão embolados bem atrás. A senadora Simone Tebet (MDB) conta com 2%, André Janones (Avante) também tem 2%. Pablo Marçal (Pros), Vera Lúcia (PCO) e Leonardo Péricles (UP) têm 1%, cada. Sofia Manzano (PCB), Felipe D’Ávila (Novo), Luciano Bivar (União) e Eymael (DC) não pontuaram. Brancos, nulos e quem não vai votar somam 11%, e 5% estão indecisos. O Instituto Quaest foi a campo presencialmente no Distrito Federal entre 11 e 14 de julho, com 1.500 entrevistas. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral e protocolada sob os números DF-08227/2022 e BR 04749/2022, em 11 de julho.

 

Casos de políticos pegos com dinheiro vivo se arrastam na PGR - Duas investigações que flagraram aliados do governo do presidente Jair Bolsonaro manuseando dinheiro vivo continuam à espera de um desfecho da Procuradoria-Geral da República (PGR): tanto o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) quanto o deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA) não foram denunciados, tampouco seus inquéritos foram arquivados. O primeiro caso se arrasta há quase dois anos, e o segundo, desde outubro do ano passado. O então vice-líder do governo no Senado Chico Rodrigues foi alvo de uma operação da PF em outubro de 2020 que mirava em suspeitas de desvios de emendas do Ministério da Saúde. No dia 15 daquele mês, os agentes chegaram à casa do parlamentar nas primeiras horas da manhã e, diante da resistência de uma funcionária em recebê-los, só conseguiram entrar depois de desmontar o portão da residência. Durante a abordagem, os policiais perceberam um volume incomum na bermuda do senador e, depois de revistá-lo, encontraram R$ 15 mil entre suas nádegas. Ao ser questionado se ainda escondia outros valores, Rodrigues entregou aos agentes mais R$ 17 mil em espécie. Na investigação envolvendo o deputado Josimar Maranhãozinho, o enredo é semelhante. O parlamentar do PL, mesmo partido do presidente Bolsonaro, também foi flagrado com dinheiro vivo, num vídeo gravado pela PF, com autorização judicial, em que aparece mauseando caixas com recursos em espécie.

 

Um dia após ir a motociata com Bolsonaro, MP pede prisão - Um dia após ter participado de uma motociata com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em Imperatriz, o prefeito da cidade maranhense, Assis Ramos (União Brasil), foi alvo de um pedido de prisão pelo Ministério Público do estado. Na ação, apresentada nesta quinta-feira (14), Ramos é acusado de participação em um esquema de fraude em licitação na área de limpeza na cidade. Ao todo, foram oferecidas 11 denúncias contra o prefeito e outras autoridades do município. De acordo com a Procuradoria Geral de Justiça, responsável pela ação, Ramos comanda o núcleo político do esquema. "[O prefeito] desempenha um papel de direção na empreitada criminosa ao praticar diversas ilegalidades como ordenador de despesa, especialmente na condução de processos licitatórios fraudulentos realizados no referido município", diz a peça acusatória. O prefeito, que nega as acusações, declarou apoio a Bolsonaro. O sul do Maranhão, que tem em Imperatriz seu principal polo, é uma rara região onde o presidente rivaliza em apoio com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Nordeste.

 

O mistério do “assinante” - Entre as inovações desta Legislatura no quesito Orçamento, existe um tal de “assinante”, um sujeito oculto que indica as emendas de relator ao Orçamento da União. Ex-vice-prefeito de Caixas, no Maranhão, o deputado Paulo Marinho Júnior, do PL, quebra a cabeça para saber como a sua base eleitoral recebeu R$ 19,9 milhões para saúde de verba extra, sem que aparecesse o padrinho. Ele já telefonou para a maioria dos integrantes da bancada e, até agora, ninguém se apresentou. “Vou virar o mundo, mas vou descobrir”, conta ele à coluna. “Alguém vai ter que dizer como isso foi feito”, afirma. “A ministra Rosa Weber definiu que precisa ter autor. Esta rubrica não tem”, completa. Na listagem de pagamentos, surge apenas o padrinho “assinante”, mas não se sabe quem indicou o repasse de recursos. Na avaliação do deputado, estão inclusive enrolando a ministra do Supremo Tribunal Federal, que determinou transparência na aplicação desses recursos. Até aqui, tem mais mistérios do que se possa imaginar.

