Resumo dos jornais de domingo dia 19/12/2021 

Leia as notícias de domingo dos maiores jornais brasileiros.

Resumo dos jornais de domingo dia 19/12/2021 

Resumo dos jornais de domingo dia 19/12/2021 

Edição de Chico Bruno 

Manchetes 

Valor Econômico – Só circula nos dias úteis

CORREIO BRAZILIENSE – Ministério antecipa terceira dose, mas adia vacina para crianças

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que o tempo para a aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 cairá de cinco para quatro meses, como forma de reforçar a proteção da população diante da disseminação da variante ômicron. Portaria nesse sentido será divulgada amanhã. O Governo do Distrito Federal destacou que seguirá as novas determinações. Queiroga, porém, resiste em não acatar as orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autorizou a imunização de crianças de 5 a 11 anos. Segundo o ministro, será feita uma audiência pública sobre o tema e, só então, será tomada uma decisão. "Como gestor, estou mais preocupado com a terceira dose, do que com a vacinação de crianças", disse.

O GLOBO – Orçamento secreto beneficiou quase metade do Congresso

Um cruzamento inédito de dados realizado pelo GLOBO a partir da planilha do Ministério do Desenvolvimento Regional, acesso a registros de agências públicas e pesquisa nas redes sociais revelou que pelo menos 290 dos 594 deputados e senadores foram beneficiados pelo orçamento secreto em 2020 e 2021. As informações reforçam o caráter de moeda de troca das emendas do relator: nos cinco estados mais contemplados, os parlamentares campeões dos fundos são aliados do governo Bolsonaro. Cinco partidos não receberam recursos, todos de oposição.

O ESTADO DE S.PAULO – Sonho de uma vida melhor leva a classe média para o exterior 

O sonho de uma vida mais próspera no exterior – e fugir do Brasil, marcado por crise econômica, violência urbana e fases de descontrole da pandemia – atrai cada vez mais gente. Não são apenas trabalhadores menos qualificados ou cérebros em empregos de ponta. São pessoas de classe média, escolarizadas, que cruzam a fronteira em busca de oportunidades, informam Pablo Pereira e Roberta Jansen. “Nossa vida toda precisou caber em três caixas e três malas”, disse a jornalista Fernanda Portugal, que embarcou para o Canadá com o marido e o filho adolescente. Entre 2018 e 2020, o número de brasileiros no exterior subiu de 3,6 milhões para 4,2 milhões. Em uma década, a alta foi de 36%.

FOLHA DE S.PAULO – Alckmin, Haddad e França lideram disputa por SP

A mais recente pesquisa do Datafolha sobre a eleição para a sucessão de João Doria (PSDB) no governo paulista explicita o peso da articulação em curso para atrair o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) para a vaga de vice na chapa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os três envolvidos na negociação com interesses locais lideram a corrida para o Palácio dos Bandeirantes: em três cenários diferentes, pontuam à frente Alckmin, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB). Na hipótese A, Alckmin lidera com 28%. Na B, sem Alckmin, Haddad fica com 28%. Na C, sem o ex-governador que deixou o PSDB semana passada e o ex-prefeito, é França quem tem 28%. Foram ouvidos 2.034 eleitores do dia 13 a 16. A margem de erro é de dois pontos. Consideram o governo Doria ruim ou péssimo 38% dos entrevistados, mesmo patamar de setembro. O índice dos que o avaliam ótimo ou bom permaneceu em 24%.

Destaques de primeiras páginas e do editor  

Infraestrutura enviou 79 suspeitas de irregularidades à PF - O Ministério da Infraestrutura recebeu 228 denúncias de fraudes, casos de corrupção, enriquecimento ilícito de servidores e outras irregularidades no ano de 2021. Os números são do Radar Anticorrupção, programa voltado a promover controles internos na pasta e em suas unidades vinculadas, como o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte). Do total de casos informados à equipe responsável pelo monitoramento, 79 foram encaminhados à Polícia Federal, outros 96 seguiram para o Ministério Público e 22 para a Controladoria-Geral da União. Das suspeitas enviadas à PF, duas deram origem a operações no órgão. Em janeiro, a operação Gravame fez busca contra um servidor suspeito de corrupção, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Em outubro, uma denúncia deu origem à deflagração da Freeware, que mirou fraudes em contratos de cerca de R$ 17 milhões da Companhia Docas do Rio de Janeiro. Além das denúncias, o Radar Anticorrupção da pasta também realizou 506 análises de integridade para nomeações a cargos em comissão ou funções de confiança na pasta.

