Manchetes dos jornais de domingo 13 de agosto de 2023

Manchetes dos jornais de domingo 13 de agosto de 2023

Edição de Chico Bruno 

 

Manchetes dos jornais de domingo 13 de agosto de 2023

 

Valor Econômico – Não circula hoje

 

FOLHA DE S.PAULO – Avião e dinheiro viram digitais de Bolsonaro en investigações

 

O GLOBO – Rede enxuta de 5G frustra usuários e deixa internet ultraveloz para 2025

 

O ESTADO DE S.PAULO – Petróleo cresce e é 2º produto mais exportado pelo Brasil

 

CORREIO BRAZILIENSE – Pressão para salvar Fundo Constitucional

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Digitais - A investigação sobre as joias e presentes dados por autoridades de outros países a Jair Bolsonaro (PL) aponta as digitais do ex-presidente na suspeita de desvio de bens públicos para enriquecimento pessoal. A ação deflagrada pela Polícia Federal na sexta-feira (11), batizada de Lucas 12:2, dá início à reta final das apurações que podem resultar na acusação de Bolsonaro como líder de uma organização criminosa. Embora não tenha sido alvo das diligências, como foi o general Mauro Lourena Cid, pai do ajudante de ordens Mauro Cid, Bolsonaro teve pedido de quebra de seus sigilos e deve ser ouvido em breve pela PF. Para os investigadores envolvidos desde o início dos inquéritos relatados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, dois pontos colocam o ex-presidente pela primeira vez na cena do crime de desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito no caso das milícias digitais. O primeiro é o uso da aeronave da Força Aérea Brasileira para levar as joias e presentes aos Estados Unidos. O segundo, as mensagens indicando o retorno do dinheiro oriundo de vendas, em espécie, para o bolso do ex-presidente. O segundo ponto ainda deve ser aprofundado, mas investigadores dizem não restar dúvida de como Bolsonaro participou de todo o estratagema. A apuração partiu do inquérito das milícias digitais, que tem origem na investigação dos atos antidemocráticos de 2020. Após Augusto Aras —o procurador-geral indicado por Bolsonaro— pedir em 2021 o arquivamento do caso, Moraes ordenou a abertura de outra investigação, com o material angariado na apuração anterior. Nesse cenário, a então delegada titular do caso, Denisse Ribeiro, passou a organizar na investigação sobre milícias digitais toda a apuração sobre o entorno de Bolsonaro e seus aliados, iniciada anteriormente no inquérito das fake news.

 

Rede frustra - O ritmoa de implantação da tecnologia 5G de telefonia móvel frustra usuários das principais capitais brasileiras, em bora esteja dentro do cronograma do governo. Com uma antena para cada 50 mil habitantes, muito abaixo da proporção de uma para mil da China, o serviço é intermitente mesmo em espaços curtos de deslocação, como uma rua a outra, e dificulta a experiência de acessar pelo celular um internet ultraveloz, que é sua principal promessa. A sensação, relatam donos de aparelhos habilitados, é de constantemente ficar 'fora da área de cobertura".  

 

Petróleo em alta - O aumento da produção do petróleo tem feito com que o produto ganhe cada vez mais destaque na pauta de exportação brasileira. E esse movimento não deve mudar tão cedo. Daqui em diante, o que se espera é que esse crescimento continue e seja capaz de contribuir com resultados robustos para o comércio exterior do País. Na prática, se esse cenário positivo se confirmar, o petróleo vai representar mais entradas de dólares no País e recursos para Estados produtores por meio dos royalties. No ano passado, as exportações de óleos brutos de petróleo alcançaram US$ 42,5 bilhões - um valor recorde - e representaram 12,7% de tudo o que o Brasil negociou para o exterior. Foi o segundo principal item vendido pelo País, atrás somente da soja (US$ 46,5 bilhões). Em volume, a exportação de petróleo cresceu 1,7% em 2022 na comparação com o ano anterior, para 68,7 milhões de toneladas. Em 2022, o Brasil se consolidou como o nono maior produtor de petróleo do mundo e apareceu entre os dez principais exportadores.

 

Fundo - Mesmo com a insistência do relator Cláudio Cajado (PP-BA) em incluir do FCDF no arcabouço fiscal, bancada brasiliense articula apoios na Câmara dos Deputados

[13/8 07:07] Celso Tesoureiro Ppl Sp: RESUMO DE DOMINGO, 13/08/2023 - 2ª parte

 

PF pede ao STF quebra dos sigilos de Michelle - A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), neste sábado (12), a quebra do sigilo bancário e fiscal da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Michelle foi citada nas investigações sobre um esquema de desvio de joias presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A PF já havia feito pedido semelhante referente ao próprio Bolsonaro. As investigações apontam envolvimento dele, segundo revelações feitas nesta sexta-feira (11/8) pela Operação Lucas 12:2. Michelle aparece nas investigações citada em conversas interceptadas nas quais o tenente-coronel Mauro Cid faz referências a ela. O nome da ex-primeira-dama aparece associado a uma caixa com um presente que teria "sumido", na residência da Embaixada do Brasil em Londres. A Polícia Federal também pretende intimá-la a depor sobre o surgimento de seu nome, o que pode ocorrer semana que vem. Assim como no caso de Bolsonaro, a decisão sobre as quebras dos sigilos de Michelle dependerá do ministro Alexandre de Moraes. A Polícia Federal quer, ainda, tomar o depoimento da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no caso das joias. Mensagens interceptadas pela corporação mostram que parte dos presentes dados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que teriam sido desviados do patrimônio da União, ficou em posse da esposa do ex-chefe do Executivo.

