MANCHETES DE DOMINGO

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MANCHETES DE DOMINGO

Resumo das manchetes do domingo 31 de julho de 2022 

Edição de Chico Bruno  

 

Manchetes  

 

Valor Econômico – Não circula hoje

 

O GLOBO – Brasileiro já antecipa parte do salário para pagar dívida

 

O ESTADO DE S.PAULO – Rombos de estatais custaram R$ 160 Bi à União em dez anos

 

CORREIO BRAZILIENSE – José Cruz Macedo | presidente do TJDFT: “Mentiras podem atrapalhar o processo eleitoral, mas confio no TSE”

 

FOLHA DE S.PAULO – Maioria acha ameaças graves, mas não vê golpe de Bolsonaro

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Cinto arrochado - Com orçamento apertado e inflação alta, o salário de amanhã, vira a garantia para pagar a dívida de hoje. Empresas já oferecem, mediante pagamento de taxas, a antecipação de uma parcela do salário que pode chegar até 40% em alguns casos. É a saída para resolver imprevistos ou pequenas despesas. Com 66,6 milhões de inadimplentes no país, negociar dívidas virou prioridade não só para devedores como para as empresas. Para fazer as despesas caberem no orçamento, o consumidor tem recorrido a descontos e parcelamentos, que, em alguns casos, chegam a até 60 prestações. Do lado das companhias, a figura antiga do cobrador deu lugar ao investimento em tecnologia, com fintechs e plataformas de negociação on-line, além da oferta de múltiplos canais de atendimento. 

 

Rombo - Na campanha eleitoral, a privatização deve ser, mais uma vez, um dos principais temas do debate entre os candidatos à Presidência. Levantamento atualizado até junho mostra que a União detém, direta ou indiretamente, o controle de 131 empresas e participações minoritáriass em outras 298. Entre as 46 empresas controladas diretamente, 19 são deficitárias. Em 2021, elas consumiram R$ 24,5 em recursos do Tesouro. No total em dez anos, a injeção da União para cobrir rombos em estatais atingiu quase R$ 160 bilhões, o equivalente a todo o gasto federal com saúde previsto para este ano.    

 

Confiança no TSE - Com uma sólida carreira na advocacia antes de ingressar na magistratura, o desembargador José Cruz Macedo, presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, afirma que o Brasil chega às eleições lastreado por uma série de conquistas. Ele enumera, em primeiro lugar, a Constituição Cidadã, que garante direitos sociais aos brasileiros. O segundo trunfo da democracia brasileira é, no entendimento de Cruz Macedo, o processo eletrônico de votação, alvo constante de ataques. Ex-vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral no Distrito Federal, o magistrado de 64 anos é categórico: “A urna é inteiramente segura”. Confiante na atuação do Tribunal Superior Eleitoral, ele afirma que as críticas ao sistema eletrônico provêm da disputa política. “A grande luta do nosso processo eleitoral será contra a desinformação. Nosso eleitor precisa ficar atento”, alerta.

 

Cão que ladra não morde - A campanha golpista de Jair Bolsonaro (PL) contra o sistema eleitoral e o Judiciário é vista com preocupação pela maioria dos brasileiros, que acreditam que as ameaças têm de ser levadas a sério pelas instituições. Ao mesmo tempo, o mesmo contingente não vê o presidente dando um golpe. É o que revela a mais recente pesquisa do Datafolha, realizada nas últimas quarta (27) e quinta (28), com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos. Para 56% dos entrevistados, Bolsonaro fala para valer quando ataca a segurança das urnas eletrônicas e ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), por exemplo. Já 36% acham que suas declarações não trarão consequências, e 8% não souberam avaliar. São índices semelhantes aos registrados em maio, a última oportunidade em que tal questão foi feita pelo instituto. Como seria de se esperar, a preocupação cresce entre aqueles 47% que dizem votar no principal rival de Bolsonaro no pleito presidencial de outubro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre eles, 61% veem a falação do mandatário como algo sério, enquanto 33% não o fazem. Já entre os 28% que declaram voto no presidente, nada menos que 50% consideram as ameaças algo que merece atenção, enquanto 40% as descartam. Ao mesmo tempo, o brasileiro não crê na possibilidade de um golpe. Questionados, também 56% afirmam não ver chance de isso acontecer, enquanto 37% são pessimistas e acreditam que Bolsonaro pode ir em frente com suas ameaças.

