Manchetes de domingo 13-02-2022

Melhores notícias extraídas dos maiores jornais do Brasil

Manchetes de domingo 13-02-2022

Edição de Chico Bruno 

 

Manchetes de domingo 13-02-2022

O GLOBO – Criptoverso. Tecnologia do bitcon extrapola as finanças e invade a vida real

 

O ESTADO DE S.PAULO –  Energia solar domina leilão que vai ampliar capacidade do setor elétrico

 

CORREIO BRAZILIENSE – DF ganhará 18 novos bairros este ano

 

FOLHA DE S.PAULO – Vacinação infantil no Brasil é lenta

 

Destaques de primeiras páginas e do editor

 

Tudo é verso agora - Criptomoedas ganham cada vez mais adeptos, mas o blockchain, a arquitetura tecnológica delas, começa a moldar outros campos do cotidiano, da febre das NFTs a contratos imobiliários, apoio a clubes e projetos de cidades.

 

Energia solar - Nada brilha mais do que o sol no futuro desenhado para a expansão do setor elétrico. A geração de energia por meio de painéis fotovoltaicos, uma tecnologia que até pouco tempo atrás figurava como tema excêntrico em rodas de conversa sobre a matriz elétrica, deixou para trás todas as demais fontes e assumiu a ponta no leilão que o governo vai realizar daqui a três meses para expandir o parque nacional. O Estadão fez um levantamento sobre cada um dos novos projetos de geração de energia cadastrados no leilão marcado para maio, quando serão contratados os empreendimentos que devem entrar em operação daqui a quatro anos, daí o nome “Leilão A-4”. Trata-se de um dos principais leilões do setor elétrico, porque é voltado a projetos de grande porte e que precisam de mais prazo para construção. Os dados apontam que, entre centenas de projetos de hidrelétricas, plantas térmicas e parques eólicos, nada bate as usinas solares. Ao todo, 1.894 projetos de geração de energia de todas as fontes se cadastraram junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão que realiza o leilão para escolher os empreendimentos que vão entregar energia para todas as distribuidoras do País. Desse total, nada menos que 1.263 projetos (67%) são de geração fotovoltaica. 

 

Mais bairros no DF - De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), os novos bairros devem abrigar 61.885 pessoas em 20.337 unidades habitacionais, ocupando uma área total de 395.496 hectares, o equivalente a 554 campos de futebol. A pasta informou que o Conselho de Planejamento Urbano e Territorial do DF (Conplan) aprovou 13 parcelamentos de solo no ano passado. “Para o início de 2022, há previsão de o conselho avaliar e aprovar outros cinco parcelamentos”, disse a secretaria ao Correio. 

 

Devagar quase parando - A marca de 15% das crianças vacinadas com a primeira dose contra a Covid, valorizada na terça-feira (8) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na verdade evidencia o ritmo lento de uma campanha muito aquém da capacidade do PNI (Programa Nacional de Imunizações). Análise da Folha mostra que o país demorou 23 dias para alcançar essa cobertura, no último fim de semana. Foi quase o triplo do tempo gasto por Canadá, Austrália, Argentina e Uruguai (8 a 9 dias), de acordo com os dados oficiais. O levantamento aponta o Brasil como um dos últimos colocados no ranking proporcional dentre dez nações que disponibilizam o detalhamento por data e idade —Alemanha, EUA, França, Chile e Itália, além dos já citados. A vacinação havia chegado a 16,9% do público-alvo até a quarta-feira (9), conforme os dados do Ministério da Saúde. Segundo o IBGE, há 20,5 milhões de crianças com idade entre 5 e 11 anos na população. O país só aparece à frente da França, um dos principais palcos do ativismo antivacina na Europa (4,5% com a primeira dose). 