Fiasco brasileiro - A Itapemirim Transporte Aéreos, que anunciou na noite desta sexta-feira (17) a suspensão temporária de todas as operações, vinha acumulando problemas nos seus seis meses de atividade. A suspensão dos voos pouco antes do Natal provocou revolta em clientes, que se disseram abandonados. A empresa, que começou a operar em junho deste ano, convivia com atrasos de salários e benefícios de funcionários, suspensão do plano de saúde dos trabalhadores, dívidas com fornecedores, descumprimento de horários, cancelamentos de voos, atendimento criticado por clientes e envio de dados errados sobre número de passageiros para a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Procurada pela reportagem antes de anunciar a suspensão das operações, a empresa disse que estava resolvendo as questões. O plano de saúde de funcionários foi suspenso desde o começo de dezembro, e a empresa se tornou alvo de ação movida pelo SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas).Os salários dos empregados e benefícios como vale-refeição e transporte também vinham atrasando com frequência. Em dezembro, a empresa parcelou o pagamento dos trabalhadores em duas vezes. Havia queixas, também, de que verbas rescisórias não estavam sendo pagas aos demitidos. 

Ronaldo Fenômeno compra do Cruzeiro por R$ 400 milhões - O Cruzeiro será comprado por Ronaldo Nazário. O negócio, que segundo o clube prevê investimento no valor de R$ 400 milhões, foi anunciado na tarde deste sábado (18) durante uma transmissão online com a presença do ex-jogador. Ronaldo estava junto do presidente do clube mineiro, Sérgio Santos Rodrigues, que confirmou a negociação. "Quero dizer que tenho muito a retribuir", afirmou Ronaldo, 45. Bem antes de virar o Fenômeno, ele iniciou a carreira como jogador profissional na equipe de Minas Gerais, de 1993 a 1994, antes de se transferir para o PSV, da Holanda —foram 58 jogos e 56 gols pelo clube mineiro. "O clube revelou o Ronaldo para o mundo, agora o Ronaldo está abrindo as portas do mundo para esse clube de novo", disse Sérgio Rodrigues. Atualmente, o ex-atacante também é dono do Valladolid, da Segunda Divisão espanhola. Em 2018, o brasileiro comprou 51% das ações do time por meio da Tara Sports (hoje possui 73%). O modelo de clube-empresa foi criado a partir de um projeto de lei de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em agosto. Esse é o primeiro grande negócio fechado nesse novo modelo, que incentiva a adoção do formato empresarial pelos clubes brasileiros. 

Ministro diz que decisão só será anunciada em 5 de janeiro - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou ontem que o intervalo para a aplicação da dose de reforço da vacina contra o coronavírus será reduzido de cinco para quatro meses em todo o País a partir desta segunda-feira, dia 20. Por outro lado, a pasta postergou para 5 de janeiro a decisão sobre a vacinação de crianças na faixa dos 5 aos 11 anos contra a covid-19. “A vacinação em crianças, no âmbito de uma política pública, requer uma análise mais aprofundada. Não vamos nos precipitar”, disse o ministro, em vídeo publicado nas suas redes sociais. “Este tema precisa ser discutido com a comunidade científica e com toda a sociedade.” Queiroga afirmou que o prazo até o início do próximo ano é necessário para que a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) analise o uso do imunizante em crianças. Ele também informou que a pasta vai abrir uma consulta pública sobre o assunto antes de divulgar a decisão. O ministro voltou a falar que a decisão tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que na quinta-feira aprovou a imunização de crianças dos 5 aos 11 anos, precisa ser verificada “nas suas minúcias”. “Nós vamos fazer um procedimento administrativo para avaliar a decisão em todos os seus aspectos.” Mesmo com aval da Anvisa, cabe ao governo federal fazer a compra das vacinas pediátricas e decidir sobre sua inclusão no Programa Nacional de Imunização (PNI). A vacinação de crianças encontra respaldo nas evidências apresentadas pela Pfizer, que passaram por escrutínio de agências reguladoras internacionais.

