A curiosa correlação positiva entre os crescimentos do PIB e do pagamento de juros

A curiosa correlação positiva entre os crescimentos do PIB e do pagamento de juros
Iso Sendacz
Três em cada quatro reais equivalentes ao aumento do Produto Interno Bruto brasileiro são distribuídos em forma de juros da dívida pública!
Tal fato se assemelha com uma distribuição de lucros adicionais do país, já que os titulares dos capitais produtivos também recebem rendas das empresas que controlam, representativas de outra fatia do PIB.
Em cinco anos, o avanço nominal do PIB foi de R$ 4,3 trilhões e, no mesmo lustro, foram pagos juros pouco superiores a R$ 3,2 trilhões, conforme informações do Tesouro Nacional repercutidas na imprensa. 2024 reservou um indicador inédito nessa série: os R$ 950 bilhões despendidos à banca superaram o avanço nominal anual do PIB da ordem de R$ 800 bilhões, tão comemorado nestes dias pelo seu avanço real de 3,4%, um dos maiores do mundo.
Talvez resida aí a falta de sensibilidade doméstica da melhora da economia nacional, vez que parcela significativa do ganho serve preferencialmente à acumulação capitalista do pequeno segmento social, nem de todo brasileiro, que detém o essencial dos capitais privados no país.
O Banco Central do Brasil garante, ata após ata, que a política monetária que pratica autonomamemente ao governo fomenta o pleno emprego e faz a economia crescer, além de controlar a desvalorização do poder de compra da moeda. A carestia que afeta a mesa do trabalhador dá a impressão contrária, e a prática desde sempre foi a melhor prova da verdade.

Não é qualquer economia que consegue pagar um trilhão de juros por ano! Mas melhor seria se a força do Brasil assegurasse o bem-estar de todos e de cada um dos viventes neste país de dimensões continentais e gente criativa e laboriosa.