 

Casagrande recebe Moro e provoca mal-estar com PT - O encontro do pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), na manhã de ontem, causou mal-estar entre o PT e o PSB e foi criticado por lideranças petistas no Estado. A análise é a de que a reunião informal, ocorrida durante um café da manhã na residência oficial do governador, em Vila Velha, na Grande Vitória, pode azedar as negociações já complicadas entre as siglas para acertar uma aliança em torno da pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva e a formação de uma federação partidária para os próximos quatro anos. Apesar de não ter se declarado candidato à reeleição, Casagrande é concorrente natural a mais quatro anos de mandato e pode ter de enfrentar o senador Fabiano Contarato, recém-filiado ao PT, que não faz parte de sua base aliada. Por meio de sua assessoria, o governador reforçou que “está à disposição para receber as lideranças políticas que queiram conversar sobre o futuro do Brasil e do Espírito Santo”. Ele destacou ainda que o “diálogo fortalece a democracia”. Além de Moro, o governador já recebeu os presidenciáveis João Doria (PSDB) e Ciro Gomes (PDT).

 

Prevista ofensiva de Bolsonaro contra urna na campanha - A menção de Jair Bolsonaro (PL) a "vulnerabilidades" da urna eletrônica, ao cobrar que o TSE responda a questionamentos feitos pelo Exército, foi vista dentro do Poder Judiciário como sinal de que ele já está com tudo pronto para retomar os ataques ao sistema de votação na campanha, sem se preocupar com as informações técnicas que chegarem. O presidente fez a crítica em sua live na quinta (9), encerrando definitivamente uma relativa trégua que vinha respeitando sobre o tema. As perguntas foram enviadas ao TSE pelo general Heber Portella, que faz parte da comissão criada pela corte sobre transparência na eleição. As respostas devem ficar prontas nos próximos dias. 

 

Lula e Alckmin têm novo encontro - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve um novo encontro na noite de sexta-feira (11) com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (sem partido), cotado para ser candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo petista. Na conversa, os dois avançaram nas negociações para a formação da aliança e estabeleceram o mês de março como momento em que o acordo deve ser anunciado oficialmente. O encontro ocorreu na casa do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), um dos principais articuladores da chapa e pré-candidato ao Governo de São Paulo. Nas próximas semanas, Lula e Alckmin vão se dedicar à definição do partido a que o ex-governador vai se filiar para se candidatar ao lado do petista. As conversas com o PSB são as mais avançadas, mas aliados da dupla dizem que outras opções estão na mesa. O grupo quer acertar a nova legenda de Alckmin e oficializar a chapa com Lula em meados do mês que vem. A ideia, com isso, é facilitar a migração de deputados para o mesmo partido do ex-governador antes do fim do prazo para filiações partidárias, no dia 2 de abril (seis meses antes da eleição).

 

Bolsonaro é pressionado a abandonar discurso antivacina - A oito meses da eleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido pressionado por ministros e aliados a abandonar o discurso antivacina. Mais do que isso: pessoas próximas ao mandatário querem que ele se vacine e exalte feitos do governo que possibilitaram a imunização da população. Aliados dizem acreditar que a condução do governo na pandemia é o principal obstáculo do chefe do Executivo em busca da recondução ao Palácio do Planalto. A aposta será tentar humanizar o presidente nos próximos meses. Em dois anos, o Brasil ultrapassou a marca de 650 mil mortos pela Covid-19. Auxiliares próximos tentam convencê-lo de que ele já deu publicidade às suas dúvidas quanto à eficácia da vacina, principalmente em relação às crianças. Portanto, para eles, agora Bolsonaro deveria parar de trazer o assunto à tona.

 

Ciro busca atrair PSD - Pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes tem buscado estratégias para atrair o apoio do eleitorado que rejeita o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o objetivo de ir ao segundo turno na eleição de outubro. Entre outros pontos, o pedetista tenta consolidar alianças com o PSD em estados-chave, como o Rio de Janeiro e Minas Gerais —Ciro se reuniu nesta sexta-feira (11) com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, possível nome do partido de Gilberto Kassab ao governo mineiro. A movimentação é uma tentativa de turbinar as intenções de voto no pedetista, que aparece empatado com o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) em terceiro lugar, segundo pesquisas eleitorais recentes. No último Datafolha, divulgado em dezembro, Ciro tem 7%, contra 9% de Moro. Aliados de Ciro veem espaço para que o pedetista alcance 15% da preferência do eleitorado já em abril, em um cenário que considera uma desidratação do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e também votos capturados da parcela da população que manifesta rejeição tanto ao presidente quanto ao petista.