 

Mais Michelle - Na véspera da operação da Polícia Federal que apontou para um suposto esquema de venda de joias e itens de alto valor recebidos por Jair Bolsonaro (PL) durante agendas oficiais, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL) disse que tudo o que foi feito durante a trajetória política do marido foi "pela misericórdia de Deus" e não pelo poder, reforçando o discurso direcionado para o eleitorado conservador e evangélico. Michelle também sugeriu uma "segunda temporada" do clã Bolsonaro no poder. "Exaltamos o nome do nosso Deus e foi Ele que nos ajudou. Se não fosse Ele, nós não estaríamos aqui. Ele escolheu Jair Messias Bolsonaro para uma missão e Ele o capacitou, então tudo que nós fizemos foi pela misericórdia de Deus. Não foi por poder. Quem nos conhece sabe disso", disse a ex-primeira-dama durante uma entrevista ao podcast Pod Atualizar na quinta-feira, 10. "O legado de Jair Messias Bolsonaro foi ter resgatado o patriotismo, foi ter plantado uma semente no coração das crianças e isso com certeza vai frutificar. Foram resgatados os valores, o amor à nação", disse. Ela ainda afirmou que o próprio legado como primeira-dama foi o de ter dado visibilidade a pessoas "invisíveis" e trabalhar pelas "mamães atípicas". Durante a entrevista, Michelle afirmou que Deus também ama as pessoas de esquerda. "Mas olha só, essas pessoas de esquerda, Deus também ama cada um deles porque a criação de Deus", disse.

 

Bolsonaro ignora caso das joias e dá 'bom sábado a todos' - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ignorou neste sábado (12) em suas redes sociais a operação da Polícia Federal no caso das joias e publicou um vídeo, abraçado a uma criança, com a mensagem "Bom sábado a todos!". A postura de discrição, que destoa da adotada por ele e seus filhos em momentos anteriores, se dá após a PF pedir a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro na investigação sobre um esquema de desvio de joias recebidas pela Presidência da República. Na sexta (11), dia da operação da PF contra aliados do ex-presidente pela manhã, a defesa dele se manifestou apenas à noite, mais de 12 horas depois, por meio de nota de advogados. No comunicado, afirmou que Bolsonaro colocou sua movimentação bancária à disposição das autoridades e que ele "jamais apropriou -se ou desviou quaisquer bens públicos".

 

Eduardo Bolsonaro diz que Republicanos é de esquerda - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o Republicanos "é um partido de esquerda". O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a aproximação entre a legenda e o governo Lula (PT), engrossando a pressão da direita para que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) deixe a sigla. A reforma ministerial que vem sendo negociada pelo petista deve atrair o Republicanos e o PP para a base do governo federal. Em reação a isso, Tarcísio afirmou, na quarta-feira (9), que avalia deixar seu partido. Deputados da legenda afirmam que o partido não vai atuar a favor de Lula e que, portanto, o governador deveria permanecer filiado. Na leitura deles, o fato de um deputado integrar o ministério de Lula não vincula todo o Republicanos à base. A declaração de Eduardo Bolsonaro foi dada ao Diário da Região, de São José do Rio Preto (SP), onde o deputado recebeu uma homenagem da Câmara Municipal. No seu discurso, ele criticou temas que vê como bandeiras da esquerda. Já na entrevista, Eduardo afirmou que cabe aos membros do Republicanos insatisfeitos com a composição com Lula, como Tarcísio, avaliar o que fazer. "Eu avalio hoje que o Republicanos é um partido de esquerda. [...] A conduta do Republicanos hoje, pelo menos das suas lideranças, é de um partido de esquerda", afirmou Eduardo. "Isso coloca Republicanos em pé de igualdade com os partidos de esquerda, eu realmente não consigo entender."

 

Investigação pode acelerar transição no bolsonarismo - No dia 4 de março, Jair Bolsonaro (PL) disse nos EUA que estava sendo "crucificado no Brasil" por causa do recém-revelado escândalo das joias sauditas. "Nunca pratiquei ilegalidade. Veja o meu cartão corporativo pessoal. Nunca saquei, nem paguei nenhum centavo nesse cartão", afirmou o ex-presidente. A tentativa de mudar de assunto revelava o receio de Bolsonaro naquele momento. A suspeita de desviar presentes oficiais poderia corroer a blindagem de que ele desfrutava entre eleitores que aderiram à retórica anticorrupção de 2018, deram de ombros para casos como a "rachadinha" e mantiveram esse vínculo contra Lula (PT) em 2022. O ex-presidente escolheu jogar para essa plateia nas semanas seguintes. Fez pouco caso das acusações que pesavam contra ele, insinuou que era alvo de perseguição e tentou encerrar o caso à força. Ao embarcar de volta para o Brasil, no dia 29, ele sentenciou que aquilo era "assunto resolvido". "Nada foi escondido, ninguém vendeu nada", declarou. A operação da última sexta-feira (11) talvez seja o teste mais duro aplicado até aqui à surrada relação de confiança entre Bolsonaro e seu eleitorado. Primeiro porque esse grupo ficou sabendo que ele enganou os seguidores quando o assunto veio à tona, mas também porque a investigação mostrou o que há de mais próximo a uma impressão digital do ex-presidente no produto de um crime.

