Manchetes dos jornais de domingo 25-06-2023

Manchetes dos jornais de domingo 25-06-2023

 

Resumo de domingo, 25/06/2023 - 1ª parte

 

Edição de Chico Bruno 

 

Manchetes dos jornais de domingo 25-06-2023

Valor Econômico – Não circula hoje

 

FOLHA DE S.PAULO – Mercenários recuam após motim histórico na Rússia

 

O GLOBO – Rebeldes russos acuam Putin, mas se retiram após acordo

 

CORREIO BRAZILIENSE – Feminicídio faz 17ª vítima no DF

 

O ESTADO DE S.PAULO – Enfraquecido, Putin cedepara frear marcha golpista a Moscou 

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Recuo de Wagner - O líder do grupo mercenário russo Wagner, Ievguêni Prigojin, aceitou os termos de um acordo com o Kremlin mediado pela ditadura da Belarus e ordenou que suas forças a caminho de Moscou deem meia-volta e "retornem para suas bases". O dramático desenvolvimento da maior rebelião militar em solo russo desde os anos 1990 veio de forma surpreendente, neste sábado (24), após a ampliação de combates e com o presidente Vladimir Putin prometendo esmagar o levante dos mercenários comandados pelo seu ex-aliado próximo. No comunicado, Prigojin afirma que aceitou os termos, que, segundo o ditador belarusso, Aleksandr Lukachenko, envolveram uma anistia para os rebelados, "para evitar derramamento de sangue". Horas depois, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que Prigojin seria enviado para a Belarus e que o processo antes aberto contra ele por promover um motim armado seria arquivado. Os mercenários do Wagner que desejarem poderão ser incorporados ao Exército russo, disse Peskov. Ao longo do dia, imagens mostraram Prigojin tomando o controle do quartel-general do Comando Militar do Sul, peça central na engrenagem da Guerra da Ucrânia, na qual o Wagner lutou e que agora é criticada pelo líder. O local fica na capital regional Rostov-do-Don, que caiu sob controle do Wagner —horas após recuar, porém, os mercenários se retiraram da região. Enquanto isso, as forças de Prigojin avançaram rumo ao norte, com registros de batalhas ao longo do caminho.

 

Feminicídio - Emily Talita, 20 anos, comemorava o aniversário com algumas amigas numa chácara, no Sol Nascente, quando foi morta pelo ex-companheiro, Jonas Costa, com uma facada nas costas. A jovem é a 17ª mulher vítima do crime de gênero, no Distrito Federal, neste ano, segundo os dados do Painel de Feminicídio da Secretaria de Segurança Pública até o dia 22 de junho. De acordo com a Polícia Militar do DF, Emily tinha uma medida protetiva contra o ex-namorado. Ela registrou um boletim de ocorrência depois de ter sido agredida com tapas e puxões de cabelo, no mês passado. Segundo um parente, três meses atrás, Jonas teria tentado esfaquear a ex-namorada depois de uma briga.

Resumo de domingo, 25/06/2023 - 2ª parte

 

Balanço positivo, mas acordo incerto - Em semana com agenda diplomática cheia na Itália e na França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um balanço positivo da política externa. Especialistas ouvidos pelo Correio reconhecem que as viagens de Lula recolocam o Brasil no cenário internacional, porém, eles veem entraves no fechamento do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia (UE), que vem sendo negociado há 24 anos, mas resiste às exigências ambientais impostas pelo bloco europeu. Além do acordo comercial entre os dois blocos — uma das prioridades da agenda petista — e da agenda ambiental, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e a busca de negociações com ditaduras na América Latina estiveram entre os principais assuntos dos encontros do presidente brasileiro com as autoridades europeias e com o papa Francisco. Ontem, antes de retornar ao Brasil, em entrevista aos jornalistas sobre o balanço da viagem, o chefe do Executivo contou que o presidente francês, Emmanuel Macron, reconheceu que também encontra dificuldades internas para aprovar o acordo comercial junto ao Congresso. A França lidera os entraves feitos pela UE. Poucos dias antes da visita oficial de Lula a Paris, a assembleia francesa aprovou, com ampla maioria, um veto político à assinatura do acordo, passo pendente nas negociações. “Se a gente puder conversar com os nossos amigos mais à esquerda para poder ajudar, para que seja aprovado o acordo do Mercosul, nós vamos fazer”, frisou Lula. Para o petista, é normal que a França tente proteger a sua agricultura em um tratado que envolve o Brasil, o terceiro maior produtor do mundo, atrás apenas de China e Estados Unidos. Porém, ele frisou que o protecionismo não é a melhor resposta. Lula defendeu ainda que ambos os lados “coloquem a arrogância de lado” para negociar.

