Manchetes de domingo 03-04-2022

O GLOBO – Defesa repassou R$ 401 milhões do orçamento secreto a aliados CORREIO BRAZILIENSE – Centrão se fortalece e esquerda fica menor

Manchetes de domingo 03-04-2022

Edição de Chico Bruno 

 

Manchetes de domingo 03-04-2022

Valor Econômico – Não circula aos sábados e domingos

 

O GLOBO – Defesa repassou R$ 401 milhões do orçamento secreto a aliados

 

FOLHA DE S.PAULO – Governo defende, sem lei, garimpo em terra indígena

 

O ESTADO DE S.PAULO – Acordo firmado pelo TSE não é garantia contra desinformação

 

CORREIO BRAZILIENSE – Centrão se fortalece e esquerda fica menor

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Defesa banca o que não deve - Comandado em 2021 pelo general Braga Netto, provável vice na chapa do presidente Bolsonaro, o Ministério da Defesa repassou R$ 401 milhões do orçamento secreto administrado pela pasta a 11 senadores governistas e aliados ocasionais do governo. Os recursos foram aplicados no asfaltamento de ruas, na construção de praças, em edifícios de câmaras de vereadores e até numa capela para velório, em redutos eleitorais dos contemplados, mas não financiaram equipamentos militares. A Defesa diz que seguiu "diretrizes técnicas". 

 

Terra sem lei - O governo Jair Bolsonaro (PL) vem atuando, por meio de contestações elaboradas pela AGU (Advocacia-Geral da União), para garantir a mineração em terras indígenas que ainda não foram efetivamente demarcadas. Esses pareceres consideram válida a existência de títulos minerários que incidem em terras indígenas. A Folha analisou um conjunto de 26 documentos elaborados pela AGU a partir de 2019 para contestar ações do MPF (Ministério Público Federal) contra a mineração em terras indígenas na Amazônia. As ações foram protocoladas na Justiça Federal no Amazonas, no Pará e em Roraima. Em 17 documentos, há uma defesa de atividades ou de títulos de mineração em terras indígenas, apesar da inexistência de lei que garanta a exploração mineral nesses territórios. Bolsonaro apresentou ao Congresso, em fevereiro de 2020, um projeto de lei que libera a mineração em terras indígenas. O projeto ficou parado até março deste ano, quando passou por uma tramitação expressa e deve ser votado em plenário ainda neste mês. Questionada, a AGU afirmou que respostas deveriam ser dadas pelos órgãos que representa na Justiça. Em nota, a Agência Nacional de Mineração afirmou se pautar na Constituição e na legislação federal, e a Fundação Nacional do Índio não respondeu.

 

Sem garantias contra mentira - Estudo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital da Universidade Federal da Bahia (UFBA) concluiu que o acordo firmado em fevereiro pelo TSE com Facebook/Meta, Google/YouTube, WhatsApp, Twitter, TikTok e Kwai deixou lacunas em medidas de combate à desinformação, informa Levy Teles. Os memorandos de entendimento com a Corte eleitoral foram considerados brandos, especialmente se comparados com os tratos firmados nos EUA. Não há, por exemplo, previsão de sanção às plataformas. Os itens analisados foram disseminação de informações confiáveis e oficiais sobre eleições, capacitação, contenção de desinformação e transparência. Empresas dizem que deram início a ações contra a desinformação.

 

Um cresce, outro encolhe - Dados consolidados pela Justiça Eleitoral e pelos partidos mostram crescimento de 55% nas bancadas dos três principais partidos do Centrão — PL, PP e Republicanos — na Câmara dos Deputados, depois da janela eleitoral, que se encerrou na última sexta-feira. Juntas, as três legendas saltaram de 116 para 180 parlamentares, sendo que o maior avanço se deu no PL, agremiação pela qual o presidente Jair Bolsonaro tentará a reeleição em outubro. O partido, agora, é o primeiro da Casa Legislativa, com 75 integrantes, desbancando o PT, que caiu para a terceira posição. As principais legendas de esquerda, como PSB, Rede e PCdoB, encolheram. O Centrão se beneficiou da aliança com o governo e do controle do Orçamento secreto de mais de R$ 16 bilhões somente neste ano. 