 

Lula repete 2003, arrasta reforma e coloca negociadores em saia-justa - "Nas conversas com os partidos aliados, [José Dirceu] deixa claro que negocia, mas que o presidente dará a palavra final. A delegação a Dirceu para conduzir os entendimentos é parte do estilo de Lula. O presidente fala pouco com os aliados. Prefere entrar só no final." O trecho é de uma reportagem da Folha de 18 de janeiro de 2004, um ano depois de o presidente Lula (PT) subir a rampa do Palácio do Planalto pela primeira vez e seis dias antes de ele realizar a sua primeira reforma ministerial. O cenário, guardadas proporções, repete-se agora. No lugar de articulador, está o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), que faz a ponte com os partidos e e por eles é cobrado por mais espaço no primeiro escalão. À época, as negociações giravam em torno da entrada do PMDB (hoje MDB) no governo e se arrastaram por meses. O acordo inicial com os peemedebistas foi fechado em maio de 2003 —o partido tinha a então maior legenda do Senado e segunda da Câmara, passando a integrar a base governista. Na época, Dirceu, então ministro-chefe da Casa Civil, afirmou que o acordo seria "consolidado" com a reforma ministerial, com indicados do PMDB passando a integrar o governo. Lula resistiu por meses até a sua gestão completar um ano, quando fez mudanças também para tentar melhorar o desempenho dos seus ministérios e acomodar aliados. Chegou a dizer que não se trocava um jogador com 10 minutos de jogo.

 

Leite aposta em ritmo diferente de Zema e Tarcísio em plano para 2026 - O pano de fundo da corrida eleitoral de 2026 evidenciou nas últimas semanas diferenças de estilo entre possíveis presidenciáveis que têm se equilibrado entre as missões de conduzirem governos de sucesso nos estados, conquistarem apoio de políticos e eleitores e dosarem a oposição a Lula (PT). Com Romeu Zema (Novo-MG) sob fogo cruzado após suas falas sugerindo enfrentamento entre as regiões do país e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) lidando com problemas no governo e negando intenção de concorrer ao Planalto, Eduardo Leite (PSDB-RS) redobrou os apelos por moderação. O discurso de centro que é a aposta do tucano para uma coalizão de centro-direita da qual pretende participar, no entanto, esbarra em questões como a força do bolsonarismo e da extrema direita após a passagem de Jair Bolsonaro (PL), hoje inelegível, pelo poder. Outro ponto fundamental para as movimentações do tucano é o fato de o PSDB, partido que ele preside, estar em frangalhos e longe de uma aglutinação em torno de seu nome para conduzir seu pretenso processo de renovação, que poderia contribuir para uma nacionalização do nome de Leite.

 

Lives de Lula fracassam - O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) montou uma estrutura com oito funcionários da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) para levar ao ar as “lives” do presidente Lula e criar uma marca na comunicação direta do petista. Apesar da contratação de nomes de peso como o ex-jornalista da Globo Marcos Uchôa e de novos comissionados (cargos sem concurso público), a iniciativa tem “flopado” – termo usado na internet como sinônimo de “fracassado”. A audiência simultânea das transmissões, realizadas às terças-feiras, fica na casa dos 6 mil. O PT e sites de apoiadores de Lula retransmitem os vídeos para ampliar o alcance. Em paralelo, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) tem apostado nos “cortes” para tentar viralizar as mensagens de Lula – também sem sucesso. Apesar do esforço governamental para ampliar a presença de Lula nas redes sociais, arena onde Bolsonaro cresceu e se consolidou, a audiência da “Conversa com o Presidente” é baixa, se comparada ao alcance do antecessor Jair Bolsonaro (PL). Os vídeos das lives de Bolsonaro, realizadas com uma estrutura menor e sem sistemas de apresentador, câmeras e microfone como os de Lula, chegaram a alcançar 2 milhões de visualizações no Facebook, principal plataforma de divulgação das transmissões que realizava nas noites de quinta-feira. Para efeito ilustrativo, a última transmissão do ex-presidente, em 30 de dezembro, soma 1,1 milhão de visualizações só no YouTube. A primeira de Lula, 185,8 mil. O entorno de Lula tem afirmado que a comparação de audiências é inadequada. Isso porque mudanças nos algoritmos das principais redes alteraram o alcance. Mesmo assim, segundo avaliações internas, os “cortes” das lives disseminados em várias plataformas estariam cumprindo o objetivo de massificar os discursos do petista.