Manchetes de domingo
Resumo de domingo - 16 de outubro de 2022
Edição de Chico Bruno
Manchetes de domingo
Valor Econômico – Não circula hoje
FOLHA DE S.PAULO – Só 1 em cada 4 jovens espera que o Brasil melhore em 10 anos
O GLOBO – Minas em jogo. A encruzilhada do Brasil
CORREIO BRAZILIENSE – Sexo, mentiras e religião no vale-tudo eleitoral
O ESTADO DE S.PAULO – Controle do Orçamento deve ditar ritmo de reformas em 2023
Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia
O que os jovens pensam - Pesquisa Datafolha entre jovens brasileiros revela uma perturbadora discrepância, capaz de gerar frustração no futuro, entre expectativas pessoais muito positivas e elevado pessimismo em relação ao Brasil. Embora 67% dos jovens entre 15 e 29 anos esperem que sua situação pessoal esteja muito melhor daqui a dez anos (e 65% achem o mesmo sobre sua situação financeira), só 25% acreditam que o Brasil terá desempenho semelhante no período. Nesse contexto, 76% dos jovens dizem ter muita ou alguma vontade de deixar definitivamente o Brasil. Quanto mais jovem, maior é o desejo. Preocupa também o fato de, espontaneamente na pesquisa, os jovens atribuírem o dobro de importância à estabilidade financeira/ficarem ricos (20% deles) e comprarem um imóvel (16%) em relação a ter boa formação e terminar os estudos (8%). Segundo o Banco Mundial, cada ano adicional de estudo no Brasil representa até 15% a mais na renda futura, acima dos 8% na média global. A diferença se dá pelo fato de o Brasil ter menos adultos qualificados; os que são acabam valendo mais. Entre os jovens brasileiros, apenas 19% acham que estudar é a única forma de obter mais renda no futuro, enquanto 50% dizem que só podem conquistar o que desejam trabalhando. Como atenuante, 67% concordam que estudar é uma das formas de obter mais renda, mas não a única. No levantamento, foram ouvidos mil jovens entre 15 e 29 anos em 12 de algumas das maiores capitais do país. Feita em 20 e 21 de julho deste ano, a pesquisa tem margem de erro de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. Para especialistas, o otimismo dos jovens sobre sua situação pessoal futura não corresponde à realidade atual. Seja no mercado de trabalho ou na educação. "O principal motivo que leva os jovens a deixar de estudar é a busca por renda", afirma Mariana Resegue, uma das coordenadoras do Atlas da Juventude, plataforma de monitoramento, pesquisa e avaliação de políticas públicas para a juventude no Brasil. "É uma situação muito preocupante, pois a maioria deles acaba na informalidade, com baixos rendimentos e sem contribuírem para a Previdência, o que será um grande problema no futuro."
A encruzilhada - Único estado do Sudeste onde Lula venceu no primeiro turno, Minas Gerais representa a "síntese", mas também a encruzilhada do Brasil, nas palavras de Guimarães Rosa. Percorrendo o estado, os enviados Eduardo Graça e Edilson Dantas viram a dedicação de prefeitos liderados pelo governador Romeu Zema (Novo), aliado de Bolsonaro, e de pastores evangélicos para virar o jogo. Por outro lado, captaram a resistência de eleitores que têm sua decisão cristalizada e boas memórias do governo Lula.Conhecedores de Minas consideram duvidosa a transferência de voto por influência de Zema, de prefeitos e deputados, alguns dos quais em cima do muro.
Vale tudo - Em vez de focar nos planos de governo, com propostas para combater os múltiplos problemas do país, o debate eleitoral descambou para o baixo nível na reta final das eleições. Nas campanhas à Presidência, vídeo íntimo, homofobia e avalanche de notícias falsas deram o tom nessas duas últimas semanas. A intolerância religiosa também moveu as candidaturas, com acusações de satanismo e hostilidade a líderes religiosos, como aconteceu em Aparecida (SP), na celebração do dia da padroeira do Brasil. Ontem, em nova agenda no Nordeste, o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em Teresina, Fortaleza e São Luís. Ele voltou a criticar os institutos de pesquisa. Já o ex-presidente Lula (PT), não teve agenda pública. Gravou programa eleitoral e se preparou para o debate com Bolsonaro, hoje, às 20h, na TV Band.
Centrão só aceita com Bolsolão - As reformas tributária e administrativa devem ter prioridade na próxima legislatura, mas a velocidade com que essa agenda vai avançar no Congresso está condicionada à manutenção do orçamento secreto, disseram ao Estadão líderes do Centrão, bloco de partidos que elegeu 246 deputados federais, quase metade da Câmara. A expectativa é de que o presidente Jair Bolsonaro, se reeleito, tenha apoio para fazer deslanchar de imediato sua pauta econômica. O ex-presidente Luiz Inácio da Silva, caso vença a eleição, terá de articular uma base de sustentação no Congresso. Lula defende o fim do orçamento secreto. Presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP) descarta mudanças.