 

Dinheiro sem padrinho -  Até aqui, foram R$ 3 bilhões do orçamento da União distribuídos em indicações nas quais consta apenas “assinante”. É aí que, conforme avisam alguns, mora o perigo de desvio. Em ano eleitoral, deputado ou senador que não quer assumir que mandou dinheiro para os municípios, é sinal de que tem algo errado.  O presidente Jair Bolsonaro trata de se distanciar do orçamento secreto. Na live da semana passada, o presidente comentou a declaração de Lula, de que o orçamento secreto é “a maior bandidagem em 200 anos”, e disse inclusive que a bancada do PT votou pela derrubada do veto.

 

Choque entre candidatos no Rio - Mais um caso de intolerância política foi registrado ontem, no Rio de Janeiro (RJ), uma semana depois de um militante de direita assassinar o guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Aloizio de Arruda, em Foz do Iguaçu (PR). Por volta das 10h, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) e simpatizantes encontraram o grupo do deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB), na Praça Saens Peña, no bairro da Tijuca. O incidente provocou momentos de tensão. Ambos os lados afirmam que marcaram atos públicos rotineiros no local e registraram boletins de ocorrência. Freixo é candidato ao governo do Rio na coligação com PT, PSB, PV, PCdoB, Rede e Cidadania. Com o tradicional aparato de esquerda, os militantes realizavam uma manifestação em apoio ao candidato com camisetas e bandeiras vermelhas, quando se depararam com Amorim e simpatizantes, à altura da Rua General Roca. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram os dois grupos fazendo provocações, mas ambos negam agressões físicas. Os simpatizantes de Freixo — candidato da chapa de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, no Rio — afirmam que sofreram intimidações, inclusive, por parte de bolsonaristas armados que acompanhavam Amorim. Freixo gravou um vídeo para denunciar a agressão, e sua assessoria de imprensa confirmou que outros pré-candidatos registraram boletim de ocorrência. “Visitávamos uma tradicional feira da Tijuca quando fomos surpreendidos por um deputado ligado ao governador Cláudio Castro (PL) e ao presidente Jair Bolsonaro que estava acompanhando de dez marginais armados, os quais foram para cima das pessoas, crianças e idosos, dizendo que ali não era lugar para que a gente ficasse. Não é disso que o Rio precisa, o Rio precisa de diálogo. A política não pode oferecer violência.” Amorim, por sua vez, sustenta que mora próximo à Praça Saens Peña e que, por essa razão, passava com apoiadores pela feira. Por meio da assessoria de imprensa, o parlamentar informou que fez registro na Polícia Civil de crime contra a honra praticado por Marcelo Freixo. Ele disse que caminhava em direção ao evento do PTB, em São Cristóvão, quando uma equipe de Freixo começou a ofender sua família e a de Bolsonaro. O parlamentar informou que também registrou denúncia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Freixo, sob a alegação de que ele fazia campanha antecipada para o cargo de governador. Amorim negou ter existido troca de agressões físicas e desmentiu que assessores estivessem portando armas no local. 

 

Perícia no celular - A perícia no celular do as sassino do guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda pode trazer novos elementos à investigação e mudar o caso. A declaração foi dada pela delegada chefe da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Paraná, Camila Cecconello, e veio após intensas críticas pela rápida conclusão do inquérito. A polícia havia apontado que não houve motivação política no crime e o policial penal federal Jorge Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar perigo comum.  O prazo para entregar o inquérito terminaria na próxima terça, mas a polícia havia antecipado o fim dos trabalhos por alegar que já tinha os elementos necessários para fazer o indiciamento, não havendo necessidade de esperar todas as perícias, como o celular do assassino. A delegada afirmou que a apreensão dos celulares foi uma das primeiras medidas da polícia e que entende a importância da perícia para o caso. “A primeira providência que nós tomamos foi pedir e tentar descobrir quem estava na posse desse celular, e imediatamente representamos pela apreensão do celular e pela autorização para acesso”, disse. Durante culto evangélico na igreja Assembleia de Deus no bairro de Alecrim (Natal-RN), o presidente Jair Bolsonaro disse que o assassinato do petista Marcelo de Arruda em Foz do Iguaçu aconteceu em razão de uma “briga estúpida”. “Dizem que o (meu) discurso levou à morte daquela pessoa em Foz do Iguaçu (PR). O meu discurso levou à morte daquela pessoa? Uma briga estúpida, sem razão?”, afirmou a apoiadores. “Em 2016, tivemos 61 mil mortes violentas no Brasil, a maioria por arma de fogo. No ano passado, no meu governo, passamos para 41 mil (mortes), quem está no caminho certo? Quem está mentindo, tentando falar diferente para chegar ao poder e, chegando ao poder, ele põe sua linha (de atuação)?”, acrescentou.

