Manchetes dos jornais de domingo 28-07-2024

Manchetes dos jornais de domingo 28-07-2024

 

Edição de Chico Bruno

 

Manchetes dos jornais de domingo 28-07-2024

 

 

O ESTADO DE S.PAULO – Pela primeira vez em 25 anos, oposição é favorita na Venezuela

 

O GLOBO – Venezuela vai às urnas em tensa eleição que pode encerrar 25 anos de chavismo

 

FOLHA DE S.PAULO – Venezuela vai às urnas em ameaça inédita a Maduro

 

CORREIO BRAZILIENSE – Tensão eleitoral domina Venezuela

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Eleições - A Venezuela vai às urnas neste domingo, 28, nas eleições mais decisivas do país em 25 anos. Pela primeira vez, a oposição é a favorita para vencer, embora haja dúvidas se a ditadura de Nicolás Maduro respeitará os resultados. As principais pesquisas de intenção de votos indicam uma vitória confortável a Edmundo González Urrutia, candidato da oposição sob respaldo da principal líder antichavista, a ex-deputada María Corina Machado, que foi impedida de participar da disputa. Urrutia, que concorre pela coalizão da Plataforma Unitária (PU), tem mais de 50% dos votos. Enquanto Maduro aparece com 20%, valor próximo às estimativas de aprovação do governo nos últimos anos. Ao longo deste ano, o chavismo tem imposto novas regras e modificado outras na intenção de dificultar o processo eleitoral. O caso mais emblemático foi a inabilitação de Corina Machado, que havia ganhado as eleições primárias de sua chapa com mais de 90% dos votos.

 

Amorim: “Até aqui, tranquilo” - Em Caracas desde sexta-feira, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, é o representante brasileiro no turbilhão eleitoral venezuelano. Enviado ao país vizinho a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Amorim vai testemunhar se o país vizinho consegue dar um sinal democrático para o mundo. Nos últimos dias, Amorim se reuniu com representantes do governo e da oposição. Ao Correio, relatou que os encontros foram “cordiais e informativos”. Questionado sobre o clima na Venezuela na véspera da eleição, disse: “Até aqui, tranquilo”.

 

Confusão com Datena e sorrisos com Tabata - As homologações de José Luiz Datena (PSDB) e de Tabata Amaral (PSB) como candidatos à prefeitura de São Paulo foram em ambientes completamente opostos. Enquanto a primeira foi marcada pela tensão, com xingamentos e uma tentativa de invasão do auditório onde ocorreria o evento por parte de militantes contrários à postulação do apresentador, na segunda, reinou a convergência do partido em torno do nome da deputada — atestada pelas presenças do vice-presidente Geraldo Alckmin e do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande. Já se sabia que a confirmação do nome de Datena seria em clima de conflito. Isso porque o ex-presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo, no dia anterior, dissera que levaria parte da militância para forçar a disputa pela indicação entre ele e o apresentador — que logo na chegada foi hostilizado por palavras que vieram de um carro de som. Já no evento que confirmou Tabata candidata à prefeitura paulistana, o ambiente era de convergência — e também ao contrário de Datena, que anunciou o ex-senador e presidente municipal do PSDB, José Aníbal, como vice na sua chapa, a vaga de vice na chapa de Tabata continua aberta. Além de Alckmin e de Casagrande, ela estava acompanhada ainda de João Campos, namorado e candidato à reeleição em Recife, e de Márcio França, ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. “Não era para estar aqui hoje porque este não é o lugar que as pessoas prepararam para mim quando nasci. Não é o lugar que as pessoas sonharam para a filha de uma diarista e de um cobrador de ônibus. Se estou aqui, hoje, foi por que forcei meu caminho”, lembrou, em um discurso escrito.

 

A culpa é dos juros - Um estudo divulgado pela Serasa Experian na semana passada mostra como está difícil a situação do empresariado no país. Segundo o levantamento, o país contabilizou 1.014 pedidos de recuperação judicial de janeiro a junho deste ano. Trata-se de um aumento de 71% em relação ao mesmo período do ano passado, e o maior registrado desde o início da série histórica, em 2005. A maior parte dos pedidos de recuperação judicial partiu de micro e pequenas empresas. Elas respondem por 713 solicitações, aproximadamente 70% do total. O setor mais atingido é o de serviços, com cerca de 40% dos requerimentos, seguido do comércio. Segundo especialistas da Serasa Experian, é provável que essa alta progressiva se mantenha pelos próximos meses.  