 

Conselheira da Petrobras diz que distribuição de R$ 87,8 bilhões em dividendos é ‘indefensável’ - A distribuição de dividendos recordes da Petrobras referente ao segundo trimestre, bem acima do lucro do período, recebeu voto contrário da representante dos empregados da estatal no conselho de administração, Rosangela Buzanelli. Em seu blog, Buzanelli afirma que não é contra o pagamento de dividendos, mas considerou “indefensável o volume pago”. “Uma quantia que ultrapassou em muito o lucro líquido da companhia, enquanto os níveis de investimentos previstos nos planos quinquenais da Petrobras estão nos menores patamares desde 2007, se comparados em real. Se convertermos em dólar, são os menores desde 2004″, disse a conselheira. Para Buzanelli, o mais justo e sensato seria o pagamento regular mínimo dos dividendos (25% do lucro), incrementando a reserva de lucros para ampliar significativamente os investimentos e recomprar ações da companhia. Em dez anos, o Plano Estratégico da companhia caiu de US$ 236,5 bilhões (2012-2016) para US$ 68 bilhões (2022-2026). A Petrobras anunciou na quinta-feira, 28, a distribuição de R$ 87,8 bilhões em dividendos referentes ao segundo trimestre do ano, quando lucrou R$ 54,3 bilhões. 

 

Governo reduz IPI cobrado fora da Zona de Manaus em 35% - O governo federal oficializou redução de 35% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrado sobre produtos que não são fabricados na Zona Franca de Manaus. A medida, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, foi antecipada pelo Estadão/Broadcast em 21 de julho. O texto ainda traz redução adicional do IPI incidente sobre automóveis, de 18% para 24,75%. “A elevação desse porcentual equipara a redução do imposto para o setor automotivo à concedida aos demais produtos industrializados”, afirma o Ministério da Economia, em nota. O corte de impostos deve ter efeito sobre 4 mil produtos que não são fabricados na Zona Franca de Manaus. Na região são fabricados eletrodomésticos, veículos, motocicletas, bicicletas, TVs, celulares, aparelhos de ar-condicionado, computadores, entre outros produtos. Como mostrou a reportagem, o governo optou pelo novo decreto para resolver um imbróglio jurídico e político envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF). Em fevereiro, o Executivo fez uma primeira redução de 25% no tributo, valendo para todos os produtos, com exceção de cigarros. Representantes e políticos ligados à Zona Franca de Manaus reclamaram que, como os produtos feitos no local são livres do imposto, houve perda de competitividade ao reduzir a tributação no restante do País. Em abril, o governo ampliou o corte em 10 pontos porcentuais, deixando de fora da redução adicional produtos que são feitos também na Zona Franca. Em maio, no entanto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o segundo decreto, atendendo um pedido do Solidariedade. Na ação, o partido argumentou que a redução afeta o desenvolvimento da região e a preservação ambiental. Com o novo decreto, agora publicado, o governo espera ter maior segurança jurídica para o corte do IPI. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro confirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciaria novo corte no IPI. “Guedes diz que é uma reindustrialização”, afirmou Bolsonaro ao visitar um posto de combustíveis. O Ministério da Economia afirmou que o novo decreto preserva a competitividade dos itens produzidos na Zona Franca. De acordo com a pasta, o texto apresenta um tratamento específico para preservar “praticamente toda a produção efetiva da ZFM”, levando em consideração os processos produtivos básicos. O decreto, contudo, já provocou reação na indústria manauara.

 