Norte do Chile será decisivo na escolha de novo presidente - O segundo turno da eleição presidencial no Chile, hoje, deve ser decidido pelo norte do país, onde o ganhador não foi nem o candidato Gabriel Boric, da esquerda, nem José Antonio Kast, da direita radical, informa a enviada especial Thaís Ferraz. Os dois candidatos dedicaram atenção especial a essa região. O norte do Chile vai ser decisivo na eleição presidencial do país, hoje. No primeiro turno, somados os votos de todos os Estados dessa região, nem o candidato Gabriel Boric, da esquerda, nem José Antonio Kast, da direita radical, ganharam. O vencedor foi Franco Parisi, candidato de centro-direita que terminou em terceiro lugar. Agora, seus eleitores podem garantir o resultado no segundo turno da votação mais disputada da história recente chilena. As pesquisas mais recentes indicam que a vantagem de Gabriel Boric sobre Kast tem caído. A última, publicada em dezembro pela Plaza Publica Candem, mostrava que Boric tem 39% das intenções de voto, ante 36% de Kast. A diferença chegou a ser de 9 pontos. De acordo com o levantamento, 38% dos eleitores de Parisi votariam em Boric no segundo turno, e 23% votariam em Kast.

Moro delega articulação política a presidente do Podemos - Filiado ao Podemos há pouco mais de um mês, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro já experimenta obstáculos na articulação para consolidar uma candidatura à Presidência em 2022. Além do ambiente hostil de parte do mundo político por causa de sua atuação como juiz da Operação Lava Jato, Moro ainda enfrenta resistência de setores do próprio partido. A tarefa de costurar eventuais alianças e apoios foi delegada à presidente da legenda, a deputada federal Renata Abreu (SP). Chamada de “chefe” por Moro, a parlamentar carrega a procuração do pré-candidato para conversas partidárias que envolvem o varejo político regional. A agenda de Moro ficou concentrada em reuniões com apoiadores, entrevistas à imprensa e eventos para a divulgação de seu livro, cujo acesso chega a custar R$ 90. Na última semana, Moro esteve nos Estados Unidos para trazer sua mulher, Rosângela, e seus dois filhos de volta ao Brasil definitivamente. Enquanto isso, Renata comandou a reunião considerada até agora a mais importante para uma futura candidatura do ex-juiz. Ela esteve com o presidente do PSL, Luciano Bivar, e o deputado federal Junior Bozzella (PSL-SP). Ambos costuram a fusão entre o PSL e o DEM que resultará no União Brasil. As siglas representam, juntas, a maior bancada do Congresso.

‘Falta de apetite’ eleitoral de Pacheco gera dúvidas na ‘3ª via’ - Parlamentares da “terceira via” têm se questionado quanto ao apetite de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para disputar o Palácio do Planalto. A título de comparação, enquanto Simone Tebet (MDB-MS) tomou assento na mesa demonstrando estar com fome, o presidente do Senado dá a entender que respeita severa dieta neste final de ano. Arranhado pela celeuma do orçamento secreto e engolido pelas tratativas da PEC dos Precatórios, Pacheco nem de longe lembra o firme presidente do Senado que marcou posição em defesa das instituições na crise do Sete de Setembro. A postura do senador faz fervilhar os bastidores: cada vez mais forte, o PSD é cobiçado por Lula, Sérgio Moro e João Doria. Se o embate entre os dois na discussão da PEC dos Precatórios, em que o senador subiu o tom ao ser acusado por Tebet de descumprir acordo de lideranças, tiver sido uma prévia para os debates eleitorais do ano que vem, Pacheco terá de treinar a paciência: nesse tipo de ambiente, quem apela perde a razão. 