 

Aliados de Tebet já veem candidata no mesmo patamar eleitoral de Ulysses e Quércia - A campanha de Simone Tebet (MDB) vê com otimismo os 4% registrados para a senadora em algumas pesquisas. O patamar já é semelhante ao obtido pelo partido em outras disputas presidenciais, mesmo com nomes muito mais conhecidos do que a senadora sul-matogrossense. Em 1989, o deputado federal Ulysses Guimarães, referência do fim da ditadura e da Constituinte, terminou a disputa com 4,73% dos votos. Em 1994, o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia recebeu 4,38%. Na outra eleição em que o MDB apresentou candidato próprio, em 2018, Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, ficou com apenas 1,2%. A expectativa é que Tebet atinja 6% no começo oficial da campanha, em agosto.

 

Ministro da Justiça pede que PF investigue filme que simula ataque a presidente - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, determinou que a Polícia Federal investigue uma produção cinematográfica em que um personagem semelhante ao presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de uma motociata e sofre um ataque. Em vídeos e fotos que circulam em contas de bolsonaristas nas redes sociais, ​neste sábado (16), o personagem com a faixa presidencial aparece caído no chão e sujo de sangue, aparentemente após ter sido vítima de uma ação violenta durante a motociata. As publicações, feitas também por deputados apoiadores de Bolsonaro e pelos filhos do presidente, deixam claro se tratar de uma filmagem —e é possível ver um set de gravação nas imagens. O filme foi atribuído por bolsonaristas, como Carla Zambelli (PL) e Mário Frias (PL), à Rede Globo, mas, em nota divulgada pelo G1, a emissora negou que se trate de produção sua e indicou que as filmagens seriam do filme "A Fúria", do cineasta Ruy Guerra, 90. A obra encerra a trilogia de "Os Fuzis" (1964) e "A Queda" (1977). A produção do filme divulgou nota, na noite de sábado, afirmando que a cena foi divulgada sem autorização e tirada de contexto. "Circula na internet uma imagem captada sem autorização de uma filmagem à qual atribui-se suposto, e infundado, discurso de ódio. Ruy Guerra filmou um longa-metragem de ficção que será lançado no final de 2023, portanto não há qualquer relação com o processo eleitoral e, muito menos, forjar fake news simulando um fato real", diz a nota.

 

Fachin e Fux recusam convite de Bolsonaro para reunião - O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, recusou um convite feito pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para participar de uma reunião com embaixadores estrangeiros para falar sobre o sistema eleitoral brasileiro. Em ofício enviado ao cerimonial do Planalto, nesta sexta-feira (15), Fachin agradeceu o convite, mas disse que não poderia participar, por conta do seu "dever de imparcialidade". "Na condição de quem preside o tribunal que julga a legalidade das ações dos pré-candidatos ou candidatos durante o pleito deste ano, o dever de imparcialidade o impede de comparecer a eventos por eles organizados", justificou o cerimonial do TSE. O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, também foi convidado e, assim como Fachin, não irá comparecer. Segundo sua assessoria, o ministro está fora de Brasília e só voltará na terça-feira (19).

 

'Democracia não vai embora' - Um ato inter-religioso em defesa dos povos indígenas reuniu centenas de pessoas na manhã deste sábado (16), na catedral da Sé, em São Paulo (SP). O evento foi também uma homenagem e um pedido de justiça motivado pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, assassinados no Vale do Javari, em 5 de junho deste ano. Dom Pedro Luiz Stringhini, presidente da regional sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), lembrou do culto inter-religioso em memória do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pela ditadura militar em 1975. Na ocasião, que reuniu milhares de pessoas, lideranças religiosas, incluindo dom Paulo Evaristo Arns se manifestaram por justiça. "Eles anunciaram que a ditadura iria acabar e a democracia chegaria. E chegou. Hoje, estamos aqui para dizer que a democracia não vai embora. Haverá eleições e haverá democracia. A catedral da Sé, de São Paulo, mais uma vez, acolhe um culto inter-religioso em favor dos direitos humanos, da justiça e da paz", disse. Durante sua fala, Stringhini também se solidarizou com a família do guarda civil Marcelo Arruda, assassinado no último dia 9, em Foz do Iguaçu (PR), pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranhu, enquanto comemorava seu aniversário. "Crime político, por mais que a polícia do Paraná diga o contrário", afirmou o bispo. Em um dos momentos mais emocionantes do ato realizado na Sé neste sábado, Clarice Herzog, a viúva do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pela ditadura militar em 1975, abraçou as viúvas de Bruno e Dom, a antropóloga Beatriz de Almeida Matos, 43, e a designer Alessandra Sampaio, respectivamente.

