Centenário da Revolução de 1923: último confronto entre os gaúchos nasceu de uma divergência das regras eleitorais

Centenário da Revolução de 1923: último confronto entre os gaúchos nasceu de uma divergência das regras eleitorais

Centenário da Revolução de 1923: último confronto entre os gaúchos nasceu de uma divergência das regras eleitorais

Espaço Plural por RED 

ECentenário da Revolução de 1923: último confronto entre os gaúchos nasceu de uma divergência das regras eleitorais

A Revolução de 1923, deflagrada no Rio Grande do Sul, está completando 100 anos. O movimento foi liderado por Joaquim Francisco de Assis Brasil contra à reeleição de Antônio Augusto Borges de Medeiros para o quinto mandato como presidente do estado.

Assis Brasil e seus aliados contestaram o resultado e afirmaram que o pleito foi fraudado. A não aceitação dos resultados se estendeu até 25 de janeiro de 1923, dia da posse de Borges de Medeiros, quando houve a tentativa de deposição do governo e início da revolução.

As divergências eram sobre a regra eleitoral como lembrou o jornalista e professor da PUC-RS Juremir Machado. O  artigo 9° da Constituição de 1891 permitia a reeleição do atual presidente caso ele conquistasse três quartos do eleitorado.

“Três quartas partes de que eleitorado? De todo o eleitorado inscrito ou só dos votos válidos, só de quem votou? A oposição entendia que era de todos os eleitores inscritos […] os borgistas diziam que tem que contar os 75% de todos aqueles que votaram e 75% dos que votaram, Borges teve. Mas 75% de todo o eleitorado inscrito, inclusive daqueles que não foram, aí não teve”, explicou o professor.

Além disso, as eleições no estado tinham como pano de fundo a disputa para a presidência nacional, vencida por Arthur Bernardes, como destacou o economista e membro da Academia de Escritores do Litoral Norte, Paulo Timm.

“O Borges de Medeiros havia apostado em um outro cavalo que não Arthur Bernardes e a turma do Assis Brasil tinha apostado no  Arthur Bernardes. Naquela eleição, esses borgistas que apoiaram a chapa de oposição perderam, mas no Rio Grande do Sul fizeram 96 mil votos e o Artur Bernardes fez algo entorno de 14, 15 mil se não me engano. Ou seja, o Borges de Medeiros ou o castilhismo tinha realmente um controle político muito grande no estado”, destacou Timm.