Altman cobra que Itamaraty aplique ao Equador a mesma regra que aplicou à Venezuela

Altman cobra que Itamaraty aplique ao Equador a mesma regra que aplicou à Venezuela
Jornalista questiona por que governo Lula reconheceu vitória de Noboa, apesar de denúncias de fraude, mas adota outra postura diante da Venezuela
247 - O jornalista Breno Altman criticou nesta segunda-feira (14) a postura do Itamaraty diante das eleições na Venezuela, comparando-a com a reação do governo brasileiro ao pleito no Equador. Em postagem nas redes sociais, Altman destacou o reconhecimento imediato da vitória de Daniel Noboa — político de direita — por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo diante de diversas acusações de fraude eleitoral no país vizinho.
“O presidente Lula já reconheceu, em respeito à soberania equatoriana, a vitória de Daniel Noboa, de direita, apesar das muitas denúncias de fraude. Mas por que a mesma regra não valeu para a Venezuela de Maduro?”, questionou Altman em sua conta no X (antigo Twitter).
O comentário foi publicado em reação à nota oficial do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, assinada por Lula, na qual o presidente felicita o povo equatoriano e o presidente reeleito Daniel Noboa pelas eleições realizadas no domingo (13). O comunicado afirma que “o Brasil seguirá trabalhando com o Equador em defesa do multilateralismo, pela integração sul-americana e o desenvolvimento sustentável da Amazônia”.
A crítica de Altman aponta uma inconsistência na política externa brasileira, ao sugerir que o princípio de respeito à soberania — utilizado para reconhecer o resultado eleitoral no Equador — deveria ser igualmente aplicado à Venezuela.
A comparação expõe uma tensão entre coerência diplomática e as pressões internacionais que influenciam as decisões do Itamaraty. No caso equatoriano, apesar das denúncias de irregularidades, o reconhecimento da reeleição de Noboa foi célere e explícito. Já na Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro enfrenta resistência internacional e embargos econômicos, o reconhecimento das eleições costuma ser alvo de polêmica.