Manchetes dos jornais de domingo - 06/10/2024 

Manchetes dos jornais de domingo - 06/10/2024 

 

 

Edição de Chico Bruno

 

Manchetes dos jornais de domingo - 06/10/2024 

 

 

O ESTADO DE S.PAULO – Eleição do vale-tudo acaba na polícia e com disputa aberta pelo 2º turno

 

O GLOBO – Marçal divulga laudo falso contra Boulos e é investigado

 

FOLHA DE S.PAULO – São Paulo vai às urnas com disputa acirrada entre Boulos, Nunes e Marçal

 

CORREIO BRAZILIENSE – Fake news e briga voto a voto marcam eleição

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Casos de polícia - Os eleitores da maior cidade do País vão às urnas neste domingo, 6, para uma disputa que, segundo a maioria dos levantamentos de intenção de voto, tem resultado imprevisível, sem que nenhum candidato tenha garantia de que estará em um eventual segundo turno. A se confirmarem as pesquisas, Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) vão disputar palmo a palmo o eleitorado em uma eleição que contou com um empate técnico persistente nas últimas semanas, após uma campanha tensa e, por vezes, agressiva entre os candidatos. Ampliando essa incerteza, não é possível de antemão indicar o efeito que terá a divulgação de um laudo falso contra Boulos por parte de Marçal na reta final da campanha.

 

Alhos com bugalhos - O candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) sofreu uma série de derrotas políticas e na Justiça após ter publicado um laudo falso na noite de sexta-feira (4) para mais uma vez tentar associar Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de cocaína. Além de ter seu perfil no Instagram suspenso por decisão judicial e uma nova conta na rede criada e também derrubada no mesmo dia pela Justiça, Marçal entrou na mira do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que intimou o influenciador a prestar esclarecimentos em 24 horas sobre publicações feitas no X (ex-Twitter), plataforma suspensa pelo magistrado. Evidências levantadas nas horas seguintes à publicação de Marçal contra Boulos mostraram que o prontuário apresentado foi forjado e, no final da tarde deste sábado (5), uma perícia do Instituto de Criminalística de São Paulo confirmou a fraude. A conduta de Marçal foi atacada inclusive por adversários políticos de Boulos, enquanto o influenciador buscou minimizar, dizendo que apenas recebeu o laudo e publicou em rede social.

 

Voo resgata brasileiros de Beirute - O avião KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) com 229 repatriados, fugindo da guerra no Líbano, deve pousar hoje no Brasil. O presidente Lula vai recebê-los na Base Aérea de Guarulhos (SP).

 

Com Lula, Boulos reúne multidão na Paulista - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou, ontem, para São Paulo com o objetivo de elevar o apoio a Guilherme Boulos (PSol) na cidade onde o atual chefe do Executivo foi vitorioso em 2022. Em busca do voto útil no campo progressista, Lula esteve ao lado do candidato à prefeitura da capital paulista no último ato de campanha do psolista antes do primeiro turno das eleições municipais. Além do presidente, também acompanharam o comício de Boulos, na Avenida Paulista, a candidata à vice, Marta Suplicy, além da primeira-dama Janja Lula da Silva; da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; e da deputada federal Luiza Erundina (Psol), nome tradicional da esquerda em São Paulo e ex-prefeita da cidade. De acordo com a assessoria de imprensa do campanha de Boulos, cerca de 20 mil pessoas acompanharam o ato, que durou duas horas. 

 

Cansado da polarização, eleitor está “de ressaca” - A maioria do eleitorado não se considera nem de esquerda nem de direita. Segundo pesquisa do Instituto DataSenado, 40% dos eleitores não se veem em nenhuma fatia do espectro político, enquanto 11% se declaram de centro, e 6% preferem não responder, totalizando 57%. O dado revela uma diferença em relação ao pleito presidencial de 2022, quando a polarização Lula x Bolsonaro ganhou contornos bem mais claros. O eleitor de 2024, segundo a pesquisa, leva mais em consideração os problemas do município e a capacidade dos candidatos de apresentar soluções.

