Cuba diz ter desmontado tentativa de 'golpe' ao desarticular movimento em Havana

Autoridades desalojaram de uma casa do chamado Movimento San Isidro que, segundo governo, tentavam desestabilizar o país

Cuba diz ter desmontado tentativa de 'golpe' ao desarticular movimento em Havana
INTERVENÇÃO

Cuba diz ter desmontado tentativa de 'golpe' ao desarticular movimento em Havana

Autoridades desalojaram de uma casa do chamado Movimento San Isidro que, segundo governo, tentavam desestabilizar o país

Redação Opera Mundi


Governo cubano desarticula movimento e segura tentativa de "golpe brando" - Reprodução

O governo cubano afirma ter desmontado neste final de semana o que as autoridades do país chamaram de tentativa de “golpe brando”, desalojando de uma casa líderes do chamado Movimento San Isidro que, segundo a liderança da ilha, tentavam desestabilizar o país.

A história começa com uma “manifestação”, liderada pelo movimento, ligado às artes, que exigia do governo cubano a libertação de Denis Solís. Ele foi preso por desacato à autoridade, mas era apresentado pelo grupo como um rapper que havia sofrido censura.

Em um vídeo do começo do mês divulgado pelo portal Cubadebate, Solís aparece ofendendo e agredindo verbalmente um oficial cubano, dizendo que Donald Trump era seu presidente e pedindo a reeleição do republicano.

Segundo o Granma, membros do movimento começaram a fazer greve de fome na casa localizada no bairro de San Isidro, em Havana Velha, em um suposto protesto contra a prisão de Solís. De acordo com a imprensa cubana, eles continuavam recebendo alimentação durante a suposta greve de fome. Outras pessoas – num total de 14 – acompanhavam o movimento dentro da residência.

Na liderança do grupo, estariam Willy González, Kiki Naranjo e Jorge Luis Fernández Figueras, que, segundo a imprensa cubana, davam ordens diretamente dos Estados Unidos àqueles que se encontrava na casa. Os três estão sob a mira da Justiça cubana por crimes cometidos na ilha.

Na noite da sexta-feira (27/11), as autoridades cubanas desalojaram os manifestantes, citando o descumprimento de protocolos contra a covid-19.

Segundo Havana, o Movimento San Isidro é a origem de uma articulação de meios “a serviço dos interesses dos EUA”. “Sob o guarda-chuva da arte, do suposto vínculo de alguns deles com atividades intelectuais e artísticas, o grupo tentou de tudo: manchar a bandeira, danificar o patrimônio, burlar a lei, provocar as autoridades, violar normas e protocolos sanitários, distrair os que se aproximam, ‘fazer explodir a onda’, como escreveram alguns de seus apoiadores”.

EUA

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, chegou a tuitar durante a semana “exigindo” que o “regime cubano interrompesse o assédio ao Movimento San Isidro”. Outros oficiais norte-americanos, como Michael Kozak, subsecretário interino do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, e Mara Tekach, coordenadora do Escritório de Assuntos Cubanos do órgão, também manifestaram apoio ao movimento.

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, disse que o país não admite “ingerências”. “Aqueles que desenharam a farsa de San Isidro se equivocaram de país, se equivocaram de história e se equivocaram de forças armadas. Não admitimos ingerências, provocações nem manipulações. Nosso povo tem todo o valor e a moral para sustentar uma luta pelo coração de Cuba”, escreveu, no Twitter.

Díaz-Canel disse, também, que “nada poderá enfrentar a desafiadora resistência cubana", ao mesmo tempo em que compartilhou um texto do jornal Granma sobre uma nota do Ministério de Relações Exteriores de Cuba sobre ingerências norte-americanas.

“San Isidro, um ato de reality show imperial. O espetáculo imperial para destruir nossa identidade e nos submeter novamente. Todos esses planos serão derrotados”, frisou.

Os argumentos das autoridades se reforçaram quando um jornalista mexicano reconhecido por suas declarações contrárias a Cuba e ao socialismo, visitou os líderes do movimento. Segundo a polícia cubana, o jornalista veio dos EUA e não cumpriu com nenhum dos protocolos de segurança estabelecidos para conter a covid-19.

No domingo, uma manifestação a favor do governo tomou conta da praça Trillo, na capital cubana. Díaz-Canel apareceu de surpresa no local.

(*) Com Cubadebate, Granma e teleSUR.