 

Presidente argentino vem ao Brasil pela quarta vez - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe, amanhã, pela quarta vez neste ano, o argentino Alberto Fernández para o quinto encontro entre os dois chefes de Estado. Além do almoço no Itamaraty com o homólogo brasileiro, Fernández deve ser recebido no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal, protocolo usual nesse tipo de visita. Na agenda oficial do encontro entre Lula e Fernández, o tema é o aprofundamento das relações bilaterais, mas o assunto principal deve ser a ajuda que Lula prometeu aos “hermanos” no financiamento das exportações brasileiras ao vizinho. Os dois líderes vão conversar sobre como viabilizar esse apoio. No meio da crise econômica que a Argentina atravessa, o financiamento terá um grande impacto no país vizinho, que, com dificuldade de liquidez de dólares, não vem conseguindo fazer as importações necessárias para sua economia. Para o Brasil, o acordo também interessa, já que o país platino, além de principal parceiro comercial na América Latina, é o destino de boa parte das exportações industriais brasileiras, tendo chegado a representar quase 70% do volume exportado pela indústria automobilística nacional. O problema está em quem assume os riscos desse financiamento. Com o histórico de turbulências econômicas, essa ajuda às compras argentinas precisa encontrar mecanismos de garantia das operações.

 

Ministra se queixa da “maldade” - Sob risco de perder o cargo, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, postou ontem em suas redes sociais um vídeo no qual cita que “uma hora ou outra você se encontra com a maldade” e que, apesar disso, “não significa que você precisa cair”. Ela sofre pressão do próprio partido, o União Brasil, com o qual está em litígio para deixá-lo sem perder o mandato de deputada federal. “Não tem jeito. Uma hora ou outra você se encontra com a maldade. Pessoas tóxicas, ingratas, negativas. Alguns vão se disfarçar de bondosos. Cuidado: às vezes, o mal se veste de bem para ser mais mal ainda. Porém, isso não significa que você precisa cair”, disse Daniela no vídeo, compartilhado em suas redes como uma “reflexão especial”. “Mesmo que, hoje, você enfrente uma tempestade, acredite: você não vai afundar se não deixar que o que vem de fora inunde todo o bem que está em seu interior. O navio não afunda por causa da água que está em volta, ele afunda por causa da água que entra”, afirmou ainda a chefe do Turismo. “Não permita que o que está acontecendo ao seu redor invada seu interior e te afunde”, completou. A saída de Daniela do cargo já é dada como certa por integrantes do Planalto. O ministério deve ser ocupado pelo deputado federal Celso Sabino (União-PA). A expectativa era de que a mudança ministerial fosse oficializada nesta semana, após retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da viagem à Europa. Daniela, porém, marcou uma viagem a Portugal para participar do XI Fórum Jurídico de Lisboa, e estará no exterior de hoje até quinta-feira. A agenda pode dar mais uma sobrevida a ela.

 

Receita versus AGU - Os congressistas estão num fogo cruzado entre auditores da Receita Federal e servidores da Advocacia-Geral da União (AGU). Os auditores sugeriram que débitos com a União ainda não inscritos na dívida ativa possam ser renegociados diretamente no âmbito da Receita, sem passar pelos advogados da AGU. A proposta economiza tempo e dinheiro dos contribuintes e está para ser incluída no projeto de lei do Carf. Se for aprovada, a turma da AGU deixará de cuidar dessa parte das dívidas.

 

Vai dar quórum em Portugal -  Metade da República seguiu para lá a fim de participar de vários eventos. O principal é o 11º Forum Jurídico de Lisboa, um evento capitaneado pelo IDP, instituto do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que terá como tema O Estado Democrático de Direito e a defesa das instituições. Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, dedicados a julgar o processo do ex-presidente Jair Bolsonaro, vão faltar a esse debate. A Embaixada do Brasil por lá calcula a presença de 90 autoridades brasileiras em Lisboa nesta semana. Quem chegou às terras lusitanas para aproveitar o fim de semana antes do seminário garante que os políticos devem voltar encantados com o semipresidencialismo português, dada o bom clima político que se respira no país. 