 

Empresários cobram compromissos econômicos de Lula - Em um momento agitado para o xadrez eleitoral de 2022, com direito a “quase desistências” de nomes importantes, o líder nas pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), paralelamente “testa as águas” para entender se conseguirá angariar apoio de empresários e de entidades de classe para sua candidatura. Por ora, as conversas acontecem a portas fechadas. E o setor produtivo resiste a revelar suas cartas porque acredita que é cedo para desistir da “terceira via”, que é a alternativa preferida dos empresários. Há quem diga que a aproximação, por ora, é muito mais simbólica do que efetiva. Nas reuniões, segundo fontes ouvidas pelo Estadão, os empresários ouvem e fazem perguntas, evitando declarar apoio. Na verdade, é improvável que isso ocorra antes de o PT anunciar a linha de política econômica, mostrando que não jogará para o alto o teto de gastos (que limita o crescimento das despesas) e outras reformas recentes. Mas os empresários ficaram de sugerir propostas a Lula. Segundo fontes, entre os nomes que já teriam recebido emissários do PT ou conversado diretamente com Lula, estariam Luiz Carlos Trabuco (presidente do conselho do Bradesco, nome até cotado para um futuro Ministério da Fazenda em caso de uma eventual vitória) e Abilio Diniz.

 

Pandemia e inflação aceleram avanço das marcas próprias - A pandemia e a disparada da inflação aceleraram o avanço das marcas próprias de alimentos, bebidas, itens de higiene e limpeza no carrinho de compras do brasileiro e nas prateleiras dos supermercados. Nos últimos anos, gigantes do varejo já vinham investindo na melhoria da qualidade de produtos feitos sob encomenda. Com preços, em média, 20% menores do que os das marcas líderes, a intenção das varejistas com a marca própria sempre foi fidelizar o cliente. No entanto, nos dois últimos anos, as vendas de marca própria ganharam um impulso extra. Com a quebra das cadeias de suprimentos provocada pela pandemia, o que resultou na falta de itens e mais inflação, o consumidor optou por experimentar novos produtos com preços mais em conta. E a marca própria entrou no radar das compras. Levantamento da GS Ciência do Consumo, feito a pedido do Estadão, mostra que o brasileiro gastou, em média, 22,5% a mais com a compra de itens de marca própria em janeiro deste ano em relação a janeiro de 2019, antes da pandemia.

 

Do Sul ao Sudeste, as pontes de Bolsonaro - O presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu maior do que entrou da janela para troca de partidos, encerrada na última sexta-fei ra. Isso porque o resultado foi o aumento das bancadas das legendas que o apoiam, tanto no Congresso quanto nos estados. Dessa forma, ganha tração uma das estratégias mais importantes para o projeto da reeleição: a construção de palanques fortes nas regiões Sul e Sudeste. Na primeira, o peso do bolsonarismo é grande, mas, na segunda, nem tanto. É sobretudo nelas que o presidente pretende compensar algumas dificuldades, como, por exemplo, a de tirar votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Nordeste — onde o PT desfruta de ampla vantagem. Sul e Sudeste, sozinhos, reúnem aproximadamente 82 milhões de votos e 55% do eleitorado, além de concentrarem os maiores colégios eleitorais do país — São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O foco do presidente é construir uma rede capilarizada que comece no Rio Grande do Sul e venha subindo. Sérgio Praça, cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), observa que o presidente tem procurado estreitar as pontes lançando candidatos não apenas para abrir caminho para a campanha, mas, também, defendê-lo nos debates. “Nessa eleição, Bolsonaro vai ser uma figura central nos pleitos estaduais por ser polêmico, determinar em grande medida a agenda pública sobre o que as pessoas conversam. Ele tem procurado ter candidatos que o defendam em todos os estados, mas no Sul e no Sudeste é mais bem avaliado. Assim, aproveita os momentos de pico de popularidade para ir para onde é menos querido”, aponta.

 

Para Ciro, instabilidade limpa caminho dos governistas - Em conversa com um grupo de parlamentares e assessores próximos, o ministro Ciro Nogueira, da Casa Civil, avaliou que o fim do prazo para filiação partidária, fechado na última sexta-feira, expôs os “gigantes de pés de barro” da corrida presidencial. Os alvos dos comentários eram claros: o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) e o ex-governador João Doria (PSDB). Referia-se à instabilidade das pré-candidaturas de ambos, que, segundo ele, “desmoronaram”. Ciro não perdeu a chance de ironizar: os dois são “gigantes na imprensa, pés de barro na política”. No caso do tucano, a crise nas hostes do PSDB atinge a candidatura de Rodrigo Garcia ao governo estadual e ajuda a abrir espaço para o avanço do bolsonarismo e de seu representante na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos). Segundo interlocutores de Ciro, os últimos movimentos do xadrez político foram bons para o antipetismo, pois acabaram revelando problemas para os aliados da candidatura de Lula, em especial, no Nordeste. Citou a crise que levou a deputada Marília Arraes, em Pernambuco, a trocar o PT pelo Solidariedade, e a “saia justa” que a filiação de Moro ao União Brasil veste em ACM Neto, na Bahia. “É uma péssima notícia para ACM e aumenta a chance do Roma”, disse o ministro da Casa Civil, referindo-se à pré-candidatura do ex-ministro João Roma (PL) ao governo do estado.