Lula chama Bolsonaro de ‘troglodita’ e diz que ele vai levar ‘surra’ nas urnas - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado, 30, que a população brasileira dará uma “surra” no presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais. Para o petista, a desconfiança do chefe do Executivo nas urnas eletrônicas é “medo” de perder as eleições. Segundo agregador de pesquisas do Estadão, que calcula cenário mais provável da corrida eleitoral, a vantagem de Lula sobre Bolsonaro é de 14 pontos. “Nós não vamos aceitar nenhuma provocação. A nossa vingança vai ser nas urnas no dia 2. O Bolsonaro está todo dia brigando com a Suprema Corte e com a Justiça Eleitoral dizendo que a urna eletrônica não presta. Ele já foi eleito 10 vezes pela urna eletrônica. Na verdade, ele não está com medo da urna eletrônica. Ele está com medo do povo nordestino, do povo do sul do País... que vai dar uma surra nele que ele nunca mais esquecer”, disse durante Lula durante evento do Partido do Trabalhadores no Ceará. Nesta manhã, a sigla oficializou a candidatura de Elmano Freitas ao governo do Estado e o ex-governador Camilo Santana para o Senado Federal. Durante o discurso, Lula também chamou Bolsonaro de “troglodita” ao comentar sobre o pagamento de R$600 do Auxílio Brasil, que tem data limite até dezembro. “Se ele tivesse coragem de olhar na cara de vocês como eu estou olhando... Eu queria dizer que esse troglodita se ele conhecesse o povo brasileiro ele ia saber que se cair dinheiro no bolso de vocês, peguem e comam porque se não eles vão ficar com o dinheiro”. O petista classificou a manobra do aumento do benefício como um ato de desespero para ganhar as eleições.

 

Confiança nas urnas eletrônicas avança em meio a ataques de Bolsonaro - A confiança do brasileiro no sistema de votação pelas urnas eletrônicas avançou mesmo diante das reiteradas mentiras e teorias conspiratórias repetidas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para colocar em dúvida o processo eleitoral. De acordo com pesquisa Datafolha feita entre quarta (27) e quinta-feira (28), 47% da população diz confiar muito na urna eletrônica, enquanto 32% afirmam confiar um pouco —o que gera um índice de credibilidade de 79% para o sistema, segundo o instituto. Outros 20% responderam que não confiam na urna eletrônica, e 1% não soube opinar. A nova rodada do levantamento ocorre na semana seguinte ao que tem sido considerado o mais emblemático ataque de Bolsonaro ao sistema eleitoral até aqui: a reunião com dezenas de embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada em que ele desacreditou as urnas, promoveu novas ameaças golpistas e atacou ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

 

Cerca de 1,3 milhão de armas com registro vencido - O banco de dados da Polícia Federal acumula cerca de 1,3 milhão de armas com registro vencido de cidadãos que têm posse desses artefatos. Revólveres, espingardas e pistolas são os modelos mais comuns e correspondem a 88% do arsenal irregular. Os registros apontam 703 mil revólveres, 456 mil espingardas e 213 mil pistolas com documentação vencida. Há ainda na lista rifles, carabinas, garruchas, pistoletes e escopetas, entre outros. As armas compradas por cidadãos com autorização da PF ficam listadas num banco de dados chamado Sinarm (Sistema Nacional de Armas). A grande maioria das pessoas tem apenas o registro de posse, uma vez que o porte é restrito a determinadas  categorias. Os registros têm prazo de validade de 10 anos. Os dados do Sinarm indicam até mesmo armamentos que, em tese, não poderiam ser acessados por cidadãos comuns via Polícia Federal. Há no sistema, por exemplo, 53 fuzis com registro vencido nas mãos de civis. Para especialistas, o número de armas irregulares é alto e mostra um problema grave, pois sinaliza a perda de controle da Polícia Federal sobre o paradeiro dos artefatos. Um registro pode não ser renovado por esquecimento do dono, mas também pode indicar que a arma foi furtada e desviada para o crime. Procurada, a PF não respondeu os questionamentos feitos pela Folha.

 

Bolsonaro convoca militares - O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que as Forças Armadas participarão “ao lado” de seus apoiadores dos desfiles de 7 de setembro, em Brasília, e, pela primeira vez, no Rio de Janeiro. A convocação ocorreu ontem, durante o lançamento da candidatura do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo. “Nos aproximamos do 7 de Setembro, quando iremos comemorar 200 anos de independência. Mas vamos comemorar também como um marco, para mais 200 anos de liberdade. No dia 7, estarei pela manhã em Brasília, com o povo na rua, com a tropa desfilando. À tarde, queremos, pela primeira vez, inovar no Rio de Janeiro: às 16h, as nossas Forças Armadas e as nossas irmãs Forças Auxiliares estarão desfilando na praia de Copacabana ao lado do nosso povo. Vamos mostrar que o nosso povo, mais do que querer, tem o direito e exige paz, democracia, transparência e liberdade”, exortou. No ano passado, na data da Independência, em discurso na Esplanada, Bolsonaro atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente disse, ainda, que a partir daquele momento não obedeceria decisões que partissem do ministro Alexandre de Moraes — que assume o comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 16 de agosto.