 

 

De olho na vaga de Moro - Líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PR) disse ao Painel estar "super animado" com a possibilidade de lançar uma candidatura ao Senado após a possível cassação de Sergio Moro (União Brasil-PR). Segundo o deputado federal, o desfecho negativo do processo para o ex-juiz é tido como uma certeza no Paraná, com a perspectiva de que a Justiça determine a realização de uma nova eleição para o cargo. Outro nome cotado para a vaga é o de Gleisi Hoffmann, presidente do partido, como mostrou o jornal o Globo.

 

Pix para o mito - O deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) pediu que apoiadores de Jair Bolsonaro realizassem transferências via Pix ao ex-presidente para contribuir com despesas que estaria enfrentando em processos que correm na Justiça. Em publicação nas redes sociais, Engler divulga o que seria o CPF de Bolsonaro, identificado como a chave Pix, e o banco em que o ex-presidente teria conta-corrente, e pede: "Compartilhe essa imagem! E vamos ajudar o Capitão!". Em resposta ao pedido do parlamentar bolsonarista, apoiadores usam os comentários para encorajar outros internautas a realizar transferências ao ex-mandatário. Entre eles, a influencer bolsonarista Bella Falconi, que fala: "Único presidente honesto desse país. Bora doar!". Dezenas de outros internautas também responderam na publicação que tinham realizado transferências para o ex-presidente. "Bora fazer nossa parte", afirmou uma internauta. Já outra conta disse: "Fiz também e está tudo certo, força capitão". A informação foi confirmada por Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secom de Bolsonaro e assessor jurídico do ex-presidente. Ele fez uma publicação em uma rede social para "eliminar qualquer dúvida e afastar oportunistas. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também usou as redes sociais para pedir que seus mais de um milhão de seguidores contribuíssem com transferências instantâneas ao ex-presidente. "Tenho certeza que tem milhões de brasileiros que podem contribuir para que ele pague essas multas e não sofra nenhuma retaliação por parte do Poder Judiciário", defendeu.

 

Zanin deixa de atuar em ações contra ex-presidente - O advogado Cristiano Zanin, futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), renunciou à atuação em duas ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pedem a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. As petições informando que deixaria de atuar nos dois processos foram registradas na última quinta-feira, dia seguinte à sabatina e votações no Senado que aprovaram a indicação de Zanin para assumir a cadeira que ficou vaga no STF após a aposentadoria de Ricardo Lewandowski. As duas ações que pedem a inelegibilidade de Bolsonaro foram protocoladas em dezembro pela coligação do presidente Lula e do vice Geraldo Alckmin. Os autores acusam o ex-presidente de ter feito uso indevido dos meios de comunicação social e abuso de poder político.

 

STF rejeita denúncia contra Gleisi no caso do 'quadrilhão do PT' - O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou por unanimidade uma denúncia da Lava Jato contra a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, no inquérito que investigava o suposto "quadrilhão do PT". Relator do processo, o ministro Luiz Edson Fachin já havia proferido seu voto pela rejeição na semana passada. Os ministros analisaram na noite de sexta-feira, no plenário virtual, uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República em 2017. Segundo a PGR, uma suposta organização criminosa teria sido criada por integrantes do PT entre 2002 e 2016 para arrecadar propina por meio do uso da Petrobras, BNDES e o Ministério do Planejamento. Porém, a Procuradoria mudou seu posicionamento em relação ao caso, em março deste ano, e passou a defender a rejeição da acusação apresentada em 2017. Inicialmente, o caso também envolvia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-presidente Dilma Rousseff, os ex-ministros Antônio Palocci, Guido Mantega, além de dirigentes petistas. A investigação foi desmembrada e o grupo foi absolvido na 1ª instância. Restava no Supremo somente o inquérito contra Gleisi e Paulo Bernardo.