 

O jogo do amanhã - Com o fim do primeiro turno da eleição municipal neste domingo, está dada a largada para a disputa das presidências da Câmara e do Senado. Amanhã, os deputados que já se apresentaram para concorrer — Antonio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Hugo Motta (Republicanos-PB) — retomam as campanhas. Nesta reta final do primeiro turno, a novidade da candidatura de Hugo Motta perdeu força e ele não conseguiu emplacar como candidato de consenso. Até aqui, três movimentos indicam que essa unidade em torno de um candidato está difícil. Primeiro, veio o fato de Elmar Nascimento procurar Antonio Brito e propor um acordo para que o nome seja o que estiver mais bom posicionado, recusando o apoio a Hugo Motta. Em segundo lugar, o recuo do PT em, desde já, selar o apoio ao líder do Republicanos. Por último, as declarações do líder do governo no Senado, Jaques Wagner, a uma rádio de Salvador. O senador se referiu a Motta como “cria de Ciro Nogueira” e “há quem diga, de Eduardo Cunha”, o ex-presidente da Câmara a quem Jaques Wagner chama de “coach de deputado”. Com declarações desse tipo, é sinal de que, paralelamente à série de segundos turnos país afora, essa será a disputa da hora na política brasileira.

 

O verdadeiro padrinho - Principal padrinho político do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na eleição, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou de 20 eventos ao lado dele desde o início da campanha, em 16 de agosto. A média é superior a uma aparição ao lado do candidato a cada três dias. Com a quase inexistente atuação de Jair Bolsonaro (PL) na campanha, Tarcísio tomou para si a responsabilidade de impulsionar a candidatura do pupilo, o que embute certo risco. Uma vitória de Nunes dará grande impulso ao governador para uma possível campanha presidencial em 2026. Já um fracasso também cairá na conta dele.

 

Paes tem 61% dos votos válidos - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), chega à véspera da eleição com 61% das intenções de votos válidos, mostra pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (5). O índice lhe daria a vitória no primeiro turno. Na dianteira, ele assistiu à redução no ritmo de aproximação do seu principal adversário. O deputado federal Alexandre Ramagem (PL) registra 24% das intenções de votos válidos —critério usado pela Justiça Eleitoral que desconsidera nulos e brancos. Há dois dias, os índices de Paes e Ramagem eram de 63% e 25%, respectivamente.

 

BH tem empate triplo nos votos válidos - O deputado estadual Bruno Engler (PL), com 26% dos votos válidos, o atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), com 25%, e o apresentador de TV Mauro Tramonte (Republicanos), com 23%, aparecem tecnicamente empatados na pesquisa Datafolha de intenções de voto à prefeitura da capital mineira na véspera da eleição. Na pesquisa anterior, divulgada na quinta-feira (3), os nomes do PL e do PSD apareciam empatados com 24% dos válidos, enquanto o candidato do Republicanos manteve os 23%. Com a proximidade das eleições, o Datafolha divulga neste sábado (5) as intenções de votos válidos dos eleitores, e não apenas os votos totais, como fez até aqui.

 

João Campos (PSB) tem 80% dos votos válidos - Pesquisa Datafolha para a Prefeitura do Recife, divulgada neste sábado (5), mostra João Campos (PSB) com 80% das intenções de votos válidos, o que lhe daria vitória no primeiro turno. Há um empate técnico na segunda colocação. Gilson Machado (PL) tem 10% dos votos válidos, Daniel Coelho (PSD), 6%, e Dani Portela (PSOL), 4%.

 

Disputa em Fortaleza opõe Lula a Bolsonaro - A eleição para a Prefeitura de Fortaleza, quarta cidade mais populosa do Brasil, chega ao primeiro turno num cenário de indefinição e com possibilidade de embate direto entre os candidatos apoiados por Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), num ensaio para 2026. Quatro nomes têm chances de avançar para a segunda etapa, após uma campanha marcada por ataques entre os candidatos. As hostilidades envolveram o resgate de vídeos antigos do ex-youtuber André Fernandes (PL), uma guerra de jingles e até a cachorrinha Marrion —a mascote foi símbolo da campanha de 2020 do atual prefeito, José Sarto (PDT), mas trocou de lado e agora apoia Evandro Leitão (PT). Em pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (5), Fernandes tinha 33% das intenções de votos válidos, Leitão, 31%, Capitão Wagner (União Brasil), 17%, e Sarto, 14%. A margem de erro do levantamento é de três pontos para mais ou para menos.