 

Moro é o alvo principal do PT até as convenções - As dificuldades do pré-candidato Sergio Moro em conseguir emplacar uma candidatura presidencial foram comemoradas no PT. Já fazia parte dos planos partidários tentar apontar o ex-juiz como alguém que tinha apenas objetivos políticos ao condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, segundo os petistas, sem provas. A avaliação é de que Moro já gastou parte do seu capital político ao ser ministro de Bolsonaro e, agora, ao se apresentar para concorrer à Presidência pelo União Brasil, causando a maior confusão dentro da nova legenda. Os partidários de Lula acreditam que o discurso de que houve perseguição política contra o ex-presidente está consolidado. Em conversas mais reservadas, há, dentro do PT, quem diga que Moro era há algum tempo quem poderia tirar Bolsonaro do segundo turno, complicando a vida de Lula. Tanto é que, com a Petrobras no centro do debate eleitoral, os petistas começaram a ensaiar o tratamento que darão ao caso do Petrolão. Afinal, os adversários vão jogar toda a luz sobre o escândalo que levou para a cadeia políticos e empresários. E, até agora, uma parte dos enroscados na Lava-Jato escapou por “falhas processuais” e não por um atestado de inocência.

 

Duas frentes para o Petrolão - Já é consenso no PT que não dá para negar que houve malfeitos na empresa, mas dizer que Lula foi o principal beneficiário será rebatido com unhas e dentes. A extinção dos processos será tratada na campanha como um atestado de inocência e o fato de o ex-presidente liderar as pesquisas ajudará a mostrar que a população concorda. Os petistas pretendem, ainda, resgatar todos os projetos de transparência para aplicação dos recursos públicos, de fortalecimento das instituições publicas e de combate à corrupção. Nesse rol, está inclusive a LAI — Lei de Acesso à Informação.

 

Alguém tem que ceder - Ulysses Guimarães (sempre ele!) volta a ser citado nas conversas de bastidores dos partidos de centro que buscam uma alternativa a Lula e Bolsonaro. Lá atrás, quando das articulações que fizeram de Tancredo Neves candidato à Presidência, uma parcela expressiva do PMDB queria lançar Ulysses. Mas as circunstâncias levaram a Tancredo. Desta vez, avaliam os paulistas do antigo DEM, não está descartado que as circunstâncias levem a Moro.

 

O que eles querem - Já tem gente maquiavelicamente dizendo que o ex-juiz, até por não ser “do ramo”, seria mais fácil de deixar pelo meio do caminho, falando sozinho e sem ter aonde ir em plena campanha presidencial. Aliás, esses partidos que, hoje, buscam a candidatura de centro abandonaram vários presidenciáveis — entre eles, Orestes Quércia, Geraldo Alckmin, José Serra e até Aécio Neves, em 2014, naquele período em que Marina Silva subiu nas pesquisas. Entre quatro paredes, revelam que a prioridade, agora, é manter os estados que governam ou conquistar aqueles em que seus caciques têm chances. E eleger deputados federais para ter fundo partidário e poder no Parlamento.

 

Bolsonaristas dizem que corrupção deve ser o foco de ataques a Lula - Estrategistas da campanha de Jair Bolsonaro (PL) entendem que o tema principal do presidente deve ser a crítica a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo prisma da corrupção. A ideia é usar o mote de que "o outro lado [Lula] é ladrão", pois o eleitorado ainda associaria o petista a casos como mensalão, petrolão, tríplex e sítio de Atibaia. "É só relembrar os 14 anos do PT na gestão federal", diz Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência, que tem participado das discussões. Em um segundo plano da campanha do presidente entram as críticas à política econômica de Dilma Rousseff (PT), ao apoio a ditaduras de esquerda e temas da agenda comportamental, como aborto, família e identidade de gênero. Os pontos mais vulneráveis do presidente identificados pela equipe são a inflação alta e as ações desastradas na pandemia, como chamá-la de gripezinha e defender remédios sem eficácia. No primeiro caso, o discurso é de que o problema é global e passageiro. No segundo, o de que o governo comprou vacinas e foi mudando sua avaliação conforme a Covid-19 evoluía.