 

Conta de chegada - A semana começa com a tendência de Luciano Bivar (União Brasil) anunciar, em breve, que estará fora da disputa presidencial, bem como André Janones, do Avante. Ambos transferem parte dos votos para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não tudo. Até porque, grande parte do União tem laços com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e esse segmento tira de Bivar a condição de aprovar o apoio ao petista numa convenção do partido. Porém, para Lula, que trabalha para vencer no primeiro turno, qualquer pontinho que ajude nessa direção é lucro. Os petistas estão convictos de que uma vitória logo em 2 de outubro ampliará seu poder de negociação com o Congresso e com o Centrão. Falta combinar com o eleitor, que é quem, daqui a dois meses, decidirá a eleição. Em tempo: não é apenas Lula que calcula lucrar com as desistências de Janones e Bivar. O próprio Bolsonaro considera que, dada a raiz mais à direita tanto do DEM quanto do PSL, que resultaram no União Brasil, pode ser o candidato ele, e não Lula, a angariar mais votos com a saída de Bivar do páreo. No PDT de Ciro Gomes e no MDB de Simone Tebet também há quem vislumbre a perspectiva de faturar alguns eleitores. Portanto, no balanço das horas, embora Lula faça a sua conta de chegada, a avaliação é a de que, no 1% de Bivar e nos 3% de Janones, tem eleitores para todos os candidatos.

 

Terceira via é uma peça de ficção mal colocada', diz Rodrigo Maia - "A terceira via tornou-se uma peça de ficção mal colocada em que todos se prendem equivocadamente a esse discurso de “nem Lula nem Bolsonaro”. Há uma dificuldade de entendimento de como deveria ser construída uma alternativa. As pesquisas mostram que é quase impossível tirar o Lula do segundo turno e que a vaga a ser conquistada é a que está com Bolsonaro. Ao mesmo tempo, e por mais que pareça contraditório, o campo a se crescer e conseguir votos é o do Lula. Dos mais de 45% das intenções de voto do Lula, ele tem 30% que não deixarão de votar nele. De resto, há um eleitor histórico do PSDB que está com o PT agora apenas como antítese ao Bolsonaro. Quais são os motivos? Como se converte este voto? Certamente não é ofendendo o Lula, como o Ciro Gomes tem feito. Ele escolheu esse caminho, e isso não vai levar a lugar nenhum. Outro erro do nosso campo foi o de não entender ainda como atrair o eleitor que votou em Bolsonaro em 2018, se arrependeu e quer outra opção nessa eleição. Fazendo esses dois movimentos isolaríamos o Bolsonaro na extrema-direita e constituiríamos uma candidatura de centro-direita".

 

Tebet busca apoio do Podemos e estuda outros vices do PSDB - Candidata do MDB ao Palácio do Planalto, a senadora Simone Tebet (MS) negocia apoio do Podemos à sua chapa presidencial. Na última quinta-feira, em aceno à sigla chefiada por Renata Abreu (SP), a Executiva do MDB aprovou a coligação com PSDB e Cidadania, deixando em aberto a possibilidade de mais partidos se somarem à campanha da parlamentar. O movimento intensificou um flerte que já vinha ocorrendo. Como mostrou a colunista do GLOBO Bela Megale, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) chegou a ser cotado para a vaga de vice de Tebet caso as conversas com o PSDB não avançassem. A costura política é considerada difícil por interlocutores dos dois partidos. Nas últimas semanas, porém, o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, manteve conversas com Renata Abreu, que pede como contrapartida o apoio da legenda à candidatura do senador Alvaro Dias no Paraná. Lá, no entanto, o diretório emedebista apoia a reeleição de Ratinho Jr (PSD), que deve ter Sergio Moro (União Brasil) em sua chapa ao Senado. Além de mais um apoio, a campanha de Tebet corre contra o tempo para definir quem ocupará a vaga de vice. Por enquanto, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) desponta como preferido de dirigentes de ambos os partidos.