 

Bolsonaro está entre líderes de menor aprovação popular - A menos de três meses das eleições no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos líderes com menor aprovação popular na América Latina. O brasileiro goza de 26% de apoio, à frente dos chefes de Estado de Equador e Paraguai, ambos com 17%, e do Peru, com 22%. Em média, os mandatários latino-americanos reúnem 40% de apoio na sociedade, mostram dados reunidos pela consultoria Prospectiva em 14 países da região com base em pesquisas domésticas de institutos como Datafolha (Brasil) e Cadem (Chile). Considerada mediana por analistas, a cifra expressa os efeitos de uma crise multidimensional catalisada pela Covid, avalia a cientista política Maria Villarreal, professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Como resultado, houve um alargamento da insatisfação. Os regimes ditatoriais de Cuba, Venezuela e Nicarágua ficam de fora do levantamento, assim como Haiti, El Salvador e Honduras. Diferenças também são esperadas porque as pesquisas nacionais têm metodologia, amostras e margens de erro distintas. Mas se figuras como Bolsonaro estão sob pressão, líderes como o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, vivem situação mais tranquila —mesmo em meio a uma guinada autoritária, AMLO tem 62% de aprovação, segundo os dados mais recentes.

 

Os fins de semana de Pedro da Caixa - Viagens do programa Caixa Mais Brasil realizadas pelo ex-presidente do banco público Pedro Guimarães incluíram gastos com aluguel de carros blindados e hospedagem em resorts de luxo a um custo total de R$ 9,4 milhões até março deste ano. Os dados foram obtidos pela Folha via LAI (Lei de Acesso à Informação) e revelam um custo médio de R$ 70 mil de cada uma delas. Os eventos eram realizados em fins de semana e neles teriam ocorrido vários dos casos de assédio sexual revelados pelo portal Metrópoles. Nas 134 edições do Caixa Mais Brasil, além de gozar do conforto de resorts em Natal e Porto Seguro, por exemplo, o então presidente da instituição recebia diárias no valor de US$ 77 por dia. Considerando uma média de três dias por evento —​o ex-presidente costumava ir na sexta e voltar no domingo —, isso representava um ganho extra de aproximadamente R$ 165 mil. O valor era pago integralmente, pois as despesas de hospedagem e alimentação eram custeadas pela Caixa.

 

Manobra por partilha do fundo eleitoral divide PT - A controvérsia em torno da troca de um membro da executiva nacional do partido expôs a disputa interna no PT pela divisão do dinheiro do fundo eleitoral. A legenda terá direito este ano a R$ 500 milhões de recursos públicos para financiar campanhas, a segunda maior quantia entre todas as siglas, atrás apenas do União Brasil, que ficará com R$ 776,5 milhões.

 

Em carta enviada na quarta-feira à presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, o deputado federal Paulo Teixeira (SP), atual secretário-geral, segundo cargo mais importante no comando do partido, solicita afastamento temporário da executiva nacional em razão das atribuições que exercerá na coordenação da campanha presidencial de Lula. Para substituí-lo, o parlamentar indicou o vereador do Rio e ex-senador Lindbergh Farias. Os dois são da mesma corrente interna, a Resistência Socialista. Integrantes da CNB, a corrente majoritária petista, argumentam, no entanto, que a troca é apenas uma manobra para que Lindbergh, pré-candidato a deputado federal, possa receber o teto de recursos definido pela direção da legenda para quem vai disputar vaga na Câmara. Em 2018, os integrantes da executiva nacional petista que se lançaram candidatos tiveram direito à mesma quantia destinada aos então deputados que tentavam a reeleição. A equiparação ainda não foi aprovada para este ano, mas há uma articulação nesse sentido. Os atuais deputados devem receber do partido R$ 2 milhões cada. Em 2018, o valor foi de R$ 900 mil.

