Após contratar Temer, Google pede arquivamento de investigação sobre campanha contra PL das Fake News
Após contratar Temer, Google pede arquivamento de investigação sobre campanha contra PL das Fake News
Redação Portal IMPRENSA |
Após contratar o ex-presidente Michel Temer para atuar a seu favor no Congresso, o Google pediu esta semana ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do inquérito policial que investiga campanhas de comunicação da empresa contrárias ao PL das Fake News, que busca instituir a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet.
Em maio último, o ministro Alexandre de Moraes mandou investigar, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), por suposto abuso de poder econômico, diretores do Google e do Telegram por críticas públicas ao projeto.
Crédito: Beto Barata/Reprodução Estado de Minas
Ex-presidente Michel Temer já estaria atuando há três semanas como medidador do Google junto a parlamentares
O inquérito foi aberto após o Google exibir em sua página inicial, para todos os usuários, uma ‘mensagem de alerta’ contra o PL. A mensagem continha um texto opinativo de Marcelo Lacerda, diretor de relações governamentais e políticas públicas da empresa. Dentre outras críticas, o artigo acusava o PL das Fake News de ‘aumentar a confusão entre o que é verdade e mentira no Brasil’.
Atos criminosos
No pedido de arquivamento do inquérito protocolado anteontem, os advogados da empresa sustentam que a manifestação contribuiu para o "debate democrático de ideias, e não o contrário”, e que “não há quaisquer atos criminosos a serem investigados”.
A pressão das empresas deu resultados. Após aprovar regime de urgência ao PL das Fake News, a Câmara adiou a votação e anunciou um acordo entre deputados.
Segundo investigação da Polícia Federal, somente o Google gastou R$ 2 milhões em anúncios contra o projeto. De acordo com o inquérito em tramitação no STF, para combater o PL das Fake News, Google e Telegram usaram "toda sorte de artifícios em uma sórdida campanha de desinformação, manipulação e intimidação, aproveitando-se de sua posição hegemônica no mercado”.