 

Mais fortes nas estaduais - O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, e a União Brasil foram as legendas que mais se fortaleceram para as disputas de governos estaduais na janela partidária, prazo para que políticos com mandato mudem de sigla sem sofrer punições. Com o encerramento do prazo para mudança de partido nesta sexta-feira (1º), o PL passa a ter 15 pré-candidatos governador e a União Brasil chega a 13 postulantes a governos estaduais. O PL terá candidatos próprios em 8 dos 10 maiores colégios eleitorais do país, apoiando nomes de partidos aliados em São Paulo e Ceará. As candidaturas mais competitivas do novo partido de Bolsonaro, dentre os maiores estados, estão no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A despeito de ter sido a legenda que mais perdeu deputados federais durante a janela partidária, a União Brasil conseguiu atrair para os seus quadros pré-candidatos a governador considerados competitivos. Criado no fim do ano passado a partir da fusão entre o PSL e Democratas, a legenda terá a maior fatia do fundo eleitoral entre os partidos brasileiros, com cerca de R$ 1 bilhão para gastar no pleito deste ano. Dos 13 nomes que vão concorrer pelo partido a governos estaduais, 8 não são oriundos de DEM e PSL e chegaram à legenda após a fusão. Dentre eles está o governador do Amazonas, Wilson Lima, que deixou o PSC para concorrer à reeleição em seu estado pela União Brasil. Também estão entre as novidades nomes como o do senador Reguffe, que deixou o Podermos e deve concorrer ao governo do Distrito Federal, e o deputado federal Felipe Rigoni, que chegou à Câmara em 2018 amparado pelos movimentos de renovação e é pré-candidato a governador do Espírito Santo.

 

Rui Costa sela paz com Jaques Wagner - Depois de semanas de atritos na base aliada, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), selou a paz com o senador Jaques Wagner (PT) e deu uma demonstração de unidade no grupo liderado pelo PT na corrida pelo governo baiano. Ao contrário dos seis governadores que renunciam nesta semana para concorrer a outros cargos, Costa cumprirá o seu mandato até o final para conduzir a sucessão. Com a decisão, repete o gesto do próprio Jaques Wagner há oito anos. Nesta quinta-feira (31), no ato de lançamento da candidatura de Jerônimo Rodrigues ao governo baiano com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador fez uma deferência a Wagner no palco e chorou nos braços de seu antigo padrinho político. A relação entre Rui Costa e Wagner estremeceu em meio à implosão do palanque tido, até então, como um dos mais sólidos para a campanha do ex-presidente Lula. A desistência de Jaques Wagner em concorrer ao governo baiano e a negativa do também senador Otto Alencar (PSD) em disputar o cargo fizeram com que o PT buscasse uma saída caseira e escolhesse o ex-secretário estadual de Educação Jerônimo Rodrigues como candidato ao governo. No processo de escolha, Rui Costa prevaleceu sobre Wagner, que preferia o nome da prefeita de Lauro de Freitas e ex-deputada federal Moema Gramacho (PT) para concorrer ao cargo. Por outro lado, o governador teve que abrir mão de disputar uma vaga no Senado, movimento que resultou no rompimento do PP do vice-governador João Leão, que era aliado aos petistas na Bahia há 13 anos. Com os seus dois principais líderes políticos na Bahia fora das urnas, o PT terá como missão alavancar a candidatura do desconhecido Jerônimo Rodrigues ao governo do estado e trabalhar para turbinar votação de Lula no estado.​

 

Milagre econômico da ditadura terminou em inflação de 215% - Madame Natasha combate em defesa do uso do idioma. Ela concedeu uma de suas bolsas de estudo ao ministro da Defesa, general Braga Netto, e aos três comandantes militares que comemoraram o 31 de março de 1964 com uma ordem do dia. Eles escreveram que "nos anos seguintes ao dia 31 de março de 1964, a sociedade brasileira conduziu um período de estabilização, de segurança, [e] de crescimento econômico". O truque da frase está em três palavras: "nos anos seguintes". De 1964 a 1979, a ditadura baixou a inflação e produziu o Milagre Econômico, com seis anos de crescimento do PIB acima de 9% (1968-1973). A partir de 1979 foi-se ladeira abaixo, com dois anos de recessão e em 1982 veio o colapso da dívida externa. Em março de 1985, o último general deixou o governo com uma inflação de 215% no ano anterior. Em 1963, ela estava em 80%.