Pressa para sair, calma para entrar - O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), quer deixar logo a legenda que agora abriga Jair Bolsonaro. Na segunda-feira, ele deve ajuizar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma ação para sair do partido sem perder o mandato antes mesmo da janela partidária. Como um dos argumentos do pedido ele vai usar a carta de anuência de Valdemar da Costa Neto à sua saída. Apesar do pedido à Justiça, Ramos ainda deve levar um tempo para se decidir e anunciar oficialmente qual será seu novo partido, o que deve acontecer por fevereiro. Ele tem sido assediado por algumas siglas desde que sinalizou sua separação, mas a que mais desponta nesse páreo é o PSD do senador e amigo próximo, Omar Aziz.

Juíza afasta presidente do Iphan após Bolsonaro admitir interferência no órgão - A  juíza Mariana Tomaz da Cunha, da 28ª Vara Federal do Rio de Janeiro, suspendeu a nomeação de Larissa Rodrigues Peixoto Dutra – turismóloga e mulher de um ex-segurança do presidente Jair Bolsonaro – à presidência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a afastando de suas funções do órgão. Em despacho dado na noite desta sexta-feira, 17, a magistrada destacou que Bolsonaro admitiu que, após ter tomado conhecimento de que uma obra realizada por Luciano Hang, ‘empresário e notório apoiador do governo’, teria sido paralisada por ordem do Iphan, ‘procedeu à substituição da direção da referida autarquia, de modo a viabilizar a continuidade da obra’. “As falas sugerem, ao menos em um juízo de cognição sumária, uma relação de causa e efeito entre as exigências que vinham sendo impostas pelo IPHAN à continuidade das obras do empresário e a destituição da então dirigente da entidade”, escreveu a magistrada em sua decisão. A decisão atende pedido feito pelo Ministério Público Federal após o presidente Jair Bolsonaro admitir que interferiu no instituto para atender a interesses privados. O chefe do Executivo afirmou nesta quarta-feira, 15, que trocou o comando da instituição, no fim de 2019, para atender ao empresário bolsonarista Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan.

A boa vida de Bolsonaro - O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), aproveitou a manhã de sol no Guarujá neste sábado, 18, para pescar acompanhado do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Pela manhã, Bolsonaro saiu de barco do forte, onde está hospedado durante seus dias de descanso. O presidente chegou ao Guarujá nesta sexta-feira, 17, e deve ficar na cidade até quinta-feira, 23. Na há nenhum compromisso oficial na agenda presidencial durante este período. No Instagram, Guimarães publicou uma foto com Bolsonaro com a legenda: "Indo pescar em excelente companhia". O presidente da Caixa foi alvo de críticas nesta semana, após pedir que funcionários do banco federal fizessem flexões na festa de fim de ano da empresa. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região estuda entrar com uma ação contra a Caixa por acreditar que o episódio se configura assédio moral. 

As pontas soltas de Bolsonaro em 2022 - O presidente Jair Bolsonaro deu um passo importante no projeto de reeleição ao ingressar no Partido Liberal (PL), uma sigla com ramificações pelo país, caixa forte e estrutura política adequada para o tamanho da disputa. Daqui em diante, o principal desafio do mandatário será demonstrar que merece a confiança do eleitor para exercer um novo mandato no Planalto. A caminhada, porém, não será nada fácil, com adversários competitivos, poucos resultados governamentais a mostrar e um quadro econômico e social cada vez mais deteriorado. A pouco menos de um ano das eleições de outubro de 2022, o presidente amarga os piores índices de popularidade desde que tomou posse — entre 20% e 23%, dependendo do instituto que realiza a pesquisa, perdendo apoio entre grupos importantes, como evangélicos. Isso, ao mesmo tempo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue como favorito na preferência do eleitorado, e o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) tem sido visto como uma ameaça à ida de Bolsonaro ao segundo turno do pleito. Para quem acompanha o atual cenário político, porém, ainda é muito cedo para dizer que o presidente chegará enfraquecido no pleito, já que contará com os palanques do PL nos estados, o apoio de outros partidos do centrão e, o mais importante, o controle da máquina pública. Mas, permanentemente, Bolsonaro vem deixando pontas soltas que podem prejudicá-lo na campanha.