 

Em São Gonçalo, recorde de orçamento secreto - Um servidor da prefeitura de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, é o recordista em indicações do orçamento secreto entre aqueles que não têm mandato parlamentar. No topo da lista dos “usuários externos” — como são classificados os padrinhos de fora do Congresso —, Carlos Guilherme Pereira Junior já designou R$ 120 milhões para abastecer o Fundo Municipal de Saúde da cidade. O valor corresponde a 17% do que está previsto de verbas do Ministério da Saúde, via emendas de relator, para todo o Estado do Rio e é superior até ao indicado individualmente por alguns parlamentares: relator do Orçamento deste ano, o deputado federal Hugo Leal (PSD-RJ) apadrinhou R$ 87,6 milhões, enquanto o líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), assinou R$ 57,4 milhões. A prefeitura de São Gonçalo é comandada por Capitão Nelson (PL) e está sob influência do deputado federal Altineu Côrtes (RJ), líder do PL na Câmara e próximo ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), um dos responsáveis por nortear a divisão dos recursos. O secretário de Governo do município, Fábio Vianna de Araújo, foi assessor parlamentar de Altineu de outubro de 2020 a abril de 2021. Outra conexão do deputado com o Executivo é Douglas Ruas, ex-titular de Gestão Integrada e Projetos Especiais; hoje Ruas é pré-candidato a uma vaga na Alerj e ostenta fotos nas redes ao lado de Altineu. Pereira Junior já teve seis pedidos de emendas contemplados entre abril e junho, com valores que variam de R$ 5 milhões a R$ 32 milhões. Ao todo, a área da Saúde no município foi beneficiada com R$ 126,3 milhões do orçamento secreto em 2022, dos quais R$ 6,3 milhões (apenas 5%) aparecem claramente sob o patrocínio de parlamentares. A função “usuário externo”, criada pelo Congresso depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou mecanismos de transparência para a gestão das emendas de relator, têm sido usada por congressistas para driblar a exigência de clareza sobre os repasses.

 

Ao ser abordado no dia 19 de julho em um dos corredores da Secretaria de Saúde do município, o servidor se esquivou de dar detalhes sobre os motivos que o levaram ao topo da lista — antes da passagem por São Gonçalo, ele ocupou cargos na prefeitura de Niterói. Entre setembro de 2020 e fevereiro de 2022, foi também membro do Comitê de Governança Institucional de São Gonçalo, vinculado à pasta que foi comandada por Douglas Ruas. Ao GLOBO, Pereira Junior disse que é coordenador de Planejamento da Fundação Municipal de Saúde e atua na captação de recursos federais e estaduais. Questionado sobre os caminhos que adotou para que as demandas da prefeitura fossem atendidas, ele não respondeu: — Nossa assessoria vai te orientar — disse, apontando para a profissional que cuida das relações com a imprensa. O montante chama a atenção até mesmo quando disposto lado a lado com o orçamento secreto indicado pelos presidentes das duas Casas do Congresso: à frente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) apadrinhou R$ 134,5 milhões, enquanto o chefe do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é o responsável por R$ 93,5 milhões.

 

PSB propõe a criação de estatal para a Amazônia - O PSB, partido do vice Geraldo Alckmin, quer emplacar no programa de governo de Luiz Inácio Lula da Silva a criação de mais uma estatal: a Amazombras. A empresa, de capital misto, seria responsável por articular instituições de pesquisa, militares e universidades para o aproveitamento econômico da região. A ideia é inspirada na Embrapa, que permitiu a expansão do agronegócio no Centro-Oeste. No caso da Amazônia, a Amazombras incentivaria atividades industriais sustentáveis de fármacos, processamento de minérios e manejo de produtos da flora. A proposta prevê a capitalização da empresa estatal com investimento privado, com a venda de ações em bolsa.  O PSB vê na ideia o potencial de criar uma marca brasileira global. A comissão encarregada do plano de governo de Lula, liderada por Aloizio Mercadante, ficou de avaliar. time de TebetO documento do PSB também fala no “fim das reeleições para cargos executivos”, tema que não está na pauta do PT. Mercadante tem dito que a inclusão de ideias depende do acordo dos demais partidos da aliança.

 

O time de Tebet - A economista Elena Landau, responsável pelo plano de governo de Simone Tebet (MDB), começou a definir os especialistas que vão ajudar a detalhar as propostas em cada área. No meio ambiente, o trabalho ficará a cargo de Pedro Passos, da Natura, e Candido Bracher, do Itaú Unibanco. Já o capítulo de tributação será conduzido por Vanessa Canado, autora da proposta de reforma tributária engavetada por Paulo Guedes.