 

Tiroteio - Se na semana passada o presidente Lula renovou o repertório de críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é provável que venham novos ataques do Planalto. A maior parte dos analistas econômicos aposta em uma manutenção da taxa Selic. Nem mesmo a contenção de R$ 15 bilhões nas despesas do governo, anunciada pela equipe econômica, mudou o humor do mercado. 

 

 

De plantão médico - Ao socorrer uma passageira em um voo Brasília-São Paulo, ontem, o vice-presidente Geraldo Alckmin deu, pela segunda vez, uma pausa no ofício da política para voltar à sua formação original de médico. Em março, ele atendeu um homem que passou mal em um evento em Manaus. 

 

Delcídio do Amaral será candidato a prefeito - Alvo da Lava Jato há quase dez anos, quando ocupava a cadeira de líder do governo Dilma Rousseff (PT) no Senado, o ex-petista Delcídio do Amaral confirmou sua pré-candidatura nas eleições de outubro. Agora filiado ao PRD (sigla que nasceu recentemente, da fusão entre PTB e Patriota), ele vai ser candidato a prefeito de Corumbá, no interior de Mato Grosso do Sul, onde nasceu. Em entrevista à Folha em março, Delcídio já havia sinalizado intenção de participar das eleições. Na ocasião, explicou que o PRD poderia ser classificado como um partido de "centro". "Não vamos entrar nesta polarização. Isso é tóxico para o Brasil", disse ele.

 

Mudança de perfil no TSE - Os primeiros movimentos de Cármen Lúcia à frente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) indicam uma mudança de perfil da corte em relação à gestão de Alexandre de Moraes. A Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, órgão turbinado pelo magistrado para combater as fake news, por exemplo, deve passar por alterações e ganhar novo nome. A gestão de Cármen também pretende reduzir os atritos entre o TSE e as big techs após Moraes e as plataformas estabelecerem relação conflituosa nos últimos dois anos.

 

A 'grande família' Lira - Em um cenário marcado por obstáculos que vão desde rixas internas até questões de saúde, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), trabalha para manter e ampliar o controle de prefeituras em Alagoas nas eleições municipais deste ano. A família de Lira está diretamente envolvida nas disputas de seis cidades; em todas, o MDB, do senador Renan Calheiros, lançou candidatos com o objetivo de derrotar o grupo político do deputado, seu desafeto. A disputa mais delicada para Lira é em Barra de São Miguel, pequeno município litorâneo de oito mil habitantes, a meia hora da capital Maceió. Candidato à reeleição, o prefeito Benedito de Lira (PP), pai do presidente da Câmara, tem como adversário justamente seu atual vice, Floriano Melo, que se filiou ao MDB no ano passado a convite de Renan. Aos 82 anos, Biu, como o pai de Lira é conhecido, recebeu da imprensa local o rótulo de “candidato mais idoso” do estado. A idade fez com que Biu fosse apelidado por seguidores nas redes sociais de “Joe Biden alagoano”, em referência ao presidente dos Estados Unidos, que desistiu de concorrer à reeleição após questionamentos à sua aptidão física. 

 

A 1ª mulher à frente do PT - A presidente do PT, Gleisi Hoffmann,  tornou-se rapidamente uma espécie de fiscal informal do governo — mais especificamente do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. É da “tradição” do PT o embate de ideias, costuma justificar quando é instada a comentar os constantes embates públicos entre ela e aquele que é considerado a aposta de Lula para sucedê-lo no futuro. Gleisi sempre fez reparos nos bastidores a Haddad. Achava-o pouco partidário, conciliador demais, e não muito afeito ao jogo da política, relatam companheiros de legenda. Ao colocar Haddad na Fazenda, Lula buscava reduzir resistências dos investidores à gestão petista, mas empurrava parte do petismo contra a política econômica. 