Classe C, com 100 milhões de pessoas, impulsiona voto à direita - Um contingente estimado em 100 milhões de pessoas, que têm perfil diverso e difícil de ser capturado por análises, se tornou um dos mais expressivos segmentos eleitorais do País, cujo comportamento pode ser fator decisivo em disputas polarizadas como a corrida presidencial deste ano. Para estudiosos do tema, é nessa fatia populacional – chamada de classe C – que se concentra em grande parte a explicação para a formação de uma onda à direita na votação em primeiro turno das eleições. Além dos 51 milhões de votos alcançados por Jair Bolsonaro (PL), viu-se o triunfo de candidatos associados ao presidente nas eleições legislativas. Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2020, do IBGE, compilados pela consultoria Plano CDE para o Estadão, a classe C hoje compreende famílias com renda mensal entre R$ 500 e R$ 2 mil por pessoa, podendo chegar a R$ 8 mil no total. Essa parcela representa 55% da população brasileira, mas está mais concentrada nas regiões onde candidatos bolsonaristas tiveram melhor desempenho e Bolsonaro venceu a disputa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) : no Sudeste (59%), no Centro-Oeste (61%) e no Sul (63%). No Nordeste, onde a maioria votou em Lula, as classes D e E correspondem à maior parte, 47%, e a classe C é menor, com 45%. Neste segmento socioeconômico, analistas identificam um forte sentimento de abandono somado à desconfiança em relação ao Estado. E ainda impactado pelas consequências de uma decadência após melhora de vida nos anos 2000.
Uso do Pix dispara e pode decretar fim de pagamentos de compras por boleto - O Pix chegou ao mercado em 2020 como uma opção que daria fim às transferências bancárias por DOC e TED, facilitando os pagamentos entre pessoas. Com isso, essas opções de envio de recursos que antes garantiam tarifas aos bancos viram sua importância desabar. Agora, o Pix pode fazer outras vítimas, desta vez no e-commerce: o pagamento em boleto. Para as varejistas, o Pix não só tem potencial de reduzir e até substituir o boleto, como também de aumentar o número de vendas no comércio eletrônico e diminuir o abandono de compras. Os pagamentos com boletos não são realizados em 50% das vezes, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Além disso, a falta de flexibilidade nos pagamentos pode levar a um carrinho abandonado. Segundo a empresa de pagamentos Adyen, 52% dos consumidores brasileiros dizem que desistiram de fazer uma compra porque não podiam pagar do jeito que queriam.
Amoêdo declara apoio a Lula e filiados cobram sua saída - Um dos fundadores do partido Novo, o empresário João Amoêdo, candidato à Presidência pela sigla em 2018, declarou voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição. O apoio ao petista foi revelado ontem em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. A declaração de Amoêdo gerou uma série de críticas dentro do partido, e integrantes da sigla pediram a expulsão do empresário dos quadros da legenda. O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, classificou a fala de Amoêdo como “vergonhosa e constrangedora”. Em nota oficial, a sigla afirmou que o posicionamento do empresário “não representa” o partido e que o Novo “sempre foi e sempre será oposição ao lulopetismo e a tudo que ele representa.” Após o primeiro turno, o Novo reforçou posição contra o PT, mas liberou filiados no segundo turno. Ao Estadão, Amoêdo reafirmou o voto em Lula e disse que a decisão “não foi fácil”. “Discordo das ideias e métodos do PT, mas neste momento julgo a reeleição de Bolsonaro um risco maior para o País. Por isso, decidi fazer algo que nunca tinha feito na vida. Votar no PT”, disse. Depois, após ser criticado pela legenda, Amoêdo escreveu no Twitter que lamenta “que o partido utilize meios oficiais para atacar a liberdade de expressão e política de um filiado”. Em 2018, quando terminou a disputa em 5.º lugar, Amoêdo votou em Jair Bolsonaro no segundo turno contra o petista Fernando Haddad. O empresário, no entanto, vinha se distanciando do Novo por divergir das posições da legenda durante o governo Bolsonaro. Pelo Twitter, o ex-presidente Lula agradeceu o apoio. “A gente pode ter muitas discordâncias. Mas, acima disso, está o respeito ao direito de discordar”, publicou.
