Testemunha disse à polícia ter visto Ronnie Lessa matar rival do ex-vereador Girão na Zona Oeste do Rio
Ex-integrante da Câmara do Rio foi preso sob acusação de ter sido mandante do assassinato, que teria sido cometido pelo policial reformado, preso pela morte de Marielle Franco e Anderson Gomes
Testemunha disse à polícia ter visto Ronnie Lessa matar rival do ex-vereador Girão na Zona Oeste do Rio
Ex-integrante da Câmara do Rio foi preso sob acusação de ter sido mandante do assassinato, que teria sido cometido pelo policial reformado, preso pela morte de Marielle Franco e Anderson Gomes
Vera Araújo. O GLOBO
31/07/2021 - 04:30 / Atualizado em 31/07/2021 - 14:09
RIO - Uma testemunha ouvida pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) afirmou ter visto o policial reformado Ronnie Lessa atirando no ex-policial André Henrique da Silva Souza, o André Zóio. Segundo essa testemunha, cujo nome está sendo mantido em sigilo pela polícia por razões de segurança, o carro das vítimas chegou a dar marcha-ré, mas um Fiat Doblô branco, usado pelos autores do crime, interrompeu a passagem do veículo de Zóio. Nesse momento, diz a testemunha, ela viu Lessa "caminhando com uma arma de fogo na mão", um fuzil, e disparando contra os ocupantes.
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A testemunha já conhecia o sargento reformado da PM, que seria temido na Gardênia Azul. Nesta sexta-feira, o ex-vereador Cristiano Girão foi preso em São Paulo numa operação da DHC. Lessa, detido pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, também foi alvo da ação. Segundo as investigações da polícia, Girão teria contratado Lessa para executar Zóio e sua companheira, Juliana Sales de Oliveira, de 27 anos, em 14 de junho de 2014, devido a uma disputa pelo controle da Gardênia.
O vínculo é considerado pela polícia e pelo Ministério Público do Rio de Janeiiro como um passo decisivo na elucidação do Caso Marielle. O ex-vereador foi denunciado pelo MP no último dia 9. Outros mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos por agentes da DHC no Rio e em São Paulo. Pouco depois das 10h, Girão foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito. O ex-vereador deve ser transferido ainda nesta sexta-feira para o Rio de Janeiro.
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Girão foi preso numa rua da capital paulista, após um trabalho de monitoramento e vigilância. As investigações mostraram que, nos últimos dias, ele não estava dormindo em casa, mas sim em uma loja, de onde saía diariamente antes das 6h, o horário regular para início de operações policiais. O ex-vereador foi surpreendido quando dirigia seu carro, após ter saído, ainda na madrugada, da loja. Segundo as investigações, ele passou a adotar tal rotina depois da veiculação de notícia que apontava que havia um pedido de prisão contra ele.