 

Bolsonaro confirma viagem à Rússia - Em meio ao aumento de tensão e ameaça de conflito na Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que vai manter a viagem a Moscou e disse pedir a Deus para que "reine a paz no mundo". O presidente concedeu entrevista na manhã deste sábado (12) para a rádio Tupi, de Campos dos Goytacazes (RJ). O entrevistador foi o ex-governador do Rio Anthony Garotinho. Após o término da entrevista —também transmitida em suas redes sociais—, Bolsonaro falou brevemente sobre a viagem na segunda-feira (14). Disse que a Rússia é importante ao Brasil por fornecer fertilizantes. "Fui convidado pelo presidente [Vladimir] Putin. O Brasil depende em grande parte de fertilizantes da Rússia, da Bielorrúsia [Belarus]. Levaremos um grupo de ministros também para tratarmos de outros assuntos que interessam aos nossos países, como energia, defesa e agricultura", afirmou o presidente. "A gente pede a Deus para que reine a paz no mundo para o bem de todos nós." Bolsonaro parte na segunda para Moscou, apesar dos apelos para que desista da viagem.

 

Bolsonaro abaixa o tom - O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ontem que trabalha junto à Petrobras para reduzir o valor dos combustíveis “de forma legal”. Ainda assim, o chefe do Executivo voltou a negar que vá interferir na política de preços da estatal. “Estamos tentando, sim, de forma legal, junto ao presidente da Petrobras (Joaquim Silva e Luna), os diretores, presidentes dos conselhos, ver o que se pode fazer para produzir petróleo, diesel e gasolina em especial, o mais barato possível na ponta da linha”, declarou o Bolsonaro em entrevista ao ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PROS) na Rádio Tupi. O salto no preço dos combustíveis tem impactado a inflação e, consequentemente, a popularidade do governo em ano eleitoral. Presidente costuma criticar a política de preços da Petrobras, que atrela o reajuste dos combustíveis à cotação do petróleo no mercado internacional. Apesar de relatar tratativas com o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, Bolsonaro, mais uma vez, negou interferência na empresa. “Não podemos ser irresponsáveis. A gente não pode interferir no preço do combustível. Essa foi a política adotada pelo PT lá atrás. A Petrobras está trabalhando muito bem”, seguiu o presidente.

 

O recado do PP para o PP - O artigo do ministro da Casa Civil e presidente do PP, Ciro Nogueira, publicado ontem nas páginas do Correio, “Não vamos eleger um presidente, vamos eleger um futuro”, foi visto como uma mensagem direta dele aos seus liderados e um discurso para todos os aliados em prol da reeleição do presidente Jair Bolsonaro. O partido e sua cúpula estão convencidos de que o futuro para o Progressistas será muito mais promissor com Bolsonaro do que com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Daqui para frente, avisam os pepistas, esses alertas de seu presidente serão cada vez mais incisivos. Resta saber se surtirá efeito, porque, assim como lá atrás o PP abandonou Lula para sobreviver depois da derrocada do petismo, ninguém acredita que continuará na batalha pró-reeleição, se perceber o fim do bolsonarismo. Para quem não leu o artigo, o ministro diz com todas as letras que “hoje, parece que o PT foi absolvido de seus 14 anos de poder. Como se a anulação da sentença de Lula estivesse anulado o Mensalão, o Petrolão, os ‘aloprados, a ‘pandilmia’”, escreve Ciro Nogueira, chamando de “pandilmia” a crise econômica de 2015 e 2016. Ele cita que o retorno do PT seria a volta dos erros do passado e acusa o Partido dos Trabalhadores de, “surfista que é”, surfar na onda do descontentamento mundial que atingiu todos os líderes, inclusive Bolsonaro. E discorre ainda sobre tudo o que foi feito pelo governo no período da pandemia.