Haddad perde posições na disputa por ministérios em eventual governo Lula - Na corrida sobre quem mais se aproxima de um eventual Ministério da Fazenda de Lula, caso o petista vença a eleição, Fernando Haddad (PT) voltou algumas casas. Caso perca em São Paulo, Haddad é visto por colegas dentro do PT como um dos favoritos à vaga, ou então para a Casa Civil de um eventual governo Lula. Mas o desempenho dele no 1º turno em São Paulo fez com que o presidenciável o reconsiderasse na concorrência. Segundo um interlocutor do ex-presidente, Aloizio Mercadante não está na lista de candidatos. Lula tem reavaliado a ideia de indicar um político ao posto. Nas últimas semanas, Lula se aproximou do grupo de economistas responsáveis pela elaboração do Real e tem trocado ideias especialmente com André Lara Resende.
Jarbas com Lula - Surpreendeu a declaração de apoio a Lula do senador emedebista Jarbas Vasconcelos, crítico vocal dos governos petistas. O parlamentar argumentou que “é o momento de somar. É hora de fortalecer a nossa democracia. Apesar das minhas críticas ao PT, repito nestas eleições o apoio dado ao partido em 2018. Bolsonaro não é uma opção para mim. Temos formação, história e pensamentos opostos”.
Previsão do tempo: muitos ataques e poucas respostas - A contar pela preparação de cada uma das campanhas para o debate desta noite entre os dois finalistas da eleição presidencial será mais uma saraivada de impropérios do que propriamente uma colocação de ideias. Cada um está se aprontando para fazer o papel de bom moço e, por tabela, tirar o outro do sério, a fim de qualificar o adversário como despreparado. No último debate do primeiro turno, Padre Kelmon (PTB) deixou Lula bastante irritado. Quanto a Bolsonaro, saiu do prumo ao ter direito de resposta negado. Agora, faltam 14 dias para a eleição, e os candidatos a presidente deste segundo turno não disseram com todas as letras o que farão com o teto de gastos, com a tabela do Imposto de Renda e nem com a reforma administrativa, a tributária, a fiscal e como pretendem conviver com a realidade das emendas de relator.
De rival a homem de confiança - Entusiasmado com o de sempenho do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas internas da campanha à reeleição, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), acredita na virada de Bolsonaro no 2º turno. Para o presidente nacional do PP, que chegou a projetar vitória do chefe do Executivo em “18 ou 19” das 27 unidades da Federação, os institutos de pesquisa tentaram criar o que chamou de “tentativa de se fazer o maior estelionato eleitoral de nossa história”. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, o articulador de Bolsonaro atribuiu à esquerda a “guerra santa” instalada nas redes sociais, com falsas acusações de “satanismo” e relação com a maçonaria. Para Nogueira, os eleitores deverão utilizar os espaços dos debates, que começam hoje, para tomar consciência das propostas para o país. Sobre uma possível vitória de Lula e a retomada da aliança com o PT, o ministro afirmou que lutará de “todas as formas para que isso não ocorra”. Mas disse acreditar na vitória de Bolsonaro, a quem classificou como político de “caráter fascista”, em 2017.
Bolsonaro diz que 'pintou um clima' com 'menininhas de 14 e 15 anos' - Uma declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL) em que ele usa a expressão "pintou um clima" para se referir a adolescentes venezuelanas viralizou nas redes sociais e virou munição de adversários do presidente. Durante entrevista a um podcast na sexta-feira (14), o presidente estava explorando uma temática recorrente de sua campanha —o suposto risco de o Brasil "virar uma Venezuela" caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retorne ao poder— quando relatou um encontro que teve com meninas do país vizinho em São Sebastião, na periferia do Distrito Federal. "Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas; de 14, 15 anos, arrumadinhas num sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei, 'posso entrar na tua casa?' Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, [num] sábado de manhã, se arrumando —todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas, 14, 15 anos se arrumando num sábado para quê? Ganhar a vida. Você quer isso para a tua filha, que está nos ouvindo aqui agora. E como chegou neste ponto? Escolhas erradas", disse o presidente na entrevista.
Homem dispara contra igreja antes de culto com Michelle - Um homem de 22 anos foi preso nesta sexta (14) suspeito de ter atirado contra uma igreja evangélica em Fortaleza (CE) momentos antes do início de culto com a participação da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Também estava presente a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF). O culto ocorreu à noite. Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, o homem não tinha antecedentes criminais. A pasta disse ainda que o disparo ocorreu uma hora antes do início do culto, que começou por volta das 19h. A prisão foi feita pela Polícia Militar. Ninguém ficou ferido. O suspeito estava com um revólver calibre 38. O homem, que não teve a identidade revelada, não quis repassar informações às autoridades durante depoimento, pagou fiança e foi liberado. A secretaria informou que as investigações prosseguem para que seja identificada a motivação do disparo. A primeira-dama participa de estratégia montada pela campanha do presidente que inclui viagens ao longo de todo o fim de semana pelo nordeste para tentar reduzir a diferença e votos a favor de seu rival, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na região.
