Um dos donos da Americanas transfere R$ 29,5 bi para filho. É a meritocracia fazendo mais um bilionário

Um dos donos da Americanas transfere R$ 29,5 bi para filho. É a meritocracia fazendo mais um bilionário
E O ROMBO DAS AMERICANAS?

Um dos donos da Americanas transfere R$ 29,5 bi para filho. É a meritocracia fazendo mais um bilionário

Marcel Telles, um dos sócios da Americanas, passou uma parte de sua fortuna para filho, enquanto ainda não estão definidas as responsabilidades pelo rombo de quase R$ 50 bilhões das Americanas

Créditos: Foto: Divulgação | Reuters

Antonio Mello

 

Marcel Telles é o terceiro brasileiro mais rico do mundo, atrás apenas de Vicky Safra e Jorge Paulo Lemann. 

Telles é uma das peças do triunvirato do rombo de R$ 47 bilhões das Americanas — os outros são Jorge Paulo Lemann e Carlos Alberto Sicupira.

Perto do Natal, Marcel Telles doou sua participação na cervejaria AB InBev para o seu filho mais novo, Max Telles. É a meritocracia fazendo mais um bilionário no Brasil.

 

— E para as Americanas?
— Nada.
— E para o filhinho?
— A maior cervejaria do mundo!

 

E viva a meritocracia que eles tanto defendem. A "gestão profissional", que não permite que nenhum filho dos três bilionários trabalhe em suas empresas. Só podem ser donos.

Além do mais, é preciso pensar que, caso a Justiça faça corretamente sua parte, o trio de bilionários terá que comparecer com alguns bilhões para ressarcirem o imenso rombo das Americanas. Não seria o caso de barrar qualquer transação bilionária dessas do trio, até que o caso esteja resolvido na Justiça? Afinal, de doação em doação para filhos e outros, ao final o trio pode argumentar que está tão duro quanto eu (Ok, aí já é exagero...).

É bom lembrar que a fraude dos bilionários daria para pagar um salário mínimo por mês a 100 mil brasileiros por 30 anos

 

E os R$ 47 bilhões do rombo das Americanas?
 

 

Este é o verdadeiro tamanho do rombo das Americanas. Que na verdade não é "das Americanas" é o rombo (roubo?) "dos bilionários donos das Americanas". 

Pelo menos da última vez em que foi noticiado. Porque aos poucos a sujeira vai sendo jogada para baixo do tapete e a notícia vai sumindo da mídia, até desaparecer por completo e ficar tudo por isso mesmo. 

Menos para os trabalhadores, que estão sendo demitidos desde o primeiro dia em que a fraude bilionária foi descoberta. Aliás, descoberta ela já havia sido. Pelos bilionários. Nós é que só ficamos sabendo depois que ela foi revelada, pois o rabo estava maior do que o gato e não dava mais para esconder.

Mas a gente fala em R$47 bilhões, sabe que é muuuuito dinheiro, mas só tem a dimensão real do tamanho que este valor significa, quando ele pode ser comparado com unidades que a gente compreenda. Caso contrário é só uma montanha de dinheiro.

Muita gente já viu a comparação entre milhão e bilhão relacionada a segundos. 1 milhão de segundos equivalem a uma semana, 4 dias e uns quebrados. Agora, 1 bilhão de segundos são 32 anos. De uma semana e meia para 32 anos. Essa é a diferença entre milhão e bilhão.

Os R$ 47 bilhões desviados pelos bilionários na fraude das Americanas dariam para pagar um salário mínimo mensalmente a 100 mil brasileiros durante 30 anos.

 

100.000 (número de trabalhadores) x 1320 (salário mínimo atual) x 360 (número de meses de 30 anos) = 47 bilhões e 520 milhões de reais.

 

E, se a gente não ficar lembrando, vai cair no esquecimento e na impunidade.