Irã alerta países para 'grave consequência' de acordos com Israel

Irã alerta países para 'grave consequência' de acordos com Israel
Irã alerta países para 'grave consequência' de acordos com Israel

Bahrein e Emirados Árabes Unidos firmaram pacto, mediado pelos Estados Unidos, de normalização diplomática com israelenses

Istambul (Turquia) ANSA

 

 

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, informou nesta quarta-feira (16/09) que seu governo considerará os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein como "responsáveis por todas as graves consequências que derivarão" do acordo diplomático assinado por eles com Israel.

A afirmação, dada durante uma reunião de ministros transmitida pela TV local, veio na sequência da cerimônia da assinatura realizada na Casa Branca nesta terça-feira (15/09).

"Como vocês puderam estender a mão para Israel? E vocês ainda querem dar bases para eles [EUA] na região?", disse Rouhani, ressaltando que "alguns Estados regionais" têm "líderes que não entendem nada de religião e ignoram a própria dívida que tem com a nação palestina e com seus irmãos que falam a mesma língua".

Para Rouhani, os israelenses "cometem cada diz mais crimes na Palestina". O discurso segue a linha do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, que havia dito que Dubai e Manama "traíram" os palestinos.

Shealah Craighead/Casa Branca
Da esq. para dir.: líderes de Bahrein, Israel, EUA e Emirados Árabes assinam acordo de normalização diplomática

Com a assinatura do acordo de normalização diplomática, o governo de Israel agora tem pactos com apenas quatro países da região: além de Bahrein e EAU, já havia sido assinado o termo com a Jordânia (1994) e Egito (1979).

Tensão continua em Gaza

Desde que o acordo foi assinado, os sistemas de alerta antimísseis de Israel não pararam de tocar.

Tanto durante a noite desta terça como na madrugada de hoje, dezenas de mísseis foram lançados de Gaza para Negev e Sderot e das cidades israelenses contra a Faixa de Gaza. Analistas preveem que os conflitos continuarão a aumentar por conta da assinatura do acordo.

Pouco antes de embarcar de volta para Jerusalém, o premier israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que "terroristas palestinos" não querem a paz. O político ainda ressaltou que vai focar seu governo agora em três pontos principais: "combater o coronavírus, combater o terrorismo e alargar o círculo da paz".