Políticos eleitos somam quase R$ 24 milhões em multas ambientais - Os candidatos eleitos em 2 de outubro somam R$ 23,8 milhões em multas ambientais, mostra levantamento da Folha com base em dados do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O PL, sigla pela qual o presidente Jair Bolsonaro concorre à reeleição, o PSD e o União Brasil lideram em número de vencedores da corrida eleitoral que foram multados nos últimos anos. Os três partidos elegeram, cada um, cinco candidatos com infrações ambientais. Ao todo, foram eleitas 34 pessoas que receberam 75 multas do Ibama nos últimos 20 anos. O número ainda pode aumentar, considerando a disputa do segundo turno. As maiores fatias dessas multas estão entre os deputados estaduais (21) e federais (10), que são, ao mesmo tempo, os cargos com as maiores quantidades de candidaturas.
'O altar é 22' como pastores e fake news abrem caminho para Bolsonaro no Nordeste - Sermões com conotação política contra “quem quer fazer o diabo entrar na família” e fake news sobre aborto e até sobre banheiros unissex são armas usadas pelos aliados de Bolsonaro para empurrar sua candidatura no Nordeste, o maior reduto de Lula. Viajando pela Bahia, Alagoas, Pernambuco e Piauí, o repórter Eduardo Gonçalves presenciou um culto em que o pastor disse que “o altar é 22'. A conquista de jovens e mulheres completa o tripé da estratégia do PL. Às 19h40 do último domingo, cerca de mil pessoas acompanharam o culto na Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro da Pituba, um dos maiores templos evangélicos de Salvador. De pé no púlpito, o pastor Leonardo Costa alternou pedidos de votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o candidato a governador da Bahia a ACM Neto (UB) pregação comum apelando aos fiéis para combater aqueles que “querem fazer o diabo entrar na família” e obedecer “ao altar”. Sobre sua cabeça, uma tela exibia slides. Um deles alertou sobre os supostos riscos de um projeto de lei “da esquerda” que, segundo a versão falsa do líder religioso, legalizará o incesto caso seja aprovado pelo Congresso: - Aí vai o seu marido e fala assim: 'eu vou casar com a nosso bebê de 4 anos e vou começar ater sexo com ela agora'. Estamos pedindo a você: votem contra isso aqui, votem contra essa lei — vangloriou-se o pastor diante da platéia que reagiu com espanto e gritos de “o sangue de Jesus tem poder”. - Qual é o altar? O altar é 44 (número ACM). O altar é 22 (Bolsonaro) - disse o líder religioso. A operação arquitetada pela campanha de Bolsonaro para conquistar votos no Nordeste é sustentada por três frentes de atuação. A primeira envolve utilizar a rede de templos evangélicos para difundir uma pregação política a favor da reeleição do presidente. As outras duas miram especificamente em mulheres e jovens cristãos. Para arrebanhar esses dois públicos, foram escalados a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL), de 26 anos, que foi o deputado federal mais votado do Brasil em 2022. Nos próximos dias, Nikolas deverá percorrer ao lado do pastor influencer Guilherme Batista cidades como Aracaju, Maceió, Recife e João Pessoa. Já Michelle iniciou um tour na mesma região na companhia da ex-ministra e pastora Damares Alves.
Reduto antigo de Alckmin, Santas Casas são alvo de disputa - Reduto antigo de Geraldo Alckmin (PSB), as Santas Casas se tornaram alvo de disputa entre os candidatos ao governo de São Paulo. Enquanto o ex-tucano tenta trazer a simpatia do setor à campanha de Fernando Haddad (PT), o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) avançou e está mais próximo do segmento. Ao todo, 227 hospitais filantrópicos recebem recursos do governo paulista, e o orçamento de 2023 prevê gastos de R$ 1,2 bilhão sob essa rubrica, segundo a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp). Não por acaso, no primeiro turno o governador Rodrigo Garcia (PSDB), que havia ampliado o número de hospitais beneficiados, era o preferido do segmento. Após sua saída do páreo, porém, Tarcísio herdou o posto e prometeu aumentar os repasses do estado aos hospitais filantrópicos. O presidente da Fehosp, Edson Rogatti, aceitou o convite de Tarcísio e deu contribuições ao plano de governo do candidato. Entre suas sugestões, está a manutenção do programa Mais Santas Casas, criado no governo do tucano José Serra (PSDB), por meio do qual o governo estadual faz repasses complementares aos da tabela SUS às Santas Casas. Do lado da campanha de Haddad, o acesso a esse setor é menor. Ainda assim, Alckmin tem buscado interlocução e foi ao congresso nacional do segmento em Brasília, em agosto. O ex-governador foi escalado pelo PT para dialogar com a área da Saúde e tem peregrinado por esses hospitais com Haddad em municípios como Avaré, Assis, Bebedouro, Ourinhos e Santos, entre outros.