Governo suspende consignados. Fraudes podem ter atingido também empréstimos de aposentados

A ordem é bloquear imediatamente a averbação de novos descontos em folha.

Por: Pablo Carvalho

O governo federal suspendeu, na terça-feira (29), novos descontos de empréstimos consignados em benefícios do INSS. A medida foi determinada após fraudes em massa que atingiram aposentados e pensionistas.

A decisão foi assinada pelo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, e vale para todos os segurados, independentemente da data de concessão do benefício. A ordem é bloquear imediatamente a averbação de novos descontos em folha.

A medida ocorre em meio à investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União sobre desvios bilionários envolvendo descontos indevidos repassados a associações. Estima-se que a fraude tenha causado prejuízo de R$ 6,3 bilhões.

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As apurações revelaram que entidades chegaram a registrar mais de 1,5 mil filiações por hora, sem autorização dos beneficiários. O caso provocou a queda do ex-ministro Carlos Lupi e do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

A suspensão atende ainda decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou o fim imediato dos descontos em nome de associações e de empréstimos consignados enquanto durar a apuração dos fatos.

A Justiça Federal também deu prazo de 48 horas para que o governo e o INSS expliquem oficialmente os descontos indevidos. A decisão é vista como tentativa de estancar os danos financeiros aos aposentados.

O movimento do governo Lula sinaliza que as mesmas práticas fraudulentas ocorridas em associações podem ter se estendido aos empréstimos consignados oferecidos aos aposentados. A apuração está em curso.