Bolsonaro deve entregar ministério da Cidadania a partido ligado à Igreja Universal. Conheça os cotados

Partido integra o centrão e abriga dois filhos de Bolsonaro. Onyx Lorenzoni deve ir para a Secretaria-Geral

Bolsonaro deve entregar ministério da Cidadania a partido ligado à Igreja Universal. Conheça os cotados

Bolsonaro deve entregar ministério da Cidadania a partido ligado à Igreja Universal. Conheça os cotados

Partido integra o centrão e abriga dois filhos de Bolsonaro. Onyx Lorenzoni deve ir para a Secretaria-Geral

 

Pandemia de Coronavírus: na Caixa Econômica da rua Cardoso de Morais, em Bonsucesso, pessoas fazem fila para receber o Bolsa Família Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Pandemia de Coronavírus: na Caixa Econômica da rua Cardoso de Morais, em Bonsucesso, pessoas fazem fila para receber o Bolsa Família Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

 

BRASÍLIA — O Republicanos, integrante do centrão e partido de dois filhos do presidente Jair Bolsonaro, deve indicar o novo ministro da Cidadania, pasta mais cobiçada nas mudanças que devem ocorrer no primeiro escalão no próximo mês. O ministério é responsável por gerenciar o Bolsa Família e operacionalizou também o auxílio emergencial, que parlamentares desejam retomar.

A expectativa é que o atual titular da pasta, Onyx Lorenzoni, retorne ao Palácio do Planalto para ocupar a Secretaria-Geral, que está nas mãos de um interino.

O Republicanos debate internamente quem indicar. Presidente da legenda, o deputado federal Marcos Pereira (SP) é quem irá bater o martelo, de acordo com fontes do governo. O próprio deputado é visto pelo Planalto como uma opção, mas diz não querer assumir um ministério — ele ocupou a pasta da Indústria e Comércio no governo Michel Temer.

Pereira estava entre os deputados que buscavam apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para disputar o comando da Casa, mas percebendo que seria preterido mudou de lado e articula em prol do governista Arthur Lira (PP-AL). Ele esteve com Bolsonaro e Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, na semana passada.

Cotados

No Republicanos, os nomes analisados são de Jhonatan de Jesus (RR), atual líder do partido na Câmara, e João Roma (BA), também deputado. Jhonatan de Jesus é nome de confiança e aliado de Marcos Pereira. Roma é próximo de ACM Neto, presidente do DEM. Segundo deputados do partido, a ideia é não indicar alguém diretamente ligado à Igreja Universal, que é ligada à legenda, mas não quer participar diretamente do governo.

Na semana que vem, após a eleição para a presidência da Câmara, os líderes de partidos de centro que apoiam Lira — e esperam que sua vitória se concretize — querem debater uma reforma ministerial. Um dos principais questionamentos do grupo é sobre a militarização do Planalto. Há criticas a Ramos e também a Braga Netto, da Casa Civil, mas sem indicativo de que haverá mudança de fatos nessas pastas. O retorno de Onyx ao Planalto seria uma tentativa de resposta às reclamações.

Bolsonaro descartou ontem a possibilidade de grandes mudanças no primeiro escalão. Falando com apoiadores, citou apenas a Secretaria-Geral, ocupada interinamente por Pedro César Nunes, subchefe da Casa Civil, desde que Jorge Oliveira assumiu no fim do ano passado uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU).

— Tenho 22 ministros efetivos e um que é interino. Aí que nós podemos ter realmente um nome diferente ou a efetivação do atual. Nada mais além disso — afirmou o presidente.

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Candidato à presidência da Câmara, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) reclamou ontem da “interferência excessiva do Executivo no Legislativo” e disse que quer ser presidente “de uma Câmara que não se vende por 30 moedas”:

— Esta interferência apequena o nosso Parlamento, e eu quero ser presidente de uma Câmara que não se vende por 30 moedas, eu quero ser presidente de uma Câmara que possa contribuir com o nosso país.

Lira, por sua vez, afirmou que ninguém vai “influir” na presidência da Câmara, caso conquiste o cargo. Na véspera, após se reunir com 30 deputados do PSL, Bolsonaro usou o verbo ao descrever sua atuação na eleição.

 

— Eu não ouvi ninguém dizer que vai influir na presidência da Câmara. Ninguém influi na presidência da Câmara. É diferente do que ele (Bolsonaro) pode ter dito. Eu sou um candidato. Se tiver a oportunidade de ser eleito, serei independente, altivo, autônomo e harmônico — afirmou Lira