Formada a ‘frente ampla’ para impedir anexação da Câmara a Bolsonaro

O PSB, o PCdoB, o PDT, o PT e a Rede informaram nesta sexta-feira (18) que decidiram se somar ao bloco formado por MDB, PSDB, DEM, Cidadania, PSL e PV, liderado pelo atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na disputa com o candidato de Jair Bolsonaro, o deputado Arthur Lira (PP-AL) para o comando da Casa.

Formada a ‘frente ampla’ para impedir anexação da Câmara a Bolsonaro

Formada a ‘frente ampla’ para impedir anexação da Câmara a Bolsonaro

 Por   Publicado em 18 de dezembro de 2020

Foto: Caio Spechoto/Poder360

O PSB, PCdoB, PDT e PT informaram nesta sexta-feira (18) que decidiram se somar ao bloco formado por MDB, PSDB, DEM, Cidadania, PSL, PV e Rede para a disputa da mesa da Câmara. Só o Psol decidiu não entrar. Bolsonaro é símbolo do fascismo e do autoritarismo”, denunciou Orlando Silva

O PSB, o PCdoB, o PDT, o PT e a Rede informaram nesta sexta-feira (18) que decidiram se somar ao bloco formado por MDB, PSDB, DEM, Cidadania, PSL e PV, liderado pelo atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na disputa com o candidato de Jair Bolsonaro, o deputado Arthur Lira (PP-AL) para o comando da Casa.

O anúncio da formação do bloco de 11 partidos foi feito na Câmara por Rodrigo Maia e lideranças desses partidos. O atual presidente da Câmara ainda não anunciou o nome que representará o bloco.

“Enquanto alguns buscam corroer e lutam para fechar nossas instituições, nós aqui lutamos para valorizá-las. Enquanto uns cultivam o sonho torpe do autoritarismo, nós fazemos a vigília da liberdade. Enquanto uns se encontram nas trevas, nós celebramos a luz”, disse Maia.

“Este grupo que hoje se apresenta tem muitas diferenças, sim. Porque, diferentemente daqueles que não suportam viver no marco das leis e das instituições e que não suportam o contraditório, nós nos fortalecemos nas divergências, no respeito, na civilidade e nas regras do jogo democrático”, afirmou Maia.

“Esta não é uma eleição entre candidato A ou candidato B. Esta é a eleição entre ser livre ou subserviente; ser fiel à democracia ou ser aliado do autoritarismo; ser parceiro da ciência ou ser conivente com o negacionismo; ser fiel aos fatos ou ser devoto de fake news”, declarou o presidente da Câmara.

Mais cedo o deputado Orlando Silva (PcdoB-SP) discursou na tribuna da Câmara para anunciar a decisão do grupo de partidos de oposição. “Essa decisão é muito relevante porque a Câmara dos Deputados tem cumprido um papel muito importante na defesa da democracia”, disse Orlando.

Ele destacou que “o país vive uma crise econômica que está combinada com uma crise humanitária em função da atitude genocida do Presidente da República”. Orlando lembrou que um dia antes Bolsonaro “propagou a não vacinação com o falso argumento da defesa da liberdade”. “É nessa circunstância que a oposição decide cerrar fileiras para fazer o bom combate”, disse o deputados

“Vamos denunciar o caráter antipatriótico do governo Jair Bolsonaro. Ele é o chamado falso nacionalista, bravateiro, alardeia que defende o Brasil, mas não tem compromisso com os brasileiros, alardeia que defende o Brasil mas quer liquidar empresas estratégicas para o nosso desenvolvimento vendendo-as a preço vil. Bolsonaro é um risco para a democracia brasileira. Inúmeras vezes atacou instituições como o Parlamento, o Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro é símbolo do fascismo e do autoritarismo”, denunciou Orlando.

“Por isso, por ter convicção que a oposição tem que ter lado, e o lado e o lado deve ser o lado da democracia que nós construímos. Definimos caminhar juntos, mesmo sem definir ainda o nome do candidato a presidente deste campo. Vamos trabalhar por um nome que possa expressar a luta pela democracia e que possa impedir que o Palácio do Planalto anexe a Câmara dos Deputados”, disse o parlamentar.

Foi divulgado uma manifesto na tarde dessa sexta-feira com os princípios que nortearam a formação desta grande frente democrática para derrotar o candidato de Bolsonaro. O Psol foi o único que decidiu não participar de frente anti-Bolsonaro.

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que o PT tomou a decisão de integrar o bloco, mas que irá sugerir um nome para ser o candidato do bloco. “Temos muito respeito. Aguinaldo, Baleia Rossi, mas a oposição construirá um nome para apresentar ao bloco como alternativa”, disse. Os partidos já tinham sinalizado que poderiam apoiar um nome escolhido por Maia, mas faltava o PT definir posição.

Leia a íntegra do manifesto da frente:

Amigas e amigos,

É inegável a projeção que a Câmara dos Deputados ganhou nos últimos dois anos. E é premente entender o porquê disso. Certamente há vários motivos, mas acreditamos que existe uma razão principal.

Ganhamos relevância porque nos tornamos a fortaleza da democracia no Brasil; o território da liberdade; exemplo de respeito e empatia com milhões de cidadãos brasileiros.

Porque, enquanto alguns buscam corroer e lutam para fechar nossas instituições, nós aqui lutamos para valorizá-las. Enquanto uns cultivam o sonho torpe do autoritarismo, nós fazemos a vigília da liberdade. Enquanto uns se encontram nas trevas, nós celebramos a luz.

Este grupo que hoje se apresenta tem muitas diferenças, sim. Porque, diferente daqueles que não suportam viver no marco das leis e das instituições e que não suportam o contraditório, nós nos fortalecemos nas divergências, no respeito, na civilidade e nas regras do jogo democrático.

Para manter a chama da democracia acesa, a Câmara deve ser livre, independente e autônoma, garantindo a nossa sintonia maior, com a sociedade e com o povo brasileiro.

Esta não é uma eleição entre candidato A ou candidato B. Esta é a eleição entre ser livre ou subserviente; ser fiel à democracia ou ser aliado do autoritarismo; ser parceiro da ciência ou ser conivente com o negacionismo; ser fiel aos fatos ou ser devoto de fake news.

É por isso que hoje nos unimos!

Nos fortalecemos na diferença, no respeito às instituições e na liberdade. A Câmara vai escolher se será companheira de um projeto de poder que menospreza as instituições e que, por inúmeras vezes, sugeriu o fechamento desta Casa, ou se será livre para defender e aprofundar a nossa democracia, preservando nosso compromisso com o desenvolvimento do país.

Certamente, Ulysses Guimarães estaria deste lado aqui e talvez repetiria em alto e bom som: eu tenho ódio e nojo das ditaduras.

Somos a União da democracia e da Liberdade!

Assinam o manifesto:

MDB

PSDB

DEM

PSB

PDT

PT

PCdoB

Rede

PSL

Cidadania

PV