 

Dois primeiros caças Gripen chegam ao Brasil de navio - Os dois primeiros caças suecos Gripen para emprego operacional na FAB (Força Aérea Brasileira) chegaram na noite desta sexta (1º) ao Brasil. Eles vieram de Norrköping, na Suécia, em um navio cargueiro holandês, em um trajeto de 23 dias encerrado no porto de Navegantes (SC). As aeronaves terão as rodas instaladas e serão rebocadas para o aeroporto da cidade. De lá, após alguns testes e adequações, devem ser pilotadas na segunda (4) para o Centro de Ensaios de Voo do Gripen, unidade conjunta da fabricante Saab e a Embraer brasileira em Gavião Peixoto (SP). Pilotos e técnicos das empresas e da FAB trabalharão, em coordenação com o órgão regulador sueco, para conceder o chamado Certificado de Tipo Militar. É uma espécie de licença de operação inicial do avião, que será empregado no 1º GDA (Grupo de Defesa Aérea), em Anápolis (GO). A expectativa na FAB é de que o processo esteja completado antes do fim do ano, quando chegarão ao menos outros quatro Gripen já prontos. Assim, teoricamente, poderá haver 6 dos 36 aviões encomendados em 2014 por 39,3 bilhões de coroas suecas (no câmbio desta sexta, R$ 19,7 bilhões). Há um sétimo avião que já está no Brasil desde o fim de 2020, mas ele cumpre a campanha de testes da Saab de longo prazo, devendo ser incorporado à Força só depois do fim dela.

 

‘A prévia não indica, ela elege’, afirma tesoureiro do PSDB - Após o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, minimizar os efeitos da carta assinada por ele mesmo em apoio ao nome de João Doria para a disputa pelo Palácio do Planalto, o tesoureiro nacional da legenda, Cesar Gontijo, divulgou nota neste sábado, 2, para reafirmar o processo das prévias. “A prévia não indica, ela elege. E uma vez eleito, o pré-candidato está referendado pelo partido com o voto da maioria da militância. Não há nada, absolutamente nada, que se sobreponha a essa decisão, ela é soberana”, diz Gontijo em texto no qual pretende “esclarecer sobre um equívoco que vem sendo divulgado a respeito de um suposto apoio da ‘cúpula do PSDB’ ao ex-governador Eduardo Leite”. Segundo o tesoureiro, “não existe nenhuma esfera do partido que possa alterar essa eleição”. “Assim, o ex-governador Eduardo Leite é livre para pleitear qualquer outro cargo, mas o de presidenciável, por decisão do PSDB e da Federação, já está ocupado e não está aberto a este tipo de especulação.”

 

Moro se movimenta - “Conversei com Eduardo Leite sobre o momento político do País e sobre a necessidade de união do centro que está sendo liderada no União Brasil por Luciano Bivar”, escreveu Sergio Moro no Twitter. O ex-juiz, que trocou o Podemos pelo União Brasil e tenta voltar à corrida eleitoral, também recebeu a senadora Simone Tebet (MS), pré-candidata do MDB à Presidência.

 

Lu Alckmin se filia ao PSB - A ex-primeira-dama de São Paulo Maria Lúcia Alckmin, mais conhecida como Lu Alckmin, se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) neste sábado, 2. Ela segue o mesmo caminho de seu marido, o ex-governador Geraldo Alckmin, que entrou no PSB no dia 23 de março e se prepara ser candidato à vice-presidência na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lu assinou sua ficha de filiação durante o Congresso Municipal do PSB em São Paulo, na presença do marido e da deputada federal Tabata Amaral. “Recebo com alegria a filiação da Dona Lu Alckmin. Preparem as urnas!”, escreveu nas redes sociais Márcio França, pré-candidato do PSB ao Palácio dos Bandeirantes. A filiação da ex-primeira dama acontece a tempo de ela se candidatar nas eleições de 2022. No entanto, o PSB ainda não apresentou uma definição sobre qual cargo ela disputaria.

