“Elevar juros e cortar benefícios não freia inflação; BC tem é que atuar no câmbio”, diz Gleisi

“Elevar juros e cortar benefícios não freia inflação; BC tem é que atuar no câmbio”, diz Gleisi

“Elevar juros e cortar benefícios não freia inflação; BC tem é que atuar no câmbio”, diz Gleisi

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Presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Foto: Gustavo Bezerra - PT na Câmara

“Vamos lembrar aqui que foram 127 intervenções nesse mercado durante o governo Bolsonaro e apenas 2 durante o governo Lula”, denuncia a presidente do PT

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o aumento da inflação é causado pela demanda e alta do dólar e não deve ser combatido com aumento de juros, como insiste o mercado financeiro que se beneficia com isso. Ela cobrou que o Banco Central deve “atuar no mercado de câmbio”.

Em publicação feita nas redes sociais, Gleisi declarou que “não é aumentando os juros e cortando benefícios do povo para pagar essa conta que vamos conter inflação”.

 

“A inflação não é de demanda, claramente é de oferta, ocasionada pela crise climática e pelo aumento do dólar que é o maior vilão”

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em outubro registrou uma inflação de 0,56%, com um acumulado de 4,76% em 12 meses.

Na noite de quarta-feira (6), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, por unanimidade, elevou a taxa de juros (SELIC) de 10,75% para 11,25% ao ano. E os parasitas da economia querem mais ainda e não estão satisfeitos.

 

Gleisi Hoffmann enfatizou que os fatores principais para o aumento da inflação foram o “aumento nos preços da energia elétrica residencial, que subiram 4,74% depois que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) acionou a bandeira vermelha, por causa da seca, fazendo a energia atingir seu maior preço” e a alta do dólar.

Ela rechaçou a “ideia” do mercado financeiro de que a inflação deve ser controlada com mais juros, mesmo que o Banco Central tenha elevado a taxa Selic em 0,5 ponto percentual.

“A inflação não é de demanda, claramente é de oferta, ocasionada pela crise climática e pelo aumento do dólar que é o maior vilão”, disse.

“O mais urgente é o BC atuar no mercado de câmbio, o que ele pode e tem a obrigação de fazer. Vamos lembrar aqui que foram 127 intervenções nesse mercado durante o governo Bolsonaro e apenas 2 durante o governo Lula”, continuou.

Para ela, “não é justo nem certo o povo pagar novamente a conta pela crise climática que já o castigou. Tá errada essa ciranda e o presidente Lula tem toda razão em criticar e agir com cautela e responsabilidade diante de toda essa pressão. Foi eleito pelo povo e não pelo mercado”.

“Se é para pagar a conta dos juros estratosféricos que já aumentaram, então tem de rever subsídios, desonerações fiscais, que atingem hoje mais de R$ 500 bilhões, outras despesas financeiras e começar a baixar a taxa Selic que realimenta a dívida, com juros que já atingem R$ 700 bilhões por ano. Sem falar de despesas do Judiciário e do Legislativo”, acrescentou.