Após troca na Caixa, PL das offshores entra na pauta de votações na Câmara

Após troca na Caixa, PL das offshores entra na pauta de votações na Câmara

Após troca na Caixa, PL das offshores entra na pauta de votações na Câmara

Medida prevê a tributação dos fundos exclusivos e offshores; governo conta com a arrecadação extra para tentar zerar o déficit público em 2024

Por Equipe InfoMoney-

Arthur Lira

Arthur Lira, presidente da Câmara, fala na Expert XP 2023 (Paulo Bareta)

O Projeto de Lei que prevê a taxação dos fundos de alta renda (“PL das offshores”) entrou na pauta do plenário da Câmara desta quarta-feira (25), após aval do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). A decisão foi tomada após o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciar a troca no comando da Caixa Econômica Federal.

Rita Serrano, que é funcionária de carreira do banco há mais de 30 anos e foi indicada para o cargo em dezembro, será substituída pelo economista Carlos Antônio Vieira, que é funcionário aposentado da Caixa e integrou o Ministério das Cidades no governo Dilma Rousseff (PT), quando o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) comandava a pasta.

O “PL das offshores” prevê a tributação dos fundos exclusivos no país (dos “super-ricos”) e dos fundos offshore (mantidos por brasileiros no exterior, principalmente em paraísos fiscais). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), conta com a arrecadação extra que o governo terá com a medida para tentar zerar o déficit das contas públicas em 2024.

Se o texto for aprovado nesta quarta pelos deputados, o projeto seguirá para análise do Senado.

Centrão na Caixa

O texto entrou na pauta do plenário após semanas de adiamentos, motivados por insatisfação política da Câmara com o governo. A expectativa inicial era de que o texto fosse votado no começo do mês, antes da viagem oficial de Lira ao exterior, mas os líderes partidários decidiram esperar o retorno do deputado.

Assim como no primeiro semestre, há um clima de insatisfação dos deputados com a demora do Palácio do Planalto em liberar emendas e em nomear aliados para cargos-chave na máquina pública.

A indicação para o comando da Caixa era um dos pleitos do Centrão e foi negociada diretamente por Lira. O governo resistia à troca porque a Caixa opera alguns dos programas mais importantes do Executivo, como os pagamentos do Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

O Centrão quer assumir o banco “de porteira fechada” (com liberdade para nomear e demitir quem quiser nos principais cargos). O governo, no entanto, quer manter Inês Magalhães na vice-presidência de Habitação. Há outras 11 vice-presidências na estrutura do banco.