Resoluções para um ano de eleição plebiscitária

Passe a viver mais perto daquilo que deseja para o país e o mundo. Integre uma gigantesca rede capaz de mudar os rumos políticos da nação. Reúna-se àqueles que conseguirão expulsar do poder quem explora os trabalhadores em benefício próprio ou de nações que visam a subserviência e a miséria da imensa maioria dos brasileiros.

Resoluções para um ano de eleição plebiscitária


Por Gilberto de Souza – do Rio de Janeiro


A todos que ocupam algum tempo da vida em busca de justiça social, de uma sociedade mais fraterna; na luta contra a violência, no dia a dia da lide política, seja engajado em um partido político, ou não, suas mínimas atitudes definem os rumos que tomará esta nação hoje, agora, na semana que vem; em outubro, quando haverá eleições municipais que, na realidade, tornaram-se um grande plebiscito sobre o país que queremos. Sua forma de agir, de pensar, de se relacionar com o próximo — aquele que está ao seu lado no ônibus, no metrô, no café —, será decisiva para ditar que país será esse no dia seguinte, depois de amanhã.

Os objetivos são perenes, atrasados apenas por inimigos dos trabalhadores. Ainda que minoria, detêm o poder das armas e do dinheiro, mas não da soberania popular.
Os objetivos são perenes, atrasados apenas por inimigos dos trabalhadores. Ainda que minoria, detêm o poder das armas e do dinheiro, mas não da soberania popular.


Você, que admira tanto a obra de Darcy Ribeiro e os Centros Integrados de Escola Pública (Cieps), a educação pública e de qualidade para todos os brasileiros e o gênio de Paulo Freire; as Ligas Camponesas de Francisco Julião, com a ideia da independência alimentar e o extermínio da fome, no Brasil e no mundo; a reforma urbana, com a garantia de um teto para cada família nas cidades e a definição de rumos para o crescimento do país, com a geração plena de trabalho e renda à população economicamente ativa; sim, você mesmo, que defende o Sistema Único de Saúde (SUS) com unhas e dentes; que acredita no poder da Cultura para uma sociedade mais humanizada e sem qualquer fobia. Essas resoluções são dirigidas a você.

Não perca tempo com pequenos embates, nem caia na tentação de ridicularizar essa antítese dos seus sonhos que, hoje, ocupa o poder real, de fato; que está armado até os dentes e detém a fidelidade dos quartéis, das delegacias de polícia, dos batalhões das forças de repressão; a maior parte do Congresso e, de quebra, quase um terço da população que os apóia, incondicionalmente. A falta de foco no que é necessário para uma verdadeira mudança na face do país apenas fortalece aqueles que, ao longo da História, sempre estiveram ao lado de quem explora a ignorância em benefício próprio e das nações que lucram com a miséria e a servidão da sua força de trabalho.

Direitos
Apesar de todo o armamento disponível e o aparato legal que se antepõem à conquista daqueles ideais, é possível realizar uma reforma tão profunda no âmago desta Nação que os heróis populares das grandes revoluções, seja lá de onde estiverem, erguerão brindes e salvas de palmas ao povo brasileiro que, sem disparar um único tiro, fará daqui a sonhada utopia de uma terra abençoada por seus habitantes. Não imaginem que se trate de um plano para daqui algumas décadas, séculos, milênios. O prazo é curto. A primeira etapa será cumprida no momento em que sua prática for alterada. Que a rotina do dia a dia seja um imenso estandarte de seus ideais.

Assim sendo, passe a ceder o lugar no transporte público, em qualquer canto, a alguém que precise dele mais do que você. Trate a todos, animais e gente, como você gostaria que lhe tratassem. Não oprima quem quer que seja e, sempre que souber de alguém sendo oprimido, denuncie nas suas redes sociais, entre os amigos, em casa, na escola, no trabalho. Não se cale, jamais. Seja gentil com as pessoas mas, de forma alguma, subserviente. Sem ter medo ou abaixar a cabeça, embora sem demonstrar soberba ou ira. Saiba que seus direitos serão sempre conquistados, nunca concedidos. E leia. Leia muito. Procure nos livros os sentimentos que lhe farão um ser humano mais completo.



Mude seus hábitos de compra. Prefira aqueles produtos cultivados ou fabricados por cooperativas de trabalhadores, e não as grandes marcas. Não se envergonhe de usar uma roupa, um sapato, até o fim. O que tiver sobrando, abra mão. Tenha apenas o necessário. Pratique o consumo consciente. Economize água, luz, transporte. Caminhe mais. Respire bem e tenha alguma paciência; não muita, apenas o suficiente para chegar íntegro ao final da jornada e não se estressar em demasia.

Seja rápido
Beba bastante líquido. Cuide de sua saúde. Cuide da saúde do planeta. Assine um jornal independente e abra mão dos meios de comunicação corporativos. Tenha um bom celular; não o mais caro, apenas o bastante para se comunicar com o mundo. Desligue a TV ou use-a para assistir filmes, apenas. Não confie em uma palavra sequer do que dizem no telejornal, sites e blogs de figuras badaladas nas redes sociais.

Feito isso, concentre-se em fazer parte de uma rede imensa, mas voltada para o objetivo maior de construir uma gigantesca ferramenta de integração com todos aqueles que pensam, desejam e agem para retomar os destinos do Brasil, livre do fascismo, dos arroubos ditatoriais, da ignorância e das trevas que teimam em atrasar a chegada de um tempo de plenitude para todos os brasileiros.