 

Salvador vai às urnas após campanha morna - Os eleitores de Salvador vão às urnas neste domingo (6) após uma campanha eleitoral morna e marcada pelo favoritismo do prefeito e candidato à reeleição, Bruno Reis (União Brasil). Ele enfrenta nas urnas o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e o sindicalista Kleber Rosa (PSOL), que travam uma disputa pelo eleitorado de esquerda e pelo apoio do presidente Lula (PT). Também concorrem em Salvador outros quatro candidatos desse campo político: Giovani Damico (PCB), Eslane Paixão (UP), Victor Marinho (PSTU) e Silvano Alves (PCO).

 

A deterioração do debate político - A deterioração do debate político é evidenciada por agressões e mentiras em eleições no Brasil e no mundo. Especialistas apontam para um cenário de crescente violência e desinformação, desafiando a democracia. Estratégias de candidatos desprezíveis desafiam a verdade e a veracidade. A atenção midiática é explorada por políticos em busca de popularidade, em detrimento de propostas reais. O desrespeito às regras democráticas e a normalização do desprezível são preocupações atuais. 

 

Influência de pastores em xeque - A divergência de voto entre pastores e fiéis marca a corrida eleitoral nas capitais, desafiando o poder de influência religiosa. Pastores perdem autoridade, enquanto fiéis buscam outras referências, como redes sociais. Estratégias dos candidatos e a fragmentação da bancada evangélica são determinantes. Discurso antissistema e demonização da esquerda influenciam a escolha dos eleitores. A complexidade do cenário político-religioso pode definir os rumos das eleições.

 

Voto de continuidade - Pesquisas de intenção de voto divulgadas ontem, véspera do primeiro turno, indicam a tendência de reeleição de mais da metade dos prefeitos de capitais, o melhor resultado para o continuísmo político desde 2008, segundo levantamento do GLOBO. Em 12 das 20 capitais onde os mandatários estão disputando a reeleição, eles apareceram com pelo menos 50% dos votos válidos, de acordo com as sondagens da Quaest. É o caso, por exemplo, do Rio, com Eduardo Paes (PSD); de Salvador, com Bruno Reis (União Brasil); e do Recife, com João Campos. Também registraram ao menos 50% dos votos válidos, levando-se em consideração as margens de erro, os prefeitos de São Luís, Eduardo Braide (PSD); Maceió, JHC (PL); João Pessoa, Cícero Lucena (PP); Florianópolis, Topázio Neto (PSD); Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos); Rio Branco, Tião Bocalom (PP); Macapá, Dr. Furlan (MDB); Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB); e Boa Vista, Arthur Henrique (MDB). Entre esses candidatos, os dois da Região Sul estão em situação limite: Topázio Neto apareceu com 53% das intenções de voto em Florianópolis, enquanto Sebastião Melo, em Porto Alegre, teve exatamente 50%. Ou seja, de acordo com a margem de erro, ele pode ter desde 53% a 47%. Por outro lado, alguns prefeitos têm reeleições praticamente garantidas. De todos, o que tem o maior índice de intenção de votos válidos é Dr. Furlan, em Macapá — ele aparece com 86% dos votos válidos na Quaest.

 

É bem provável que Marçal fique inelegível ou seja cassado se eleito - O jurista Admar Gonzaga, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entende que o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, caminha para ficar inelegível ou ser cassado, se eleito, por ter publicado um laudo médico falso para acusar o rival Guilherme Boulos (PSOL) de ser usuário de cocaína. “Há gravidade na utilização do documento conhecidamente falso, porque não é possível que ele não apurou a veracidade. Então, [o candidato] pode ficar inelegível e perder o mandato, se for eleito. É bem provável que isso aconteça”, afirmou Gonzaga à Coluna do Estadão. “A Justiça Eleitoral está perfeitamente aparelhada para dar a devida resposta jurisdicional”. Admar Gonzaga foi ministro efetivo do TSE entre 2017 e 2019.