Os dados enganosos sobre o mercado de trabalho,

Os desocupados ou fora da força de trabalho cresceram 7,7 milhões, uma alta de 11,6%

Os dados enganosos sobre o mercado de trabalho,

Os dados enganosos sobre o mercado de trabalho,

por Luis Nassif

Os desocupados ou fora da força de trabalho cresceram 7,7 milhões, uma alta de 11,6%

Luis Nassif[email protected]

Os últimos dados de emprego da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio Mensal (PNADM), do IBGE, trazem um alívio enganador.

No trimestre maio-julho de 2022, em relação ao trimestre fevereiro-abril, a População Economia Ativa cresceu 0,2%, ou 391 mil pessoas. Já a Força de Trabalho ocupada aumentou 2,154 milhões de pessoas, crescendo 2,2%.

Com isso, o número de pessoas desocupadas ou fora da força de trabalho diminuiu 1,762 milhões, ou 2,3%.

Quando se compara com períodos maiores – por exemplo maio-julho de 2014 – o quadro muda

A População Economicamente Ativa (ou seja, pessoas em idade de trabalhar) cresceu 14,4 milhões. Mas a Força de Trabalho cresceu apenas 9,6 milhões de pessoas, enquanto a força de trabalho ocupada cresceu apenas 6,6 milhões. A diferença em relação ao crescimento da PEA ou da Força de Trabalho corresponde aos postos de trabalho que faltaram para atender o crescimento da população.

Os desocupados ou fora da força de trabalho cresceram 7,7 milhões, uma alta de 11,6%, contra apenas 7,2% de crescimento da força de trabalho ocupada.

É curiosa a análise sobre a estrutura de emprego nesse período. Houve um crescimento de 6,6 milhões dos postos de trabalho. Mas a indústria perdeu 829 mil postos de trabalho; e a agricultura outros 863 mil postos. O crescimento ocorreu na administração pública (mais 2,5 milhões de empregos) e empregos de baixa valor, como alojamento e alimentação (mais 1,3 milhão), transporte, armazenagem e correio (mais 908 mil) e, obviamente, setor financeiro (mais 1 milhão).

Do mesmo modo, os rendimentos do trabalho sofreram queda em todos os setores, com a única exceção da Agricultura.

Já o número de desalentados na força de trabalho reduziu um pouco, mas de forma insignificante.

 

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