 

Indústria segue modelo de ruralistas e cria frente parlamentar no Congresso - Longe ficou o tempo em que os grandes nomes da indústria, desde a Avenida Paulista, no coração do Estado mais rico do País, pontificavam na vida nacional. Nas últimas quatro décadas em que o Produto Interno Bruto (PIB) passa por altos e baixos, o protagonismo da indústria tem se desintegrado e as perdas passaram a se refletir também no poder de influenciar nas políticas que atingem o setor diretamente. Empresários e políticos avaliam que a situação poderá mudar. Há menos dois meses, parlamentares, com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), resolveram organizar um grupo nos moldes da bem-sucedida Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O primeiro teste para a atuação conjunta do grupo que ganhou o nome de Frente Parlamentar Mista da Indústria e reúne, até agora, 290 deputados e senadores, já tem data para ocorrer: a discussão da reforma tributária. “Temos menos indústria e muito menos representatividade do que poderíamos ter”, admite o gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles. “Se a frente influenciar e trabalhar em defesa da visão da indústria, em um projeto que consiga equalizar o peso dos impostos, simplificando e trabalhando por justiça social, certamente conquistará um importante espaço no Parlamento”, acredita o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Luiz Césio Caetano. Até agora, pondera ele, o setor tem ficado a reboque de iniciativas isoladas e interesses individuais. “Devemos acabar com a omissão. Precisamos ser relevantes nas decisões do Congresso que se refletem nos nossos negócios e na vida nacional”, completa. O coordenador da nova frente, deputado José Rocha (União Brasil-BA), reconhece que o desafio é “imenso”. Diferentemente do que ocorre com o agronegócio, Rocha explica que o setor industrial carece de líderes fortes que defendam seus interesses. “É um setor muito disperso, de concorrência entre os principais interlocutores. Veja o caso da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e da CNI que disputam protagonismo. Não há união”, observa. A frente parlamentar é suprapartidária.

 

Eleição em São Bernardo terá Lula e Alckmin em palanques opostos - Em São Bernardo do Campo, cidade que projetou o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva como líder político nacional, a eleição de 2024 já é tratada pelo PT como uma oportunidade de voltar às origens do partido e, de quebra, ao comando da prefeitura mais rica do ABC paulista. Ao já definir um nome para a disputa, o do deputado estadual Luiz Fernando, a legenda busca ganhar frente no pleito que, pela primeira vez, deve ter os tucanos rachados em duas candidaturas. Com o atual prefeito Orlando Morando (PSDB) em segundo mandato, e em confronto com a direção nacional da legenda, aliados e adversários calculam que o tucano possa lançar um candidato a sucessor em outro partido. O mais cotado é o deputado federal Marcelo Lima, eleito pelo PSB, sigla que comandou a cidade, com William Dib, entre 2003 e 2008. Marcelo Lima definiu seu futuro ao se filiar ao PSB a convite do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ex-governador Márcio França, atual ministro de Portos e Aeroportos. Eleito pelo Solidariedade, o deputado faz um movimento para a centro-esquerda, mas, ao mesmo tempo, busca servir de opção aos que são anti-Lula. No ano passado, ele apoiou Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o governo, mas se manteve neutro no pleito presidencial.

 

PT e PSOL racham e sobra para Rui Costa - O tom elevado da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) contra a oposição ao governo Lula na CPI do MST vinha agradando ao Partido dos Trabalhadores desde o início dos trabalhos da comissão. Mas, na última semana, Sâmia se recusou a seguir um acordo entre governistas e oposicionistas para votar requerimentos em bloco e poupar alguns ministros e causou um problema para o PT e para o Planalto. Sem o acordo, agora a CPI vai por para votar a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para depor no colegiado. Como a oposição é maioria, consegue aprovar o requerimento. A situação gerou tanto desconforto, que o vice-líder do PT, deputado Alencar Santana (SP), advertiu Sâmia ainda durante a reunião para que cumprisse o acordo. Ela disse que não havia combinado nada. O estresse entre eles continuou fora da sala. Alencar afirmou à Coluna que já procurou o presidente da CPI, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), e vai conversar com o relator da comissão, deputado Ricardo Salles (PL-SP), para tentar retomar o acordo. Salles também falou com a Coluna e deixou clara a irritação: “sinto muito, mas essa estratégia de por um pra bater e outro assoprar não dá mais”. Além de Rui Costa, pode ser convocado o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias. O argumento é que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que faz monitoramento de invasões de terra no país, estava sob comando deles.