Ciro é o único com um projeto - A terceira via da corrida presidencial, nas eleições de 2022, ganhará mais um concorrente de peso: Ciro Gomes. Em entrevista ao Correio, Carlos Lupi, presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e ex-ministro do Trabalho e Emprego dos governos Lula e Dilma Rousseff, confirmou a candidatura na pré-convenção nacional do partido, que será oficializada em 21 de janeiro. Esta será a terceira tentativa de o ex-ministro dos governos Itamar Franco e Lula se tornar presidente da República — em 2018, Ciro ficou em terceiro lugar no primeiro turno. Para Lupi, a grande vantagem de Ciro sobre os demais concorrentes da terceira via é sua bagagem política, que acumula prefeitura, governo estadual, mandatos de deputado estadual e federal e duas passagens por ministérios. O presidente do PDT avalia que o currículo na vida pública pesará na corrida eleitoral de 2022, ao contrário do pleito presidencial anterior. Lupi, dessa forma, insinua que não haverá espaço para “novidades” ou candidaturas que se apresentem como antipolítica, como foi o caso de Bolsonaro, em 2018. Tais características se encaixariam em Sergio Moro, que, nas pesquisas de opinião, tem ficado com o terceiro lugar, à frente de Ciro. Aliás, de acordo com a mais recente pesquisa do Datafolha, publicada na última quinta-feira, Ciro tem 7% das intenções de voto, que o coloca em quarto lugar. Mas Lupi não se deixa impactar pelo percentual nem a posição na corrida. “Pesquisa é que nem nuvem, cada hora está em um canto”, diz. O presidente do PDT também não vê empecilhos em relação à operação da Polícia Federal que, na última terça-feira, esteve na casa de Ciro recolhendo documentos por supostas irregularidades cometidas pelo pré-candidato e o irmão, o senador Cid Gomes (PDT-CE), nas obras da Arena Castelão, quando da reforma do estádio para a disputa da Copa do Mundo de 2014. Com base até mesmo nas demonstrações de solidariedade que Ciro recebeu — uma delas do ex-presidente Lula —, Lupi tem certeza de que não atrapalhará a campanha ou será problema nos debates com os adversários. E lembra o trecho de uma música cantada pela sambista Alcione: “Quem fala a verdade não jura, nem tem medo de errar”. 

Motorista tenta invadir o Jaburu - Um motorista embriagado ultrapassou, na madrugada de ontem, o perímetro de segurança do Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Hamilton Mourão. O homem foi parado pela segurança do local com um tiro em um dos pneus do carro que dirigia. O local também dá acesso ao Palácio da Alvorada. Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social informou que, por volta de 01h30, um veículo em alta velocidade e na contramão, ultrapassou o bloqueio de segurança do Palácio do Jaburu, sem autorização. “Imediatamente, os sentinelas adotaram os procedimentos padrão de alerta e de segurança, os quais não foram respeitados pelo condutor. O deslocamento do veículo foi interrompido após ser atingido com um disparo no pneu”, explica a nota.

Rosa Weber põe fim à farra no Conama - A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o decreto do presidente Jair Bolsonaro que reduz a participação da sociedade civil no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Trata-se do principal conselho do país para a definição das diretrizes e políticas ambientais. Na prática, o órgão passa a vigorar com a estrutura anterior, alterada pelo ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. A decisão da ministra é válida até que o plenário do STF se manifeste sobre o caso. Ela atendeu a um pedido da ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge, que, ainda em 2019, ingressou com uma ação na Corte pedindo a impugnação do decreto de Bolsonaro, argumentando violação das normas constitucionais com o esvaziamento da participação da sociedade civil no Conama. A ex-PGR sustentava que o Decreto 9.806/2019 configurou “ofensa aos princípios constitucionais e aos relativos ao meio ambiente”. Há poucos dias, o STF já tinha declarado inconstitucional a norma que revogava a proteção a manguezais e restingas em todo o país, medida articulada por Salles e que abria esses biomas para especulação imobiliária — o presidente Jair Bolsonaro há tempos insiste em transformar o litoral de Angra dos Reis (RJ) em um empreendimento turístico, e chegou a dizer que tornaria o local na “Cancún brasileira”.