 

Advogada de Bolsonaro articula grupo de juristas -  A advogada Karina Kufa, que tem entre seus clientes o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está articulando um grupo de juristas para ajudar a impulsionar a agenda conservadora no Congresso. A iniciativa quer dar maior respaldo jurídico a pautas bolsonaristas na Câmara e no Senado, em assuntos como aborto e drogas, por exemplo. Também pretende agir no campo econômico, em proposições para diminuição de impostos e fortalecimento do livre mercado. A ideia de Karina é que esse grupo, batizado de Garantistas, atue nos bastidores e participe de audiências públicas para dar robustez técnica a projetos de lei elaborados na bancada do PL. O suporte jurídico pode ser estendido para fora do âmbito legislativo, como em consultoria eleitoral, por exemplo. A advogada tem arregimentado aliados para a formação do grupo nos últimos meses, mas a iniciativa só deve ser formalizada em um jantar no segundo semestre, ainda sem data para ser feito. “Recentemente a direita se definiu com grandes expoentes políticos, é hora do mundo jurídico participar de forma organizada e técnica, tal como a esquerda faz”, diz Karina.

 

Somos todos iguais - O deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP) aposta no discurso da igualdade com os pares para chegar à presidência da Câmara. Com o lema “Um de 513, somos iguais”, o ex-ministro da Indústria promete aos colegas que, se for escolhido para suceder Arthur Lira (PP), haverá previsibilidade na pauta de plenário, uma das principais queixas entre deputados. ”Esperem de mim tranquilidade, serenidade e cumprimento de acordos”, afirmou Pereira à Coluna do Estadão. De voz mansa, o deputado defende serenidade nas relações políticas e acredita que será o escolhido de Lira para representá-lo na disputa. Mas avisa: vai disputar mesmo se o apoio não for concretizado. A antiga resistência do ex-presidente Jair Bolsonaro à sua candidatura, avalia o parlamentar, está superada. A aposta de Pereira de que teria apoio do bolsonarismo tem fundamento. Isso porque o ex-presidente já afirmou a Lira que vai apoiar quem ele escolher para sucedê-lo. E com o líder do Centrão, o presidente do Republicanos tem ótima relação. Além disso, o candidato já sinalizou que se eleito o PL levaria a primeira vice-presidência, cargo hoje ocupado por ele.

 

Ex-governadora do PR quer aposentadoria especial - A ex-deputada federal Cida Borghetti (PP) apelou ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar ganhar a aposentadoria especial pelo cargo de governadora do Paraná, cadeira que ocupou apenas entre abril e dezembro de 2018, com a renúncia do titular, Beto Richa (PSDB). No pedido à Corte, os advogados da ex-governadora ainda insistem para que o caso seja julgado pelo ministro Gilmar Mendes, que já beneficiou outros ex-governadores em processos semelhantes. Nesta quarta-feira (24), a ministra Cármen Lúcia, que recebeu o caso, pediu para que a presidência do STF decida para qual gabinete ele deve ser encaminhado. Cida é casada com o deputado federal licenciado e ex-líder do governo Bolsonaro Ricardo Barros (PP), que hoje comanda uma secretaria no Paraná, na gestão Ratinho Junior (PSD).

 

AGU fora de acordos da União - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revogou, na sexta-feira passada, parte do decreto que criou a Rede Federal de Mediação e Negociação — conhecida como “Resolve”. As alterações suspenderam a obrigatoriedade da participação da Advocacia-Geral da União (AGU) em qualquer mesa de negociação entre órgãos da União e empresas privadas em litígios, como pagamento de débitos ou revisão de acordos de concessão. O decreto criou uma estrutura para a resolução de conflitos em contratos públicos que envolvam a União, mas de forma extrajudicial. A ideia é recorrer à mediação e à negociação como ferramentas de melhoria da gestão na execução de políticas públicas. A “Resolve” foi oficializada em 3 de julho. Previa a necessidade de anuência da AGU para qualquer câmara de negociação extrajudicial, inclusive as que utilizassem a Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos (Secex Consenso), do Tribunal de Contas da União (TCU) — estrutura criada com a função de ser a câmara negocial da Corte. Mas logo depois da publicação do decreto de criação da “Resolve”, o presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, determinou a suspensão de todas as atividades da Secex-Consenso. A rede de negociação criada pelo governo federal teria desagradado os magistrados do TCU, pois entendiam que a obrigatoriedade da presença da AGU poderia invadir as prerrogativas da Corte. Isso levaria ao esvaziamento do do órgão do tribunal, criado em dezembro do ano passado.