 

Lugar confortável - A iniciativa do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, para deixar seu partido em apenas um dos lados da polarização faz sentido. Afinal, dizem alguns pepistas, ao lado de Bolsonaro o PP está mais bem posicionado e não precisará disputar espaço com todos os partidos de esquerda e com outros na hora de dividir um futuro governo. 

 

“Aceita que dói menos” - O ministro Ciro Nogueira mostra que já tem plano formatado para fazer frente ao que o PT apresentará na campanha. Menciona, por exemplo, que o auxílio emergencial pago pelo governo federal representou 15 anos de Bolsa Família num único ano. Quanto às vacinas, ele diz ainda que o presidente Jair Bolsonaro não tomou, mas não deixou faltar vacina para quem quis se imunizar contra a covid.

 

“Orçamento precisa sobreviver a 2022” - Pré-candidata à presidência da República, Simone Tebet (MDB), 50 anos, nasceu em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. Também advogada e professora, sua estreia política ocorreu em 2002 ao ser eleita deputada estadual pelo MDB, legenda na qual permanece. Foi eleita senadora em 2014 e, em 2019, se tornou a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, posto que exerceu até o fim de 2020. A atuação da senadora na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 em setembro de 2021 a destacou a nível nacional. Em entrevista ao Correio, a agora postulante ao Palácio do Planalto comenta o cenário econômico do país e defende que o “Orçamento precisa sobreviver a 2022”, diante do descontrole do presidente Jair Bolsonaro. Ela aponta que, visando a reeleição, o chefe do Executivo tem recorrido a medidas eleitoreiras e aproveita para criticar a gestão atual: “Não há governo pior do que este que aí está”. Tebet também avalia as chances de uma federação para fortalecer a terceira via e comenta seus próximos passos na pré-campanha.

 

Teste da desinformação - Em meio à pressão para barrar a circulação de notícias falsas, plataformas de redes sociais disponibilizaram ferramentas que permitem aos usuários denunciar as publicações, mas a demora na reação tem permitido que as mensagens sigam no ar, sem avisos sobre o teor enganoso — e ganhando impulso mesmo depois das comunicações. O GLOBO testou os mecanismos criados por Facebook, Instagram e Twitter em 20 postagens com desinformação sobre saúde e política, entre 26 de janeiro e 3 de fevereiro. As redes agiram até as 18h de sexta-feira com rótulos de mensagem enganosa ou remoção de conteúdo em apenas quatro casos — em um deles, após a identificação de que se tratava de uma reportagem.

 

Os outros 16 posts seguem no ar, sem qualquer alerta. Nesse grupo, sete receberam links para sites de instituições ligadas aos temas citados, como o Ministério da Saúde e a Justiça Eleitoral, e textos reforçando a segurança de vacinas, mas sem afirmar que são conteúdos desinformativos. Entre as publicações que permanecem online, sem selos de mensagem enganosa, estão conteúdos dos deputados federais Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP) e Filipe Barros (PSL-PR) e do ex-senador Magno Malta. Na maioria das postagens, são lançadas dúvidas sobre a eficácia de vacinas contra o coronavírus — há também associações falsas entre a aplicação do imunizante, mortes e efeitos colaterais — e são feitos ataques às urnas eletrônicas.