A campanha que interessa - Da direita para esquerda, e vice-versa, a preocupação do momento é atrair novos filiados que possam concorrer às eleições proporcionais — ou seja, deputados federais e estaduais. Na ausência de coligações, até as grandes legendas entraram nessa campanha. No PT, Lula fez questão de participar da abertura do V Encontro da Juventude do partido, em São Paulo, neste fim de semana, com apelos em prol da filiação partidária, a fim de eleger uma bancada afinada com o projeto do partido para 2022: “Se não fizermos isso, a direita o fará”, disse o ex-presidente. Líder nas pesquisas, o petista vai acoplar a sua pré-campanha a essa busca de “sangue novo” para o PT. Ele quer evitar que se repita a eleição de um Congresso tão conservador quanto o que emergiu das urnas em 2018. “Tem que se movimentar. Se não tomarmos cuidado, viramos reféns de um Congresso conservador”, afirmou Lula.

O partido de quase R$ 1 bi - Os R$ 5,7 bilhões para a fundo eleitoral transformou o União Brasil num quase bilionário. As contas feitas pelos advogados eleitorais indicam que o partido terá R$ 912 milhões, muito à frente do segundo colocado, o PT, que receberá R$ 573 milhões. O MDB vem em terceiro, com R$ 422 milhões, seguido pelo PP, com R$ 400 milhões. O PSD terá R$ 395 milhões, o PSDB leva R$ 371 milhões e o PL de Jair Bolsonaro, R$ 335 milhões.

Casa Civil contradiz Damares sobre voo com parentes de Michelle - Usada como justificativa para uma carona em jato da Força Aérea Brasileira (FAB), a participação de sete parentes da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, como voluntários em um programa do governo federal foi negada pela Casa Civil. O GLOBO usou a Lei de Acesso à Informação (LAI) para obter mais detalhes da história junto à pasta, que coordena o Pátria Voluntária. Foi então que veio um desmentido oficial. Em agosto, um jato da FAB decolou da capital federal rumo a São Paulo. Entre os passageiros, estavam os parentes de Michelle. A informação veio a público em outubro, mas até agora o governo apresenta versões contraditórias para explicar como um voo oficial foi usado para transportar a família da primeira-dama. Oficialmente, o avião da FAB foi usado para levar a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e Michelle para um evento na capital paulista. Na época, para justificar a carona dos familiares da primeira-dama, o ministério alegou que eles eram voluntários do Pátria Voluntária, programa que tem Michelle à frente. Em outubro, quando O GLOBO revelou a carona no avião da força aérea, o Ministério dos Direitos Humanos se justificou dizendo que “todas as pessoas citadas na mensagem foram transportadas pela aeronave da FAB, nos trajetos de ida e volta, como voluntárias nas diversas vertentes do programa Pátria Voluntária”. Entretanto, respondendo a pedido feito por meio da Lei de Acesso sobre o papel de cada passageiro do voo no projeto, a Casa Civil disse que “dos nomes citados, faz parte do Programa Pátria Voluntária apenas a servidora Lílian Costa Cardoso”, uma das passageiras do voo. A aeronave da FAB levou sete parentes de Michelle para São Paulo: a filha mais velha, três irmãos, uma cunhada e dois sobrinhos. Damares e a primeira-dama participaram de um evento na capital paulista em que foi fechada uma parceria entre um instituto e o Pátria Voluntária. À noite, as duas foram na festa de aniversário do maquiador e influenciador digital Agustin Fernandez, amigo das duas. Ele voltou para Brasília no avião da FAB. Procurado novamente, o ministério comandado por Damares insistiu que os parentes da primeira-dama “foram transportados, nos trajetos de ida e volta, como voluntários do programa”, mas não apresentou qualquer detalhe ou registro dessa atuação. A Casa Civil e a assessoria da primeira-dama também foram procuradas, mas não responderam.