 

Ainda sem vice, Ciro já admite 'solução caseira' - A poucos dias da convenção em que oficializará a entrada na corrida pelo Palácio do Planalto, na quarta-feira, o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, ainda não definiu quem será seu vice e segue sem partidos aliados na disputa eleitoral. Diante deste cenário, a sigla vai adiar o anúncio do companheiro de chapa para depois do evento partidário. O objetivo é ganhar tempo e insistir na tentativa de usar a vaga para atrair legendas, mesmo que pequenas, à coligação. Porém, caso a tentativa de acordo permaneça frustrada, a campanha já admite uma “solução caseira”, isto é, alguém do próprio PDT ocupando o posto. O caminho trilhado é semelhante ao de 2018, quando o PDT comunicou no último dia do prazo das convenções que a vice seria a senadora Kátia Abreu (PP-TO), na época filiada ao partido. Na ocasião, a sigla aliou-se apenas ao Avante na eleição à Presidência. Enquanto ainda nutre a expectativa de angariar apoios externos, o PDT prefere não se restringir a um perfil específico de vice, para não limitar as opções. Porém, quando olha a questão internamente, a situação é outra, e o partido deve indicar uma mulher. Dois nomes do PDT já foram ventilados para a chapa de Ciro: a senadora Leila Barros (DF) e a ex-reitora da Universidade de São Paulo (USP) Suely Vilela. A parlamentar foi procurada por uma ala da legenda no final de junho, mas deixou claro que prefere concorrer ao governo do Distrito Federal.

 

Alckmin terá roteiro de viagens solo para atrair agro e empresariado - Até agora de mãos dadas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos eventos de pré-campanha, o vice da chapa, Geraldo Alckmin (PSB), planeja uma série de agendas solo a partir de agosto. A estratégia é ampliar o apoio que falta ao petista em setores como o agronegócio e o empresariado. Essa investida do ex-goverador de São Paulo ocorrerá em estados onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) mantém uma forte base de apoio como Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Tocantins. O vice de Lula só começará a viajar depois do dia 5 de agosto, prazo final para o registro das candidaturas. Esse calendário foi planejado para evitar constrangimentos em locais onde PT e PSB ainda negociam alianças. As duas siglas não estarão juntas em Mato Grosso e Tocantins. Em Santa Catariana, o ex-deputado Décio Lima (PT) e o senador Dário Berger (PSB) são pré-candidatos ao governo e ainda não selaram um acordo sobre a cabeça de chapa. As viagens Alckmin atenderão à missão que Lula delegou ao seu vice, a de ampliar as possibilidades de apoio e abrir diálogo com representantes de áreas que o ex-presidente não pretende priorizar durante a campanha. Na equipe do ex-governador paulista, uma das premissas do roteiro é evitar qualquer movimento que possa incomodar dirigentes e o pré-candidato do PT. A investida do vice vai mirar no que os seus estrategistas de campanha têm definido como “agricultor raiz”, ou seja, produtores de pequeno e médio porte, ao invés do empresário “rural emergente”, mais adepto a Bolsonaro. A avaliação do PT é a de que a rejeição do setor a Lula está mais vinculada ao segundo grupo.

 

Deputados marcam presença e deixam Brasília para fazer campanha - A convocação às pressas de Arthur Lira (PP-AL) para que deputados fossem ao plenário votar no 1º turno da PEC Kamikaze, na última terça, após falha no sistema, pegou de surpresa os que já tinham saído de Brasília após marcar presença e expôs prática comum na Câmara nos dias que antecederam o recesso parlamentar. Deputados marcavam presença e em seguida viajavam para cumprir compromissos eleitorais em seus Estados. Pelas regras, eles podiam votar à distância desde que antes marcassem presença pessoalmente. Isso garantiu quórum em votações relevantes. Um dos ausentes na terça foi o deputado Fernando Coelho Filho (União-PE), que após marcar presença viajou para Pernambuco. João Bacelar (PL-BA), Alceu Moreira (MDB-RS) e Celso Maldaner (MDB-SC) também já tinham partido. Coelho Filho e Bacelar disseram à Coluna que voltaram a Brasília no dia seguinte. Outros parlamentares que perderam a votação alegam que estavam em outros compromissos na capital federal. É o caso de Alexandre Leite (União-SP) e Moses Rodrigues (União-CE). O mesmo quase ocorreu com o ex-ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos-BA), que saiu às pressas de uma reunião na Esplanada para o Congresso e começou a ligar para os aliados do Planalto voltarem ao plenário.