 

‘Bolsonaro facilitou a vida das milícias digitais’ - Ao longo de um ano e nove meses à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso teve de conviver com ataques do presidente Jair Bolsonaro à confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e com insinuações, menos ou mais explícitas, de que poderia não respeitar uma derrota nas urnas. Para o ministro, as investidas do titular do Planalto contra as urnas eletrônicas revelam “limitações cognitivas e baixa civilidade”, enquanto favorecem a atuação de milícias digitais — uma relação investigada pela Polícia Federal. O ministro afirma que Bolsonaro facilitou a vida desses grupos ao divulgar dados sigilosos do inquérito que apurava um ataque hacker à Corte. Antes de passar o bastão ao seu colega Edson Fachin no próximo dia 22, Barroso avalia que a suspensão do aplicativo de mensagens Telegram é uma medida viável durante as eleições deste ano. A plataforma, criada por russos e com sede em Dubai, tem ignorado as tentativas de notificação feitas pelo TSE para cooperar no combate à desinformação. Ao GLOBO, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) afirma que “o Brasil não é casa da sogra para ter aplicativos que façam apologia ao nazismo, ao terrorismo, que vendam armas ou que sejam sede de ataques à democracia”.

 

Alcolumbre turbina o uso do orçamento secreto - De mão em mão, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) entregava as chaves de 20 caminhões coletores de lixo a prefeitos de municípios do Amapá, na última quinta-feira. Em clima de festa e pré-campanha, posava para fotos e prometia um “novo rumo” para o estado. Uma faixa estendida na tenda onde ocorria a cerimônia trazia, em letras garrafais, o nome do parlamentar ao lado do slogan da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf): “É emenda do Alcolumbre”. A cena foi postada pelo senador numa rede social. Em busca de um novo mandato, ele intensificou a agenda no estado e tem usado um instrumento poderoso para estreitar ainda mais a relação com os políticos locais: o orçamento secreto. Na rodada mais recente de benesses, Alcolumbre anunciou R$ 68 milhões para 12 prefeitos aliados. Do montante, R$ 8 milhões se materializaram nos 20 veículos já entregues, enquanto R$ 60 milhões estão reservados para a reforma de uma rodovia. A verba para a compra de equipamentos e obras diversas é apadrinhada pelo parlamentar e destinada aos municípios por um aliado dele, Hilton Rogério Maia Cardoso, superintendente no Amapá da Codevasf — a unidade local foi inaugurada há dez dias. O projeto de lei que permitiu a ampliação da área de atuação do órgão público até o Amapá foi apresentado por Alcolumbre. Em setembro de 2020, o texto foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro. Alcolumbre tentará um novo mandato de oito anos enquanto lida com o desgaste de ter protelado, no ano passado, a sabatina de André Mendonça, indicado por Bolsonaro e posteriormente aprovado pelo Senado para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Bolsonaro põe no forno novo programa de crédito - Com alto índice de rejeição nas pesquisas de intenção de voto para presidente e temeroso de uma ascensão da terceira via na disputa eleitoral, Jair Bolsonaro (PL) prepara um programa para agradar parcela importante do eleitorado na esteira de ações como o reajuste para professores da rede pública e a renegociação das dívidas estudantis (Fies). Agora, está no forno do Ministério da Casa Civil um novo programa de crédito para microempreendedores via bancos públicos. A ideia inicial discutida no Palácio do Planalto é de viabilizar empréstimos de até R$ 3 mil para este grupo. A previsão do governo é lançar o programa no mês de março sob a tutela do ministro Ciro Nogueira (Progressistas-PI). O programa se assemelha a uma medida provisória editada pelo governo no segundo semestre de 2020 que emprestou mais de R$ 100 bilhões para pequenos e microempresários, tendo o governo como garantidor. O deputado federal Efraim Filho (DEM-PB), relator da MP de 2020, acredita que o modelo do fundo garantidor pode ser replicado para socorrer o setor que ainda sofre os efeitos da pandemia. Segundo o Sebrae, há hoje 20 milhões de micro e pequenas empresas no Brasil. Na toada deste pacote de “bondades eleitorais”, o Palácio do Planalto ainda articula formas de tentar aprovar a correção da tabela do Imposto de Renda no Congresso. Entre deputados e senadores, porém, o cenário é de descrença em relação ao avanço do projeto neste momento.