Queiroz é tietado em evento bolsonarista - Críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), sensação de impotência no Legislativo e status de "mártir" para o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ). Bandeiras frequentes entre bolsonaristas ganharam eco no Congresso Politicamente Incorreto (CPI), organizado pelo deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) neste sábado em um clube em Niterói, Rio. A surpresa foi a presença de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) investigado no inquérito das rachadinhas. Tietado com pedidos de fotos, Queiroz chegou discretamente ao evento, mas mostrou articulação em conversas com os políticos presentes. No palco ao centro do auditório, nas dependências do clube, palestraram os convidados do congresso, que teve início por volta das 10h, e reuniu pouco mais de 200 pessoas. Mas somente pouco depois de meio-dia que ex-assessor da família Bolsonaro chegou ao local. Inicialmente, sem ser notado, se posicionou à direita dos palestrantes onde, a essa altura, já estava Daniel Silveira. O local era próximo ao reservado para os políticos presentes. Não demorou para que alguns se juntassem em pequenos grupos para conversar e tirar fotos com o ex-assessor de Flavio, a exemplo do deputado bolsonarista preso por ataques ao STF. A presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), deputada Bia Kicis, também aproveitou para conversar com Queiroz. Ao fim da primeira parte do evento, o grupo se juntou para fotos em conjunto no palco. Foi neste momento em que Queiroz foi notado por alguns dos espectadores do congresso, que tietaram e pediram fotos com o ex-assessor. Abordado pela reportagem, no entanto, Queiroz disse que não daria entrevista. 

‘A solução para o Brasil não está nas pautas identitárias’ - Filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), vítima de acidente aéreo em 2014 durante a campanha presidencial, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), alinhava-se até poucos meses atrás com uma ala do PSB que buscava alternativas ao PT e ao presidente Jair Bolsonaro em 2022. Em entrevista ao GLOBO, ele detalhou a reaproximação com o ex-presidente Lula, de quem o pai foi ministro, dentro da busca por ampla unidade contra Bolsonaro. Ele avalia que há fatores imprevisíveis na eleição, mesmo diante do favoritismo conferido pelas pesquisas ao petista, o que torna crucial para a esquerda evitar desgastes na pauta de costumes.

Candidatura de Moro cria conflitos para o Podemos em 14 estados - Anunciada há um mês, a pré-candidatura de Sergio Moro à Presidência entrou em choque com alianças costuradas pelo Podemos ao longo do ano em 14 estados. Em pelo menos seis deles, pode haver mudanças nos planos de chapas ao governo e ao Senado, num reposicionamento que abriria espaço a aliados de Moro em locais como Rio e Bahia. Nos outros oito estados, o partido tenta ratificar acordos para apoiar candidatos ao governo que receberão outros presidenciáveis em seus palanques. Rio e São Paulo são exemplos de estados nos quais a candidatura de Moro tem gerado pressões para um novo desenho de alianças. O presidente do partido no Rio, Patrique Welber, que é secretário estadual de Trabalho, deseja manter aliança com o governador Cláudio Castro (PL), que apoiará o presidente Jair Bolsonaro, recém-filiado ao PL e desafeto de Moro. Apesar de Welber ter o aval da presidente nacional do Podemos, a deputada Renata Abreu (SP), outras lideranças nacionais, como o senador Álvaro Dias (PR), defendem que a sigla precisará de palanque próprio no Rio. Na Bahia, Moro convidou a ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon a participar de sua campanha, sem descartar seu nome numa chapa a governo ou Senado. O presidente do diretório baiano do Podemos, porém, é o deputado federal Bacelar, que pretende se manter ligado ao governador Rui Costa (PT). Também há situações conflituosas no Amapá e no Mato Grosso, onde pré-candidatos do Podemos são alinhados a Bolsonaro. O deputado José Medeiros (MT), que quer concorrer a senador, deve deixar o partido.