Matias Spektor sobre documento indicando que governo brasileiro autorizou execuções na ditadura: 'É o primeiro de uma série'
“Ele é muito perturbador. É um documento onde a gente vê a cúpula do regime militar tomando decisões sobre a vida e morte das pessoas no Palácio do Planalto”, afirmou Spektor.“
Matias Spektor sobre documento indicando que governo brasileiro autorizou execuções na ditadura: 'É o primeiro de uma série'
A descoberta de um memorando da CIA revelou provas de que o governo brasileiro sabia e apoiava as execuções que aconteceram durante a ditadura militar. Responsável por divulgar os documentos secretos do governo americano, Matias Spektor contou ao Conversa com Bial que encontrou o memorando por acaso, durante uma troca de e-mails com um colega, e garantiu:
“Esse documento é o primeiro de uma série que virão à tona a respeito desse tema. Não tenho a menor dúvida”, afirma o professor de relações internacionais.
Matias Spektor comenta descoberta de documentos da CIA sobre ditadura no Brasil
Documento perturbador
“Ele é muito perturbador. É um documento onde a gente vê a cúpula do regime militar tomando decisões sobre a vida e morte das pessoas no Palácio do Planalto”, afirmou Spektor.“A gente tinha alguma ideia de que isso ocorria. O que a gente não tinha era um documento que trouxesse à tona os detalhes do processo decisório, que capturasse as palavras que os indivíduos usassem, que nos levassem a intimidade do poder nesse nível”.
O cineasta Belisário Franca e ex-combatente do Exército Raimundo Pereira de Melo participaram do 'Conversa' — Foto: TV Globo
Durante o programa desta terça-feira, 15/5, Pedro Bial recebeu também recebeu o cineasta Belisário Franca, diretor de filme "Soldados do Araguaia"; Raimundo Pereira de Melo, ex-combatente do Exército; o historiador Hugo Studart para abordar um episódio obscuro da história brasileira: a Guerrilha do Araguaia.
"Um dos episódios mais brutais da história do Brasil, ficou coberta por um manto de silêncio pelos dois lados envolvidos no conflito. O Partido Comunista e as Forças Armadas sempre preferiram fingir que aquilo não aconteceu. Agora, um documentário recém lançado rompe 40 anos de silêncio de sobreviventes do horror. Jovem camponeses, recrutados como reservistas, contam a história que lhes eram proibido lembrar", afirmou Bial.