 

Campanha de Bolsonaro vai contestar projeções para minimizar crise econômica - Na pré-campanha de Jair Bolsonaro (PL), está traçada uma estratégia para tentar ao menos minimizar os efeitos da grave crise econômica entre lideranças do setor produtivo. Aliados do presidente reconhecem que, diferente dos embates mais ideológicos sobre costumes, por exemplo, que acabam ecoando com mais facilidade na base bolsonarista, temas econômicos são um calcanhar de Aquiles. O teor de uma fala da secretária de Produtividade do Ministério da Economia, Daniella Marques, a empresários esta semana, minimizando projeções do mercado para 2022 e ironizando governos estaduais, antecipa o tom esperado da campanha de Bolsonaro para as próximas semanas. Em encontro do grupo Esfera Brasil, Marques disse que a equipe do ministro Paulo Guedes está “mais otimista do que as estimativas do mercado” para o Brasil neste ano. Segundo ela, resultados de leilões e recuperação de empregos são os pontos de otimismo para o governo. Outra estratégia será insistir nos ataques aos governos estaduais e locais para vender a narrativa de que “bondades” como aumentos de salário para o funcionalismo só foram possíveis graças ao governo federal. “Assim, todos os prefeitos e governadores ficaram bons gestores”, disse Daniella no evento.

 

Em barraca de pastel, Bolsonaro culpa governadores pelo desemprego - Pré-candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro voltou a culpar os governadores pelos problemas econômicos do país e pelo alto desemprego. Enquanto comia um pastel em uma barraca de rua de Brasília, Bolsonaro recebeu um pedido de emprego de um apoiador. Em resposta, culpou os governos estaduais pela falta de trabalho formal. Esta não é a primeira vez que o presidente faz declarações desse tipo, em uma crítica às restrições causadas pelo Covid-19 e defendidas pelos Estados, especialmente durante o auge da pandemia, em 2020. "Não peguei seu trabalho. Eu não fechei nada, eu não fechei um botão. Quem fechou foi o governador", disse o presidente Bolsonaro em vídeo publicado pelo site Poder 360. A estratégia de culpar estados tem sido usada por Bolsonaro para justificar as deficiências do governo em diversas áreas. 

 

"Vaidadade é inimiga da terceira via" - Paulo Vasconcelos, marqueteiro da campanha à reeleição do governador do Rio, Claudio Castro (PL), e consultor informal de Sergio Moro, que na semana passada promoveu uma reviravolta no cenário político nacional ao anunciar a retirada da candidatura presidencial, e trocar o Podemos pela União Brasil. Com a experiência de quem liderou as campanhas presidenciais de Aécio Neves (2014) e Henrique Meirelles (2018), Vasconcelos estima que uma candidatura para enfrentar a polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro só vingará se houver uma união de forças, o que, para ele, não é viável hoje devido à vaidade dos nomes da chamada terceira via.

 

Chefe de comunicação de Lula sem diálogo com o PT - Figura-chave na pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o jornalista e ex-ministro Franklin Martins tem acumulado conflitos com o PT ao longo dos anos. O mais recente diz respeito aos valores do contrato com o marqueteiro Augusto Fonseca para a campanha presidencial deste ano. Entre os líderes, há também relatos de que o jornalista não está disposto a ajudar a facilitar a integração das linhas de comunicação de Lula e da legenda. O clima é tão tenso que alguns membros do executivo do PT se recusam a recebê-lo. Franklin também foi atacado por não compartilhar com a sigla relatórios de monitoramento de redes sociais feitos por uma empresa contratada. O jornalista permanece no comando da comunicação pré-campanha devido à sua relação direta com Lula, que foi ministro da Secretaria de Comunicação Social entre 2007 e 2010. Em maio do ano passado, o PT concordou em contratar Franklin para liderar todo o programa de comunicação pré-campanha. Foi o primeiro nome escalado dentro da estrutura que o ex-presidente pretende montar. Desde então, ele recebe um salário de cerca de R$20 mil do partido. Como chefe de comunicação, coube ao ex-ministro liderar a escolha do marqueteiro que será responsável pela propaganda do candidato do PT na eleição presidencial. Quatro empresas participaram da seleção, e o vencedor foi Augusto Fonseca, da MPB Estratégia & Criação, que trabalhou na campanha de Fernando Henrique Cardoso em 1994 e também na campanha de Lula com Duda Mendonca em 2002. Quando os valores apresentados por Fonseca para a realização do serviço chegaram às mãos da gestão do PT, houve problemas. O marqueteiro teria dito que a conta tinha sido aprovada por Franklin. Funcionários do partido disseram que o valor solicitado, próximo a 40 milhões de reais, não foi adequado para a nova realidade financeira das campanhas políticas após a proibição de doações corporativas e foi mais de três vezes o que foi gasto com Fernando Haddad em 2018. A questão ainda está pendente e ainda não foi resolvida.